sexta-feira, 28 de março de 2014

Lição 13: O Custo do Discipulado, por Paulo Penno



Para 22 a 29 de março de 2013

A última lição deste ciclo de estudos sobre "Discipulado” nos incita a perguntar: O que "custará" a Laodicéia para estar em parceria com Cristo, nosso Sumo Sacerdote em Sua missão no mundo? Há uma diferença entre o cumprimento da Grande Comissão: —"Ide ... e ensinai [discípulo] todas as nações" — antes de 1844 e sendo co-obreiros com o Ceifeiro durante a purificação do santuário.
Vai custar a Laodicéia tudo o que ela acha que sabe sobre a justificação pela fé, em troca de uma apreciação do que custou ao Filho de Deus obter a justificação pela fé, que é paralela e consistente com a expiação. Esta é a "ofensa" da mensagem de 1888.
*Ellen G. White na Carta S24, 1892, disse “Eu sei que naquele tempo (1888 e anos que se seguiram) o Espírito de Deus foi insultado" (grifamos). Para maior esclarecimento leia o capítulo 21 de Mensagens Escolhidas, vol. 3, págs. 156 em diante.
Por que o discipulado e a devoção de Laodicéia a Jesus são mornos e sem brilho? A Testemunha Verdadeira diagnostica a doença dela que está causando-Lhe náusea aguda — "Eu estou a ponto de (*mellou,” no grego) vomitar-te da Minha boca" (Apoc. 3:16). (*Muitos dizem ser a igreja Adventista uma igreja vomitada, rejeitada, mas este não é o caso como se vê da versão grega, mesmo porque Jesus ainda apela a ela).
Esta advertência é paralela à que Cristo dá àqueles que dizem: "Senhor, Senhor, abre-nos; ... Digo-vos que não sei de onde vós sois; apartai-vos de Mim, vós todos os que praticais a iniquidade. Ali haverá choro e ranger de dentes ... vós mesmos lançados fora" (Lucas 13:25-28). Esta palavra iniquidade é uma terrível palavra." "Nós instintivamente a passamos para os nossos vizinhos guardadores do domingo.
O que precisamos entender é que a devoção perfeitamente apropriada durante o ministério do Sumo Sacerdote no Lugar Santo (*o 1º compartimento) torna-se "iniquidade" quando contrastado com o incomparavelmente maior alcance de Seu ministério no Santo dos Santos (*a câmara interior, também chamada de “Santíssimo”)! A experiência cristã perfeitamente aceitável nos tempos anteriores à purificação do santuário se torna "mornidão" em nossos dias. Para nosso Sumo Sacerdote, não há pecado mais nauseante do que este.
A Testemunha Verdadeira afirma que a compreensão de Laodicéia da justificação pela fé é a de antes de 1844. E, além disso, ela não tem fome e sede de justiça. Sua confissão é: "Eu sou rica, e aumentada de bens, e não preciso de nada." De acordo com o Conselheiro Celestial ela não conhece sua condição espiritual: "Não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu" (Apoc. 3:17).
A Testemunha Verdadeira fala “ao anjo da igreja em Laodicéia" (Apoc. 3:14). "O anjo" é a liderança da Igreja Adventista do Sétimo Dia que involuntariamente levou a igreja a uma compreensão egocêntrica da justificação pela fé que proclama ao mundo como sendo sua comissão evangélica.
Sabemos que Jesus desafia a Igreja Adventista a respeito de sua mensagem, porque Ele apela para uma correção de curso. "Aconselho-te que de Mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, para que te vistas" (Apoc. 3:18). O Salvador não poderia ser mais claro. As "vestes brancas," de que Laodicéia carece é, obviamente, vestes de justiça. Esta roupa é "ouro provado no fogo." Além disso, o Mercador Celestial comercializa seu produto para ela. Ela deve "comprar de Mim ouro."
O "ouro" de que Ele fala é a fé e o amor. "O ouro provado no fogo é a fé que opera por amor. Somente isto pode nos pôr em harmonia com Deus. Podemos ser ativos, podemos fazer muito trabalho, mas sem o amor, amor como o que há no coração de Cristo, nunca poderemos ser contados na família celestial."1
Seu problema não é uma deficiência em ser "muito ativo" (*não fazer muito trabalho). O "ouro" que nos falta não é mais atividade febril. Porque já somos verdadeiramente "ricos" interiormente. Nossa necessidade é básica. Em relação ao próprio "ouro," a Testemunha Verdadeira diz que o nosso caixa do tesouro está vazio.
Por que "comprá-lo"? Por que Ele não diz: "Pede-me, e Eu o darei a você"? Será que devemos entregar as nossas falsas concepções de justiça pela fé em troca da verdade? Esses "bens" nós possuímos: "Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido" (Apoc. 3:17).
A pena da inspiração escreve: "Que maior engano pode sobrevir à mente humana do que a confiança de estar correto, quando se está totalmente errado! A mensagem da Testemunha Verdadeira encontra o povo de Deus em triste engano, todavia sincero nesse engano!... Aqueles  que são abordados se lisonjeiam de achar-se em exaltada condição espiritual ... seguros em suas realizações ... ricos em conhecimento espiritual."2 (*Grifos nossos).
O "preço" que precisamos pagar é "decepção," falso “conhecimento espiritual". Em outras palavras , devemos abandonar as nossas falsas ideias e enganos sobre justificação pela fé, a fim de "comprar" o "ouro."
Está o nosso Senhor tentando nos dizer que nós realmente não entendemos o que o amor realmente é, e, portanto, não podemos ter a verdadeira fé? É o "anjo" da igreja destituído de tal “amor como o que há no coração de Cristo"?
Existem duas grandes ideias antitéticas (*opostas) de "amor". Uma veio do helenismo e é o tipo de "amor" que as igrejas evangélicas populares aceitam hoje. A outra é completamente diferente, e é o tipo de amor que pode ter sua origem apenas no ministério do verdadeiro Sumo Sacerdote em Sua purificação do santuário celestial.3
O próprio Cristo deixa claro o que a fé do Novo Testamento é, e a Sua visão é diferente da do "ministério popular" (*das igrejas evangélicas): "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que crê ... " (João 3:16). O amor de Deus é a primeira coisa, e até que aquele amor seja revelado, não pode existir o "crer". Como resultado de Seu "amor" e de Sua "dádiva," o pecador acha possível "acreditar ." Fé é uma experiência de coração, "obra do coração" para emprestar a frase de Ellen G. White, e não pode existir até que o amor de Deus seja entendido e apreciado.
O "crente" não é motivado por um medo de "morrer" ou uma ávida consideração pela "vida eterna". A principal causa da fé é "Porque Deus amou." Os resultados do amor de Deus são "que deu o Seu Filho unigênito" e "que todo aquele que crê." O crer é um resultado direto de Deus amando o mundo.
Assim a definição clara de Jesus: A fé é uma apreciação de coração do amor de Deus revelado na cruz. Uma sutil mudança ocorreu na Igreja Adventista do Sétimo Dia a respeito de sua compreensão da justificação pela fé. Uma esperança adquirida de recompensa é apresentada diante do povo e para o mundo, para compensar o "custo" do discipulado agora. Esse egocentrismo é antitético (*contrário) ao "ouro" da justiça de Cristo. Quando a fé e o amor são verdadeiramente testados, será revelado que fonte produziu a justiça — se foi o eu ou Cristo? 

- Paul E. Penno


Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99

Notas:

[1] Parábolas de Jesus, pág. 158.
[2] Testemunhos Para a Igreja , vol . 3 , págs. 252 , 253.
[3] Primeiros Escritos, págs. 55 e 56.
*Adendo a esta nota 3 sobre O Verdadeiro amor.
*Como Deus define o conceito de amor:

Leia Primeiros Escritos, a partir da pág. 54 até 56, e, a seguir as ideias abaixo da irmã Arlene Hill (uma fiel adventista, professora da escola sabatina em sua igreja na cidade de Reno, estado de Nevada, nos EUA.  Profissionalmente foi advogada, no estado da Califórnia, estando hoje aposentada):
À mensageira especial à nossa igreja, Ellen G. White, foi dada uma visão que demonstra a importância do entendimento como Deus define o conceito de amor:
"Os que se levantaram com Jesus enviavam sua fé a Ele no santíssimo [o Apartamento também chamado de Santo dos Santo], e oravam, 'Meu Pai, dá-nos o Teu Espírito’. Então Jesus assoprava sobre eles o Espírito Santo. Nesse sopro havia luz, poder, e muito amor, alegria e paz” (Primeiros Escritos, págs. 55).
*Agora observe o contraste;
"Virei-me para ver o grupo que ainda estava curvado perante o trono [que não tinha seguido Cristo, pela fé ao Santíssimo]; eles não sabiam que Jesus havia deixado o Lugar Santo. Satanás parecia estar junto ao trono, tentando conduzir a obra de Deus. Os vi olhar para o trono, e orar, ‘Pai, dá-nos o Teu Espírito’. Satanás então inspirava-lhes uma influência má; nela havia luz e muito poder, mas nenhum suave amor, alegria e paz" (idem, pág. 56).
 (*A dupla ênfase nestes últimos dois parágrafos é nossa):
Note as diferenças, Satanás não podia falsificar "amor, alegria e paz". A vida e morte de Jesus revestiu uma obscura palavra grega, Ágape, e sua resposta humana, fé, com realçado significado, que virou o “mundo antigo de ponta cabeça" (*Atos 17:6, na KJV, ou, “de cabeça para baixo”).
"Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra e glória na revelação de Jesus Cristo" (1ª Pedro 1:7).
                                     

*Podemos nós, egoístas que somos, amar como Deus ama, com  Ágape?

 

Para respondermos a esta indagação é útil revermos o artigo que já postamos antes neste blog: “Amor, a Palavra que Alvoroçou o Mundo,” Pelo pastor Roberto Wieland.

 “Deus é amor’ O Amor é uma característica central de Seu caráter,’ e ‘deve ser também a do nosso.’ ‘Aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele. Infelizmente, a palavra amor hoje é aplicada a muitas coisas’ ... que ‘não passam pelo teste do verdadeiro amor divino, ... que é totalmente diferente, ... afeta toda a nossa existência, nosso estilo de vida, nosso modo de nos relacionar com os outros.” “A palavra Ágape expressa melhor a generalidade e imparcialidade do amor de Deus, como se vê em Cristo.”

Isto é belamente explicado pelo Pr. Roberto Wieland naquele artigo:



Nota: "Esta introspecção, e o vídeo desta lição 13, do Pastor Paulo Penno estão na Internet em: http://1888mpm.org

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