terça-feira, 25 de abril de 2017

Lição 5 — Vivendo para Deus, por Paulo E. Penno



Para 22 a 29 de abril de 2017

            Por que algumas pessoas têm um tempo fácil através da vida, e outros têm tristeza e dor? Ou, para formular a pergunta de uma forma mais aguçada: Por que as pessoas boas têm que sofrer?
Há um fenômeno que parece que cada crente sincero em Cristo deve experimentar. Você deve aprender o que fazer quando parece que Deus está contra você. Muitos na Bíblia tiveram que lutar com esse problema. Tomemos, por exemplo, Pedro, que escreve: "Pois, já que Cristo padeceu por nós na carne, armai-vos também vós com este mesmo pensamento (mente, KJM); que aquele que pedeceu na carne já cessou do pecado" (1ª Pedro 4:1).
Quando Jesus estava pendurado em Sua cruz, tudo estava contra Ele. Seus amigos O tinham abandonado, alguém O tinha negado, e Seu próprio povo o crucificava, e parecia que o Pai no céu havia Se tornado surdo para com Ele.
E houve outros, durante toda a história: Abel serviu fielmente a Deus, mas teve de enfrentar o assassinato por seu próprio irmão; Noé teve de suportar 120 anos de sol implacável sem uma nuvem no céu porque ele acreditava no que Deus tinha dito — um dilúvio estava para ocorrer. Finalmente, naquela última semana, enquanto ele e sua família estavam dentro da arca, sua fé foi severamente testada ao pessoas de lado fora rirem e o ridicularizarem — "E a chuva, seu tolo?"
Abraão aguarda 25 longos anos para o cumprimento da promessa de Deus de dar-lhe um filho através do qual "todas as famílias da terra serão abençoadas" (Gên. 12: 3), e então quando o rapaz cresceu um pouco, a Abraão foi dito para oferecê-lo como um sacrifício.
Davi, ungido pelo profeta Samuel para ser rei de Israel, por dez anos é levado ao deserto por um rei louco, Saul, sendo Davi aparentemente abandonado por Deus; numa ocasião seus próprios seguidores leais ameaçaram apedrejá-lo.
Jeremias teve que suportar mais de 40 anos de contínua rejeição, apenas para no fim ver a sua amada Jerusalém e o Templo destruídos; mais de uma vez ele foi tentado a desistir.
Paulo tinha um "espinho na carne" que o incomodava; Três vezes ele implorou ao Senhor para livrá-lo disto, e Ele lhe diz: Não, Paulo, não ore mais sobre isso; "O Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza" (2ª Cor. 12: 8, 9).
E não nos esqueçamos de Estêvão: ele percebeu a bênção do Espírito Santo enquanto pregava seu último sermão só para ter que se ajoelhar e sentir o impácto daquelas pedras que o feriam.
E há os valdenses e outros cristãos fiéis na Idade das Trevas que serviram a Deus e tiveram de morrer como mártires. O que você faz quando parece que Deus o abandonou? Você ainda crê nEle.
Nós, cristãos conservadores, estamos mergulhados na ideia de que devemos ser punidos pelos nossos pecados, devemos pagar o preço. Mas a Bíblia ensina uma idéia conhecida como o evangelho, um conceito de boas novas que diz que Cristo já suportou o castigo por nossos pecados. Ele pagou o preço, "cumpriu a pena", disse Ellen White1, porque "o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos" (Isaías 53: 6). "Levando Ele mesmo em Seu próprio corpo  os nossos pecados... pelas Suas feridas fostes sarados" (1ª Pedro 2:24). "Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus" (3:18).
O sofrimento que Jesus suportou foi por nossos pecados, o justo pelos injustos. Seu sofrimento incluiu não só o abuso verbal e físico, mas a morte. O Novo Testamento inclui o conceito de que aqueles que aceitam Jesus como seu Salvador se introduzem em Seu sofrimento e morte. Esse conceito pode ser descrito como solidariedade por parte do pecador arrependido e do seu Senhor — uma identidade compartilhada, uma experiência corporativa — uma bela ideia embutida na mensagem de 1888.
Pedro diz: "Armai-vos também com a mesma mente" (1ª Pedro 4: 1, KJV). O apóstolo Paulo dá uma admoestação semelhante: "De sorte que haja em vós a mesma mente, que houve também em Cristo Jesus, que, sendo na forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus; mas esvaziou-Se a Si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-Se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-Se a si mesmo, sendo obediente até morte, e morte de cruz" (Filipenses 2: 5). -8). Esta morte é a nossa morte.
Tendo descrito o crente como tendo entrado na experiência de sofrimento e morte para o pecado em solidariedade com Jesus, Pedro então diz: "Aquele que padeceu na carne já cessou do pecado" (1ª Pedro 4: 1). Pedro não está dizendo que o sofrimento físico pela causa de Cristo nos absolve automaticamente de todo pecado. Pelo contrário, ele sugere que soframos corporativamente no sofrimento de Cristo e que morramos corporativamente na morte de Cristo. Porque Jesus morreu uma vez por todas pelos pecados, 3:18, quando O aceitamos, morremos para o pecado em solidariedade com Ele.
O que isso significa para o cristão sofredor? Cristo já suportou nosso destino. A punição acabou. Agora não há medo de antecipar o juízo; se tão somente você ouvir e crer nessa boa nova. De acordo com João 3: 16-19, a única coisa de que deve ter medo, é da sua própria incredulidade.
Podemos pensar que nossas dores não são uma comunhão com Cristo em Seu sofrimento; mas elas são. Podemos reivindicar Sua participação. "Deus nunca dirige Seus filhos de maneira diversa daquela por que eles próprios haveriam de preferir ser guiados, se pudessem ver o fim desde o princípio, e perscrutar a glória do designo que estão realizando como colaboradores Seus. Nem Enoque, que foi trasladado ao céu, nem Elias, que ascendeu num carro de fogo, foi maior ou mais honrado do que João Batista, que pereceu sozinho na prisão. ... E de todos os dons que o Céu pode conceder aos homens, a participação com Cristo em Seus sofrimentos é o mais importante depósito e a mais elevada honra."2
O segredo é discernir onde nossos sofrimentos são como os Seus, para que possamos compartilhar Seus sofrimentos, sentir como Seu coração é tocado com o tremendo peso da dor em todo o mundo. Oh, que pudéssemos desejar a vinda de Cristo por Sua causa, não a nossa.

Paul E. Penno
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Notas de rodapé:
[1] Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, livro 1, pág. 340; A Maravilhosa Graça de Deus, pág. 139.

[2] Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, págs. 224, 225.
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Notas:
Veja o vídeo em inglês desta 5ª lição do 2º trimestre de 2017, exposta pelo Pr. Paulo Penno, na internet, no sitio: https://youtu.be/WjoySwbWHMU
Esta lição está na internet no sitio: 1888message.org/sst.htm
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Biografia do autor, Paulo Penno:
Paulo Penno foi pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Foi ordenado ao ministério há 42 anos e jubilado em junho de 2016, Após o curso de teologia fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente preparou uma Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de justificação pela fé segundo a serva do Senhor nos apresenta em livros como Caminho a Cristo, DTN, etc. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
    Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.­­­­­­­­­­­­
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