quinta-feira, 13 de março de 2014

Lição 11 - Discipulando líderes espirituais, por Roberto Wieland



Para 8 a 15 de março de 2014

Esta lição se concentra em como Jesus selecionou seus apóstolos originais, os doze, e como Ele os treinou para "darem continuidade ao trabalho depois que Ele partisse." Este é um tema interessante, e muito importante, e nós encorajamos nossos leitores a estudarem os textos bíblicos e as fontes citadas na lição. No entanto, essas introspecções desse blog se concentram na "dinâmica da mensagem de 1888," por isso vamos relatar um evento que ocorreu no início da história da Igreja Adventista do Sétimo Dia, e que diz respeito aos nossos "líderes espirituais." O Espírito Santo os tem "discipulado" já há 125 anos para aceitarem a "mui preciosa mensagem" (Test. Para Ministros, pág.  91) que o Senhor deu à nossa igreja em 1888.
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George Santayana sabiamente disse: "Aqueles que não conseguem se lembrar do passado estão condenados a repetí-lo."1 Podemos muito bem parafraseá-lo dizendo que uma denominação que não se lembra de seu passado está fadada a repeti-lo. Aparentemente, temos de conhecê-lo antes de a comissão evangélica poder ser terminada: "O Senhor declarou que a história do passado repetir-se-á ao entrarmos na obra finalizadora."2
Se o tempo está próximo para esta "obra finalizadora" (como esperamos), podemos também crer que o tempo chegou, quando a "história do passado" de 1888 deve ser fiel e honestamente "estudada." "Nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado.”3 Pela primeira vez na história não devemos repetir a história.
O antigo Israel falhou nas fronteiras da Terra Prometida e teve que voltar para quarenta anos de peregrinação no deserto. Moisés enviou doze homens, "cabeças dos filhos de Israel" (Num. 13:3) para "expiar" (vs.16) a Terra Prometida, “se era um país fácil ou difícil para se viver nele," (vs. 18, = New English Bible, Nova Bíblia em Inglês).  Dez "expias" pensaram que era "difícil" (vs. 31 a 33) e apenas dois pensaram "ser fácil. ... Vamos subir de uma vez e ocupar o país" (vs. 30, NEB).
Muitos atentos adventistas do sétimo dia têm compreendido este episódio como um "tipo" e nossa história de 1888 e suas consequências como o "antítipo." Em 1888 o Senhor enviou dois "mensageiros" para "explorar" a consumação da comissão evangélica, que trouxe um relatório que (*sua conclusão) é "fácil," ao invés de "difícil," se simplesmente crermos na palavra do Senhor. Ele optou por enviar a mensagem primeiro aos “líderes” da igreja em uma Sessão da Conferência Geral.4
Ao longo de suas sete décadas de serviço como mensageira especial para a igreja remanescente, Ellen White demonstrou mais do que habilidade humana para discernir problemas graves sob a superfície. Nunca foi seu dom profético mais claramente visível do que em sua compreensão da mensagem de 1888 e sua história. Por exemplo, uma declaração familiar aos leitores atuais da Escola Sabatina (*pelo menos aos leitores destas introspecções neste blog:
"Em Sua grande misericórdia, enviou o Senhor uma mui (sic.) preciosa mensagem a Seu povo por intermédio dos pastores [E.J.] Waggoner e [A.T.] Jones. ... Esta é a mensagem que Deus manda proclamar ao mundo, ... que deve ser proclamada com alto clamor, e regada com o derramamento de Seu Espírito Santo em grande medida".5
Frequentemente ela se referiu à mensagem como o derramamento inicial da Chuva Serôdia do Espírito Santo.6 Como o cultivo de um fazendeiro precisa de chuva; se a colheita está próxima, assim a chuva serôdia “é necessária para que a ‘semente’ possa germinar e ser colhida. ... Caindo perto do fim da estação, esta última chuva, a serôdia, amedurece o grão e o prepar para a foice. ... O amadurecimento do grão representa a terminação do trabalho da graça de Deus na alma. ... que prepara a igreja para a vinda do Filho do homem."7 Acusações caluniosas de Satanás contra Deus não podem nunca ser silenciadas, e "o grande conflito" resolvido para o governo de Deus, até que o Seu povo creia e receba essa "conclusão" de graça "na alma." Ellen White falou aberta e francamente sobre como se preparar para a "trasladação" e isto era já lá naquela geração.8
Ela também disse que os “líderes" de Israel, (*os delegados na assembléia de Mineápolis) recusaram a mensagem. “Satanás teve êxito em afastar do povo, em grande medida o poder especial do Espírito Santo. ... Sofreu resistência a luz que deve iluminar toda a Terra  com a Sua glória, e pela ação de nossos próprios irmãos (líderes) tem (a mensagem) sido, em grande medida, conservada afastada do mundo."9 O plano de Deus era (1º) dar a mensagem primeiro para a liderança, (2º) esta a daria aos leigos, e (3º) a igreja unida a daria ao mundo.10
"Se o propósito de Deus tivesse sido realizado, em dar a mensagem de misericórdia ao mundo, Cristo teria vindo e os santos teriam recebido as boas-vindas para a cidade de Deus."11
Como a história de Israel em Cades-Barnea, pode qualquer aspecto de nossa história ser mais importante do que a nossa preparação para o selamento, a nossa recepção da chuva serôdia , a doação do alto clamor, e uma preparação para a segunda vinda de Cristo?
Mas há uma tranquilizadora Boa Nova. A verdade da história Adventista do Sétimo Dia não indica que o Senhor rejeitou (ou rejeitará) o Seu povo. "A igreja talvez pareça como prestes a cair, mas não cairá. Ela permanece, ao passo que os pecadores de Sião serão lançados fora no joeiramento — a palha separada do trigo precioso."12
Uma de duas coisas vai ter que "acontecer": ou a convicção de que "o Senhor nos tem guiado, e Seu ensino em nossa história passada," ou que a igreja deixou de ser o agente que o Senhor vai empregar para terminar Sua obra na terra13 (este autor se recusa a aceitar qualquer uma destas duas hipóteses). A única opção razoável parece ser que teremos que render nosso orgulho espiritual, e deixar a nossa "glória" ser lançada" ao pó." Isto é o que acontece ao aceitar a verdade plena do "ensinamento do Senhor em nossa história passada."
Será uma verdadeira justificação pela fé, a mensagem vai iluminar a terra com glória e clamar ao povo de Deus expectante:  “—Sai dela [de Babilônia], povo Meu."


Compilação feita pelo
“Comitê de Estudos da Mensagem de 1888,”
dos escritos do Pr. Robert J. Wieland



Notas:

[1] The Life of Reason  ["Razão em bom senso"]   vol. 1. Jorge Agustín Nicolás Ruiz de Santayana y Borrás, (1863-1952) foi um filósofo, escritor, poeta e novelista espanhol;
[2] Mensagens Escolhidas, livro 2, pág. 390;
[3] Mensagens Escolhidas, vol. 3, pág. 162; Life Sketches of Ellen G. White, pág. 196 (grifo nosso);
[4] Ellet J. Waggoner comunicou suas convicções ao presidente da Associação Geral, Pr. George I. Butler, em uma carta datada de 10 de fevereiro de 1887, e publicou, "quase dois anos depois" (O Evangelho em Gálatas). A evidência parece clara que a oportunidade de aceitar a luz foi dada aos "cabeças dos filhos do Israel" (Num. 13:3) moderno (*a liderança da igreja adventista) em uma sessão oficial de seu órgão máximo deliberativo da igreja (*—ocorrida em Mineápolis, estado de Minessota, em 1888);
[5] Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos , págs. 91 e 92;    
[6] Ver Primeiros Escritos, págs. 271, 279, e em outros livros do Esp. de Profecia;                                      
[7] Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, pag. 506;                   
[8] Review and Herald, 4 de março de 1890, etc.                                                  
[9] Mensagens Escolhidas, livro, págs. 234 e 235;                                                
[10] Ver Review and Herald Extra, de 23 de dezembro de 1890, e há ainda outras fontes que podem ser pesquisadas;               
[11] Review and Herald, de 24 de dezembro de 1903. Esta declaração foi repetida diversas vezes pela serva do senhor;                                     
[12] Mensagens Escolhidas, livro 2, pág. 380;
[13] Esta é a conclusão que muitos grupos dissidentes zelosos defendem;

O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local.
Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral:
1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e
2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de Ellen G. White.
38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888.
Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido.

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