Para 1 a 8 de outubro de
2016
Na maior
parte, levamos a vida serenamente inconscientes da grande guerra cósmica que se
desenvolve inabalavelmente deste lado do limiar da “porta aberta no céu” (Apo. 4: 1). Alguns gostam de falar dela como
o “grande conflito entre o bem e o mal”, mas é muito mais do que isso: é uma
batalha entre duas grandes personalidades — Cristo e Satanás. E muito mais está
envolvido além do destino deste pequeno planeta; em última análise, de acordo
com o livro de Jó, é o destino do próprio universo. O nosso pequeno planeta
tornou-se a arena de batalha em que estas questões cósmicas devem ser
decididas.
Jó é o
primeiro livro cristão escrito; há elos que o ligam em seu monte de refugo
clamando em desespero, “por quê?!”, com Cristo em Sua cruz na escuridão
total clamando igualmente “por quê?!” Deus foi forçado a pôr em risco o Seu
trono e a estabilidade do próprio universo sobre um pobre e débil ser humano,
Jó. Deus havia afirmado que Jó era verdadeiro e justo. Satanás ridicularizou a
ideia; e desafiou a Deus que se permitisse que enorme aflição sobreviesse a Jó,
ele iria transformar-se num traidor e “amaldiçoar
a Deus”. E Deus não poderia voltar atrás; um ser humano em suprema miséria
estava segurando a linha neste grande conflito com Satanás, e o universo teve
que prender a respiração na expectativa do que Jó faria.
O problema de
Jó não era que ele havia se rebelado contra Deus; ele havia se rebelado contra
Satanás, e isso é o que fazia Deus orgulhoso dele. Jó só não sabia quem era
quem; era um simples caso de confusão de identidade. Ele realmente queria levar
Satanás ao tribunal; sua alma estava integralmente inscrita no “grande conflito
entre Cristo e Satanás”, e ele se achava totalmente do lado de Deus.
O nosso
problema fundamental é o mesmo que Jó — não sabemos quem é quem no “grande
conflito”. De todos os livros da Bíblia, Jó é o que revela mais vividamente o
problema que todos nós enfrentamos na vida: como entender o sofrimento. E esse
problema sempre se concentra numa grande, desconcertante, dolorosa questão:
Quem é este que me odeia? Quem me está trazendo esta calamidade imerecida? É
Deus, ou é Satanás?
Sua mente pode
ter a resposta correta, mas o que dizer sobre o coração? O nosso coração em seu
estado natural, não convertido, é “inimizade
contra Deus” (Rom. 8: 7). “Por que eu?!” É a indagação universal proferida
quando a calamidade nos atinge. Jó somos nós; ele está se postando por nós. Ele
não conseguia descobrir de que “pecado” era culpado, o que levara Deus a
amaldiçoá-lo tão terrivelmente com a perda de tudo o que amava, até a sua saúde
básica.
“Mas embora
Satanás haja usurpado o domínio que Deus deu a Adão, ele não tem controle
ilimitado desta Terra. Deus não concedeu autoridade ilimitada e suprema sobre a
Terra mesmo para o homem na sua integridade. E assim, quando Satanás venceu o
homem, não foi possível que obtivesse o controle da Terra num grau ilimitado.
Este fato Satanás reconheceu quando disse ao Senhor a respeito de Jó: “Porventura Tu não cercaste de sebe, a ele,
e a sua casa, e a tudo quanto tem?” (Jó 1:10). Continua a ser verdade, que
“o Altíssimo domina sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer” (*Daniel 4:32) (Ellet
J. Waggoner, Signs of the Times, 10
de março de 1888).
Satanás
desafiou a Deus. Em sua breve “andança” ele estava procurando por algo que não
acreditava que existia. De todo o professo povo de Deus, ninguém O servia por
motivos de piedade desinteressada e amor genuíno. Todos eram “motivados” por
uma preocupação egoísta e amor por recompensa.
O pobre Jó é
subitamente desprovido de sua tranquila segurança, e rudemente lançado na arena
cósmica para lutar como um gladiador pela honra de Deus e Sua vindicação. É
possível que um homem que vive na fraqueza da carne humana pecaminosa seja
motivado por puro amor desinteressado?
O conflito por
detrás do grande conflito por quase dois mil anos tem sido entre duas ideias de
amor. O inimigo de Cristo se infiltrou na igreja primitiva com a ideia de ‘eros’ num esforço para deslocar o ‘ágape’ apostólico. A ideia de
Platão tinha sido a de um “eros
celeste”, um conceito nobre, elevado, que esperava que iria soerguer o mundo
fora do seu pântano de sensualidade para um caminho que conduziria para cima,
para o céu. É equivalente ao que geralmente agora se considera o amor cristão.
É a mesma insegurança centrada no eu, composta de medo do inferno ou esperança
de recompensa
Em contraste, Ágape é um amor que Se atreve a descer
ainda mais para baixo. Cristo deu sete passos em condescendência ao revelar-nos
o que é o Ágape (Fil. 2:5-8). O
último passo, “a morte de cruz”, é a
mais profunda revelação de Ágape que o universo já havia testemunhado.
O problema de
1888 foi que falar sobre a lei sem entender o Ágape “opera a ira” e, na verdade, contribui para o pecado. Os irmãos não
sabiam o que vem a ser a verdadeira obediência, e que só o Ágape é “o cumprimento da
lei” (Rom. 4:15; 13:10). Disso resulta que a igreja remanescente que “guarda os mandamentos de Deus” será um
povo praticamente obcecado com o Ágape.
“Os últimos raios da luz misericordiosa, a última mensagem de graça a ser dada
ao mundo, é uma revelação do caráter do amor. Os filhos de Deus devem
manifestar a Sua glória” (Ellen G. White, Parábolas
de Jesus, págs. 415, 416). Essa mensagem
não é “água com açúcar”.
Hoje existem
“144.000” indivíduos de “toda nação,
tribo, língua e povo”, cada um dos quais é tão importante que ele ou ela
está segurando essa mesma linha sozinho, como fez Jó. E, como com Jó, há um elo
que liga cada um a Cristo na cruz perguntando: “Por que eu?!” Eles esperam por
essa mensagem e aquela Voz do céu, quando a Terra será “iluminada com a glória” do “evangelho
eterno”, finalmente tornada inteiramente clara (Apo. 18:1-4).
Deus deve ter
“144.000” para honrá-Lo nas últimas grandes provas de fé (Apo. 7:1-4; 14:1-5).
Se Ele tiver apenas 143.999, Sua palavra falhará e será envergonhado no grande
conflito com Satanás. Talvez você seja esta última pessoa, tão importante.
Fique firme!
—Dos escritos de
Roberto Wieland
Notas:
O
vídeo, em inglês, do Pastor Paul Penno sobre esta lição, gravada com um sábado
de antecedência,
está na Internet clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ogg1uugD9yg
está na Internet clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ogg1uugD9yg
Esta introspecção, em
inglês, está na Internet clique aqui: http://1888mpm.org
O
irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário
na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor
editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo
na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95
anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local.
Ele
é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short,
também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos,
fizeram dois pedidos à Conferência Geral:
1º)
que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e
2º)
que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones e sua
mensagem que receberam mais de 200 recomendações de Ellen G. White.
38
anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido,
o que resultou na publicação de 4 volumes com um total
de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre
1888.
Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.
_____________________________