quinta-feira, 5 de março de 2009

Lição 10 – A Mensagem dos Profetas

A lição desta semana começa com o que poderia ser um pensamento desanimador: "O pecado é o maior problema que enfrentamos". Sabendo que o pecado é o que nos separa de Deus, Isa. 59:2, e que o persistir no pecado nos impedirá eternamente de experimentar a Nova Terra, 1ª Cor. 6:9, 10, é fácil tornar-se desanimado na batalha com o pecado. Fácil, sim, se você ainda não aprendeu quão boas as Boas Novas realmente são. O que são as “Boas Novas"? Satanás é um inimigo derrotado. Paulo diz isto plenamente no capítulo 6 de Romanos: "Porque o pecado não terá domínio sobre vós" (vs. 14). Leia essa sentença outra vez, meditando cuidadosamente. Domínio significa "poder" ou "controle absoluto". (*Assim) a promessa é, o pecado não terá controle absoluto sobre você. O poder do pecado foi quebrado. Quando o foi, e por que meio? A resposta a estas duas simples perguntas é o ponto crucial do poder do Evangelho.

A primeira promessa dada a Adão e Eva quando eles se rebelaram contra seu Criador no Jardim (*do Édem), era a garantia de que o pecado não deveria ter domínio sobre eles, Gen. 3:15. Essa promessa era a promessa do concerto eterno de que haveria um Salvador, um Parente Remidor,1 que traria restituição da herança perdida. Uma declaração muito confortante da pena inspirada nos diz, "logo que houve pecado, houve um Salvador" (O Desejado de Todas as Nações, pág. 210). E "no momento em que o homem aceitou as tentações de Satanás, e fez exatamente as mesmas coisas que Deus tinha dito que não devia fazer, Cristo, o Filho de Deus, postou-Se entre a Vida e a morte, dizendo “—Que o castigo caia sobre Mim. Eu ficarei no lugar do homem. Ele terá uma nova oportunidade’" (SDABC, vol. 7A, págs. 16 e 17). Deus é a "Vida" e Adão (*e Eva) eram os "mortos" a que se refere esta declaração. A presteza do ato de Deus em redimir a humanidade é (*algo) profundo “—tão logo houve pecado"; naquele “instante" em que Adão pecou, houve um Salvador que tomou a pena que Adão devia sofrer. A próxima batida do coração e respiração de ar puro de Adão foi pela graça do poder do Cordeiro sobre o pecado e efeitos do pecado.

Quando nós aprendemos a apreciar a boa nova de que o poder do pecado foi quebrado, desde a fundação do mundo, pelo Cordeiro que tira o pecado do mundo (Apoc. 13:8; João 1:29), então podemos experimentar uma alegria ilimitada, mesmo vivendo neste mundo de crescente aflição. Grande liberdade vem aos que verdadeiramente apreciam tudo o que Deus fez por nós. Pela fé no poder do Cordeiro, nós somos libertados de ambos os impasses mencionados na lição: o legalismo e a graça barata. Ambos são abismos que colocam o indivíduo sob o peso do velho concerto. O legalismo nos traz sob o velho concerto porque acreditamos que podemos adicionar algo à salvação provida por Cristo. Como E. J. Waggoner se expressa em Boas Novas, pág. 71, "O que causa todo o problema é que mesmo quando os homens estão dispostos a reconhecer completamente o Senhor, eles querem fazer uma barganha com Ele. Querem que seja um negócio "mútuo" —uma transação em que eles se possam considerar em pé de igualdade com Deus". Tal atitude foi a raiz do problema no Sinai quando o povo em coro respondeu, "Tudo o que o SENHOR disser, faremos" (Ex. 19:8). A graça barata igualmente nos coloca sob o velho concerto porque nós presunçosamente supomos que podemos entrar no céu sem mudar o nosso caráter, acreditando que somos suficientemente bons como estamos e que o amor de Deus desconsiderará nosso continuado pecar.

Jesus veio salvar o Seu povo “dos seus pecados” (Mat. 1:21), não em seus pecados. Na noite antes da Sua crucificação Ele orou a Seu Pai, "Eu glorifiquei-Te na terra: Acabei a obra que Me deste para fazer" (João 17:4). Na cruz Ele declarou em voz alta, "está consumado"! "O pecado não terá domínio sobre vós"! Como Jesus podia estar tão seguro disto? Porque Ele assumiu a natureza caída de homem na Sua encarnação e defrontou o inimigo no próprio território dele. Tomando sobre Si o equipamento defeituoso pelo qual Satanás tão facilmente nos causa cair sob seu poder, Cristo provou que nossa natureza caída não é desculpa para continuar pecando. A natureza de Cristo "é tudo para nós. É a corrente dourada que une nossas almas a Cristo, e por meio de Cristo a Deus. Isto deve ser nosso estudo". (Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 244; veja também A Corrente Dourada, por Robert J. Wieland). Por que isto é tão importante que necessite ser "nosso estudo"? Porque o que Cristo fez em carne caída, pela fé no poder de Seu Pai, nós também podemos fazer pela fé no poder de Cristo sobre Satanás e o pecado. Tristemente, a justiça de Cristo é vastamente ignorada pela maioria das pessoas que se denomina "cristã". Isto é o que leva ao "desânimo na vida espiritual" mencionado pelo autor do guia de estudos deste trimestre.

"Há muitos que tentam viver a vida cristã na força da fé que eles exercitaram quando compreenderam sua necessidade de perdão pelos pecados de sua vida passada. ... Da alegria de viver para Deus e de andar com Ele pela fé eles nada sabem, e quem fala disto fala de uma linguagem estranha para eles. ... Temos ouvido muitas pessoas contarem quão duro eles acham fazer o que é certo. Sua vida cristã era muito insatisfatória para eles, sendo marcada só por fracasso, e eles foram tentados a desistir em desânimo. Não é de se admirar que eles estejam desanimados. Contínuo fracasso é suficiente para dissuadir qualquer pessoa. O soldado mais corajoso do mundo tornar-se-ia covarde se tivesse sido derrotado em cada batalha. Às vezes estas pessoas desoladamente dirão que perderam confiança em si mesmos. Pobres almas. Se eles tão somente tivessem inteiramente perdido confiança em si mesmos e posto sua confiança inteira em quem é poderoso para salvar, teriam uma história diferente a contar. ... O homem que não se regozija em Deus, embora tentado e afligido, não luta a boa luta da fé, luta a pobre batalha de autoconfiança e derrota". (E. J. Waggoner, A Biblioteca de Estudante de Bíblia, "Vivendo Por Fé," págs. 4-6; artigo que também pode ser achado em Lições sobre Fé, do mesmo autor)2.

Qual é a causa do desânimo? A autoconfiança, que é o erro do velho concerto tanto do legalista como dos que acreditam na graça barata.

No entanto, Waggoner não deixa o leitor nesta posição desanimadora. "A conquista é agora; as vitórias a serem ganhas são batalhas sobre a cobiça da carne, a cobiça dos olhos, e o orgulho da vida—vitórias sobre o eu e indulgências egoísticas. O homem que luta e vê o inimigo fugir pode regozijar-se; ninguém o pode impedir de se rejubilar, porque alegria vem espontaneamente como resultado de se ver o inimigo fugir (*Tiago 4:7). Alguns olham com pavor sobre o pensamento de ter que empreender uma guerra ininterrupta contra o eu e a cobiça mundana. Isso é porque, até agora, ainda não sabem nada sobre a alegria da vitória. Experimentaram unicamente derrota. Mas não é tão doloroso batalhar constantemente, quando há contínua vitória" (Ibidem). Como a vitória de Cristo se torna efetiva em nossa vida pessoal? Pela fé na Sua poderosa justiça, abandonamos toda autoconfiança e aprendemos, dia a dia, a render-nos plenamente a Cristo, para ser crucificados com Ele (Gal.. 2:20).

‘Nossa força está na Sua liderança; somos fortes porque Ele o é; somos inspirados a vencer todo pecado porque Ele o fez na mesma carne que todos possuímos. Quando Deus finalmente tiver um povo a quem Ele pode apontar e exclamar: ‘Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus, e têm a fé de Jesuu,’ então a purificação do santuário estará completada. Cristo então virá resgatar o Seu povo e fazer plena restauração de tudo que Adão perdeu. Cristo "redime a terra da maldição, para que possa ser a eterna possessão (*dos remidos) que Deus originalmente projetou ser; e Ele também redime o homem da maldição, que possa ter sido estabelecida para a posse de tal herança. Esta é a suma do evangelho" (E. J. Waggoner em, Boas Novas, pág. 70).

—Ann Walper

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.
Notas do tradutor:
1) Este parente tinha que ser próximo. Mas isto não era suficiente, tinha que ser O mais próximo. Isto nos fala da posição que Cristo assumiu ao vir a este mundo, encarnando-Se em nossa exata natureza caída, para ser Deus Conosco, para estar ao seu e ao meu lado. Veja: Boás disse a Rute: “...é verdade que eu sou remidor, mas ainda outro remidor há mais chegado do que eu” (Rute 3:12). Também Lev. 21:2, e Números 27:11, falam de “parente mais chegado”.
2) É realmente bela a mensagem de 1888, que nos foi trazida pelos dois mensageiros E.J.Waggoner e A T Jones, com total e irrestrito apoio de E.G.White, que declarou, entre centenas de outras afirmações de endosso: que os dois tinham “credenciais divinas”. Como o final da parte de sexta-feira diz: “Ellen White apoiou Waggoner fortemente. Ela chamou suas apresentações de ‘mensagem preciosa.’” Traduzindo diretamente do original gostamos de dizer “mui preciosa mensagem.”



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