quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Lição 1 – A Natureza de Deus: base da expiação.

INTRODUÇÃO

"Expiação" é uma palavra teológica que espanta algumas pessoas; não é usada em conversa cotidiana costumeira. Significa "reconciliação".

Mas "reconciliação" é também uma palavra bastante longa para conversas do dia-a-dia. Para ser "em um" é a idéia; mas significa ser "em um" depois de haver separação de coração devido a hostilidade.

Em nosso caso, a inimizade é totalmente nossa; Deus nunca cessou de ser “um" conosco em coração. O Pai "amou o mundo de tal maneira que deu Seu único Filho gerado... ," E desde então foi "um" conosco.

Você dirá, "Mas nós somos pecaminosos, em pensamento, em palavra, e em ato! Como pode Deus ser 'um' conosco antes de nós tornarmos 'um' com Ele pela conversão"?

A resposta: porque o divino Filho de Deus tomou todos os nossos pecados sobre Si, e suportou a dor da culpa do mundo inteiro ("Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo"! diz João batista; John 1:29).

Vamos pesquisar o que João diz:

O Filho de Deus fez algo pelo mundo que é muito além do que meramente fazer uma oferta ao mundo (*Deus não está dizendo para nós: "—Eu farei isso ou aquilo SE você primeiramente fizer algo... !"). Não; o Filho de Deus tomou sobre Si o pecado do mundo inteiro e já suportou sua culpa total, que O matou. O que Ele fez o fez unicamente por iniciativa própria.

Não há nenhuma maneira que possamos entender o sentido disto exceto compreendendo que Cristo deu, não meramente ofereceu, a cada pecador o que a Bíblia diz ser um "veredicto judicial de absolvição" do pecado. Paulo conta a história em Romanos tão claramente que é como um feixe de luz do sol num quarto escuro:

"Porque todos igualmente pecaram, e estão destituídos da glória de Deus; e todos são justificados gratuitamente pela Sua graça somente, através do Seu ato de redenção na pessoa de Cristo Jesus. Pois Deus o designou para ser o meio de expiar o pecado pela Sua morte...”1

"O ato da graça de Deus é fora de toda proporção (*com) a injustiça de Adão. Porque se a injustiça deste homem trouxe morte sobre tantos, seu efeito é vastamente excedido pela graça de Deus e o presente que veio a tantos pela graça de um Homem, Jesus Cristo. E outra vez, o dom de Deus [não Sua mera oferta!] não é para ser comparado, em seu efeito, com aquele pecado do homem; pois a ação judicial, seguindo a ofensa [de Adão] resultou numa sentença de condenação, mas o ato da graça, seguindo por tantos delitos, resultou numa decisão de absolvição. ...

"Segue então, que, como o resultado de um delito foi condenação para todas as pessoas, então o resultado de um ato justo é absolvição e vida para todos" (Romanos 5:15-21, REB2).

[Nota: desde que o mundo começou, houve apenas um único "ato justo," a dádiva de Si mesmo pelo sacrifício de Jesus]!

Mas uma pergunta perturba a muitos: se acreditarmos no que Paulo diz, que Cristo deu a cada homem esse "veredicto judicial de absolvição," não irão os pecadores tirar vantagem dele e continuar pecando muito mais? Não é o temor do inferno um método saudável para fazer as pessoas pararem de pecar?

Pode parecer que sim; mas só porque o Velho Concerto lida com a motivação do temor. As pessoas que tentam guardar os mandamentos do Deus porque são motivadas pelo temor são o que a Bíblia chama (*como estando) "sob a lei," mas não "sob a graça". A motivação de temor pode produzir uma mudança temporária de reforma de prática de vida; mas esta motivação de temor do Velho Concerto, nunca poderá preparar um povo para estar pronto para a trasladação na segunda vinda de Jesus, quando "o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz do arcanjo, e com a trombeta de Deus e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens a encontrar o Senhor nos ares" (I Tess. 4:16, 17). Uma melhor motivação do que o temor deve ser encontrada!

E qual é a "limitação" do amor (Ágape) de Cristo que torna impossível para a pessoa que aprecia esse amor e o que custou ao Filho de Deus para salva-lo, continuar a viver para si? Por que ele "doravante" é "restringido" ou motivado para viver para Aquele que morreu por ele e ressuscitou outra vez? (veja II Cor 5:14, 15).

Não é um "peso" servir o Senhor Jesus! Nenhum sacrifício por Ele é "penoso" (veja I João 5:3).

A "verdade presente" (*é uma) Boa nova? (Veja II Peter 1:12, para essa expressão).

Ao redor do mundo em cada nação e cultura das pessoas, o Espírito Santo está agora preparando um "remanescente" que tem vencido a velha motivação egocêntrica de justiça própria, e recebido nos seus corações alegremente a nova motivação da graça.

Quem são eles? São as pessoas simbolizadas pela história dos "144.000" que, pela graça de Deus, neles "não se achou engano," que "seguem o Cordeiro [o Cristo crucificado] para onde quer que vai" (veja Apoc. 14:1-5).

Há lugar entre eles para você e para mim?

Sim, por esta incomparável graça de nosso Salvador, Jesus Cristo! Sejamos agradecidos que a porta da graça ainda não se fechou..

Robert J. Wieland

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira;

Notas do tradutor:

1) Romanos 3: 23 a 25;

2) O Pr Wieland usou aqui a versão Revised English Bible (REB) (Bíblia Revisada Inglesa) que é de 1989, uma atualização da versão New English Bible (Nova Bíblia Inglesa) de 1970, ambas publicadas pela imprensa das universidades de Oxford e Cambridge. Sugerimos que você a compare com uma versão Almeida, de preferência a Almeida Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil (Adquira uma. Peça a mais completa, que vem com referência, concordância e mapas. Fone: 0800 12 4008).

Lição 1 – A Natureza de Deus: base da expiação

COMENTÁRIOS

O autor destas lições teve bom "objetivo" ao escrever estas lições—para que possamos ser conduzidos a "um compromisso maior" para com Aquele que fez tanto por nós.

Neste tempo da purificação do santuário celestial, o objetivo do Senhor é que Seu povo torne-se plenamente reconciliado com Ele de modo que estejam prontos para trasladação na segunda vinda de Jesus.

Ele quer vir logo, por várias razões:

(1) Seu amor por Sua igreja é o de um Noivo que anseia a vinda do dia do casamento. Qualquer noivo humano estaria profundamente constrangido se sua noiva continuasse adiando o casamento.

(2) Foi da vontade do divino Noivo que "o casamento do Cordeiro" (*Apoc. 19:7) tivesse ocorrido no ano de 1888.

(3) Este é o real significado da nossa “história de 1888 ". E não era somente que esta pequena igreja Adventista do Sétimo Dia devia conhecer o destino glorioso da proclamação da mensagem. Muitos dos fieis seguidores do Senhor estavam dispersos no vasto número das igrejas guardadoras do domingo; a "mui preciosa mensagem " que o Senhor "nós" enviou na era de 1888 os teria acordado e sacudido1. A "terra" teria sido "iluminada" com a glória da mensagem de justificação (*Apoc. 18:1). "O que talvez teria ocorrido" merece alguma reflexão e reconstrução cuidadosa em nossas mentes. Nós não queremos cometer o mesmo erro outra vez!

(4) Não mais iriam os sinceros cristãos guardadores do domingo afirmar que os adventistas pregam "a lei, a lei, mas não pregam Cristo"; eles teriam sido chocados ao deparar com as belas verdades de justificação que o Senhor os deu na mensagem 1888.

(5) De acordo com a profecia, no livro de Apocalipse (18:1-4), mesmo hindus e budistas teriam se maravilhado ao entender como Cristo comprou o karma2 do mundo inteiro; uma avenida de luz teria sido aberta no coração destas religiões Orientais (há corações sinceros ali).

(6) A "mente" do mundo está, por natureza, em "inimizade" com Deus; mas a idéia de 1888 de justificação é, em si, um ministério de reconciliação. Lemos que "Deus estava em Cristo reconciliando o mundo consigo" (II Cor. 5:19).

(7) Mas esse maravilhoso trabalho de reconciliação foi realizado (ou devia ter sido) pela simples proclamação da nova idéia original de justificação que o Senhor deu a Alonzo T. Jones e a Ellet. J. Waggoner para proclamar.

(8) O coração de Jesus ansiava que esses sinceros cristãos guardadores do domingo tivessem suas mentes totalmente mudadas a respeito dos adventistas do sétimo dia!

(9) Não só estava "Deus em Cristo, reconciliando o mundo consigo," mas Paulo diz que Ele "pôs em nós a palavra da reconciliação" (II Cor. 5:19).

(10) Não desde que os santos anjos proclamaram nas planícies de Belém suas “boas novas de grande alegria, que será para todo o povo” (Lucas 2:10), teve qualquer mensageiro, anjo, ou homens, palavras tão alegres para proclamar.

(11) Este simples "divertimento" que nossos queridos irmãos de há 120 anos perderam foi um prejuízo catastrófico para eles. (Não se pasme porque eu disse que fazer o trabalho do Senhor é "divertimento", essa é a melhor palavra moderna (*em inglês “fun”) para descrevê-lo se o seu coração está reconciliado com Ele)!

(12) Esta alegria não está retirada do mundo desta geração; peçamos simplesmente que o querido Senhor nos conceda "fome e sede de justiça" (Mat. 5:6); o Senhor será deleitado em concedê-lo, porque Ele escolheu como especialmente "abençoados" esses que o têm.

Robert J. Wieland

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira

Notas do tradutor:

1) Veja Testemunhos Para Ministros, págs. 91 em diante.

2) Karma, ou carma no induísmo e no budismo era a totalidade das ações de uma pessoa durante a sua existência... Posteriormente foi adotada também pela Teosofia, espiritismo e Nova Era para expressar um conjunto de ações dos homens e suas conseqüências.