quinta-feira, 26 de março de 2009

Lição 13 – Confiança no Dom Profético

Indubitavelmente, a Conferência Geral escolheu publicar (*o tema para) este trimestre (*em) particular porque compreende que a confiança em, ou o amor para com os escritos de Ellen White diminui na igreja.

O Senhor Jesus, lamentando Se indagou, "Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra"? (Lucas 18:8). O Senhor é todo-poderoso, é onipotente, mas Ele não força Seu povo a crer se amam a incredulidade.

Um exemplo muito sério do mal da incredulidade é a atitude popular em relação ao começo da Chuva serôdia1 e do alto clamor2 de Apocalipse 18:1-4.

Pode você imaginar fazendeiros de uma terra seca, onde suas colheitas estão murchando, ficarem infelizes quando o Senhor lhes envia chuva no momento e na quantidade certa? Isso seria impensável, não é mesmo? Mas nossos líderes viveram este cenário inimaginável em 1888. Estávamos em perigo de perder as três mensagens angélicas, a razão de nossa existência como um povo; o Senhor não os impressionou com relâmpago, trovão, e grandes chuvas torrenciais — somente uma chuva suave do Espírito Santo no poder da chuva serôdia.

O Senhor deu Seu Espírito Santo a dois jovens numa mensagem de justificação pela fé que era como uma chuva suave em terra sedenta; Ellen White estava eufórica de alegria. Ela disse que nunca tinha ouvido algo tão maravilhoso em qualquer tempo, nem em qualquer lugar! Ela imediatamente reconheceu a direção do Espírito Santo. Mas sentiu-se triste pela rejeição que os irmãos manifestaram: "O curso que foi tomado em Mineápolis, em 1888, foi crueldade ao Espírito de Deus" (Manuscrito 30, de 1889). "Eu sei que naquela época o Espírito Santo foi insultado" (Carta 24, de 1892).

"O tempo virá quando muitos estarão dispostos a fazer algo e todo o possível para ter uma oportunidade de ouvir o chamado que eles rejeitaram em Minneapolis. ... Melhores oportunidades nunca virão, sentimentos mais profundos eles não terão" (Carta 19d, de 1892; ao Pr. O. A. Olsen3, Presidente da Conferência Geral à época).

O Senhor Jesus disse, "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça" (Mat. 5:6); podemos adicionar, (*sede de) justiça pela fé, porque essa é a única espécie que nós podemos receber!

Agora, hoje, agora mesmo, é o tempo para termos fome e sede de tal justiça. Se você tem "fome" dela, anseia por ela, a procura, tem saudade dela, feliz é você!

Agradeça a Deus que nós ainda "podemos colher os fragmentos que permanecem, que nada se perdeu" (cf. João 6:12). Na Sua sabedoria infinita, o Senhor conservou para nós por escrito a mensagem que Ele nos enviou há 121 anos — como o "começo" do alto clamor e da chuva serôdia.

Não deixe que nada impeça sua procura!

Robert J. Wieland

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira

Notas do tradutor:

1) A Chuva Serôdia - Na palestina o ciclo do cultivo da lavoura começa em setembro e outubro, quando aram a terra por ocasião da primeira chuva, chamada de temporã, preparando-a para a semeadura do trigo e da cevada. Com a geminação, o crescimento e o aparecimento dos grãos, é necessária nova chuva, para o amadurecimento dos grãos e posterior colheita, a chuva serôdia, que cai por volta de março e início de abril.

Os escritores bíblicos as usam como símbolos do derramamento do Espírito Santo.

Atos 2:1-41 foi o cumprimento da profecia de Joel 2 como chuva temporã. Esse foi o início da proclamação do evangelho eterno a todo o mundo., vs. 36. Mas Joel 2 tem um segundo cumprimento como chuva serôdia em uma segunda manifestação do Espírito Santo, envolvendo todo o mundo, retratado em Apocalipse 14:6 e 7 e 18:1-4, com a pregação do "evangelho eterno ... a toda tribo, e língua, e povo" (vs.14;6) por meio de um corpo de crentes representado por anjos.

Mas, individualmente, a conversão e o batismo, são a chuva temporã para cada um que crê em Jesus como seu Salvador pessoal.

"Embora acariciemos as bênçãos da primeira chuva, não devemos, do outro lado, perder de vista o fato de que, sem a chuva serôdia para encher a espiga e amadurecer o grão, a colheita não estará pronta para a ceifa, e o trabalho do semeador terá sido em vão." – Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 507 e 508.

Assim: Há uma chuva temporã para a igreja, corporativamente, no âmbito escatológico, e há uma chuva temporã na vida de cada pessoa que crê em Jesus como seu Salvador.

“As bênçãos recebidas sob a chuva temporã, são-nos necessárias até ao fim... Ao irmos ao Senhor em busca do Espírito Santo, Este operará em nós mansidão e humildade, bem como consciente confiança de que Deus nos concederá a aperfeiçoadora chuva serôdia.” – Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 507 e 509).

“Só podemos ser habilitados para o céu mediante a operação do Espírito Santo no coração, pois temos de ter a justiça de Cristo; precisamos diariamente ser transformados pela influência do Espírito, a fim de sermos participantes da natureza divina. É obra do Espírito Santo enobrecer o homem todo.” – Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 374.

O Anjo de Apoc. 18:1 simboliza a mensagem da justiça de Cristo que nos foi outorgada em 1888. Este anjo não traz uma nova verdade, apenas reforça a mensagem do terceiro anjo que é a Tríplice Mensagem Angélica e revela a Justiça e os Méritos de Jesus.

Esse anjo representa o fiel remanescente que dará a última mensagem de advertência ao mundo e triunfará por ocasião do segundo advento de Cristo.

Será um evento que encherá toda a Terra com a glória de Deus. Esse clímax está profetizado primeiro em Atos 3:19 e 20, quando Pedro disse: "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para serem cancelados os vossos pecados, a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie Ele o Cristo, que já vos foi designado, Jesus." Aqui, Pedro faz referência a três acontecimentos distintos.

a) O derramamento da plenitude do Espírito Santo (Chuva Serôdia).

b) A remoção final dos pecados dos justos que confiaram a vida a Jesus

(A intercessão de Jesus no santuário celestial).

c) O segundo advento de Cristo como clímax final.

“Vi que ninguém poderia participar do "refrigério" a menos que obtivesse a vitória sobre toda tentação, orgulho, egoísmo, amor ao mundo, e sobre toda má palavra e ação. Deveríamos, portanto, estar-nos aproximando mais e mais do Senhor, e achar-nos fervorosamente à procura daquela preparação necessária para nos habilitar a estar em pé na batalha do dia do Senhor” (Primeiros Escritos, pág. 71).

“Cumpre-nos remediar os defeitos de caráter, purificar de toda a contaminação o templo da alma. Então a chuva serôdia cairá sobre nós, como caiu a temporã sobre os discípulos no dia de Pentecostes” (Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 69).

“Não há coisa alguma que Satanás tema tanto como que o povo de Deus desimpeça o caminho mediante a remoção de todo impedimento, de modo que o Senhor possa derramar Seu Espírito sobre uma enfraquecida igreja. ... Toda tentação, toda influência contrária seja ela franca ou oculta, será resistida com êxito, "não por força, nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos exércitos, Zac. 4:6” (Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 124).

“A chuva serôdia virá, e a bênção de Deus encherá toda alma que estiver purificada de toda contaminação. É nossa obra hoje entregar nossa alma a Cristo, para estarmos preparados para o tempo de refrigério pela presença do Senhor - preparados para o batismo do Espírito Santo” (Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 191).


2) O Alto Clamor - "A Chuva Serôdia Produzirá o Alto Clamor" (EventosFinais, pág. 186)

A mensagem de 1888 "É a terceira mensagem angélica que deve ser proclamada com alto clamor e regada com o derramamento de Seu Espírito Santo em grande medida" (Testemunhos para Ministros, pág. 91 e 92)

"Ao se aproximarem os membros do corpo de Cristo do período de luta final, ‘o tempo da angústia de Jacó’, crescerão em Cristo e partilharão grandemente de Seu Espírito. À medida que a terceira mensagem se avoluma e se torna alto clamor, e que a obra final é acompanhada de grande poder e glória, o fiel povo de Deus participa dessa glória. É a chuva serôdia que os vivifica e fortalece para passar pelo tempo de angústia. Seus rostos brilharão com a glória daquela luz que acompanha a mensagem do terceiro anjo” (E Recebereis Poder, pág. 344).

“O tempo de prova está exatamente diante de nós, pois o alto clamor do terceiro anjo já começou na revelação da justiça de Cristo, o Redentor que perdoa os pecados. Esse é o princípio da luz do anjo cuja glória há de encher a Terra” (Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 363).

“Servos de Deus, com o rosto iluminado e a resplandecer de santa consagração, apressar-se-ão de um lugar para outro a fim de proclamar a mensagem do Céu. Por milhares de vozes em toda a extensão da Terra, será dada a advertência" (SDA Bible Commentary, vol. 7, pág. 985).

"O capítulo 18 do Apocalipse indica o tempo em que, como resultado da rejeição da tríplice mensagem do capítulo 14:6-12, a igreja terá atingido completamente a condição predita pelo segundo anjo, e o povo de Deus, ainda em Babilônia, será chamado a separar-se de sua comunhão. Esta mensagem é a última que será dada ao mundo, e cumprirá a sua obra" (GC, pág. 390).

Outra voz do Céu; Em conexão com a proclamação da tríplice mensagem angélica, outra voz do céu é ouvida através do movimento representado por aquele anjo poderoso sob o poder do Espírito Santo. Antes de terminar o tempo de prova, ele faz o chamado final ao povo fiel de Deus ainda em Babilônia, para sair antes que as pragas de Deus sejam derramadas sobre ela. Apocalipse 18:4 e 5.

“Deus tem filhos honestos entre os adventistas nominais e as igrejas caídas. Antes que as pragas sejam derramadas, pastores e povo serão chamados a sair dessas igrejas. Alegremente receberão a verdade. Satanás sabe disso. Antes que o alto clamor da terceira mensagem angélica seja ouvido, ele suscitará despertamento nessas corporações religiosas, a fim de que os que rejeitaram a verdade pensem que Deus está com eles. Espera enganar os honestos e levá-los a pensar que Deus ainda trabalha pelas igrejas. Porém, a luz brilhará. Todos os honestos deixarão as igrejas caídas, e tomarão posição ao lado dos remanescentes” (Primeiros Escritos, pág. 261).


3) O pastor Ole Andres Olsen (1845-1915) foi presidente da Conferencia Geral durante 9 anos, eleito na assembléia de 1888, realizada em Mineapolis, como se pode ver da Enciclopédia Adventista, da série SDABC, vol 10, pág. 1028. Veja outra carta que Ellen White escreveu ao Pr. Olsen, postada neste blog na sexta-feira, 13/02/09, juntamente com a lição 7 deste trimestre.