terça-feira, 16 de setembro de 2014

LIÇÃO 12 - Morte e Ressureição, por Roberto Whieland



Para 13 a 20 de setembro de 2014


A sensação persistente de fome perturba a muitos. "Eu me pergunto se a mensagem de 1888 é importante o suficiente para tomar o meu tempo?" É. É o que a fome do coração adventista anseia. A razão por que bate em você como um trovão. Essa mensagem, dada a mais de um século atrás, era o "início" de uma explosão sem precedentes desde os primórdios do Cristianismo na conquista de almas. Foram os iniciais "aguaceiros da chuva serôdia do céu," a refrescante Boa Nova para a qual um mundo assolado pela seca estava faminto.
Foi para "iluminar a terra com glória," uma luz que penetraria os corações honestos do islamismo, hinduísmo, catolicismo, protestantismo, paganismo, sim, em todo o mundo. A "voz do céu" iria falar com toda a alma humana, "sai de Babilônia, povo! Meu!” cumprindo a profecia há muito aguardada de Apocalipse 18. A mensagem teria acrescentado um "poderoso" quarto anjo ao ex logotipo dos três anjos de nossa Igreja.1
Desde que os apóstolos do primeiro século foram acusados de que "têm alvoroçado o mundo” (Atos 17:6), nenhuma mensagem fez uma obra como a mensagem de 1888, embora que o clamor da meia noite de 1844 tenha chegado perto. O Senhor queria seriamente preparar um povo exatamente então para atender as questões finais da história da Terra. A agenda não era "Preparem-se para morrer", mas "Preparem-se para a trasladação."
Eu fico tenso quando ouço alguém dizer (com toda a boa intenção), "Todo mundo tem que morrer um dia," quando a Bíblia diz exatamente o contrário: "Olha, ... não vamos todos morrer" (1ª Cor 15:51, Bíblia Boas Novas), que é uma boa tradução neste verso; a nossa versão Almeida fiel diz: "Na verdade, nem todos dormiremos").
O inspirado apóstolo Paulo quer ter certeza que nós não interpretemos mal: "Não quero, porém, irmãos que sejais ignorantes a cerca dos que já que dormem" (1ª Tess. 4:13). Ele passa a explicar que haverá uma geração de pessoas que "estarão vivas e permanecerão até a vinda do Senhor" (vs. 15, na Nova Versão King James).
Os "aguaceiros da chuva serôdia", que começaram em 1888 eram um presente especial na forma de uma mensagem. É para preparar o povo de Deus para o encontro com Jesus, e sendo transformados, na Sua vinda, sem experimentar a morte. É "trasladação", que Enoque experimentou (Heb. 11: 5). A chuva serôdia "amadurece o grão para a colheita."
Infelizmente, a lição parece centrar-se na nossa ressurreição, assumindo que todos nós vamos morrer. Além disso, não há nenhuma menção da segunda morte de Cristo, que é o conceito central para as verdades do evangelho na mensagem de 1888: Cristo já realizou algo para cada ser humano. Ele morreu a segunda morte por "todo homem", e, portanto, elegeu "todos os homens" para serem salvos. Nesse sentido, é verdade que "Ele salvou o mundo".2
Quando Cristo deu o Seu sangue pelos pecados do mundo, Ele redimiu a humanidade perdida. Ninguém está isento de qualquer envolvimento íntimo, porque "Ele, pela graça de Deus [provou] a morte por todos" (Heb. 2: 9). Em outras palavras, Ele morreu a segunda morte de cada pessoa, a punição final para o pecado de cada um.
E Ele fez tudo isso antes que nós tivéssemos qualquer chance de dizer sim ou não. Jesus envolveu-Se com toda a alma humana no nível mais profundo da fonte secreta de seu íntimo — o medo pessoal de morte eterna. O sacrifício de Cristo já "livrou" o homem do medo que O escravizou por "toda a Sua vida."3 (O pecador pode resistir e rejeitar, e, assim, perder-se, Cristo não vai forçar ninguém para ser salvo.)
O sacrifício de Cristo reverteu a "condenação" que veio a todos nós, "em Adão". Ele literalmente salvou o mundo do suicídio prematuro que o pecado trouxe sobre nós. Assim, cada pedaço de pão é carimbado com a Sua cruz. "Nunca alguém, seja santo ou pecador, toma seu alimento diário, que não seja nutrido pelo corpo e o sangue de Cristo."4 Quando esta grande verdade de 1888 entra em foco, nós a vemos na Bíblia: "Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo” (João 6:33). “O pão que Eu der é a minha carne, que Eu darei pela vida do mundo" (vs. 51).
"O ato de graça de Deus está fora de qualquer proporção com o delito de Adão ... E, novamente, o dom de Deus não é para ser comparado em seu efeito com o pecado de um homem; pois a ação judicial, na sequência de um delito, emitiu um veredicto de condenação, mas o ato de graça, na sequência de tantos crimes, emitiu um veredicto de absolvição. ... segue-se, então, que, como a emissão de um delito foi a condenação [de Adão] para todos os homens, assim a emissão de um ato justo [o Calvário] é absolvição e vida para todos os homens" (Rom. 5: 15-18), Nova versão inglesa da Bíblia).
Aqui está o poder motivador! Mas qual é o resultado prático de crer nesta Boa Nova? Estávamos afastados de Deus, em inimizade com Ele; agora vamos vê-Lo como um amigo. Em outras palavras, temos recebido "expiação", que significa que estamos reconciliados com Ele. (Romanos 6: 7-11). Nós experimentamos a justificação pela fé, que é uma mudança de coração. Fomos resgatados da morte eterna! É como se alguém, no corredor da morte, recebe um indulto de última hora. Assim, diz Paulo, "apresentai-vos a Deus, como vivos dentre os mortos” (Rom. 6:13). O fardo é tirado do coração cansado quando a "paz com Deus" (5:1) flui. A partir de agora, nenhum sacrifício é demasiado difícil de fazer por Aquele que te salvou do inferno.
Alonzo T. Jones resume bem: "Quando Jesus Cristo nos colocou todos livres do pecado e da morte, que veio sobre nós desde o primeiro Adão, aquela liberdade é para todos os homens, e cada um pode tê-la por escolha. O Senhor não vai obrigar ninguém a tomá-la. ... Nenhum homem vai morrer a segunda morte que não tenha escolhido o pecado, em vez de justiça, a morte ao invés de vida."5
A grande reforma protestante da justificação pela fé tem preparado um número incontável de almas preciosas para morrer preparados para entrar na "primeira ressurreição" (ver Apocalipse 20: 6).
A ressurreição dos mortos em Cristo depende da segunda vinda de Jesus. E a segunda vinda depende de um povo que esteja preparado para a trasladação. Os 144.000 são os graduados da escola de Cristo, que têm deixado que Ele faça a Sua perfeita obra de Ágape em seus caráteres. Erramos se pensamos que é "nossa" bem-aventurada esperança. A noiva vai pensar apenas na "bem-aventurada esperança do Esposo."
Cristo quer voltar porque Ele ama o Seu povo que dorme seu repouso ao longo dos séculos, e Ele quer se reunir com eles. Eles podem ser felizes no reino de Deus para sempre. Agora nós chegamos ao momento em que o Espírito Santo irá revelar uma compreensão mais clara da verdade que prepara as pessoas para a trasladação na segunda vinda de Jesus (veja 1ª Tess. 4:16, 17).
"Demos graças ao Senhor que Ele está lidando com a gente ainda, para nos salvar de nossos erros, para nos salvar de nossos perigos, para guardar-nos dos caminhos errados, e para derramar sobre nós a chuva serôdia, para que possamos ser trasladados. Isto é o que a mensagem de 1888 significa — trasladação — para você e para mim. Irmãos vamos recebê-la com todo o coração, e agradecendo a Deus por isso."5

 
-Colhido dos escritos de Robert J. Wieland

Notas (a primeira é do tradutor):  

1) Um dos passos que demos em direção ao ecumenismo foi abandonar o logotipo dos três anjos, que retratava a nossa missão, e adotar outro com os elementos usados nos logotipos evangélicos: a bíblia; a cruz, as chamas de fogo, etc.

[2] Veja Apocalipse 2:11; 20: 6, 14; Hebreus 2: 9.                                                    

[3] Heb. 2:14, 15; cf. E. J. Waggoner, As Boas Novas, págs. 13, 104.                                           

[4] Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 660.                                          

[5] AT Jones, Boletim da Conferencia Geral de 1895, pág. 269​​.                                  

[6] Jones, Boletim da Conferencia Geral de 1893, p. 185.                                                      

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