quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Lição 6, A Superioridade da Promessa, por Helene Thomas

Para 29 de outubro a 5 de novembro de 2011

Jesus disse: "Eu não posso de Mim mesmo fazer coisa alguma” (João 5:30). Se entendermos e realmente crermos nesta declaração, ela irá clarear a confusão relativa à lei, a promessa, e a justificação pela fé. Cristo não podia fazer nada de Si mesmo, entretanto Ele derrubou o reino do mal. Como pode ser isso? É porque Ele conhecia e recebeu e descansou na promessa. Ele cria que o pai. Leia-o em Suas próprias palavras: "...As palavras que Eu vos digo não as digo de Mim mesmo, mas o Pai, que está em Mim, é quem faz as obras. Crede-Me que estou no Pai, e o Pai em Mim: crede-Me, ao menos, por causa das mesmas obras. Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em Mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para Meu Pai. E tudo quanto pedirdes em Meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho” (João 14:10-13).

Gálatas 2 esclarece ainda: "Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé de Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo, e não pelas obras da lei: pois, pelas obras da lei nenhuma carne será justificada” (vs. 16, KJV) ...”Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou e Se entregou a Se mesmo por mim" (vs.20).

Ao falar aos judeus, Jesus usou Abraão como um exemplo de alguém que recebeu a fé, a vida de Deus, e descansou na Promessa.

E. J. Waggoner diz de modo perfeito no livro “As Boas Novas” a partir da última linha da página 68, até o final da página 71.

[pág. 68, da edição de 1972] O evangelho de salvação para todo o mundo foi pregado a Abraão. [pág. 69, da edição de 1972] Ele creu, e recebeu a bênção da justiça. Todos os que creem são abençoados com o crente Abraão. Os que são “da fé,” são filhos de Abraão. Cristo nos resgatou da maldição, a fim de que a bênção de Abraão chegasse a nós1. “As promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência” (Gal. 3:16). "Se a herança provém da lei, já não provem da promessa; mas Deus pela promessa a deu gratuitamente a Abraão" (Gal. 3:18). Assim, é evidente que a promessa feita a nós é a mesma promessa feita a Abraão, — a promessa de uma herança, — da qual nós partilhamos como seus filhos. Cristo nos resgatou da maldição, para que possamos receber a herança da justiça. Cristo pelo Espírito eterno Se ofereceu a Si mesmo sem macula a Deus, para purificar nossas consciências das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo, porque "Ele é o Mediador de um novo concerto, para que por meio da morte ... aqueles que são chamados possam receber a promessa da herança eterna" (Heb. 9:14,15, Versão Inglesa Revisada de 1881).

"Ora, a Abraão e a sua descendência foram as promessas feitas. Ele não diz: E às descendências, como falando de muitas,. Mas como de uma;. E à tua Semente, que é Cristo" (Gal. 3:16, Versão Inglesa Revisada de 1881). Não há aqui nenhum jogo de palavras. A questão é vital. A controvérsia é sobre o caminho da salvação, se é somente por Cristo, ou por outra coisa, ou por Cristo e algo ou alguém mais. Muitas pessoas imaginam que eles devem salvar-se a si mesmos, tornando-se bons. Muitos outros,acham que Cristo é um auxiliar valioso, um bom assistente para seus esforços; enquanto outros ainda estão dispostos a dar-Lhe o primeiro lugar, mas não o único lugar. Eles se consideram como bons em segundo lugar. É o Senhor e eles que fazem o trabalho. Mas nosso texto descarta todas estas hipóteses e auto-afirmações. Não sementes, mas a Semente. Não muitos, mas UM. "E à tua Semente, que é Cristo." Cristo é o Único.

Podemos contrastar a "semente espiritual" com a "semente literal" de Abraão. Se esse contraste nada significava absolutamente, isso significaria uma semente imaginária, em oposição a uma semente real. O oposto de espiritual é carnal, e os filhos carnais, como veremos mais adiante, não são a semente real, mas apenas um escravo, a ser lançado fora, não tendo qualquer parte na herança. Portanto, não há semente carnal de Abraão. A semente espiritual, no entanto, é uma semente literal, ou real, como também Cristo é um “espírito vivificante" (1ª Cor. 15:45), e ainda mais real. É possível para os homens andando no corpo, neste mundo, serem completamente espirituais, e tal eles devem ser, ou então eles não são filhos de Abraão. "Os que estão na carne não podem agradar a Deus" (Rom. 8:8). "Carne e sangue não podem herdar o reino de Deus" (1ª Cor. 15: 50). Existe apenas uma linha de descendentes de Abraão, apenas um conjunto de filhos espirituais reais, e eles são aqueles que são da fé — aqueles que, ao receberem Cristo pela fé, recebem o poder de se tornarem filhos de Deus.

“Mas, enquanto a ‘Semente’ está no singular, as promessas estão no plural. Não é meramente uma promessa específica que foi feita a Abraão e sua Semente, mas promessas. Deus não tem nada para qualquer homem que não foi prometido a Abraão, e todas as promessas de Deus são transmitidas em Cristo, em quem Abraão creu. "Porque todas quantas promessas há de Deus, são nEle sim; [pág. 70, da edição de 1972] e por Ele o Amém, para glória de Deus por nós" (2ª Coríntios 1:20).

Que a coisa prometia, e a soma de todas as promessas, é uma herança, é claramente visto em Gálatas 3:15-18. O 16º verso acaba de ser observado, e o 17º nos diz que a lei, vindo 430 anos depois da promessa ter sido feita e confirmada, não a pode tornar de nenhum efeito; “porque, se a herança provém da lei, já não provem da promessa; mas Deus pela promessa a deu a Abraão" (v. 18). O que esta herança prometida é pode ser visto através da comparação do verso que acabamos de citar com Romanos 4:13: "Porque a promessa de que havia de ser o herdeiro do mundo, não foi feita pela lei a Abraão, ou à sua posteridade, mas pela justiça da fé." E assim, embora os céus e a terra que agora existem estejam "reservados para o fogo contra o dia do juízo e da perdição dos homens ímpios", quando "os céus, em fogo se dissolverão, e os elementos se desfarão abrasados", nós, "segundo a Sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça” (2ª Pedro 3: 7, 12, 13). Esta é a pátria celestial para a qual Abraão, Isaac e Jacó olharam.

"Cristo nos resgatou da maldição;... Para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito" (Gal. 3: 13 e 14). Esta "promessa do Espírito" temos visto ser a posse de toda a terra feita nova — redimida da maldição; porque "também a mesma criatura será liberta da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus" (Romanos 8:21).A terra, viçosa e nova saída da mão de Deus, perfeita em todos os aspectos, foi dada ao homem por possessão, Gênesis 1: 27, 28, 31. O homem pecou, e trouxe maldição sobre si mesmo. Cristo tomou toda a maldição, tanto do homem e de toda a criação, sobre Si mesmo. Ele redime a terra da maldição para que ela possa ser a posse eterna que Deus originalmente concebeu para ser, e Ele também redime o homem da maldição, para que ele possa ser qualificado para a posse de tal herança. Esta é a soma do Evangelho. "O dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor" (Romanos 6:23). Este dom da vida eterna está incluído na promessa da herança, pois Deus prometeu a terra a Abraão e sua descendência, por "uma posse perpétua" (Gênesis 17:7, 8). É uma herança de justiça, porque a promessa de que Abraão deveria ser herdeiro do mundo foi pela justiça da fé. Justiça, vida eterna, e um lugar para viver eternamente, —.tudo isto está na promessa, e é tudo o que poderia ser desejado ou dado. Redimir o homem, mas não lhe dar nenhum lugar para viver, seria uma obra incompleta; as duas coisas são partes de um todo, pois o poder pelo qual somos redimidos é o poder da criação, —.o poder pelo qual os céus e a terra são feitos novos. Quando tudo estiver consumado, "nunca mais haverá maldição" (Apocalipse 22:3).

Que o concerto e a promessa de Deus são uma e a mesma coisa, é claramente visto em Gálatas 3:17, onde parece que invalidar o pacto seria tornar nula a promessa. Em Gênesis 17 lemos que Deus fez uma aliança com Abraão para dar-lhe a terra de Canaã —.e com ela todo o mundo —.em possessão perpétua; mas Gálatas 3:18 diz que Deus deu a ele por promessa. As alianças de Deus com os homens não podem ser nada mais do que promessas a eles: "Ou quem lhe deu primeiro a Ele, para que lhe recompensado novamente? Porque dEle, e por Ele e para Ele são todas as coisas" (Romanos 11: 35, 36). É tão raro para os homens fazer qualquer coisa sem esperar uma compensação equivalente, que os teólogos têm tido como certo que é a mesma coisa com Deus. Então eles começam suas dissertações sobre aliança de Deus com a afirmação de que um pacto é "um acordo mútuo entre duas ou mais pessoas, para fazer ou deixar de fazer certas coisas." Mas Deus não faz barganhas com os homens, porque Ele sabe que eles não podem cumprir a sua parte. Depois do dilúvio, Deus fez uma aliança com todos os animais da terra, e com todas as aves, mas os animais e as aves não prometeram nada em troca (Gênesis 9: 9 - 16). Eles simplesmente receberam o favor das mãos de Deus. Isso é tudo que podemos fazer. Deus nos promete tudo o de que precisamos, e mais do que podemos pedir ou pensar, como um presente. Nós Lhe damos a nós mesmos, e isto nada é, e Ele nos dá a Si mesmo, ou seja, tudo. O que causa todo o problema é que mesmo quando os homens estão dispostos a reconhecer o Senhor em tudo, eles querem fazer barganhas com ele. Eles querem que ela seja um caso de "mútuo" —.uma transação em que serão considerados em pé de igualdade com Deus. Mas quem lidar com Deus deve lidar com Ele em Seus próprios termos, ou seja, na base do fato —.de que nós nada temos, nada somos, e nada podemos dar, e Ele tem tudo e é tudo, e dá tudo.

(O material citado acima também é encontrado sob o título "Palavras dos Pioneiros" na Edição da Pesquisa do CD EG White Referência:.. EJW, GTI 128,1 -132,1)


Helene Thomas

Nota do tradutor:

1) Atenção, o realce em cor cinza indica que é parte que está apenas na edição de 1900. Veja o arquivo: http://dewsberry.com/content/es/content/ejwaggoner/TheGladTidings.pdf

Que é a edição original de “As Boas Novas”, publicado em 1900.

Nos arquivos postados neste blog, em 31/10/11, com o título “As Boas Novas, por Ellet J. Waggoner”, o primeiro arquivo de baixo para cima no índex (coluna da direita), e o seguinte, “Prefácio, por Roberto Wieland,” você vê uma descrição da edição de 1972, feita pelo Pr Roberto Wieland, e ali você vai ter a razão de ele ter cortado frases redundantes e simplificado o estilo próprio do século XIX para um contemporâneo. Contudo esta edição de 1972 em nada mudou a mensagem do Dr. Waggoner.

A irmã Helena Thomas é esposa de um obreiro bíblico adventista. Eles vivem no estado de Michigan, nos EUA. Além de exercer as funções do lar, como esposa, mãe e avó, ela é escritora, e produz artigos literários de dentro da própria casa. Desde Janeiro de 2010 ela é a nova editora do Comitê de Estudos da Mensagem de 1888. O endereço eletrônico dela é jhthomasal@gmail.com

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