quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Lição 7, O Caminho para a Fé, por Paul Peno

"A Promessa da Fé." 1

Para 5 a 12 de outubro de 2011

Você já fez um mau negócio e comprou um "abacaxi"? Tendo colocado dinheiro bom em cima de um mau empréstimo de cinco anos. Cada cheque escrito traz uma "tensão" interna ao longo de um negócio que vai ficando cada vez mais amargo. Israel fez um mau concerto com suas falhas promessas no monte Sinai e pagou por ele desde então, com um constante conflito sobre a lei de Deus (Heb. 8: 7, 8).
Em quatro versos curtos Paulo contrasta os dois concertos como duas experiências diferentes. Cada uma destas duas experiências dos concertos têm uma relação radicalmente diferente para com a lei de Deus. Paulo se baseia em duas profissões de seu mundo contemporâneo, a do oficial correcional e a do professor, a fim de ilustrar o que quer dizer (Gál. 3: 22-25).
O plano original de Deus com Sua aliança com Abraão foi "a promessa pela fé de Jesus Cristo" (3:22). Abraão creu na promessa de Deus, porque Deus anunciou-lhe o grandioso sacrifício do Salvador que comove o coração. "A aliança ... foi confirmada ... em Cristo" (3:17). A revelação mais clara do amor de Deus para os pecadores é a crucificação de Cristo.
A cruz é a fé de Jesus. Deus "anunciou primeiro o evangelho a Abraão" (3:8). Quando Deus proclama a boa nova ela nunca é parcial. É uma exposição completa da mensagem da cruz (ela "foi anteriormente confirmada por Deus em Cristo," 3:17). Foi essa verdade salvadora a qual Abraão ouviu e [ela] converteu seu coração de modo que ficou motivado pelo amor Ágape para crer.
Da mesma forma, foi a fé de Jesus Cristo, que Deus proclamou a Israel no Monte Sinai. Quando, na incredulidade quanto à capacidade de Deus para cuidar deles no deserto, Israel murmurou contra Moisés, o Senhor o instruiu a bater na rocha e água jorrou trazendo com ela a vida a todos os que dela bebiam. Paulo compreendeu que a Rocha, o Monte Sinai, representava Aquele ferido e crucificado. "E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da Pedra espiritual que os seguia; e a Pedra era Cristo" (1ª Cor 10: 4). Assim, de uma forma vívida e prática Deus proclamou que a própria vida deles era um presente para eles, em virtude do sacrifício de Cristo. Esta foi a cruz sempre presente do "Calvário no Sinai."2
Cristo é a realidade a que todos os cordeiros sacrificais apontavam desde que Adão pecou no jardim e Deus o cobriu com a pele do animal. É pelo "precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido ainda antes da fundação do mundo" (1ª Pedro 1: 19, 20) que todos têm vida.
Agora, quando Deus proclamou tudo isso aos filhos de Abraão, e eles ainda não viram sua necessidade de Cristo, como fizeram seus pais, em sua auto suficiência eles proclamaram a si mesmos como suficientemente justos para preencherem as condições de seu velho concerto, Ex. 19: 8 e 24: 7. Sua promessa de fazer tudo certo não era o plano de Deus. Ele não teve que escrever Sua lei em tábuas de pedra para Abraão. Abraão simplesmente creu e Deus escreveu Seus princípios da verdade moral em seu coração que foi movido pelo amor do grande sacrifício.
Assim Deus falou Sua lei do Monte Sinai em meio ao fogo, relâmpagos, terremotos e limites mortais em volta do monte, Êxodo 19: 12, a fim de impressionar sobre os pecadores sua completa fraqueza e falta de energia para cumprir suas promessas de obediência — seu velho concerto. Primeiro, Deus, por meio das "Escrituras," "encerrou [prendeu] tudo debaixo do pecado" (Gál. 3:22). A lei condena o pecador. A lei é o "agente correcional", a quem é dada a responsabilidade de segurar o prisioneiro no corredor da morte para a sua punição. Segundo, a lei foi dada para levá-los "à promessa [do novo concerto] pela fé de Jesus Cristo" (vs. 22).
Não foram somente os judeus que “a Escritura encerrou debaixo da lei" (3:22). Ao longo de todo decorrer da passagem Paulo escreveu aos judeus, assim como aos gentios. Ele se refere especialmente a "nós" para os gentios (3:14; cf 3:28, 29)3. Paulo escreve: "já dantes demonstramos que tanto judeus como gregos [gentios], todos estão debaixo do pecado" (Rom. 3: 9), "Deus encerrou a todos debaixo da desobediência" (Rom. 11: 32).
Estar "debaixo lei" (3: 23) é idêntico a ser "debaixo do pecado" (vs. 22). O problema de estar "debaixo lei" não é da própria lei. É a incredulidade na promessa de Deus da fé de Jesus que perpetua constante tensão com a lei.
Outro exemplo de um profissional que Paulo usa com o objetivo de explicar a lei é o “aio,” um professor [disciplinador] “para nos conduzir [à unidade] com Cristo" (Gal. 3,24). A lei é como o "tutor" ou “curador” romano, que mantem o “menino” "debaixo" de si, como um menor de idade, antes de ele alcançar a idade para receber a herança (Gál. 4:1, 2). O futuro proprietário da fazenda era posto sob um servo disciplinador tirano a quem ele viria possuir.
A lei incrimina os pecadores para levá-los à aliança em Cristo, pelo poder de conversão do Espírito Santo, a fim de que eles possam experimentar a justificação pela fé — o perdão dos pecados. Quando a lei “aio” leva o "menino" à "promessa pela fé de Jesus Cristo" (vs.22), então ele é "justificado pela fé". A justiça de Cristo reconcilia o seu coração alienado a Deus e o traz em harmonia com a lei de Deus; pelo que a lei é, na verdade, uma testemunha desse fato.
"A lei é contra as promessas de Deus?" (Gál. 3:21). Não, a lei é a aliança de Deus, assim como o foi para Abraão que "creu no Senhor, e Ele imputou-lhe isto por justiça" (Gên. 15:6). Quando Deus dá o Seu caráter de amor Ágape, ao crente, ele "já não mais está debaixo de [em conflito com] aio” (Gál. 3:25).
Duas experiências diferentes de dois concertos são descritos em Gálatas 3:22 e 25. Os dois concertos não são uma questão de tempo, quer antes ou depois da cruz. Uma pessoa pode ter uma experiência do velho concerto depois da cruz, assim como uma outra pessoa uma experiência do novo concerto antes da cruz. A auto-suficiente promessa da antiga aliança para fazer tudo certo, coloca a pessoa em uma constante tensão de, eu preciso fazer isso, eu devo fazer aquilo, com a lei de Deus.
Deus deu a capacidade de cada um escolher crer em Sua promessa do concerto. Somente Cristo traz liberdade da auto escravizante servidão à lei para a luz solar da liberdade de harmonia e paz com a lei e Deus. Estas duas experiências do concerto, de escravidão e liberdade, são independentes de tempo, antes ou após a cruz. Em qualquer momento uma pessoa pode mudar da antiga dispensação de incredulidade para a nova dispensação de fé.
Esta visão única da mensagem de 1888 é muito mais ampla do que a compreensão que Babilônia tem dos dois concertos. A falsa visão de Gálatas 3 é que o "aio,” a lei “professor," foi abolida com o velho concerto "obedeça e viva" (Lev. 18: 5) quando Jesus morreu na cruz. A falsa visão diz que "debaixo da graça" não há sábado do sétimo dia no novo concerto.
Tal anti-bíblica teoria "dispensacionalista" é uma doutrina de homens. Este argumento foi usado pelo papado para abolir o verdadeiro sábado e promover a observância do domingo como o sábado do novo concerto. Que pena que os evangélicos e alguns ex-adventistas estejam fazendo a mesma coisa!
Quando você finalmente acordar, após uma vida desperdiçada, e perceber que você gastou perdulariamente quase todo o seu "capital" original, você se sentirá impotente. Você passou por um ou dois divórcios, arruinou a sua saúde com indulgência, sua família perdeu a confiança em você, você precisa de um emprego (e da força para trabalhar se você puder obtê-la), e a solidão que você sente é opressiva. Talvez você tenha deixado algum registro criminal para atrás. Você sente que Deus lhe abandonou. A "boa nova" é que Cristo o toma pela mão e o leva para fora do desespero da antiga aliança para a liberdade do Seu amor vivificante.

- Paul E. Penno

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99

Notas do autor:

1) Segundo Gálatas 3:22, um melhor titulo para esta lição é "A Promessa da Fé."
2) Ver, “O Calvário no Sinai — A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista,” de autoria do autor deste artigo, pr. Paul E. Penno, Junior, publicado em 2001. Para aquisição deste livro escreva para ele: penno@sbcglobal.net
3) Um inusitado destaque é dado no guia de estudos das lições da Escola Sabatina do "nós," em Gálatas 3:23, que “Paulo se referiu aos cristãos judeus” que foram “guardados debaixo a lei” "antes que viesse a fé,” isto é, antes de Cristo" (O Evangelho em Gálatas, Edição do Professor, pág. 83, lição de segunda-feira). Mas isto tende para uma visão "dispensacionalista" dos dois concertos, como será explicado.

Nota do tradutor:

Os “dispensacionalistas” pregam que existem sete períodos de tempo durante os quais Deus testa o homem quanto à sua obediência a alguma revelação específica da vontade de Deus. Assim, Deus tem negociado diferentemente com a humanidade durante diferentes eras da história bíblica. Cada uma dessas dispensações termina com o fracasso humano e o inevitável juízo de Deus.
A palavra dispensação (oikonomia), que é um termo bíblico (cf. Luc. 16: 2-4; 1ª Cor. 9: 17; Efé. 1.10; 3.2, 9; Col. 1.25; 1ª Tim. 1.4), pelos dispensacionalistas é empregada num sentido antibíblico. A referida palavra na Bíblia indica mordomia, uma disposição ou uma administração, mas nunca um período de prova ou de experiência.
Segundo os dispensacionalistas esses períodos se distinguem nas Escrituras por uma mudança no método divino de tratar a humanidade, ou parte dela, no que se refere a duas grandes verdades: pecado e responsabilidade humana. Cada dispensação pode ser considerada como uma prova para o homem natural e termina sempre em juízo, demonstrando assim o seu completo fracasso. Cinco dessas dispensações, ou períodos de tempo, já se consumaram. Estamos vivendo na sexta, cujo término, segundo tudo faz crer, será em breve. A sétima, ou a última, ficará para o futuro - É o Milênio.

As 7 Dispensações São as Seguintes:

1ª) Da Inocência, que começou com a criação de Adão, e terminou com a sua expulsão do Éden;
2ª) Da Consciência, que começou com a expulsão do Jardim (consciência do bem e do mal) e terminou com o dilúvio;
3ª) Do Governo Humano, que começou com o dilúvio e terminou com a confusão das línguas;
4ª) Da Promessa, que começou com Abraão e terminou com a escravidão no Egito;
5ª) Da Lei, que começou no Sinai e terminou com a expulsão de Israel e Judá da terra de Canaã;
6ª) Da Graça, a atual, que começou com a morte de Cristo e terminará com o arrebatamento secreto da Igreja. Sete anos antes do segundo advento de Cristo, os fiéis cristãos serão trasladados, arrebatados para o Céu. É que a última das setenta semanas proféticas de Daniel 9:24 ainda está no futuro. A 70ª semana está separada das outras 69 por um período indefinido de tempo. Esta é portanto uma mutilação da profecia de Daniel. A era da Igreja é vista como um parêntesis no plano de Deus, E a igreja não passará pela grande tribulação.
7ª) Do Reino, que começará com a Segunda Vinda de Cristo e terminará com o juízo do Grande Trono Branco - é também chamada de Dispensação do Milênio.
Entendemos que estas sete dispensações acabam criando sete diferentes planos de salvação. Deus assim teria sido mais rigoroso com uns do que com outros, como, por exemplo, antes de Cristo as pessoas seriam salvas por um sistema totalmente legalista
Segundo os dispensacionalistas a Bíblia divide a humanidade em três grupos distintos: judeus, gentios e a igreja, e se dirige a esses grupos separadamente, de maneira sistemática, e essa divisão tripartida fornece a “chave para todo estudo e interpretação da Bíblia”. Nós entretanto sabemos que em Cristo todas as distinções raciais, étnicas, de sexo, etc. foram desfeitas. Veja Gálatas 3: 26 a 29, e Romanos 10:12.
Na Bíblia temos apenas duas dispensações, a de antes de Cristo, em que os sacrifícios e cerimônias apontavam para Ele, e a segunda depois de Cristo. A primeira era o tipo, sombra ou figura, e a segunda a realidade ou a concretização. A primeira prefigurava em símbolos a revelação do Messias que foi morto no calvário, mas, em verdade o foi desde a fundação do mundo. No Velho Testamento a salvação também era pela graça. Veja Êxodo 20: 2; Isaias 55: 1 -4, e Salmos 6:4. Deus não muda, Malaquias 3:6; Tiago 1:17, Ele “é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente” (Hebreus 13: 8).
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