quinta-feira, 19 de março de 2009

Lição 12 – As Bênçãos do Dom Profético

O dom profético de Deus traz muitas bênçãos a toda humanidade, e isto é especialmente verdadeiro para o povo de Deus. Um exemplo de bênçãos estendidas a alguém fora da nação de Israel era Naamã, comandante do exército sírio. Doente com lepra, ele soube que o profeta de Deus, Elias, podia ajudá-lo. Apesar da raiva de Naamã e relutância em aceitar o remédio de Deus, ele finalmente se submeteu à instrução dada pelo profeta, 2º Reis 5:1-14.

A glória de Naamã foi colocada no pó e Deus fez para ele o que era impossível fazer por si mesmo. O caso dele é sintomático da determinação da humanidade em buscar a própria cura física e espiritual, embora todos esforços tenham se provado fúteis. Somente quando Naamã finalmente submeteu-se a Deus recebeu a cura disponível.

Outra bênção do dom profético é o caso quando Jeosafá, rei de Judá, escutou e seguiu a instrução de Jaaziel, profeta de Deus naquela época, 2º Cron. 20:1-25. Este foi o tempo quando os exércitos do inimigo estavam para empenhar-se em guerra contra Judá. Jaaziel disse (*ao povo e) ao reipostai-vos, ficai parados, e vede a salvação do Senhor para convosco” (vs. 17) pois a peleja não é vossa, mas de Deus” (vs. 15). Um coro foi escolhido e foi encarregado de ir à frete do exército de Judá. Quando o coro começou a cantar e a louvar a Deus, os inimigos foram direcionados por soldados celestiais enviados de Deus.

Jeosafá encorajou o povo com esta declaração, "Crede no SENHOR vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas, e prosperareis [vencereis]” (*vs. 20).

As bênçãos em ambos os casos (de Naamã e de Jeosafá) vieram em consequência de crerem e seguirem o que cada profeta disse. Em ambos os casos a glória do homem foi rebaixada (*colocada no pó). Ao cada líder se humilhar, Deus operou poderosamente em seu favor e os levantou (veja Tiago 4:10; 1 Peter 5:6)1. Em ambos os casos o poder de Deus foi testemunhado às nações das referidas regiões do mundo. Vale à pena mencionar que nem Elias nem Jaaziel são considerados como escritores "canônicos". Em outras palavras, nenhum livro deles foi usado na formação do cânon bíblico. Não obstante, os que aceitaram suas mensagens e as seguiram tornaram-se sustentados e edificados na Palavra de Deus. Assim será nestes últimos dias.

Também em nossos dias, Deus escolheu enviar um profeta não-canônico, uma mensageira, para abençoar Seu povo juntamente com as pessoas do mundo. Algumas das bênçãos dadas incluem princípios de educação, de saúde, de governo para o lar e o estado, de filosofia e de teologia. A eternidade falará da influência do dom profético dado por Deus a Ellen White para ser compartilhado com Seu povo e com todos os habitantes de terra. Central a estes princípios é a restauração de imagem do Deus no homem.

Especialmente é isto verdade de sua teologia. Ela apresentou a Cristo levantado (*crucificado) como a única esperança para a humanidade. Ela demorou-se muito no grandioso e central tema da Bíblia—o plano da redenção que envolve a restauração da imagem de Deus na alma do homem. Os que se humilham, que crêem e seguem seu conselho, tornam-se estabelecidos na Palavra de Deus e serão salvos eternamente. Os que recusam crer e que rejeitam o presente (dom) profético rejeitam as bênçãos inerentes ao dom.

Uma das maiores dádivas a nós é encontrado na mensagem da Justificação pela fé dada no cenário do tempo do fim (em que nós vivemos). A mensagem veio a nós por escolha que Deus fez de dois jovens, Alonso T. Jones e Ellet J. Waggoner. Eles dois são mencionados na lição de quinta-feira, junto com Ellen White, “que desempenhou papel decisivo em proteger a igreja de cair fundo no legalismo” (*pág. 115 do guia de estudos dos professores, e 85 no dos alunos)2.

É-nos dito que muito da pregação, antes da mensagem dada em Mineapolis, em 1888, era "seca como as colinas de Gilboa, sem orvalho ou chuva" (Materiais de Ellen G. White sobre 1888, pág. 557). Não obstante, Deus enviou algumas gotas da "Chuva serôdia" e o começo do "Alto clamor" na mensagem de Mineapolis (R & H, 22 de Nov. de 1892). Hoje necessitamos crer e seguir o que a profetiza disse concernente a esta mensagem. Deus mandou-nos levá-la ao mundo. Ele ainda espera que este comando e essa mensagem seja crida e posta em prática

“Esta é a mensagem [trazida por Jones e Waggoner] que Deus manda proclamar ao mundo. É a terceira mensagem angélica que deve ser proclamada com alto clamor e regada com o derramamento de Seu Espírito Santo em grande medida” (Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, pág. 92).

A obra de publicação será envolvida "em grande medida" apresentando esta mensagem ao mundo como retratado em Apoc. 18:1 (veja Testemunhos para a Igreja, vol. 7, pág. 140). Esta mensagem iluminará a terra com a glória de Deus.

Desejo finalizar com uma nota pessoal. Enquanto eu frequentava uma igreja adventista, antes de me tornar membro, eu pensei que ouvi (mas não foi o que o pastor disse) que na quarta-feira seguinte ia estar presente na igreja uma mulher (Ellen White) que nos daria uma mensagem profética. Para mim isto era algo novo. Fiquei curioso. Decidi assistir. O que eu entendi mal era, começando na noite da quarta-feira seguinte, os membros da igreja iam estudar o dom profético de Ellen White.

De um dos membros daquela igreja eu recebi alguns livros escritos por ela. Os primeiros eram Caminho a Cristo e O Maior Discurso de Cristo. Posso testificar das bênçãos que eu recebi, e continuo a receber, ao ler estes e outros materiais escritos pela sra. White. Com o meu coração transbordando de gratidão eu, às vezes, parava, cantando e louvando a Deus em ação de graças. Possa esta experiência continuar comigo e com você.

"Crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas, e prosperareis [sereis vitoriosos]” (2º Cron. 20:20).

Gerald L.. Finneman

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

Notas do tradutor:

:

1). “Humilhai-vos perante o Senhor, e Ele vos exaltará” (Tiago 4:10); “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte” (1ª Pedro 5:6).


2). Á luz do que consta na lição de hoje, quinta-feira, 19/03/2009, foi providencial que Deus nos desse a mensagem da justiça de Cristo através daquele trio: Ellen G. White; Alonso T. Jones, e Ellet J. Waggoner, como mencionado, para “proteger a igreja de cair fundo no legalismo”. E no mesmo contexto os três foram grandes defensores da “salvação pela fé unicamente em Cristo, sem as obras da lei.” E mais, na pág. 155 do guia de estudos dos professores lemos: “As Escrituras nos conduzem à salvação que vem pela fé em Cristo.” Deus deve ter sentido a urgente necessidade de nos outorgar tal “mui preciosa mensagem” eis que o inimigo já atacara a igreja com o movimento da “carne santa”, no estado de Indiana, no começo do século XX, bem como com a primeira tentativa de introdução da doutrina católico-romana do “pecado original”, através do Pr. Albion Fox Ballanger (1861-1921), (SDABC, vol.10, Enciclopédia Adventista, pág. 121, ed. de 1976) também citado na lição duas linhas antes.

Sob ângulos diferentes o inimigo procurava assim apagar da mente do povo de Deus a idéia de um Deus Altruísta, Ágape, que correu o “risco de perda eterna” ao assumir a nossa natureza caída, tornando-Se um de nós, a fim de ser “Deus Conosco.”

A lição diz: “Quando A.F. Ballenger tentou mudar o ensino do santuário, ela [Ellen White] assumiu posição forte contra ele,” uma vez que ele estava pregando idéias que levavam à aceitação do entendimento daquela doutrina católico-romana.

Embora sendo um pr. adventista ele declarou, em 1890:

“Todos os homens foram corrompidos sem sua vontade ou cooperação, e, portanto, todos os homens poderiam ser resgatados sem sua vontade ou cooperação. Que! Salvar um homem sem sua vontade? Sim.” (The Proclamation of Liberty and the Unpardonable Sin, pág. 64).

Isto é o pecado original. Santo Agostinho, partiu de uma falsa premissa, de que ao Adão e Eva ao rejeitarem o amor de Deus, sucumbindo ao orgulho e amor próprio satânicos, transmitiram aos seus descendestes não somente a natureza pecaminosa mas, também, a culpa de Adão. O pecado original tem, assim, para Santo Agostitnho, um caráter hereditário (de “estado”), transmissível de geração a geração, para toda a humanidade, abandonando a idéia bíblico-judaica de “pecado decisão”. Os descendentes de Abraão, judeus e islamitas, compartilhavam a idéia de que Deus ao criar o homem lhe dotou do “livre arbítrio”, com a possibilidade de rejeitá-Lo. Esta é a definição de pecado amplamente difundida também nas sagradas Escrituras.

Ao raciocinar nos termos acima (a tese cotizada do livro de Ballanger, acima em vermelho), ele desenvolveu numa série de falsas idéias, passando, em consequência, a negar: 1º) a doutrina do Santuário; 2º) o ministério de Cristo no lugar santíssimo; 3º) a natureza de Cristo; 4º) a expiação, e, 5º) a natureza do homem, tudo conseqüência do errôneo entendimento da natureza do pecado.

São duas teses distintas e oponentes: “Pecado status” e “pecado decisão”. A qual você aceitar te levará às conclusões da premissa adotada.

A doutrina da natureza do homem e o conceito do que é o pecado, firmou-se bem cedo na igreja adventista. Já de início um sumário razoável do que seria a visão da natureza do homem aparece na Review and Herald de 26 de set. de 1854. “uma carta que John Byington, que viria a ser o primeiro presidente da Associação Geral, em que ele descreve uma conversa que teve com um homem com relação ao espiritismo, se seria do diabo: ‘... A bondade de Deus se manifestou em criar o homem à Sua própria imagem, capaz de conhecer e manter comunhão com seu Deus. Mas sendo um ser criado, dependente, era razoável que ele devesse estar sob o governo de seu Fabricante; portanto Ele lhe deu Sua lei, que abrangia toda Sua vontade concernente a ele. A lei dada a um ser possuidor de liberdade e inteligência, implica poder para obedecer ou desobedecer. À sua existência, portanto, está vinculada a provação (*durante o tempo de vida da pessoa); e isto implica um dia de acerto de contas, ou um dia de julgamento.’

“Aqui, Byington liga a imagem de Deus com ser ‘capaz de conhecer e manter comunhão com Deus,’ e afirma que o homem era dotado com o livre arbítrio ‘para para obedecer ou desobedecer’” (SDABC, vol.10, Enciclopédia Adventista, pág. 846, 2ª ed., 1976)

Partindo disto veio a maturar a crença adventista de que “o homem herdou uma natureza pecaminosa com a propensão para pecar, e os seus escritos [da igreja] rejeitam ou não salientam a idéia de herdar a culpa da transgressão de Adão” (ibidem).

E agora, da pág. 383: “As Escrituras, consistentemente, ensinam que todas as coisas criadas subsistem pelo poder de Deus (Atos 17:25, 28; Col. 1:16, 17). . ... Deus criou o homem com um livre arbítrio, capaz de escolher obedecer ou desobedecer: assim ele colheria a conseqüência—morte (Gen. 2:16, 17). Existência continuada (*vida eterna) foi feita (*dada) condicional à obediência contínua. “Quando Adão e Eva escolheram desobediência eles deveriam ser aniquilados se não fosse o Filho de Deus ter morrido em seu lugar.”

Voltando a Ballenger, ele cria que quando Jesus foi para o céu Ele foi direto para o santíssimo. Ele alegava que não havia dois compartimentos no santuário celestial, que era o próprio céu; Ele assim desafiou a doutrina da expiação. Começou a ensinar que a expiação foi feita na cruz, e que Cristo está no céu apenas aplicando os benefícios da expiação.

Assim 1844 foi lançado por terra, porque se Jesus foi direto para o santíssimo quando Ele subiu ao céu, o que Ele estava fazendo em 1844? Ele estaria no mesmo lugar desde quando ascendeu ao céu. Embora tenha falecido em 1921, o Yearbook de 1905 é o último a registrar Ballanger ligado à igreja. Ele era então superintendente da Missão Irlandesa. (SDABC, vol. 10, Enciclopédia Adventista, pág. 121)

Desmond Ford também partiu da mesma premissa errônea de que “Cristo fez toda expiação na cruz, e Ele agora apenas aplica os benefícios da expiação,” tentando derrubar: 1844, o juízo investigativo, a doutrina do santuário, etc, como tentou fazer Ballenger.

Infelizmente esta é a doutrina prevalecente (para muitos) na IASD hoje (aqueles que adotam o livro Questionos on Doctrines” (QOD).

Judas 3 nos diz para “batalharmos pela fé que uma vez foi dada aos santos.”

E parafraseamos dizendo: Batalhar pela fé uma vez dada aos nossos pioneiros.

Satanás odeia a mensagem adventista, e, portanto a tenta minar.

Todas as doutrinas relacionadas com a doutrina do santuário foram o pilar de nossa fé, e nos separa do mundo e nos torna um povo distinto.

Tenha um feliz sábado,

Do irmão em Cristo,

João Soares da Silveira