sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Lição 7 — O Fruto do Espírito é Bondade

A lição desta semana está focando na bondade como um fruto do Espírito, e nos fornece uma maravilhosa oportunidade para refletirmos neste presente dado por Deus e o que significa a você e a mim no contexto da mui preciosa mensagem que Deus enviou para preparar-nos para a breve vinda de Cristo (veja Testemunhos a Ministros, págs. 91-93).

Ser "bons" e referências à "minha bondade" são frequentemente declarados em contextos informais, e exclamações levianas. O foco da lição de Escola de Sabatina desta semana, no entanto não está tratando sobre a bondade do homem, mas com a bondade de Deus.

O Salmista escreve, "Louvem ao Senhor pela Sua bondade, e pela Suas maravilhas para com os filhos dos homens” (Salmo 107:8, 15, 21, 31).

O salmo 107:1 começa com a exortação "Louvai ao Senhor porque Ele é bom".

No começo, quando Deus criou nosso mundo, a Bíblia diz, "E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom" (Gênese 1:31).

O pecado entrou no mundo e tudo mudou: "E viu o Senhor que a maldade de homem se multiplicara sobre a terra, e que toda a imaginação dos pensamentos do seu coração era só má continuamente" (Gênese 6:5). Mais adiante, lemos: "Não há quem faça o bem, não há nem um só" (Romanos 3:12).

Mas o evangelho traz Boas Novas à luz. Deus não nos abandonou, embora fossemos pecaminosos. Quando Jesus deixou as cortes celestiais para vir a este mundo como nosso Salvador, anjos anunciaram Seu nascimento aos pastores, inundando os céus de noite com a boa nova: "Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo. Pois na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor" (Lucas 2:10, 11). O medo foi exatamente a primeira consequência do pecado. Adão e Eva esconderam-se de seu Criador no jardim. Mas Jesus veio a este mundo reconciliar-nos com Ele.

Esta boa nova expulsaria o medo. Incentivaria mártires por todas as eras para morrerem nas fogueiras ou à espada, seus rostos iluminados com santa alegria. Inspiraria obreiros evangélicos a enfrentarem perigos desconhecidos em terras distantes ao carregarem a semente preciosa do evangelho. Incitaria o rico a dar todo por Ele. Causaria aos que a iriam proclamar a alegrar-se nas provações e dificuldades. Esta poderosa boa nova impeliu o evangelho ao mundo numa única geração no tempo de Cristo, e esta é a boa nova que logo iluminará a terra inteira com a glória de Deus! (*Apoc. 18:1).

A transformação milagrosa do coração humano de vil a puro; a transformação que enche os seguidores de Cristo com santa ousadia, é o resultado de se contemplar a bondade de Deus por nós. Em Romanos 2:4 o apóstolo Paulo escreve, "Ou desprezas tu as riquezas da Sua bondade, paciência, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus te leva ao arrependimento"?

E. J. Waggoner diz, "não devemos tentar melhorar as Escrituras, e dizer que a bondade de Deus tende a levar homens ao arrependimento. A Bíblia diz que os leva ao arrependimento, e nós podemos estar seguros de que assim é. Cada homem está sendo dirigido em direção ao arrependimento tão seguramente como Deus é bom. Mas nem todos se arrependem? Por quê? Porque desprezam as riquezas da bondade e paciência e longanimidade de Deus, e escapam da misericordiosa direção do Senhor. Mas quem não resiste ao Senhor, seguramente será conduzido ao arrependimento e salvação" (Waggoner em Romanos, pág.. 42).

A irmã White explica o poder da bondade de Deus em conduzir-nos a Ele: "Quando Cristo os atrai, levando-os a olhar para Sua cruz, para contemplar Aquele que os seus pecados ali cravaram, ... começam a compreender algo da justiça de Cristo. ... Poderá o pecador resistir, a esse amor; poderá recusar-se a ser atraído para Cristo; se porém não resistir, será levado para Ele. O conhecimento do plano da salvação levá-lo-á ao pé da cruz, arrependido de seus pecados, que causaram os sofrimentos do amado Filho de Deus" (Caminho a Cristo, pág. 27).

Falando a um grupo (*de delegados) convocado para a sessão da Conferência Geral de 1895, o Pastor Alonzo T. Jones explora as profundezas da bondade de Deus em abandonar tudo por nós:

"Veio Jesus a este mundo e então voltou como era antes, e assim foi Seu sacrifício só por trinta e três anos? ... A resposta é (*não. Seu sacrifício) foi por toda eternidade. ... Quando Jesus Cristo deixou o céu, Ele esvaziou-Se, e mergulhou, entranhou-Se em nós (*na humanidade) ... por toda a eternidade O Pai deu-nos Seu Filho (*abriu mão dEle, renuciou-O), e Cristo deu-Se (*entregou-Se, abandonou-Se) por toda eternidade. Nunca mais irá Ele ser, em todos respeitos, como era antes. Ele deu-Se a nós. ...

* “Agora, eu não me empenho em definir isto. Eu simplesmente devo ler uma declaração a este respeito no ‘Espírito de Profecia’ para saber que isto é um fato ... e tomá-la como uma bendita verdade e deixar a implicação disto para Deus e a eternidade. Eis aqui a palavra, (*está em Caminho a Cristo, pág. 14):

‘Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu único Filho.’ Ele deu Seu Filho não somente para que vivesse entre os homens e tomasse sobre Si os pecados deles, e morresse em sacrifício por eles: Ele Se deu à raça caída. Cristo deveria identificar-Se com os interesses e necessidades da humanidade.”

(*Assim a substituição não foi Vicária, ou seja, uma simples troca de experiência, como diz Babilônia, Dan. 2:11), mas foi sim uma SUBSTIUTUIÇÃO REAL, uma experiência compartilhada. Este é o supremo presente à raça humana: Deus está desejoso de que o crente não resista à ação de Cristo vivendo nele, a fim de que a justificação se torne efetiva (Rom. 5: 17, Gal. 2:20)

"Continuando em Caminho a Cristo, pág. 14:Ele, que era um com Deus, ligou-se aos filhos dos homens por laços que nunca se romperão. Em que Ele ligou-Se a nós? — Em nossa carne; em nossa natureza (*tal qual ela é). ‘Por laços que nunca se romperão.’ ... Ele submergiu a natureza divina que Ele tinha com Deus antes que o mundo existisse, e tomou a nossa natureza; E Ele carregará a nossa natureza para sempre. Este é o sacrifício que conquista os corações dos homens. Muitos entendem que o sacrifício de Cristo foi só por trinta e três anos, e então Ele morreu a morte na cruz e voltou à eternidade, em todos os respeitos, tal como era antes. Muitos poderiam argumentar que em vista da eternidade, antes e depois, trinta e três anos não é um sacrifício infinito absolutamente. Mas quando consideramos que Ele afundou a Sua natureza na nossa natureza humana por toda a eternidade, — isto é um (*autêntico) sacrifício. Isto é o amor de Deus. E nenhum coração pode argumentar contra isto. Quer o homem creia nisto ou não, (*o fato real é que) há nisto um poder que subjuga, e o coração deve ficar em silêncio na presença dessa grandiosa verdade. E eu digo mais: desde que este abençoado fato veio a mim, que o sacrifício do Filho de Deus foi um sacrifício eterno, e todo por mim, esta palavra tem estado em minha mente constantemente: 'Descansarei suavemente perante o Senhor todos meus dias.’” (Boletim da assembléia da Conferência Geral de 1895, pág. 382, condensado do sermão nº 20, dos 26, que Jones pregou naquela assembléia).

"A fé de Roma (*herdeira de Babilônia) é que devemos ser puros e santos a fim de que Deus more conosco. (*Para os babilônicos os deuses não moravam com os homens, Dan. 2:11). A fé de Jesus é que Deus deve morar conosco, e em nós, a fim de que nós sejamos santos, ou totalmente puros" (A.T. Jones, em O Caminho Consagrado Para a Perfeição Cristâ, pág. 35, 39, da edição condensada).

"Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade" (Fil. 2:13).

Podemos dizer com confiança que Deus é bom! Qualquer obra que Ele faça em, ou, por nós, é boa. Podemos louvar ao Senhor todos os dias pela Sua bondade! E podemos convidá-Lo a revelar os frutos do Seu Espírito em nós cada dia, "Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas" (Efésios 2:10, o ‘verso para memorizar’ na Almeida Fiel).

Patti Guthrie

Patti Guthrie é uma adventista de berço. É esposa, mãe e professora dos próprios filhos. Ela é estudante da Bíblia, escritora e musicista. Faz parte do comitê de música para leigos adventistas. A família de Guthrie aparece no canal de televisão adventista Três Anjos com música tanto vocal quanto instrumental. O marido do Patti, Todd Guthrie, é médico e membro da Mesa administrativa do Comitê de Estudo de Mensagem de 1888. Ele também é ancião na sua igreja adventista local, e constantemente está envolvido em organizar e executar programas musicais para acontecimentos importantes da Igreja Adventista nos EUA e em outros países.



Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.


Pensamento sobre a bondade, adicionado pelo tradutor:

Anatole France, escritor francês, prêmio nobel de literatura em 1921, disse:

A bondade não é natural ao homem; deve ser cuidadosamente cultivada e com contínuos artifícios.” Ele acertou na primeira parte de sua declaração, mas diríamos que não há necessidade de artifício algum. Basta não resistirmos à ação de Deus em Nós. Ele está desejoso de assim agir.


Nota do tradutor:

Se você imprime estas introspecções cada semana, sugerimos que sempre o faça no sábado de manhã, pois muitas vezes fazemos correções que, devido ao aperto da nossa agenda e outros fatores, não é possível na primeira edição do texto traduzido.


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