quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Lição 12 — Ministério Urbano no tempo do fim



Para 10 a 17 de setembro de 2016

“Se claramente compreendidas e apresentadas ao mundo, as realizações do sacrifício de Cristo irão mover os corações humanos como nenhuma outra verdade pode fazer. Essa verdade, apresentada juntamente com o cumprimento da profecia e as nossas principais doutrinas, trará o fenomenal poder de ganhar almas que a profecia indica que ocorrerão na ‘chuva serôdia’ e no ‘clamor’ de Apocalipse 18”.1  Esta ‘eficiência’ evangelística, diz Ellen White, “poderia ter sido [nossa] em levar a verdade ao mundo, como os apóstolos o proclamaram  após o dia de Pentecostes”. Mas tem sido “em grande medida” perdida para o nosso trabalho em consequência da rejeição “em grande medida” da mensagem de 1888. Não é a recuperação dessa ‘mui preciosa mensagem’, portanto, prioridade para a Igreja a nível mundial?”
Embora esta afirmação não trate especificamente dos esforços de evangelização nas cidades, destaca a base genuína para todo evangelismo, independentemente da geografia. Um dos aspectos mais relevantes da mensagem de 1888 é o amor que gera pelos outros.
 “Onde quer que a vida de Deus esteja nos corações dos homens, ele fluirá para os outros em amor e bênção. ... Aquilo que corações egoístas considerariam como serviço humilhante, ministrar para aqueles que são miseráveis ​​e em todos os sentidos inferiores em caráter e posição social, é o trabalho de anjos sem pecado.  ... Quando o amor de Cristo está arraigado no coração, como doce fragrância não pode ser escondido. ... Mal alguém chega a Cristo, nasce em seu coração um desejo de dar a conhecer aos outros que precioso amigo encontrou em Jesus, a verdade salvadora e santificadora não pode ser trancada em seu coração”.2
Observe a sequência, “onde quer que a vida de Deus está nos corações dos homens, fluirá para os outros”. Programas são bons e devemos apoiá-los, mas nada motiva como a gratidão pelo que Deus tem feito por nós. Isso deve ser gratidão genuína, não por medo de punição ou esperança de recompensa ou reconhecimento.
A nação de Israel revelou a verdadeira condição de seus corações ao se tornar mais legalista e exclusivista. Alegavam que Abraão era o venerável pai de sua fé. Sua ideia era de que antes de Abraão, a humanidade era simplesmente uma massa indiferenciada dificilmente notada por Deus. Ao chamar Abraão para fora dessa massa, Deus o distinguiu, e essa honra foi perpetuada na sua descendência pelo rito da circuncisão. Qualquer religião legalista pode cair nessa armadilha selecionando algum sinal exterior de aliança piedosa e usá-lo como uma divisão entre aqueles que são aceitáveis ​​e aqueles que não são.
Se o padrão é, “Quando o amor de Cristo está enraizado no coração, como doce fragrância não pode ser escondido”, se não tivermos consagrado esse amor em nossos corações, não temos nada para compartilhar. A. T. Jones e E. J. Waggoner ensinaram a ideia de Cristo ter legal e objetivamente salvado o mundo, morrendo a segunda morte de cada homem, assumindo a iniquidade de todos os pecadores, legalmente justificando todos os homens. Esta é a mensagem evangelística em Apocalipse 14. É “o evangelho eterno” porque só ele pode realmente conciliar o coração alienado do homem pecador com Deus e Sua santa lei.
É fácil para o legalista cair na armadilha de que o evangelismo deve assumir a forma de uma atividade patrocinada pela Igreja organizada, mas esse não era o método de Cristo. Ele contava com o Pai Celestial para criar circunstâncias em que testemunhasse em formas mais eficazes. Podemos acreditar que Deus está disposto a usar aqueles que O amam da mesma forma. Esse tipo de testemunho pode ser tão sutil, que nós, seres humanos, podemos facilmente perder as oportunidades.
Estatísticas nos dizem que a maioria da população mundial vive em cidades, e mesmo aqueles em áreas rurais devem dirigir-se  à cidade para várias coisas. Se considerarmos mesmo interações simples como oportunidades vamos perceber a frequência com que ocorrem. Se realmente damos valor a todos como alguém por quem Cristo morreu, podemos ser gentis para com todos. As pessoas que nos servem em lojas ou restaurantes têm o direito de serem respeitadas e tratadas gentilmente, ainda que nós ou eles estejam tendo um dia ruim. Pessoas em empregos considerados servis também merecem respeito, e todas as pessoas apreciam uma palavra de carinho e agradecimento. Se o Senhor continua a manter você num relacionamento com uma pessoa, a sua bondade consistente vai impressioná-la de que há algo diferente em você. As portas podem se abrir em maneiras simples.
Quando permitimos que Deus faça tudo, nunca vamos nos vangloriar ou tomar crédito pelo nosso testemunho. Sabemos que tudo o que temos feito tem fluído de nossos corações, “como doce fragrância”, que é um dom dEle. Nunca temos que nos forçar a fazer algo “bondoso” a partir de um sentimento de culpa de impressionar a Deus com o nosso sacrifício. Nunca podemos obrigar a Deus a fazer qualquer coisa, inclusive ter melhor sentimento quanto a nós.
“Mas ninguém pode colocar o Senhor sob uma obrigação para consigo. ... Se alguém pudesse fazer algo para o Senhor de modo a que o Senhor se veja sob obrigação para com tal pessoa, então todas as coisas não seriam dEle. Ou seja, a ideia da justificação pelas obras se opõe ao fato de que Deus é o Criador de todas as coisas. E, por outro lado, o reconhecimento de Deus como Criador é o reconhecimento de que a justiça vem somente dele”.3

--Arlene Hill
Endnotes:

1)        What Is the 1888 Message? Is It Biblical? An Answer to Inquiries, [O que é a mensagem de 1888? É ela bíblica? Uma respostas a estas indagações] Nov. 1998 & May 1999, p. 44.
O alto clamor não pode ser apresentado a menos que a chuva serôdia seja primeiro recebida, a qual equipa o povo de Deus para proclamá-la (Ellen G. White, Primeiros Escritos, págs. 271, 272
Ellen G. White, Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 91-93; Mensagens Escolhidas, Livro 1, págs. 234, 235; Carta B2A, 1892.
Ellen G. White, O Grande Conflito, capítulo 38, “O último convite divino” (págs. 603 a 612)  implica que ele vai apelar de uma
forma fenomenal para aqueles cuja cultura viu o surgimento do Movimento do Advento, em que o cinismo e apostasia tem sido 
o pior.
 
2)        Ellen G. White, Caminho a Cristo, págs. 77-78

3)        Ellet J. Waggoner, Waggoner on Romans, (Wggoner falando sobre Romanos) pág. 4.81.


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Notas adicionais:
Esta introspecção, em inglês está na Internet em: http://1888mpm.org
O video em inglês, do Pastor Paul Penno sobre esta lição, está na Internet em:

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Biografia da autora:

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street, Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642. Ela também foi oradora do seminário “Elias, convertendo corações”, realizado nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
Nota: Asteriscos (*) indicam acréscimos feitos pelo tradutor.
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