sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Lição 9 - Pedro, Uma Coluna da Missão

“Foi pela presunção que Pedro caiu; e por arrependimento e humilhação seus pés foram firmados novamente. No relato de sua experiência todo pecador penitente pode achar encorajamento. Embora Pedro tivesse pecado gravemente, não foi abandonado. As palavras de Cristo: "Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça" (Luc. 22:32) estavam-lhe escritas no mais íntimo do ser. Em sua amarga agonia de remorso, esta oração, e a lembrança do terno e misericordioso olhar de Cristo, deram-lhe esperança. Depois da ressurreição, lembrou-se Cristo de Pedro e deu ao anjo a mensagem para as mulheres: "Ide, dizei a Seus discípulos e a Pedro que Ele vai adiante de vós para a Galiléia; ali O vereis" (Mar. 16:7). O arrependimento de Pedro foi aceito pelo Salvador compassivo” (* “Salvador que perdoa os pecados”, sic).” Parábolas de Jesus, pág. 155 (ênfase em negrito acrescida).

"O alto clamor do terceiro anjo já começou na revelação da justiça de Cristo, o Redentor que perdoa os pecados" (Materiais de Ellen G. White sobre 1888, volume 3, pág. 1073; escrito em 1892; (ênfase em negrito acrescida).

O amor de Deus (Ágape) assim como Sua justiça é revelada em Jesus, o "Redentor/Salvador perdoador dos pecados”. A conversa entre Jesus e Pedro, registrada em João 21, demonstra a diferença entre amor humano e amor de Deus (Ágape)1. Neste incidente, Pedro demonstrou que ele reconhecia que Ágape vem só de Deus. O homem não pode gerar Ágape. Pedro finalmente reconheceu que o amor humano podia fracassar e não era digno de confiança.

O amor de Deus (Ágape) é o coração do puro evangelho do Novo Testamento e é o âmago dessa "mui preciosa mensagem" (*sic2) que "nos" veio em 1888 (*Test. Min. págs. 91 e 92). É confortante saber que Jesus está "trabalhando" tão arduamente como Ele fez (orou) por Pedro.

Segunda-feira: A confissão de Pedro: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mat. 6:16), foi divinamente inspirada. Também é uma demonstração do amor de um Deus que Se revelou à humanidade caída. Esta confissão é o fundamento da Igreja cristã de Deus. É a "chave" que abre os "portões do céu" a nós e permite que o Espírito Santo nos encha com Ágape. Ao permitimos que o amor do Deus flua através de nós a outros, a igreja de Deus cresce e é fortalecida.

Terça-feira: Ao Pedro se humilhar e permitir Ágape fluir a outros, ele tornou-se um missionário muito eficiente e coluna da igreja. É unicamente pela obra poderosa do Espírito Santo que a sombra de Pedro eficientemente podia curar as pessoas.

Este mesmo Espírito Santo trabalhou por outros para a "edificação" da "Igreja". Os acontecimentos nesta seção demonstram os Dons Espirituais de administração, gerência, e liderança, junto com a importância destes presentes no crescimento da Igreja. Devemos notar que os "membros e líderes” expuseram o Evangelho enquanto o Espírito Santo trouxe o "crescimento" e forneceu os dons para administrá-lo.

Quarta-feira: Mais tarde, Paulo escreveria: "Não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa" (Gal.3:28, 29).

Pedro deve ter amadurecido consideravelmente na sua experiência cristã para lhe ser confiada a visão que revelou Jesus como o "Salvador do mundo," não só da nação Judaica. Pedro deve ter entendido a "amplitude" de Ágape para aceitar esta visão mais ampla da sua missão e a missão da igreja. Pedro deve ter experimentado uma morte genuína do eu para aceitar este princípio muito importante do Evangelho.

Este princípio (Jesus como Salvador do mundo) é uma parte integral da mensagem de 1888, dada em Minneapolis. Infelizmente, muitos não podem "ver" nem podem aceitá-lo.3 Não se daria o caso de que o motivo é por que nós não temos um quadro claro do Ágape incondicional de Deus? Talvez nós não experimentamos uma morte genuína do eu e nos achamos incapazes de abandonar opiniões pré-concebidas.

As habilidades de liderança de Pedro eram um importante fator levar a igreja a aceitar o conceito de que os não-judeus podiam tornar-se cristãos e gozarem os benefícios da graça de Deus. Talvez alguns de nós teremos que assumir posições de liderança para trazer isto à igreja dos dias modernos.

Quinta-feira: O incidente registrado em Gálatas 2:11-14 é uma ilustração do fracasso do amor humano. Neste caso foi um fracasso do amor humano de Pedro. Ele perdeu a visão da "amplitude" do amor de Deus. Ele não foi enchido com Ágape naquele dia e tratou grosseiramente seus irmãos em Cristo que não eram judeus. Ao mesmo tempo ele era uma testemunha pobre a seus companheiros judeus ao revelar um mui insuficiente quadro do amoroso rosto de Deus.

“Os que aguardam a vinda do Esposo devem dizer ao povo: "Eis aqui está o vosso Deus" (Isa. 40:9). Os últimos raios da luz misericordiosa, a última mensagem de graça a ser dada ao mundo, é uma revelação do caráter do amor divino. Os filhos de Deus devem manifestar Sua glória. Revelarão em sua vida e caráter o que a graça de Deus tem feito por eles” (Parábolas de Jesus, pág. 415).

“Se tendes recebido a graça de Deus, a luz está em vós. Removei os empecilhos, e a glória do Senhor será revelada. A luz resplandecerá para penetrar e dissipar a escuridão. Não podeis deixar de brilhar dentro do círculo de vossa influência” (idem, pág. 420

“A revelação da glória do Senhor na forma humana, trará o Céu tão perto dos homens, que a beleza que adorna o templo interior será vista em todos em quem o Salvador habita. Os homens serão cativados pela glória de um Cristo que vive em nós. E em torrentes de louvor e ações de graças dos muitos assim ganhos para Deus, refluirá glória para o grande Doador” (Ibidem).

J. B. Jablonsk

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira

O Pastor J. B. Jablonski é um idoso (70) ministro da igreja adventista, mas embora esteja aposentado é muito ativo no trabalho ministerial. Ele é apaixonado pelo ministério junto aos presos, ao qual ele dedicou sua vida, compartilhando a mensagem do Ágape de Cristo e Sua Justiça com os que estão encarcerados (muitos com prisão perpétua) em uma das maiores prisões da Califórnia. Ele é o pastor interino de uma de nossas igrejas na cidade de Hanford, Califórnia, USA.

Notas do tradutor:

1) O amor humano é, em essência, apenas egoísmo — e o amor divino Ágape, é auto-esvaziador, um amor que se auto-sacrifica, cheio de abnegação, que não procura o seu próprio interesse. Quebra as paredes divisoras dos nossos preconceitos e nos permite lidar com nosso semelhante como Ele lidou conosco. O amor Ágape.foi assim salientado por Jesus: “... vosso Pai que está nos céus . . . faz nascer o Seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos. Pois, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis demais? não fazem os gentios também o mesmo?” (Mateus 5.45-47). O amor (Ágape) é a essência da natureza divina. ‘Deus é ágape.’ (1a João 4: 8, 16).

A “mui preciosa mensagem” de 1888, que foi o começo da chuva serôdia, trouxe grande contribuição para destruir o egoísmo humano. Ela transfere nosso pensamento do nosso próprio interesse egocêntrico de salvação pessoal, para uma motivação diferente, de interesse pela honra e recompensa de Cristo e pela obra que Ele fez no Calvário. A motivação predominante que absorveu a igreja desde a rejeição da verdade na era de 1888, foi “o que devo fazer a fim de estar seguro de que passarei pelos portões de pérola?” Nossa oração tem sido, “Senhor, por favor, esteja seguro que eu e meus amados sejamos salvos!” O que é isto senão motivação egoística?

O grande amor altruísta que é Ágape é um amor que ousa desistir da salvação pessoal, e pode e deve manifestar-se em corações humanos pecaminosos, como Moisés pleiteou com Deus para apagar seu nome do livro da vida se Seu amor para com Israel não os pudesse salvar (Êxodo 32: 31, 32). Isso era Ágape manifestado em carne pecaminosa!

Outro exemplo do amor Divino, altruísta, incondicional, é o de Paulo, que em Rom. 9:1-3 disse: “Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo): Que tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração. Porque eu mesmo poderia desejar ser anátema de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne.”

Tal amor é artificial para nós, seres humanos, centralizados em nós mesmos, e é impossível para nós o alcançarmos por nós mesmos. O segredo é “compreender” e “contemplar” as grandiosas dimensões do amor de Cristo revelado na Sua cruz e, assim, sermos “enraizados e firmados em Ágape” e ser “cheios de toda a plenitude de Deus” que é uma preparação para a transladação na segunda vinda de Jesus.

2) Na tradução de Testemuhos para Ministros, pág. 91, do original em inglês para a nossa língua, foi omitido, pelo menos na edição de que disponho, o advérbio “mui”, “most”, em inglês, forma abreviada de “muito”, e que significa em alto grau, grandemente, e, precedendo adj. e adv., é a forma do superlativo absoluto: mui justo, mui perto, e no nosso caso, mui precioso. Pode parecer a você que isto é de insignificante importância, entretanto mui preciosa mensagem” é a forma pela qual a serva do Senhor e nós designamos a mensagem de 1888 e não simplesmente preciosa mensagem. Devemos dar à trombeta o mais certo sonido de que conhecemos, ver I Cor. 14:8;

3) A vontade reina soberana sobre a razão, assim se alguém não quer crer em uma mensagem ela não acreditará. No livro Mensagens aos Jovens, pág. 151 a 154 Ellen G. White fala sobre

Como colocar a nossa vontade ao lado de Deus:

“A vontade ... é o poder que decide, que opera nos filhos dos homens para obediência a Deus, ou para a desobediência. ... Vossas promessas são como cordas de areia, e olhais sob o mesmo aspecto irreal as palavras e obras daqueles em quem devíeis confiar. ... Podeis crer e prometer tudo, mas vossas promessas ou vossa fé não têm nenhum valor enquanto não puserdes a vontade ao lado da fé e da ação. Se combaterdes o combate da fé com todo o vosso poder de vontade, haveis de vencer. ... O conhecimento das promessas não cumpridas e dos votos que violastes vos enfraquece a confiança própria, bem como a fé dos outros em vós. ... Cumpre-vos sujeitar a vontade à vontade de Jesus Cristo; e, quando assim fizerdes, Deus tomará imediatamente posse, operando em vós o querer e o fazer segundo a Sua boa vontade. Toda a vossa natureza será então submetida ao domínio do Espírito de Cristo; e os vossos próprios pensamentos a Ele estarão sujeitos. ... Entregando a Cristo o vosso querer, ... Recebereis de Deus força ... Mediante a firme conservação da vontade do lado do Senhor, toda emoção será feita cativa da vontade de Jesus. ... Ele fará por vós aquilo que vos não é possível fazer por vós mesmos. ... Mas deveis lembrar-vos de que vossa vontade é a fonte de todas as vossas ações. ... Esta vontade, que constitui tão importante fator no caráter do homem, foi, pela queda, entregue ao domínio de Satanás. ... Quando Ele vos dá a mente de Cristo, vossa vontade se torna como a Sua vontade, e vosso caráter se transforma para ser semelhante ao caráter de Cristo. ... Não são os vossos sentimentos, vossas emoções, que vos tornam um filho de Deus, mas o fazer a Sua vontade.”