quarta-feira, 11 de março de 2009

Lição 11 – Interpretando os Escritos Proféticos

O "evangelho eterno" é o mesmo em todas as gerações; mas a revelação da luz da verdade concernente à justiça de Cristo é continuamente desdobrada, mais clara e brilhantemente, com o resultado final de tornar um povo preparado para a vinda do Senhor, Prov. 4:18. "E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e estrela da alva apareça em vossos corações” ( 2ª Pedro 1:19).

Há uma diferença distinta entre a mensagem de 1888 e a dos Reformadores protestantes. As nítidas declarações de Ellen White são no sentido de que a mensagem de 1888 é o começo do "chuva serôdia" e do " alto clamor" (Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangelicos, pág. 92; Review and Herald, de 22 de Nov. de 1892).1 Os Reformadores ensinaram muitas verdades; mas nunca proclamam a plena luz da gloriosa verdade profetizada em Apoc. 18:1. Dizer que as mensagens dos três anjos foram proclamadas pelos Reformadores é negar o que Deus nos ensinou em nossa história (Life Sketches, pág. 196)2

Esta mensagem era, particularmente, uma apresentação "da justiça de Cristo em relação à lei ... não apresentada ... nesta luz até então" por nosso povo (Materiais de Ellen White sobre 1888, vol. 1, pág. 164). Os Reformadores nunca realmente entenderam a lei em sua magnitude (Isa. 42:21)3. Ellen White fez esta declaração em Minneapolis: "Disse meu guia, 'há muita luz ainda para brilhar da lei de Deus e do evangelho de justiça. Esta mensagem, entendida em seu verdadeiro caráter, e proclamada no Espírito iluminará a terra com sua glória'." (Materiais de Ellen White sobre 1888, pág. 166). A. T. Jones e E. J. Waggoner apresentaram a lei de certa maneira que verdadeiramente a "magnificou" e "honrou" como nós nunca a lemos em Lutero e Wesley e outros escritores adventistas do Sétimo-Dia. Ellem White altamente recomendou as apresentações de Jones e Waggoner como luz enviada de Deus. Não tivesse sua mensagem sido resistida e rejeitada, suas apresentações simples (*provindas) de corações inflamados (*pela verdade) teriam quebrado o preconceito de muitos nas igrejas populares. "O Senhor projetou que as mensagens de advertência e instrução dada pelo Espírito a Seu povo, devesse ir a toda parte. Mas a influência que cresceu da resistência à luz e verdade em Minneapolis, tendeu a tornar de nenhum efeito os Testemunhos que Deus tinha dado a Seu povo (Boletim da Conferência Geral de 1893, em 28 de Fev. de 1893, pág. 407).

A mensagem de 1888 era um entendimento da justiça pela fé que estava em harmonia com a purificação do santuário. Os Reformadores não tiveram nenhum conceito dessa doutrina. O entendimento adventista de justiça pela fé não é o mesmo dos Reformadores. A importância ética da purificação do santuário certamente será preparar um povo para a vinda do Senhor, "sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante" (Ef. 5:27)—uma comunidade do povo de Deus que virá a ser “... um homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo" (Ef. 4:13).

Sua mensagem, como Deus a pretendeu, teria trazido libertação da raiz do pecado—o amor de si mesmo. Segue-se que uma genuína e completa aceitação teria tornado um povo pronto para a vinda do Senhor naquela mesma geração. Não é nenhuma depreciação dos santos que estão em repouso, dizer que Deus pretende que Seu povo progrida continuamente em direção a atingir realmente um padrão mais alto que qualquer geração prévia alcançou, nada menos que perfeita semelhança a Jesus em caráter. Esta experiência é bem distinta da (*da mensagem de) "justificação pela fé" pregada pelos Reformadores. Ellen White frequentemente descreve a mensagem de 1888 como "a mensagem da justiça de Cristo" mais do que como "justificação pela fé," embora ela ocasionalmente tenha (*também) usado este último termo. Lutero foi maravilhoso, e desbravou o caminho; mas Jones e Waggoner foram muito mais além.

Tiveram um conceito mais claro do amor de Deus em Cristo do que os Reformadores. Entenderam que justificação pela fé é baseado em amor genuíno, e começaram a quebrar a síntese de amor helenístico, centrado no homem e o agape do Novo Testamento (que é amor que Se dá) que tinha enfraquecido os adventistas do Sétimo Dia antes de 1888. Eles restauraram o (*conceito Ágape de) amor no Novo Testamento a seu legítimo lugar como o condicionador poder que cria uma nova vida.

--Paul E. Penno

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Tradução e Acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

Notas:

1) "Esta é a mensagem que Deus manda proclamar ao mundo. É a terceira mensagem angélica, que deve ser proclamada com alto clamor e regada com o derramamento de Seu Espírito Santo em grande medida " (Testemunhos a Ministros e Obreiros Evangélicos, pág. 92).

2) "Nada temos a recear quanto ao futuro, a menos que nos esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado" (E Recebereis Poder, MM de 1999, pág. 231; Eventos Finais, pág. 72, e Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 443, onde lemos a nota dos editores: “Extraídas da última mensagem pessoal da Sra. White para a igreja, Life Sketches, pág. 196, 15 de abril de 1915”).

3) Parece haver uma analogia de Isaias 42:18 A 24 com o povo remanescente. “Surdos, ouvi, e vós, cegos, olhai, para que possais ver. Quem é cego, senão o meu servo, ou surdo como o meu mensageiro, a quem envio? E quem é cego como o que é perfeito, e cego como o servo do Senhor? Tu vês muitas coisas, mas não as guardas; ainda que tenhas os ouvidos abertos, nada ouves. O Senhor se agradava dele por amor da sua justiça; engrandeceu-o pela lei, e o fez glorioso. Mas este é um povo roubado e saqueado; todos estão enlaçados em cavernas, e escondidos em cárceres; são postos por presa, e ninguém há que os livre; por despojo, e ninguém diz: Restitui. Quem há entre vós que ouça isto, que atenda e ouça o que há de ser depois? Quem entregou a Jacó por despojo, e a Israel aos roubadores? Porventura não foi o Senhor, aquele contra quem pecamos, e nos caminhos do qual não queriam andar, não dando ouvidos à sua lei?”

O Comentário Bíblico, no vs. 18 diz: “Estas palavras são dirigidas ao professo povo de Deus (veja o vs. 19), muitos dos quais são espiritualmente cegos e mudos. ... No livro de Isaias cegueira geralmente se refere a cegueira espiritual por parte do professo povo de Deus. ... Os vs. 18 e 20 implicam que o ‘servo cego’ do vs. 19 erra em não ver, e que Deus o chama a emendar o seu caminho. Portanto o ‘sevo cego e mudo’ do vs . 19 provavelmente designa o povo de Deus (veja Apoc. 3: 17-20)”. (SDABC, vol. 4, pág. 257).


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