terça-feira, 23 de maio de 2017

Lição 9 — Seja quem você é



Para 20 a 27 de maio de 2017

“Por esta mesma razão, fazei todos os esforços para acrescentar à vossa fé bondade, e à bondade, conhecimento, e ao conhecimento, autocontrole, e ao autocontrole, perseverança, e à perseverança, piedade, e à piedade, o afeto mútuo; e ao afeto mútuo, ao amor” (2ª Pedro 1: 5-7, Nova Versão Internacional, ênfase adicionada).
Nosso verso para memorização desta semana pode facilmente ser mal interpretado se não entendemos o trabalho especial de preparar um grupo de pessoas que permanecerão até o fim dos tempos. As pessoas que estão inclinadas ao legalismo veem este texto como instrução para tentar cada vez mais fazer todas as coisas na lista de Pedro (*de modo) "certo", sem perceber que é impossível para os humanos pecaminosos fazerem isso. Aqueles que percebem que zombam da impossibilidade e se confortam pensando que um Deus racional nunca esperaria a perfeição dos seres humanos pecaminosos.
A. T. Jones e E. J. Waggoner, os "mensageiros" de 1888, viram que a justiça genuína pela fé desde 1844 é uma experiência especial ministrada por Jesus, nosso Sumo Sacerdote, do Apartamento Santíssimo (*do Santuário Celestial). Este ministério especial não se preocupa principalmente em preparar as pessoas para morrer, mas na preparação de uma corporação do povo de Deus para a trasladação na vinda de Cristo.
O grande conflito entre Cristo e Satanás não pode ser concluído até que tal demonstração se desenvolva. Assim, é evidente que os pontos de vista das igrejas populares, que não seguem Cristo pela fé em Seu ministério do Santíssimo, não podem ser a "verdade presente" da justificação pela fé.
A mensagem dada à Igreja Adventista do Sétimo Dia em 1888 tem um entendimento especial e único do evangelho eterno que nos foi confiado. O mundo deve tomar conhecimento da purificação do santuário e como ela se relaciona com a piedade prática. Não é obra nossa limpar-nos e tornar-nos justos (*neste grande) Dia da Expiação. Isto é responsabilidade do nosso Sumo Sacerdote. Nós escolhemos crer, ou "deixamos" que Ele o faça (*em nós).
Depois de discutir a impossibilidade de aperfeiçoar o caráter através do sistema de sacrifício terrestre ou da lei, A. T. Jones explica: "Isso mostra novamente que, embora a perfeição fosse o alvo em todo o ministério que foi realizado sob a lei, a perfeição não foi alcançada por nenhum desses cumprimentos ... portanto, uma vez que a vontade de Deus é a santificação e a perfeição dos adoradores; uma vez que a vontade de Deus é que os Seus servos sejam purificados de modo que não tenham mais consciência do pecado, e uma vez que o serviço e os sacrifícios naquele santuário terreno não poderiam realizar isto, Ele tirou tudo para estabelecer a vontade de Deus. "Pela qual seremos santificados pela oferta do corpo de Jesus Cristo de uma vez por todas".1
A perfeição é alcançada somente através de Cristo. "Na Sua vinda na carne — tendo sido feito em todas as coisas semelhantes a nós, e tendo sido tentado em todos os pontos como nós somos — Ele Se identificou com cada alma humana exatamente onde alma está... Ele, como um de nós, em nossa natureza humana, fraco como nós, carregado com os pecados do mundo, em nossa carne pecaminosa, neste mundo, viveu uma vida inteira, "santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus”. ... Perfeição, perfeição de caráter, é o objetivo do cristão — perfeição alcançada na carne humana neste mundo. Cristo a atingiu em carne humana neste mundo, e assim fez e consagrou um caminho pelo qual, n'Ele, todo crente pode alcançá-lo. Ele, tendo alcançado isto, tornou-Se nosso grande Sumo Sacerdote, por Seu ministério sacerdotal no verdadeiro santuário para nos capacitar a alcançá-lo ... "O Teu caminho, ó Deus, está no santuário," Salmos 77:13."2
O que isso significa? Se o santuário detém a chave para a perfeição cristã, então é importante compreendê-lo. Quando Deus abriu o mar, criando um caminho para um grupo desordenado de escravos deixar a maldade do Egito, sua única exigência era que eles cressem e agissem com base nessa crença. Claramente, eles tinham dúvidas, dúvidas e queixas, mas eles deixaram seus cortiços de escravos e seguiram Moisés. Fora isso, eles não haviam feito nada para ganhar a atenção ou o favor de Deus. Deus ainda não lhes tinha dado Sua lei, de modo que, além de participar de uma refeição da Páscoa e sair do Egito, eles não tinham idéia do que Deus esperava deles.
Quando Deus lhes deu Sua lei, eles acreditavam que Deus estava negociando com eles. Eles deveriam guardar Sua lei, e em troca Ele seria seu Deus e os protegeria. Eles esqueceram o fato de que, (*no preâmbulo da lei) pouco antes de lhes proferir a lei, Ele lhes lembrou: "Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da escravidão" (Êxo. 20: 2). Ele já era seu Deus. Já havia feito milagres para resgatá-los de sua situação. Ele sabia que lhes era impossível cumprir a lei, mas usou a lei como um espelho para mostrar quão pecaminosos eram. Visto que eles nunca poderiam guardar a lei em espírito e verdade, Ele lhes deu o serviço do santuário para mostrar-lhes o Seu caminho de salvação.
No sistema de sacrifício do santuário, o papel do pecador era entender que havia pecado. Porque não há remissão para o pecado sem derramamento de sangue, eles deveriam trazer um sacrifício para o tabernáculo. Lá, eles confessariam seus pecados somente a Deus, transferindo-os para a vítima inocente. O pecador era obrigado a tomar uma faca e cortar a garganta do animal. Este ato violento era para impressionar o pecador do aborrecimento de Deus com o pecado, bem como para dirigir suas mentes à vítima final, que era apenas tipificado pelos sacrifícios de animais.
Depois da degola, o sacerdote pegava o sangue em uma tigela e o levava para o Lugar Santo e o aspergia no véu que separava os dois compartimentos, transferindo simbolicamente o pecado para o Lugar Santíssimo. Note que o sacerdote é aquele que administrava o sangue. O pecador não seguia o sacerdote no tabernáculo para ver o que o sacerdote fazia com o sangue. O pecador tinha que crer que este processo provia conciliação, o perdão, e assim ele era tornado justo para com Deus. Era pela fé no antigo tabernáculo, e assim como é inteiramente pela fé agora.
Então isso é tudo? Sim, isso é tudo que há para fazermos, apenas crer? Mas o que dizer de Pedro nos falando para "fazer todos os esforços" para acrescentar coisas boas ao nosso caráter? Isso não significa que nossas obras valem alguma coisa? O capítulo 11 de Hebreus nos lembra de pessoas de fé: Noé, Abraão, Jacó, José, Moisés e muitos outros que começaram uma longa jornada de escolhas e passos conforme Deus os disciplinou e refinou, estabelecendo-os em sua fé para que eles não pudessem ser abalados. Para a maioria deles, uma grande parte de sua jornada foi gasta simplesmente esperando, o que raramente é fácil. O problema acontece quando resistimos à voz de Deus, deixamos a fé porque não entendemos por que Ele está nos pedindo que façamos essa ou aquela coisa difícil, ou por que Ele espera.
Jesus disse a Nicodemos que se Ele fosse "levantado", Ele atrairia todos para Se, João 12: 32. Isso nos inclui enquanto passamos pela disciplina de provações que nosso Pai celestial traz para refinar nossos caráteres. Assim como o pecador que trazia seu cordeiro para o antigo tabernáculo precisava de fé para crer que o sacerdote estava cumprindo suas responsabilidades, então precisamos elevar Jesus em nossas vidas quando passamos por provações. O fato em que Jesus é capaz de acrescentar as coisas na lista de Pedro aos nossos caráteres é obra dEle. Nosso trabalho é não resistir.

—Arlene Hill
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Notas finais:                                                                                  
1) A. T. Jones, em O Caminho Consagrado para a Perfeição Cristã, págs. 84-86; edição Glad Tidings (enfase do original).

2) Ibidem, págs. 87 a 89                                                                                      
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Notes:
Veja, em inglês, o vídeo desta 9ª lição do 2º trimestre de 2017, exposta pelo Pr. Paulo Penno, na internet, no sitio: https://youtu.be/pWD9uRgJDHM

Esta lição está na internet, em inglês, no sitio: 1888message.org/sst.htm

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Biografia da autora Arlene Hill

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street, Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642. Ela também foi oradora do seminário “Elias, convertendo corações”, realizado nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia, telefone: +001 XX 760-749-9524

Nota: Asteriscos (*) indicam acréscimos feitos pelo tradutor.

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