Para 23 a 30 de novembro de 2013
Se você soubesse que
o Dia do Juízo de Deus consiste em apreciar-se "o amor incomparável de
Cristo,"1 mudaria
este fato de aspecto de temor do juízo em uma boa nova? Isto é exatamente o que
o Senhor está tentando dizer ao Seu povo remanescente nos últimos dias através
da "mui preciosa mensagem," que começou em 1888.
O tema do livro de
Sofonias é o "dia do Senhor".
Este dia envolve dois aspectos: julgamento e restauração. O julgamento
purificador vai trazer a esperança de um remanescente em todo o mundo.
A razão pela qual
Deus anunciou o dia do juízo sobre Sua antiga igreja (*na velha dispensação) é
que os líderes foram os principais responsáveis pelos males da
sociedade. O governo, o sistema judicial, e os líderes religiosos eram todos
corruptos e perversos. "Ai da
rebelde e contaminada, ... Os seus príncipes são leões rugidores, ... seus
juízes são lobos ... seus profetas são levianos, homens aleivosos; os seus
sacerdotes profanam o santuário" (Sofonias 3:1-4).
Citando Sofonias
1:15, 16, Ellen White escreve, Deus "apela para Seu povo a fim de que
desperte de sua letargia espiritual e busque Sua face com arrependimento e
humilhação."2 Mas eles
se sentam," gordos e preguiçosos,
divertido-se e relaxando" (Sofonias 1:12, Edição A Menssagem, por Peterson3). Eles
não se sentem ameaçados pelo julgamento de Deus de modo algum.
Eles demonstram
orgulho e arrogância. "Esta é a
cidade alegre, que vive despreocupadamente, que diz no seu coração: Eu sou, e
não há outra além de mim" (Sofonias 2:15). Orgulho de poder
institucional permanente e de rápido crescimento estatístico, pode não ser a
medida de sucesso para o povo de Deus. "Não é aconselhável abrir mais
campos do que podem ser muito bem trabalhados." Porque tem havido,
"primeiramente egoísmo" nos “corações dos obreiros, ... ciúmes, ruins
suspeitas; invejas construíram barreiras entre vocês e Deus, tornando-se
impossível para o Senhor fazer a Sua obra .... "4
O grande problema da
igreja antiga eram seus professores, pregadores e eruditos. "Os profetas são irresponsáveis e traiçoeiros; o sacerdotes profanam o que é sagrado (*o Santuário, Alm. Fiel), e torcem a lei de
Deus em seu próprio benefício" (Sofonias 3:4, versão Boas Novas). O espírito de profecia nos
alertou que "toda a variedade de erro será apresentada no misterioso
trabalho de Satanás, que, se possível fora, enganaria até os escolhidos (*Mat.
24: 24), e os afastaria para longe da verdade. Haverá sabedoria humana para
defrontar, a sabedoria de homens instruídos, que, como os fariseus, são mestres
da lei de Deus, mas eles mesmos não a obedecem".5
Há muita sabedoria
humana para defrontar nas teorias da justificação pela fé que menosprezam a lei
de Deus. Em outras palavras, há "evangelhos" sendo ensinados e
proclamados que são antinomianismos6.
Qualquer evangelho
que ensina que a vida eterna é oferecida a todos, mas não faz nenhum bem a você
até que creia e tenha uma relação salvadora com Jesus, faz da fé uma obra
humana que inicia a salvação pessoal. O apelo é para o arrependimento
individual, porque há um céu a ganhar e um inferno a evitar (*este é um apelo
ao ego). A motivação é salvar sua própria alma individual. Mas não há interesse
próprio na lei de amor de Deus. Se alguém pode ser salvo em seu egoísmo, esse
evangelho é contrário à lei).
Na medida em que esta
visão da justificação pela fé, e variações dela, se infiltraram em nosso
pensamento através de nossas instituições educacionais, mídia impressa,
políticas administrativas e agências evangelísticas, o ministério do juízo
investigativo de nosso Sumo Sacerdote busca revelá-los a nós a fim de purificar
o Seu povo.
A única autêntica
justiça pela fé é o evangelho do santuário. O que Cristo realizou na cruz é uma
eficaz inversão salva-vidas da condenação
trazida sobre a raça humana pelo primeiro Adão. Cristo tem realmente dado a "absolvição e vida" a cada um
(Rom. 5:18, edição da Bíblia Inglesa
Revisada). Seu divino amor sacrifical derrete o coração humano em
arrependimento pelo pecado, para que a fé aprecie o que custou ao Filho amado
de Deus morrer a segunda morte do pecador. Ela recebe a expiação que Deus dá
(Romanos 5:11). Isso significa que a fé opera por amor e é obediente a todos os
mandamentos de Deus.7 Este
evangelho está em harmonia com a lei de Deus. É "a verdade do evangelho", revelada a partir do santuário.
Em um artigo
intitulado "A Igreja de Laodicéia,"
Ellen White faz a aplicação do livro de Sofonias ao Israel moderno.
"Aqueles que trabalham no temor de Deus para livrar a igreja de obstáculos,
e para corrigir graves erros, para que o povo de Deus possa ver a necessidade
de abominar o pecado, e que eles possam prosperar em pureza, e o nome de Deus
seja glorificado, sempre irão defrontar influências opositoras dos não
consagrados. Sofonias descreve o verdadeiro estado desta classe, e os terríveis
juízos que virão sobre eles."8
Enquanto a mensagem à
igreja de Laodicéia é dada, haverá duas opostas "confissões de pecado," uma verdadeira e outra falsa:
"Confissões de pecado feitas no momento certo para justificar o povo de
Deus será aceito por Ele. Mas há aqueles entre nós que farão confissões como a
de Acã, tarde demais para salvar a si mesmos ... Eles desprezam o testemunho
direto que atinge o coração, e se alegrariam em ver silenciada cada pessoa que
faz censura."9
O temido "juízo investigativo" é
preciosa boa nova; os livros do céu são meros reflexos fiéis de nossos
corações; a sua "purificação"
no santuário não pode ser feita até que, primeiro, nossos corações aqui na
terra sejam purificados. O Senhor vai fazer isso, se nós pararmos de impedi-Lo!
Alguém tem nos feito
passar fome de nossa nutrição espiritual dada a nós por Deus, se o medo domina
nosso pensamento sobre um juízo
pré-advento, pois João diz que "o
perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena"
(1ª João 4:18, a NVI diz “porque o medo
envolve castigo”). Se o medo ainda está lá, então uma verdadeira
compreensão do Evangelho está ausente! Seria impossível para tal medo prender a
atenção da nossa juventude neste século 21, se "nós" tivéssemos
aceitado "a mui preciosa mensagem" na época de 1888 e desde então. A
ideia especial, Ágape (amor), é a
ideia básica da mensagem, e é esse Ágape
que "lança fora o temor."
Será uma muito
esperada união de corações — Cristo e Seu povo — Sua igreja. A união será tão
próxima quanto a de uma noiva com seu marido (Apoc. 19: 7 e 8). O juízo pré-advento que assusta
a muitos se torna como a alegria de um casamento! "Regozijemo-nos e alegremo-nos" é o clamor do coração
daqueles que abrem seus corações para a "mui preciosa mensagem de graça
muito mais abundante” (*Rom. 5: 20). É o que o Espírito Santo tem procurado
imprimir em nossos corações todas essas muitas, muitas décadas!
Mas, por favor,
lembre-se, isso não é "graça barata". Tal mui abundante graça motiva
o crente à devoção sem fim, total obediência à lei de Deus (não por temor, mas
por alegria), total reconciliação de coração com Ele. Vamos parar de resistir a
Sua graça!
-
Paul E. Penno
Notas (a 3ª e a 6ª são
do tradutor):
[1] The Ellen G. White
1888 Materials, p. 1076.
[2] Ellen G. White, O Grande Conflito, pág. 311.
3) A versão “A
Mensagem — A Bíblia em linguagem contemporânea,” do pastor presbiteriano
Eugene H. Peterson. A Almeida Fiel diz: “Castigarei os homens que se espessam como a borra do
vinho, que dizem no seu coração: O SENHOR não faz o bem nem faz o mal.”
[4] "What
Might Have Been Accomplished If Selfishness Had Been Eradicated." [O
que Poderia Ter Sido Feito se o Egoísmo Tivesse Sido Erradicado]. Manuscript Releases, vol. 11, págs.
80-81. Carta 3, 1892 (de Ellen G. White para Will D. Curtis, 16 de janeiro de
1892).
[5] Ellen G. White, no
artigo "Perigosas Doutrinas
Errôneas," Publicado em Signs of
the Times, de 27 de Março de 1884.
6) “O antinomianism no cristianismo é
a crença de que, sob a dispensação do evangelho da graça, a lei moral é inútil,
não havendo obrigação de observá-la, porque somente a fé é necessária para a
salvação. O antinomianism e a doutrina protestante sola fide (justificação pela fé) são historicamente relacionados. Comumente
visto como o oposto teológico ao antinomianismo é a noção de que a obediência a
um código de lei religiosa ganha a salvação, como legalismo ou salvação pelas
obras, ou judaizantes. O termo "antinomianismo" surgiu logo após a Reforma
Protestante (c.1517) e, historicamente, tem sido usado principalmente como um
termo pejorativo contra os
pensadores cristãos ou seitas que levaram a sua crença na justificação pela fé,
mais do que era costume. Um exemplo foi a crítica ao antinomianismo por Martinho
Lutero, e outro foi a controvérsia antinomianista
do século XXVII da Colonia da Baia de Massachusetts.
Embora o termo seja do século 16, o tema tem suas raízes em visões cristãs sobre
o antigo concerto (*de Êxodo 19:8 e 24:7), e se estende até o primeiro século. O
antinomianismo também pode ser usado em relação a qualquer pessoa que rejeita a
moralidade social estabelecida. No entanto, alguns grupos, fora do anarquismo,
como o anarquismo cristão ou anarquismo judáico, explicitamente se
auto-denominam ‘antinomiano’.” (colhido da Wikipedia, the free enncyclopedia).
“ANTINOMIANISMO.
De anti, ‘contra,’ e nomos, ‘law,’ e significa uma atitude de
hostilidade para com a lei, especialmente de cristãos contra a lei, incluindo o
decálogo. Vestígios de antinomianismo eram evidentes entre os gnósticos
maniqueístas do terceiro século, e através da Idade Média. Originou-se como um
fenômeno teológico distinto com o alemão Johanes Agrícola (1494-1566),
(*Reformador protestante que, embora sendo amigo de Lutero, se opôs a ele na questão da imposição da lei sobre os
cristãos), cujos pontos de vista eram condenados pela Fórmula de Concorde em
1577. Durante os séculos XXVI e XXVII o antinomianismo apareceu na Inglaterra,
onde seus advogados eram conhecidos como ‘Ranters’. São encontrados hoje
em certas formas de dispensacionalismo.
“A
antítese de antinomianismo é nomianismo, o qual se manifesta como legalismo,
isto é, a ideia de que a salvação pode ser obtida por estrita submissão aos
requerimentos legais ao invés de pela fé de Jesus Cristo. Os adventistas do 7º
dia crêem que legalismo e antinomianismo são igualmente contrários ao espírito
do evangelho. Eles [nós] vemos os dez mandamentos e a graça não como se auto
excluindo, mas como harmônicos entre si (Rom. 1:7; 3:31; 5:1; 7:12).Para os
adventistas do 7º dia, salvação é pela graça somente, mas a obediência a toda a
vontade revelada de Deus, incluindo o decálogo, é fruto da fé” (Enciclopédia Adventista, vol. 10 da
série SDABC, páginas 57 e 58)
“Preciosa
era a mensagem que [Lutero] levava às ávidas multidões, que ficavam embevecidas
ante suas palavras. Nunca dantes tais ensinos lhes haviam caído aos ouvidos. As
alegres novas do amante Salvador, a certeza de perdão e paz mediante Seu sangue
expiatório, alegravam-lhes o coração, inspirando-lhes imorredoura esperança”
(E. G. White, em O Desejado de Todas as
Nações, pág. 126).
“A função do
decálogo é condenar (*provar a culpabilidade) o pecado, mas a lei não tem poder
para perdoar. O perdão vem, exclusivamente, pela justificação através da fé de
Jesus” (Enciclopédia Adventista, vol. 10 da
série SDABC, pág. 58)
[7] Testemunhos
Para Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 91 e 92.
[8] Ellen G. White, no artigo, "A Igreja de Laodicéia," publicado
na Review and Herald, de 23 de
setembro de 1873.
[9] Ibidem.
Nota: O vídeo dessa lição do Pastor Paulo Penno está na
Internet em inglês em: http://1888mpm.org
Paulo Penno é pastor
evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da
Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading
Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério
há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de
Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de
Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva
Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele
escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja
Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos
sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também
pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E.
Penno Junior. Você pode
vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na
igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99