Para 22 a 29 de abril de 2017
Por que algumas pessoas têm um tempo fácil através da vida, e outros têm tristeza e dor? Ou, para formular a pergunta de uma forma mais aguçada: Por que as pessoas boas têm que sofrer?
Há um fenômeno que parece que cada crente sincero em
Cristo deve experimentar. Você deve aprender o que fazer quando parece que Deus
está contra você. Muitos na Bíblia tiveram que lutar com esse problema.
Tomemos, por exemplo, Pedro, que escreve:
"Pois, já que Cristo padeceu por nós na carne, armai-vos também vós com
este mesmo pensamento (mente, KJM); que aquele que pedeceu na carne já cessou
do pecado" (1ª Pedro 4:1).
Quando Jesus estava pendurado em Sua cruz, tudo estava
contra Ele. Seus amigos O tinham abandonado, alguém O tinha negado, e Seu
próprio povo o crucificava, e parecia que o Pai no céu havia Se tornado surdo
para com Ele.
E houve outros, durante toda a história: Abel serviu
fielmente a Deus, mas teve de enfrentar o assassinato por seu próprio irmão; Noé
teve de suportar 120 anos de sol implacável sem uma nuvem no céu porque ele acreditava
no que Deus tinha dito — um dilúvio estava para ocorrer. Finalmente, naquela
última semana, enquanto ele e sua família estavam dentro da arca, sua fé foi
severamente testada ao pessoas de lado fora rirem e o ridicularizarem — "E
a chuva, seu tolo?"
Abraão aguarda 25 longos anos para o cumprimento da
promessa de Deus de dar-lhe um filho através do qual "todas as famílias da terra serão abençoadas" (Gên. 12:
3), e então quando o rapaz cresceu um pouco, a Abraão foi dito para oferecê-lo
como um sacrifício.
Davi, ungido pelo profeta Samuel para ser rei de Israel,
por dez anos é levado ao deserto por um rei louco, Saul, sendo Davi aparentemente
abandonado por Deus; numa ocasião seus próprios seguidores leais ameaçaram
apedrejá-lo.
Jeremias teve que suportar mais de 40 anos de contínua
rejeição, apenas para no fim ver a sua amada Jerusalém e o Templo destruídos; mais
de uma vez ele foi tentado a desistir.
Paulo tinha um "espinho
na carne" que o incomodava; Três vezes ele implorou ao Senhor para
livrá-lo disto, e Ele lhe diz: Não, Paulo, não ore mais sobre isso; "O Meu poder se aperfeiçoa na
fraqueza" (2ª Cor. 12: 8, 9).
E não nos esqueçamos de Estêvão: ele percebeu a bênção do
Espírito Santo enquanto pregava seu último sermão só para ter que se ajoelhar e
sentir o impácto daquelas pedras que o feriam.
E há os valdenses e outros cristãos fiéis na Idade das Trevas que serviram a Deus e tiveram de morrer como mártires. O que você faz quando parece que Deus o abandonou? Você ainda crê nEle.
E há os valdenses e outros cristãos fiéis na Idade das Trevas que serviram a Deus e tiveram de morrer como mártires. O que você faz quando parece que Deus o abandonou? Você ainda crê nEle.
Nós, cristãos conservadores, estamos mergulhados na ideia
de que devemos ser punidos pelos nossos pecados, devemos pagar o preço. Mas a
Bíblia ensina uma idéia conhecida como o evangelho, um conceito de boas novas
que diz que Cristo já suportou o castigo por nossos pecados. Ele pagou o preço,
"cumpriu a pena", disse Ellen White1, porque "o Senhor fez cair sobre Ele a
iniquidade de nós todos" (Isaías 53: 6). "Levando Ele mesmo em Seu próprio corpo os nossos pecados... pelas Suas feridas
fostes sarados" (1ª Pedro 2:24). "Cristo
padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a
Deus" (3:18).
O sofrimento que Jesus suportou foi por nossos pecados, o
justo pelos injustos. Seu sofrimento incluiu não só o abuso verbal e físico,
mas a morte. O Novo Testamento inclui o conceito de que aqueles que aceitam
Jesus como seu Salvador se introduzem em Seu sofrimento e morte. Esse conceito
pode ser descrito como solidariedade por parte do pecador arrependido e do seu
Senhor — uma identidade compartilhada, uma experiência corporativa — uma bela ideia
embutida na mensagem de 1888.
Pedro diz: "Armai-vos
também com a mesma mente" (1ª Pedro 4: 1, KJV). O apóstolo Paulo dá
uma admoestação semelhante: "De
sorte que haja em vós a mesma mente, que houve também em Cristo Jesus, que,
sendo na forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus; mas
esvaziou-Se a Si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-Se semelhante aos
homens; e, achado na forma de homem, humilhou-Se a si mesmo, sendo obediente
até morte, e morte de cruz" (Filipenses 2: 5). -8). Esta morte é a
nossa morte.
Tendo descrito o crente como tendo entrado na experiência
de sofrimento e morte para o pecado em solidariedade com Jesus, Pedro então
diz: "Aquele que padeceu na carne já
cessou do pecado" (1ª Pedro 4: 1). Pedro não está dizendo que o
sofrimento físico pela causa de Cristo nos absolve automaticamente de todo
pecado. Pelo contrário, ele sugere que soframos corporativamente no sofrimento
de Cristo e que morramos corporativamente na morte de Cristo. Porque Jesus
morreu uma vez por todas pelos pecados, 3:18, quando O aceitamos, morremos para
o pecado em solidariedade com Ele.
O que isso significa para o cristão sofredor? Cristo já
suportou nosso destino. A punição acabou. Agora não há medo de antecipar o
juízo; se tão somente você ouvir e crer nessa boa nova. De acordo com João 3:
16-19, a única coisa de que deve ter medo, é da sua própria incredulidade.
Podemos pensar que nossas dores não são uma comunhão com
Cristo em Seu sofrimento; mas elas são. Podemos reivindicar Sua participação.
"Deus nunca dirige Seus filhos de maneira diversa daquela por que eles
próprios haveriam de preferir ser guiados, se pudessem ver o fim desde o
princípio, e perscrutar a glória do designo que estão realizando como
colaboradores Seus. Nem Enoque, que foi trasladado ao céu, nem Elias, que
ascendeu num carro de fogo, foi maior ou mais honrado do que João Batista, que
pereceu sozinho na prisão. ... E de todos os dons que o Céu pode conceder aos
homens, a participação com Cristo em Seus sofrimentos é o mais importante
depósito e a mais elevada honra."2
O segredo é discernir onde nossos sofrimentos são como os
Seus, para que possamos compartilhar Seus sofrimentos, sentir como Seu coração
é tocado com o tremendo peso da dor em todo o mundo. Oh, que pudéssemos desejar
a vinda de Cristo por Sua causa, não a nossa.
—Paul E. Penno
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Notas de rodapé:
[1] Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, livro 1, pág. 340;
A Maravilhosa Graça de Deus, pág.
139.
[2] Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, págs. 224, 225.
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Notas:
Veja
o vídeo em inglês desta 5ª lição do 2º trimestre de 2017, exposta pelo Pr. Paulo
Penno, na internet, no sitio: https://youtu.be/WjoySwbWHMU
Esta
lição está na internet no sitio: 1888message.org/sst.htm
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Biografia
do autor, Paulo Penno:
Paulo
Penno foi pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na
Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no
endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Foi
ordenado ao ministério há 42 anos e jubilado em junho de 2016, Após o curso de
teologia fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente preparou uma Compreensiva
Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também escreveu o
livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja
Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos
sobre vários conceitos da mensagem de justificação pela fé segundo a serva do
Senhor nos apresenta em livros como Caminho a Cristo, DTN, etc. O pai dele,
Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente
escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do
seminário “Elias, convertendo corações”,
nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley
Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.
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