quinta-feira, 24 de abril de 2014

Lição 4 - Cristo e a Lei no Sermão da Montanha, por Arlene Hill



Para 19 a 26 de abril de 2014



A palavra evangelho tem o significado embutido nela de Boa Nova (*“evangelho do reino," Alm.). Nós lemos que "Jesus veio ... proclamando a Boa Nova de Deus" (Mar. 1:15, O Novo Testamento na versão de William Barclay). Sua mensagem formou-se em caminhos para a felicidade. Ele começou Seu famoso Sermão da Montanha, com nove confiáveis prescrições de cura, cada uma começando com a expressão, "Bem-aventurados os que ... " (ver Mat. 5:3-12, “Felizes os que ...” em algumas versões, como a TEV que traduz Happy are they ...” ) .
Muitas pessoas veem isso como uma "pegadinha." Não podemos receber a bênção, a felicidade, a menos que façamos alguma coisa impossível, (*e se é impraticável) então, por que tentar? Você pode se surpreender ao notar que nenhuma daquelas nove "bem-aventuranças” nos diz o que fazer, a fim de ser "feliz", como se Jesus fosse um guru propondo um programa de obras. A ênfase na mensagem de boas novas de Jesus não consiste em fazer alguma coisa boa a fim de ser feliz, mas crer em nas "boas novas".
Se a felicidade depende de eu fazer o que é certo, sempre vou me deparar com o obstáculo de perceber que eu não posso fazer tal coisa corretamente. Não importa o quanto eu tente, há sempre um elemento de falha ou de omissão. Mesmo se eu fizer tudo o que seja aparentemente perfeito, Deus vê o coração, e o que vai ser de mim se eu não fiz aquilo certo? Se Deus me promete algo bom na condição de que eu preciso primeiro cumprir determinados pré-requisitos, os quais eu devo executar por mim mesmo, as Suas promessas são fadadas a gorar porque eu não posso executar estes requesitos. Deus pode me prometer o céu, mas é um truque cruel se Suas promessas são anuladas por alguma condição impossível.
Os judeus começaram a acreditar que o ato de trazer um cordeiro para o sacrifício era o que os fazia perfeitos. Esqueceram-se de que todos esses rituais e sacrifícios eram tipos, apontando para o sacrifício de Cristo, que podia fazer as pessoas perfeitas pela fé. O autor de Hebreus explica que "quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno Se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo" (Heb. 9:14).
Podemos pensar que nunca poderíamos cair nesta armadilha, mas é fácil tornar-se inseguro quando vemos quão pecadores somos. Nossa lição desta semana usa o que Jesus disse no sermão da montanha sobre os mandamentos contra o assassinato e o adultério para ilustrar o padrão elevado de perfeição. Se formos honestos com nós mesmos, percebendo quão pecaminosos nossos motivos e atitudes são, nos faz ficar nervosos. Esse sentimento de culpa nos obriga a "fazer alguma coisa!" para assegurar-nos que estamos no caminho certo. Mas Hebreus nos diz que um "Deus vivo" não quer que a gente O sirva com "obras mortas" (*ver Heb. 9:14).
"O que são obras mortas? A morte é consequência do pecado. Obras mortas, portanto, são obras que têm pecado em si. Então, remover da consciência as obras mortas, é a completa exclusão do pecado da alma, pelo sangue de Cristo, pelo Espírito eterno, eis que na vida e obra do crente em Jesus o pecado não terá lugar; as obras serão apenas obras de fé, e a vida deve ser apenas a vida de fé, e então serão verdadeiro e puro "serviço ao Deus vivo" ( A. T. Jones, O Caminho Consagrado à Perfeição Cristã, pág. 83 (edição Boas Novas).
Quando guardamos a lei, porque queremos ir para o céu, nossa guarda da lei é realmente pecado. Por quê? Nossas ações podem ser boas, mas a nossa motivação é egocêntrica. Nós não estamos preocupados com, ou em demonstrar ao mundo e ao universo que Deus pode escrever Sua lei em nossos corações; nós só queremos chegar ao céu. É a vontade de Deus que todos sejam levados ao arrependimento e estejam dispostos a participar do processo por vezes doloroso de santificação e perfeição. "A santificação é a verdadeira guarda de todos os mandamentos de Deus. Em outras palavras, isso quer dizer que a vontade de Deus em relação ao homem é que Sua vontade seja cumprida perfeitamente no homem. Sua vontade é expressa em Sua lei dos Dez Mandamentos, que é "o dever de todo homem" (*Ecles. 12:13). Esta lei é perfeita, e perfeição de caráter é a expressão perfeita desta lei na vida do adorador de Deus ... " (idem, pág. 86) .
"Embora os Dez Mandamentos contenham uma declaração da vontade de Deus, que é a perfeição da sabedoria e verdade, eles são apenas uma afirmação, não a coisa em si, da mesma forma como a imagem de uma casa não é uma casa, embora possa ser uma imagem perfeita. Meras palavras escritas em um livro ou gravadas em pedra não têm vida; ... mas sabemos que a lei de Deus é a vida eterna. Somente em Cristo pode a lei viva ser encontrada, já que ele é a única manifestação da Divindade.
"Quem tem a vida de Cristo habitando nele, tem a lei perfeita de Deus manifesta em sua vida. Mas aquele que tem apenas a letra da lei, e não Cristo, tem apenas a forma da ciência e da verdade” (E. J. Waggoner, em Waggoner sobre Romanos, págs. 2, 50 e 51 ) .
Muitos hoje se contentam em tentar o melhor que podem para levar uma vida moral, e pensam que Deus vai fechar os olhos para suas deficiências já que todo mundo sabe que é impossível guardar a Sua lei perfeitamente. Racionalizam que nunca mataram ninguém, ignoram que tolerar o pecado na vida deles contra a vontade de Deus é colocar a vontade deles no lugar de Deus. Desde que a lei de Deus é um reflexo de Seu caráter de amor, e Ele é o amor, isto é o mesmo que desejar que parte dEle viesse a morrer. Lúcifer deu lugar ao seu orgulho e queria ser Deus.
O mesmo pode ser dito quanto a roubar. Mais uma vez, muitos acreditam que guardam este mandamento na maior parte das vezes, (bem, talvez eles furtem "pequenas" coisas, mas não muito frequentemente). Mas a maioria das pessoas admitem que fiquem aquém do mandamento quando eles descobrem que Deus considera a retenção do dízimo e ofertas como "roubar" a Deus (Mal. 3:8, 9).
É frustrante dar uma olhada séria no que Deus espera dos observadores da lei. É o suficiente para erguer as mãos e dizer com Paulo: "Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado" (Rom. 7:24,25). É uma boa nova, embora até que a nossa carne seja mudada (isso levará apenas um piscar de olhos), a natureza pecaminosa frustrante vai puxar-nos em direção a nós mesmos.
Uma das grandes verdades da mensagem de 1888 que Deus deu a nossa igreja através de Jones e Waggoner, é que o nosso Salvador "condenou o pecado na carne," conquistando o problema para a raça humana. Ele para sempre baniu o pecado no vasto universo de Deus, derrotando-o em seu último covil — nossa caída, pecaminosa carne humana. Por causa dEle, agora não há razão para qualquer ser humano continuar a viver sob o "domínio" terrível do pecado. Cristo venceu o pecado na Sua carne (que é a mesma carne que você e eu temos), e pela fé, temos Sua vitória. Louvado seja Deus!


--Arlene Hill


A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642.
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