Nosso propósito é especialmente indagar como a "mui preciosa mensagem" da Igreja Adventista sobre a Justificação pela Fé, lança luz em nossos temas da lição da Escola Sabatina.
Embora seja comum e adequado para nós vermos os frutos do Espírito como traços que nós, (*pela ação de Deus), como cristãos, devemos incorporar em nossas vidas1, nunca devemos esquecer que obtemos estes frutos do Espírito. O Espírito Santo não só distribui esses traços de caráter, mas possui, inerente à Sua natureza essencial, todos esses traços, ou os frutos, Ele mesmo. Claro que, por extensão, podemos então compreender que cada membro da Divindade também deve possuir estas características em Suas naturezas também, incluindo Deus, o Pai
Embora alguns desses traços, muito facilmente, apliquemos a Deus, como amor, longanimidade, benignidade, bondade, etc, há outros que não aplicamos tão facilmente ao caráter de Deus. Por exemplo, quantos de nós vemos Deus Pai como manso? Quão pronta e facilmente vemos Deus Pai como gentil? Enquanto frequentemente aplicamos estes traços a Deus Filho, é para nós fácil e natural vermos humildade e mansidão como inerentes ao caráter do Pai?
É interessante notar que o guia trimestral da lição (*na 2ª feira, 22/02/10) lista vários "modelos de mansidão", incluindo Jesus, mas nãolista o Pai como um modelo de mansidão. É o Pai, tão gentil - "manso e humilde", como Jesus?
Autores seculares ou ateístas raramente descrevem Deus como manso, gentil e tendo domínio próprio. Eis um exemplo, de dezenas que poderiam ser citados, de Richard Dawkins em The God Delusion (O Engano sobre Deus): "O Deus do Antigo Testamento é provavelmente o personagem mais desagradável de toda a ficção: ciumento e orgulhoso; mesquinho, injusto, implacável, excêntrico, vingativo, purificador étnico sedento de sangue; odiando as mulheres, homofóbico, racista, infanticida, genocida, assassino dos próprios filhos, pestilento, megalomaníaco, sadomasoquista, valentão caprichosamente malévolo".
Antes de condenarmos o Sr. Dawkins por falhar em ver a Deus como manso, suave e com domínio próprio vamos lembrar a fonte de onde a maioria dos equívocos sobre o caráter de Deus se originou. Percepções erradas sobre Deus antecederam o ateísmo moderno por milênios. "Ao considerarmos em que cores falsas Satanás esboçou o caráter de Deus, surpreender-nos-emos de que nosso misericordioso Criador seja receado, temido e mesmo odiado? As visões terríveis a respeito de Deus, que se espalharam pelo mundo a partir dos ensinamentos do púlpito fizeram milhares, sim, milhões de céticos e infiéis "(O Grande Conflito, pág. 536).
Infelizmente, a maioria das más publicações (*a respeito) de Deus vêm daqueles que afirmam estar falando por Ele! A responsabilidade por grande parte do ateísmo repousa à porta da Cristandade. O adventismo do Sétimo Dia foi criado, especificamente, para a finalidade de corrigir os "terríveis quadros de Deus" que têm permeado o pensamento religioso e cristão por milênios. A falta de apreço pela mansidão de Deus, o Pai, é apenas um em uma longa cadeia de exemplos.
É verdade hoje, como foi nos dias anteriores a Cristo vir ao nosso mundo, que "a terraestava obscurecida pela má compreensão de Deus. ... Somente Aquele que conhecia a altura e a profundidade do amor de Deus poderia torná-Lo conhecido” (O Desejado de Todas as Nações, pág. 22). Jesus veio para demonstrar ao mundo que Deus era a síntese da mansidão — assim como todos os outros (*aspectos do) fruto do Espírito. É possível que tenhamos bloqueado essa visão de Deus, não apenas por transmitir informações errôneas a respeito dEle em nossas vidas pessoais, mas quando O retratamos como menos manso, suave, sem domínio próprio do que o Filho de Deus?
A consequência fundamental é esta: Os seres humanos são “transformados” pela contemplação (2ª Cor.3: 18)2. Quando nós deturpamos (*o caráter de) Deus em nosso ensino e vida, limitamos o impacto do evangelho em nossas próprias vidas. Nossa capacidade de provocar mudanças no mundo ao nosso redor também é limitada por causa disso. A correta compreensão do caráter (mansidão) de Deus não é importante apenas porque Deus precisa ser visto como Ele realmente é, mas é importante porque a nossa capacidade de mudança, à Sua imagem, é extremamente ligada à nossa percepção sobre Ele. ‘Pelo contemplar é que somos transformados’ (*Testemunhos para a Igreja, vol. 5, pág. 744 e Lift Him Up, pág. 251 e Patriarcas e Profetas, pág. 91)3.
Jesus nos prometeu que “os mansos herdarão a terra” (Mat.5: 5). Mais tarde, Ele nos encorajou a aprender dEle, que é “manso e humilde de coração” (Mat.11: 29). Em Miquéias 6:8 somos encorajados a caminhar humildemente (mansamente) com o nosso Deus. Você pode ver isso em uma de duas maneiras: (1ª) se anda humildemente com Deus, porque, caso contrário, a gente está fuzilado (*a sua esperança se foi, você é um caso perdido, sua oportunidade de reivindicar uma vitória está morta) — Ele não tolera ninguém que não seja manso; ou (2ª) andar com Deus significa andar como Ele anda. Deus Se comporta humildemente (mansamente), e se queremos andar como Ele anda, então nós também nos comportaremos com humildade (com mansidão).
Que possamos ver a Deus, o Pai, como Ele realmente é — tão manso e humilde e gentil quanto Jesus. E podemos ter confiança de que seremos transformados pela contemplação, e, assim, estarmos preparados para herdar a terra ao refletirmos a mansidão de Deus (cf. Mat. 5:5).
— Bob Hunsaker
O irmão Bob Hunsaker é médico, e diretor do ministério pessoal de uma Igreja Adventista do Sétimo Dia, na área de Boston, MA., U.S.A. Ele tem, também, um programa semanal na rádio (AMWEZE 590) aos domingos à noite, às 19:30 horas, em parceria com o Pr. Bill Brace, intitulado Portraits of God (Quadros de Deus). Ele é adventista por muitos anos e também professor de uma unidade evangelizadora em sua igreja local.
Notas do tradutor:
1) Isto nos faz lembrar a dica do Pr Alonzo T. Jones, em Lições de Fé:
“Não são os seus frutos aqui descritos, mas os frutos de Jesus. ’Fará o que Me apraz’. Isaías 55.11. Você não deve ler ou ouvir a palavra de Deus e concluir, ’preciso fazer isso, ou fazer aquilo’. Antes, deve permitir que em você ‘habite ricamente ... a Palavra de Cristo’. Colossenses 3.16.
“A Palavra de Deus deve operar em você para levá-lo a fazer o que Ele deseja que você faça. ’Para isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a Sua eficácia que opera eficientemente em mim.’ Colossenses 1.29. Pela fé, considere a palavra como se cumprindo a si própria.
“A palavra do homem deve ser praticada a fim de ter cumprimento. A Palavra de Deus opera por si mesma, e devemos recebê-la pela fé dessa maneira, como Palavra de Deus, para que efetivamente realize em nós o propósito divino. ’Pois Ele falou, e tudo se fez.’ Salmo 33.9. ’Pela fé entendemos que foi o universo formado pela Palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem.’ Hebreus 11.3.
“A Palavra de Deus na Bíblia é a mesma na vida, no Espírito, em poder criador. Jesus Cristo falou a Palavra por ocasião da Criação, e Ele fala a Palavra que salva e santifica a alma. ’Ela realizará’... a salvação ’do’ pecado. ’A nós foi enviada a Palavra desta salvação.’ Atos 13.26. ’Agora, pois, encomendo-vos ao Senhor e à Palavra da Sua graça, que tem poder para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados.’ Atos 20.32.
“’Contudo, quando vier o Filho do homem, achará porventura fé na terra?’ Lucas 18.8. A pergunta dirige-se a você que está agora vivendo no fim dos tempos. Será você ’justificado’, ’santificado’, ’purificado’ do pecado por essa Palavra? ’Vós estais limpos, pela Palavra que vos tenho falado.’ João 15. 3. ... O pecador hoje, pela fé na Palavra de Deus, declara: ’Se queres podes salvar-me do pecado’, e Jesus responde: ’Quero, fica limpo’. Aceite a criadora palavra de Deus!”
2) Nós “somos transformados, de glória em glória” (2ª Cor 3:18). Ao lermos o Velho Testamento (vs. 14) com corações convertidos (vs. 16) não estaremos com viseiras , o “véu” (vs. 13 a 15) porque Cristo o aboliu (vs. 14), e estaremos aptos a usar a palavra de Deus em todas as situações e tentações, para termos o nosso caminho, a vida, purificados (Salmo 119:9).
3) E alguma transformação se opera quer para o mal, pela prática do pecado como para o bem, pela confiança na justiça de Deus. Como exemplo da primeira atitude, falando sobre a adoração de ídolos, E. G. White cita Salmo 115: 8, “Tornam-se semelhantes a eles os que os fazem, e todos os que neles confiam.” Então ela afirma: “É uma lei do espírito humano que, pelo contemplar, somos transformados” (Patriarcas eProfetas, pág. 91).
As recompensas prometidas aos fieis precisam ser listadas. Incluem a coroa da vida eterna, a entrada no gozo do senhor, e outras bênçãos tão grandes que nós não podemos nem mesmo imaginar (veja o Apoc. 2:10, Mat. 25:21 e 1ª Coríntios 2:9).
(*Pelo paralelismo, o método de interpretação escriturístico) podemos definir a palavra fidelidade:
Salmo 40:10 “Não escondi a Tua justiçadentro do meu coração; apregoei a Tua fidelidade e a Tua salvação.”
Isaias 11:5 “E a justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade o cinto dos seus rins.”
Salmo 143:1 “Ó Senhor, ouve a minha oração, responde-me segundo a Tua fidelidade, segundo a Tua justiça” (KJV).
Fazendo exame das passagens acima, e dos (*textos dos) próprios mensageiros de1888, nós usaremos daqui por diante as palavras fidelidade e justiça intermutavelmente.
Alias, nós olhamos aos nossos corações e vemos que neles “não habita bem algum” (Romanos 7:18). Nós merecemos o destino do servo inútil que foi lançado nas trevas exteriores onde “haverá pranto e ranger de dentes” (Mat. 25:30). Se nós reconhecermos nossa verdadeira condição, Romanos 7:24 será o grito do nosso coração: “Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?”
Com Paulo, nós podemos agradecer a Deus por passagens tais como Lamentações 3:21 - 23: “Disto me recordarei na minha mente; por isso esperarei. As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as Suas misericórdias não têm fim; Novas são a cada manhã: grande é a Tua fidelidade.”
Cristo é a corporificação da fidelidade. Apocalipse 19:11 alista “fiel” como um de Seus nomes. A boa nova é que, mesmo que nós sejamos tão miseráveis, nós podemos escolher fazer do Senhor a nossa “porção” (veja Lamentações 3:24). Quando nós “estamos escondidos com Cristo em Deus” então Sua fidelidade é nossa. Tanto quanto permaneçamos nEle — mortos para o eu, e vivos nEle, não há nenhuma condenação (veja Colossenses 3:1 - 4).
Mas muitos falham em possuir a “boa porção” pela mesma razão que Israel falhou inteiramente em ocupar a terra de Canaã (*devido à incredulidade deles, Heb. 3:19). Muitos gigantes “grandes e altos” ocuparam o território de nossos corações e nós não temos a força ou a coragem para expulsá-los.
Os sacerdotes e os magistrados que rejeitaram a Cristo assim agiram porque reconheceram que deixá-Lo habitar em seus corações os mudaria à Sua imagem, e eles não desejavam tornar-se humildes e, auto-sacrificantes (*altruístas, como Cristo). Sua própria presença os fez ver o contraste entre seu orgulho e egoísmo e seu amor puro, abnegado. Reconheceram que alguém tinha que morrer. Sua escolha era manter seu orgulho e matar seu Salvador. Considere as implicações da escolha que tiveram que fazer. Eles dispunham de duas opções:
1ª) Poderiam “deixar” (ou permitir)que a mente de Cristo habitasse neles1 — a mente que se humilha; a qual “O fez, a Si mesmo, de nenhuma reputação, e tomou sobre Ele a forma de um servo, e foi feito na semelhança dos homens” e fez o supremo sacrifício em prol de outros (veja Filipenses 2:5 – 7, KJV).
2ª) Poderiam resistir àquele amor e humildade, deixando assim seus corações desprotegidos contra a completa ocupação pelo “príncipe das trevas,” cuja razão de existência era destruir Cristo e tudo o que reflete sua fidelidade.
Queriam um Messias, mas desejavam um que os salvasse em seus próprios termos. A fim de que não pensemos que nossa situação seja melhor do que a dos fariseus, Ellen White nos adverte do nosso próprio perigo similar. “Somos muitas vezes levados a buscar a Jesus pelo desejo de algum bem terrestre; e da obtenção de nossas petições fazemos depender nossa confiança em Seu amor. O Salvador anseia dar-nos uma maior bênção do que Lhe pedimos; e retarda o atendimento de nosso pedido para nos mostrar o mal de nossos próprios corações, e a nossa profunda necessidade de Sua graça. Ele deseja que renunciemos o egoísmo a fim de O buscarmos. Confessando nosso desamparo e severa necessidade, devemos confiar-nos completamente em seu amor” (O Desejado de Todas as Nações, página 200).
“Não veio sobre vós tentação senão comum ao homem; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação abrirá também um caminho de escape, para que a possais suportar” (1ª Coríntios 10:13, KJV). Nós não necessitamos ficar imaginando o que esse caminho de escape possa ser, porque Jesus diz, “Eu Sou o caminho”(João 14:6).
É-nos dito para procurá-Lo, e encontrá-Lo (Jeremias 29:13). Quanto devemos procurar a fim encontrar Aquele que é o “Caminho”? Ele está em pé à porta de nossos corações (veja o Apocalipse 3:20). E bate — persistente, pacientemente. Percorremos um círculo completo, voltando a Filipenses 2:5. Nós temos simplesmente que abrir a porta de nossos corações a Jesus (*isto é, não resistir à Sua ação), e permitir que esta mente dEle penetre e “esteja” em nós. Então o “autor e consumador da nossa fé” (Hebrews 12:2) nos fará fiéis, nos santificará em tudo (veja 1ª Tessalonicenses 5:23). “Fiel é o que vos chama, O qual também o fará” (1ª Tessalonicenses 5:24).
“A promessa de que haveria de ser herdeiro do mundo, não foi feita pela lei a Abraão, ou à sua posteridade, mas pela justiça da fé” (Romanos 4:13). Outra vez nós vemos que a justiça é “de”, ou produzida pela fé. E mais, a fé que produz esta justiça é “a fé de Jesus” (Apocalipse 14:12), que nós devemos “guardar.” Aqueles que “deixam” o solícito Cristo de Apocalipse 3:20 incorporar seus corações — aqueles que “permitem” Sua mente estar neles, aqueles que “mantêm” a fé de Jesus, são aqueles a quem a mensagem dos três anjos proclama, publicamente, como “santos” (Apocalipse 14:12).
A lição de quinta-feira indica que a pergunta (*que preocupa o povo de Deus) não é, “Será que Deus é fiel?' mas “permitirei eu que Ele seja fiel em mim até o fim? '”
A. T. Jones responde, “Nós necessitamos da fidelidade de Jesus Cristo para manter-nos fiéis. E devemos nós esperar a perseguição para dispersar-nos, a fim de pregar a palavra? De maneira nenhuma! Avancemos por genuína fé, e na fidelidade de Jesus, que veio voluntàriamente quando Deus O chamou (novembro 11, 1893 ATJ, HOMI 222.2).
“Como filhos na casa de Deus nós devem exercitar a mesma fidelidade que Cristo manifestou, e isto nós podemos fazer porque Ele nos dá sua própria fé. ‘A vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé no Filho de Deus’ (Gal. 2:20). Cristo morando no coração pela fé, exercita Sua própria fé, pela qual guardou os mandamentos do Pai, e habitou em Seu amor; de modo que possa ser dito: ‘Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus' (Apoc. 14:12). Só esta fé vence o mundo. ‘Por isso ... considerai o apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão, Cristo Jesus, sendo fiel ao que o constituiu ... como Filho sobre a Sua própria casa' (Heb. 3: 1, 2 e 6)” (30 de setembro de 1897, E. J. Waggoner, PTUK pág. 612,§7º)
“A presença Deus dá vida ao trono em que Ele Se senta, e à alma em que Ele habita. Separar-se dEle significa morte certa. Portanto tome cuidado, e guarde a fé” (21 de outubro de 1897, E. J. Waggoner, PTUK pág. 659, §35º)
Apocalipse 2:10 diz, “Sê fiel até à morte, e eu dar-te-ei a coroa da vida.” Parece claro então, que aqueles que persistem em manter a porta do coração aberta ao solícito Cristo batendo (*à porta), Apocalipse 3:20, terão dentro deles a firme fidelidade. Então, “quando o caráter de Cristo Se reproduzir perfeitamente em Seu povo, então virá para reclamá-los como seus próprios” (Parábolas de Jesus, pág. 69, §1º)
E. J. Waggoner sumaria nosso estudo sobre fidelidade assim: “Paulo expressa seu desejo quando o senhor vem, de ser ‘achado nEle, não tendo a justiça que vem da lei, mas a que vem da fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé' (Fil. 3:9). Aqui outra vez nós temos `a fé de Cristo.' E ainda mais, é dito dos santos,`aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus, e a fé de Jesus' (Apoc. 14:12). ‘Fiel é Deus’ (1ª Cor. 1:9). Cristo é fiel, pois ‘Ele permanece fiel' (2ª Tim. 2:13). Deus reparte a cada um a medida da fé. Rom. 12:3; (*e isto não vem de nós, é dom de Deus) Ef. 2:8. Deus concede-nos Sua fidelidade. Isto Ele faz dando a Si mesmo a nós.De modo que nós não temos que conseguir justiça produzida por nós mesmos; mas para fazer a matéria duplamente certa, o Senhor dá-nos nEle a fé pela qual nos apropriamos de Sua Justiça. Assim a fé de Cristo deve trazer a justiça de Deus, porque a possessão dessa fé é a possessão do próprio Senhor. Esta fé é distribuída a cada homem, assim como Cristo Se deu a Si mesmo a cada homem. Você pergunta, o que então pode impedir que cada homem seja salvo? A resposta é, nada, exceto o fato que todos os homens não manterão a fé. Se todos guardassem tudo o que Deus lhes dá, todos serias salvos” (16 de janeiro de 1896, E. J. Waggoner, SITI, pág. 36, §5º).
— Helene Thomas
A irmã Helene Thomas é esposa de um obreiro bíblico adventista. Eles vivem no estado de Michigan, nos EUA. Além de exercer as funções do lar, como esposa, mãe e avó, ela é escritora, e produz artigos literários de dentro da própria casa. Desde Janeiro de 2010 ela é a nova editora-chefe do Comitê de Estudos da Mensagem de 1888.
Nota do tradutor:
1) A mensagem de 1888 nos diz que quando estamos "em Cristo", Sua vitória é nossa vitória. Não é que nos é dada força suficiente para superar a tentação, mas nós somos instados: "deixe esta mente estar em você, que também esteve em Cristo Jesus” (Fil. 2:5, KJV). Isto é, permita que Ele realize isto em você. Sua vitória na nossa carne torna-se nossa vitória pela fé. Não se trata de ação sua e sim de Deus em você.
E este pode ser o sumário do evangelho. A KJV trás a idéia essencial: "deixe esta mente estar em você...”. Nas versões em português há uma sutil, oculta e perigosa aparência de salvação pelas obras ao substituir esta idéia de “DEIXAR,” ou NÃO IMPEDIR a ação de Deus. Nas versões Almeida lemos: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento (mente) que houve em Cristo Jesus”, o que pode instigar o indivíduo à ação. A vontade de Deus é implantar em nós a mente de Seu Filho. Mas Ele não o fará sem o nosso consentimento. “O livre arbítrio é um templo sagrado que Deus jamais violará” (Autor desconhecido). O Evangelho é—Deus desejoso de agir no ser humano; e Ele o fará simplesmente se não for resistido.
O verbo deixar bem expressa um aspecto primordial do evangelho, sua essência em verdade. É que Deus quer realizar tudo em nós sem necessidade de obras da nossa parte. Mas Ele nada fará se houver qualquer resistência da nossa parte devido ao respeito que Ele tem pelo livre arbítrio com que nos criou. Ele o respeita como a um templo sagrado.
Assim a versão da King James (a versão do Rei Tiago) melhor retrata esse princípio do evangelho, porque mostra o que Ele quer realizar em, e através de nós. Veja o quadro que a compara com a nossa versão em português que dá a entender a necessidade de ação de nossa parte, através de formas expressas no tempo verbal imperativo que a Almeida emprega:
Texto
Versão King James
Versões Almeida
Mat. 5: 16
Deixe sua luz brilhar
Resplandeça a vossa luz
1ª Cor.14: 26
Deixe que tudo se faça para edificação
Faça-se tudo para edificação
Verso 40
Deixe que todas as coisas sejam feitas decentemente
Faça-se tudo descentemente
1ª Cor. 16: 14
Deixe que todas as coisas sejam feitas com amor
Todas as coisas sejam feitas com amor
2ª Cor. 7:1
Deixe que nos limpemos de toda imundícia da carne
Purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne
Gal. 5: 25
Se vivemos no Espírito, deixe-nos também andar no Espírito
Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito
Gal. 6: 10
Deixe-nos fazer bem a todos os homens
Façamos bem a todos
Fil. 2: 3
Não deixe que nada se faça por contenda e vanglória
Nada façais por contenda ou vanglória
Filipenses 2:5
deixe esta mente estar em você
De sorte que haja em vós a mesma mente que houve
Col. 3: 15
Deixe que a paz de Deus reine em seus corações
A paz de Deus domine em vossos corações
verso 16
Deixe a palavra de Cristo habitar em vós abundante-mente, em toda a sabedoria
A palavra de Cristo habite em vós abundantemente em todaa sabedoria.
Col. 4: 6
Deixe que a vossa palavra seja sempre agradável
A vossa palavra seja sempre agradável
Hebreus 4:11
Dixemos, pois, laborar por entrar naquele repouso
Procuremos, pois, entrar naquele repouso
Verso 14
Deixe que retenhamos fir-memente a nossa profissão
Retenhamos firmemente a nossa confissão
Verso 16
Deixe, portanto,que venhamos confiantemente ao trono da graça
Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça
Hebreus
6: 1
Deixe que cheguemos à perfeição
Prossigamos até à perfeição
Hebreus
10: 22
Deixe que nos aproximemos com verdadeiro coração
Cheguemo-nos com verdadeiro coração
Hebreus
12: 1
Deixe que corramos com paciência a corrida que é posta perante nós
Corramos com paciência a carreira que nos está proposta
Verso 28
Deixe que tenhamos graça
Retenhamos a graça
Hebreus
13: 1
Deixe que o amor fraternal continue.
Permaneça o amor fraternal
Tiago
1:4
Mas deixe a paciência ter a sua perfeita obra
Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita
Tiago
3: 13
Deixe que ele mostre por uma boa conversação suas obras ...
Mostre pelo seu bom trato as suas obras
Tiago
5: 12
Deixe que o seu sim seja sim e o seu não seja não
Que a vossa palavra seja sim, sim, e não, não
Tiago
3: 10
Deixe que ele refreie sua língua do mal
Refreie a sua língua do mal
Verso 11
Deixe que ele evite o mal e faça o bem, deixe que ele procure a paz e a siga
Aparte-se do mal, e faça o bem; busque a paz, e siga-a
1ª João 4:7
Deixe que nos amemos uns aos outros
Amemo-nos uns aos outros
Apoc.2:7,11,17, 29; 3: 6, 13, 22
Aquele que tem ouvidos, deixe que ele ouça
Quem tem ouvidos ouça
Apoc. 22: 11
Aquele que é justo, deixe que continue justo
Quem é justo seja justificado ainda
Assim o Evangelho é — Deus desejoso de agir no ser humano; e Ele o fará simplesmente se não for resistido, não há necessidade de obra alguma nossa.
A mensagem de Mat. 5:13-16 para os discípulos de Cristo sobre "deixar sua luz brilhar" está na palavra "deixar."Mateus 5:16, nas nossa versões em português, diz: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, ..”. Na KJV é “deixa sua luz resplandecer ...” o que trás a idéia de nosso consentimento para que Deus realize isto em nós. É uma questão de respeito que Deus tem pelo nosso livre arbítrio; A palavra significa que o Senhor está pronto para fazer algo se nós O deixarmos agir. Ele não o pode fazer sem nossa permissão, ou devemos dizer, sem nossa cooperação.
Na história de nossa igreja temos um exemplo em que demonstramos, como denominação, falta de fidelidade para com Deus. A idéia de "deixar sua luz brilhar" era "verdade presente" há 120 anos quando o Senhor estava pronto para fazer "nossa" luz brilhar sobre um mundo entenebrecido, iluminando a terra com a glória do quarto anjo de Apocalipse 18:1-4. (Lembre-se de que, quando Apocalipse fala de anjos com uma mensagem, é o povo de Deus que realmente dá a mensagem).
Mas estava aquela "luz" pronta para o Céu magnificá-la, para fazê-la brilhar num mundo escuro naquela época? A serva do Senhor disse que éramos secos como as colinas de Gilboa que não tinha nem orvalho nem chuva. Para trazer cura e unidade à igreja mundial, "em Sua grande misericórdia o Senhor enviou uma mui preciosa mensagem" (Testemunhos a Ministros, pág. 91), que era (e é) essa mensagem de há 120 anos — a mensagem da justiça de Cristo, a mensagem de 1888, a “mui preciosa mensagem”. Cada classe da Escola sabatina e cada serviço de adoração na época de 1888 eram "secos". O Senhor nunca poderia ter como magnificar a luz que eles tinham para aquele tempo no mundo. Mas Ele estava esperando para brilhar (*neles) a "luz" que tinha dado em 1888.
Uma das abençoadas coisas que a mensagem de 1888 nos diz é que quando estamos "em Cristo", Sua vitória é nossa vitória. Não é que nos é dado força suficiente para superar a tentação, nós somos instados: "deixe esta mente estar em você, que também esteve em Cristo Jesus” (Fil. 2:5, KJV). Sua vitória na semelhança da nossa carne torna-se nossa vitória pela fé.
Não sentimos que nossos pontos de vista sejam impecáveis e que estejam acima de crítica. Como está dito em nosso propósito acima, estamos “indagando”, procurando a verdade. Estamos prontos a ouvir opiniões de outros obreiros. A mensagem do terceiro anjo não é estreita; é mundial, e devemos estar unidos, na medida do possível, na maneira de apresentá-la ao mundo. Não nos julgamos infalíveis; mas a mensagem é infalível. Com ela todos devemos estar em harmonia. Ela é destinada a preparar um povo para ser trasladado no último grande dia e estarmos unidos no céu acima. Também não achamos que somos superiores em nosso julgamento. ‘Na multidão de conselheiros há segurança’ (Prov. 11: 14), mas 'a lei e o testemunho’ (Isaias 8: 20) devem estar em harmonia, todos ‘com um coração e alma’ (Atos 4:32). Se todos não pudermos entender igualmente cada assunto, pela graça de Deus não permitiremos que surjam sentimentos indelicados — é melhor proclamarmos um jejum e oração, até que a luz da verdade ilumine nossa mente obscurecida, e haja uniformidade entre nós. Todos precisamos “ungir os olhos com o colírio” (Apoc. 3:18) que Cristo nos dá. A quem divergir de nós, pela graça de Deus o trataremos com ternura, abatendo nosso eu, e aprenderemos de Cristo a interagir em amor e harmonia uns com os outros, e quando tivermos o Seu Espírito em nossos corações, seremos de uma só mente nEle, Fil. 2:5, KJV. >>>>>>>>>>>>>>>>>>>> -x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x- Adaptado de "Historical Sketches of the Foreign Missions of the SDA" (Esboços Históricos das Missões Estrangeiras da IASD) de Ellen G. White pág. 124. -x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x Veja o texto inteiro na nota 1 da liç. 9 de 1/3/17.
A Mensagem do Santuário
"Assuntos como o santuário, em conexão com os 2.300 dias, os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, são perfeitamente apropriados para esclarecer o passado movimento adventista e mostrar qual é nossa presente posição, estabelecer a fé do vacilante e dar a certeza do glorioso futuro. Esses, tenho frequentemente visto, são os principais assuntos sobre que os mensageiros se devem demorar" (Primeiros Escritos, pág. 63). Mas, como povo do advento, não temos mais tempo para continuarmos a manter nossa ênfase principal nos aspectos técnicos do santuário e seus serviços. Precisamos mergulhar fundo nos aspectos práticos de seu objetivo, principalmente a sua purificação. O que Jesus quer fazer hoje na sua e na minha vida aqui, agora, para purificar o santuário do nosso coração? Qual é a aplicação prática da expiação do pecado, como focada na mensagem de 1888. Sobre esse aspecto e outros, do 3º trimestre de 2013 que estudamos sobre o Santuário, veja as introspecções que então postamos cada semana daquele trimestre. >>> Também postamos 28 artigos dia 1º/10/2013, enfáticos na praticidade da mensagem do santuário. Que Deus nos ilumine no entendimento destes sagrados temas e nos inspire ao pregá-los, >>> Ágape Edições