terça-feira, 14 de agosto de 2018

Lição 7—A primeira viagem missionária de Paulo, por Paulo Penno


Para 11 a 18 de agosto de 2018


Se você é completamente humano, sem dúvida, às vezes se perguntou se Deus escolheu você para ser salvo. Sabe que precisa de um Salvador; e sabe que muitas pessoas vão se perder. Existem cristãos sinceros que realmente acreditam que Deus elege alguns para serem salvos e outros para se perderem. Um texto que parece apoiar essa ideia é Atos 13:48. Paulo tinha pregado o evangelho em sua primeira viagem missionária a Antioquia. Então Lucas diz: “Todos os que foram ordenados para a vida eterna creram” (Versão King James). A Nova Versão Internacional diz o mesmo: “Todos os que foram designados para a vida eterna creram”.
Isso soa como más notícias e desencorajadoras para aqueles que não são tão “designados” ou “ordenados”. Algumas pessoas queridas desistem desanimadas; dizem a si mesmas: “É muito difícil; os jovens dizem que a tentação é forte demais; tenho certeza de que Deus não me designou para ser salvo; ele não me elegeu”. Os calvinistas realmente usam este texto para apoiar a sua doutrina da dupla predestinação.
Mas o verbo grego não diz o que a KJV e a NIV dizem. É que tetagmenoi é uma forma reflexiva do verbo para “ordenar”, o que significa que a tradução deveria ser: “Todos os que se designaram para a vida eterna creram”. Em outras palavras, eles ouviram Paulo pregar as boas novas; disseram para si mesmos: “Ei, eu quero isso! Isso é para mim! Vou me apegar a essa pregação de Paulo!” Uma vez que tomaram essa decisão, imediatamente seus corações começaram a derreter e aprenderam a apreciar a cruz de Cristo sobre que Paulo estava pregando, enfim, “creram”.
Este tem que ser o entendimento correto de acordo com o contexto. No verso 46, Paulo se dirigiu aos judeus que escolheram não crer: “visto que a rejeitais, e não vos julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios”. Eles fizeram o oposto do que os crentes fizeram. É a mesma ideia, apenas ao contrário. Aqueles que acreditavam que estavam cumprindo uma agenda pré-programada, a eles determinada antes da fundação do mundo (“predestinação” calvinista); tomaram a verdade para si mesmos, agarraram-na, “julgaram-se” favorecidos por Deus com o evangelho.
Então, agarre todos os raios de luz que aparecerem no seu caminho; não espere um momento; "Apressei-me e não me detive", diz Davi (Sal. 119:60). Se for esperto, sempre conseguirá uma barganha no momento em que a vir. A ideia não é que Deus prega o evangelho com indiferença, ou apenas de vez em quando. O problema é que o seu próprio coração pode se tornar endurecido, procrastinador e indiferente. Acredite nas boas novas agora; tudo o que Deus prometeu é para você.
O presente é dado a "quem quiser" recebê-lo (Apo. 22:17). Inclui o perdão dos pecados (Atos 13:38-39) e a fé para acreditar que foram perdoados. O perdão de Deus não é um “perdão” temporário que diz que Ele não se importa se pecarmos novamente—não; se Deus nos perdoa, significa que nunca mais faremos isso.
O discernimento inovador da mensagem de 1888 é que "por este se vos anucia a remissão (*o perdão) dos pecados" (Atos 13:38). Escrevendo sobre a cura do homem paralítico por Jesus, E. J. Waggoner escreve: “Eles fizeram uma mudança no homem, e essa mudança foi permanente. Mesmo assim deve ser com o perdão do pecado. A ideia comum é que quando Deus perdoa o pecado, a mudança se dá Nele próprio, e não no homem. Pensa-se que Deus simplesmente deixa de ter qualquer coisa contra aquele que pecou, ​​mas isso implica que Deus tinha uma atitude severa contra o homem, o que não é o caso. Deus não é um homem, Ele não gosta de inimizade, nem abriga sentimentos de vingança. Não é que Ele tenha um sentimento severo em Seu próprio coração contra um pecador que perdoa, mas porque o pecador tem algo em seu coração. Com Deus está tudo bem—o homem está todo errado; portanto, Deus perdoa o homem, para que também fique bem”.1
O perdão divino implica em muito mais do que mera eliminação de culpa; o perdão leva o pecado embora. O perdão transmite no lugar do pecado (que existia) um ódio divino ao próprio pecado.
Incluído nesse dom mui precioso está a reconciliação do coração com o Pai; Ele agora está trabalhando para efetuar essa reconciliação, pois lemos em 2ª Cor. 5:19 que "Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo".
O perdão inclui essa reconciliação do coração com o Pai, “em Cristo”. Isto é, passamos a crer (mesmo que ainda não tenhamos aprendido a entender) que agora odiamos o próprio pecado; não há ressentimento no coração contra o Pai. Até mesmo a dor e o sofrimento de um amor traído e perdido (que nos amarra) são curados por essa “paz” que o Salvador dá—não apenas oferece.
Quase as últimas palavras que Jesus falou para “nós” quando estava sendo levado em Sua ascensão ao céu foram: "Paz seja convosco" (Luc. 24:36). Essa não foi uma saudação vaga; Ele dá essa paz—não apenas a oferece. Tal “paz” é o oposto de preocupação ou temor; na verdade, é um antídoto para a preocupação e o temor!
Milagre dos milagres! Um coração ferido é curado pela “paz” que Jesus deu como Seu último legado quando da ascensão. Sim, tem havido sofrimento, pois a “paz” que Jesus dá não seria apreciada a menos que a provássemos; “a vós é concedido . . . não somente crer Nele, como também padecer por Ele” (Fil. 1:29).
“Concedido a nós!” (*Dado a nós!) Sim! Um “presente” de sofrimento para fazer você feliz no dia em que Jesus vier; e está feliz mesmo agora agradecendo a Ele por isso, antecipadamente.

Paul E. Penno
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Nota de rodapé:
1) E. J. Waggoner, "The Power of Forgiveness," (O poder do Perdão) Signs of the Times (10 de Abril de 1893),
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Notas:                                                                                                                 

Veja, em inglês, o vídeo desta 7ª lição do 3º trim. de 2018, exposta pelo Pr. Paulo Penno, na internet, no sitio: https://youtu.be/iE02Whkw52I

Esta lição em inglês está na internet no sitio: http://1888message.org/sst.htm



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                Você sabia que temos estes artgigos de JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ, aplicáveis à lição da semana, também na modalidade bilíngue? É útil não só para quem tem o inglês como segunda língua, mas também para principiantes (cada parágrafo em português é repetido em inglês).
                A tradução é acadêmica — de alto nível.
                É só nos pedir (agapeed@gmail.com) dando-nos seu e-mail, e mandaremos semanalmente.  
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Biografia do autor, Pastor Paulo Penno:
Paulo Penno foi pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Foi ordenado ao ministério há 42 anos e jubilado em junho de 2016, Após o curso de teologia fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente preparou uma Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia.” (Este livro postamos, por inteiro, no nosso blog Ágape Edições (agape-edicoes.blogspot.com) em 1º de agosto de 2017). Ao longo dos anos o Pr. Paulo Penno, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de justificação pela fé segundo a serva do Senhor nos apresenta em livros como Caminho a Cristo, DTN, etc. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
   
Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.

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