sexta-feira, 21 de junho de 2013

Lição 12 - O melhor presente do Céu (Zacarias), por Arlene Hill



Para 15 a 22 de junho de 2013

A última metade do livro de Zacarias trata dos conceitos de guerra e paz nesta terra e Quem é que vai acabar com a guerra e introduzir a paz. Quando Cristo morreu e ressuscitou, Ele venceu a guerra com Satanás em que Ele conheceu as exigências da lei que a “alma que pecar, essa morrerá” (*Eze.18:4). Mas ele fez mais do que isso, vivendo uma vida sem pecado na carne do pecado, Ele obteve uma justiça que Ele nos dá, se o consentirmos. Isto é o que nos dá a paz, mesmo que o mundo continue a ser um caos.
Os exilados idosos que se lembravam da glória do templo de Salomão se queixaram de que o novo, que estava sendo construído, não seria tão maravilhoso. Deus deu a Zacarias uma nova definição de glória. O novo templo veria o verdadeiro Emanuel. Deus encarnado em carne humana andaria pelos átrios desta estrutura. Isso deve ter emocionado os exilados que (if they = se eles) entenderam as implicações.
A verdadeira paz vem de Deus e só pode ser estabelecida nos corações que estão em harmonia com Deus. Harmonia com Deus só é alcançada quando os corações humanos não estão em inimizade com Deus e Sua lei. No poder humano, isso é impossível, mas quando rendemos nossos corações a Ele, Ele prometeu que, se não resistirmos, nossas vidas se tornarão vidas de contínua obediência como se realizássemos os nossos próprios impulsos.1 Por que Cristo teve que vir "em semelhança da carne do pecado"? Por que não podia simplesmente ter operado um milagre para resolver tudo? Ao assumir a nossa natureza caída e pecadora, levou-nos nEle à cruz e, assim, toda a raça humana obteve um veredicto de absolvição. Mas isso não foi o suficiente. Cristo viveu uma vida sem pecado que produziu uma justiça em carne pecaminosa que Ele está pronto a dar-nos se estivermos dispostos (*grifamos). Não admira que Ellen White disse: "A humanidade do Filho de Deus é tudo para nós. É a corrente de ouro que liga nossa alma a Cristo, e por meio de Cristo a Deus. Isto deve constituir nosso estudo."2
Até a década de 1940 os estudiosos adventistas do sétimo dia e os líderes estavam unidos a respeito da natureza de Cristo. No prefácio do livro de Jean Zurcher, Tocado Por Nossos Sentimentos (Uma Pesquisa Histórica do Pensamento Adventista Sobre a Natureza Humana de Cristo), Kenneth H. Wood escreveu em 1996:
"Porque os adventistas, desde o início, sustentam que Jesus tomou a natureza humana como Ele a encontrou depois de mais de 4.000 anos de pecado, ministros e teólogos de outras igrejas têm distorcido essa crença e a usado para desviar o povo da verdade do sábado e das três mensagens angélicas. ... No princípio dos anos de 1930 um artigo desafiando três ensinos adventistas, inclusive a natureza de Cristo, apareceu em The Moody Monthly (O Mensário Moody). Francis D. Nichol, editor da Review and Herald (hoje Revista Adventista), respondeu às acusações escrevendo uma carta ao editor do Moody. Com referência ao ensino de que Cristo “herdou uma natureza pecaminosa e decaída", ele disse: "A crença dos adventistas do sétimo dia sobre esse assunto está claramente fundamentada em Hebreus 2:14-18. Na medida em que tal passagem bíblica ensina a real participação de Cristo na nossa natureza, assim nós pregamos."
"A posição colocada pelo Pr. Nichol era precisamente a crença que a Igreja, bem como muitos respeitáveis estudiosos da Bíblia não-adventistas, mantiveram através de décadas. Esse era o ponto de vista sustentado por Ellen White. Ela escreveu:."Tomando sobre Si a natureza humana em seu estado decaído, Cristo não participou, no mínimo que fosse, do seu pecado. ... Ele foi tocado com o sentimento de nossas fraquezas, e em tudo foi tentado como nós somos. E, todavia, não conheceu pecado. ... Não devemos ter dúvidas acerca da perfeita ausência de pecado na natureza humana de Cristo" (Mensagens Escolhidas, livro 1, pág. 256)"3
O Pr. Kenneth H. Wood chegou a dizer que na década de 1950, quando ele era editor da Revista ouviu “alguns líderes da igreja dizerem que esse não era o ponto de vista correto — que essa era apenas a visão de uma ala 'lunática' na igreja"4
Em 1872, a igreja produziu 25 artigos de fé na Declaração dos Princípios Fundamentais Ensinados e Praticados Pelos Adventistas do Sétimo Dia, que declara: "que há um Senhor, Jesus Cristo, o Filho do Pai Eterno, Aquele por quem Deus criou todas as coisas, e por quem elas subsistem, que Ele tomou sobre Si a natureza da semente de Abraão, para a redenção de nossa caída raça; que Ele habitou entre os homens cheio de graça e de verdade."5
Quando Ellet J. Waggoner foi nomeado editor-assistente da Signs of the Times, seu primeiro artigo publicado em 1884, afirmou: "Cristo era sem pecado; a lei estava em Seu coração. Como o Filho de Deus Sua vida era mais excelente do que as de todos os seres criados, quer no céu ou na terra."6
Alonzo T. Jones (o outro "mensageiro” de 1888) concordou com a cristologia de Waggoner: "A figura é ... "Este vestido fiado nos teares do céu, não tem um fio de origem humana. Irmãos, aquela roupa foi tecida em um corpo humano. O corpo humano — a carne de Cristo — foi o tear, não foi? Aquela veste foi tecida em Jesus; na mesma carne que você e eu temos, pois Ele tomou parte da mesma carne e sangue que temos. Aquela carne que é sua e minha, que Cristo suportou neste mundo — foi o tear no qual Deus teceu aquela roupa para você e para mim usarmos na carne, e Ele quer que nós a usemos agora, assim como quando a carne é feita imortal no final!"7
Isto dá algum pano de fundo não só sobre os pontos de vista defendidos pelos nossos pioneiros, mas também enfatiza a importância de uma compreensão consciente do motivo pelo qual a natureza de Cristo é tão importante para os pecadores. Não havia necessidade de Cristo elaborar, à força de trabalho, um caráter perfeito para Adão antes da queda, assim Cristo tomou a natureza do Adão caído, que somente então precisava de resgate.
Zacarias usa a metáfora de ovelhas, tanto a ovelha perdida, por causa de inúteis, indiferentes pastores, e ovelhas protegidas, e cuidadas pelo Bom Pastor, quando as ovelhas valorizam a proteção. Então, em Zacarias capítulo 12 a mente do leitor é direcionada para a frente "naquele dia". ... Eu derramarei sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém, o Espírito de graça e de súplicas; para que quando eles olharem para Mim a Quem traspassaram, Me pranteiem. ... (Vs. 10-11).
Há muita esperança para nós nesses versículos. O Bom Pastor vai reunir tanto a liderança de Israel bem como os membros do povo de Israel moderno juntos no fim dos tempos. Um espírito de compaixão é derramado de Ágape, de Deus, e um espírito de súplica que ilumina a Terra com uma manifestação da glória de Deus e ela muda as pessoas. Por causa da compaixão que lhes foi dada, a mensagem de súplica é dada. Qual é a súplica? É nada menos que a mensagem final de Elias que pede à humanidade para tomar sua decisão. Será que eles querem permanecer na proteção do Bom Pastor, ou eles vão resistir?
Por que essa demonstração do tempo do fim depende de uma compreensão adequada da natureza de Cristo? A pré-caída natureza de que Adão desfrutava antes do pecado entrar, foi definida por uma linha clara: No dia em que dele comerdes (da árvore), vocês certamente morrerão. Enquanto eles não "comessem dele" obediência viria naturalmente. Mas aquela natureza, se não mudasse, não precisava de redentor. Jesus tinha colocado as prerrogativas da divindade de lado, então Ele não poderia determinar a cada dia que Ele viveu uma vida pura. Mas pelo poder do Espírito Santo, Ele resistiu às mais severas tentações, tanto no Getsêmani como na cruz em nossa natureza caída e pecaminosa. Esta é a fé de Jesus. Ele não estava usando Sua natureza divina para ajudar a Si mesmo, por isso Ele demonstrou ao universo que Satanás estava errado. É possível para Deus, através do Seu Espírito, produzir um caráter sem pecado em carne pecaminosa. Ele dá essa justiça vitoriosa para aqueles que estejam dispostos a aceitar e começa a mudar os caracteres, mesmo antes que Ele venha.
"Antes que o fim venha, e ao tempo da vinda de Cristo, precisa haver no mundo um povo, não necessariamente grande em proporção ao número de habitantes da Terra, mas grande o suficiente para ser conhecido em todo o planeta, e em quem 'toda a plenitude de Deus’ seja manifesta, assim como o foi em Jesus de Nazaré. Deus demonstrará ao mundo que o que Ele fez com Jesus de Nazaré, fá-lo-á com qualquer um que se renda a Ele."8
Esta demonstração vai finalmente acabar com a guerra entre Cristo e Satanás, que se opôs o plano de Cristo para salvar a humanidade, afirmando que era impossível guardar a lei de Deus. Ao nossos caráteres tornarem-se mais semelhantes ao de Cristo, através do fogo do sofrimento, encontramos paz em confiar que Deus fará o que Ele diz que vai fazer, que é terminar a obra que Ele começou em nós até o dia de Cristo Jesus (Fil. 1:6 ).

- Arlene Hill


Notas (a 4ª e a 6ª são do tradutor):

[1] cf. O Desejado de Todas as Nações, pág. 668.Toda a verdadeira obediência vem do coração, donde procedia também a de Cristo. E se consentirmos, Ele por tal forma Se identificará com os nossos pensamentos e ideais, dirigirá nosso coração e espírito em tanta conformidade com o Seu querer, que, obedecendo-Lhe, não estaremos senão seguindo nossos próprios impulsos. A vontade, refinada, santificada, encontrará seu mais elevado deleite em fazer o Seu serviço. Quando conhecermos a Deus como nos é dado o privilégio de O conhecer, nossa vida será de contínua obediência. Mediante o apreço do caráter de Cristo, por meio da comunhão com Deus, o pecado se nos tornará aborrecível.”
Atenção, li rapidamente as páginas 26 a 28 de CAMINHO a CRISTO, se alguém detectar a conexão com a idéia da autora, favor no-la indicar.

[2] Mensagens Escolhidas, livro 1, pág. 244. “Devemos aproximar-nos deste estudo com a humildade de um discípulo, de coração contrito. E o estudo da encarnação de Cristo é campo frutífero, que recompensará o pesquisador que cave fundo em busca de verdades ocultas” (ibidem).

[3] Jean Zurcher, Tocado por Nossos Sentimentos, págs. 16 e17. (Na tradução de Cesar L. Pagani, IEST Publicações, está no meio da pág. 13). Considerando a clara posição do Espírito de Profecia apontada pelo Pr. Nichol a respeito do assunto, isto equivale dizer que aqueles líderes afirmaram que Ellen G. White é da “ala lunática” ('lunatic fringe') na igreja.

4) Ídem, págs. 17 e 18 (Na tradução de Cesar L. Pagani, IEST Publicações, está no último parágrafo da pág. 13).

[5] Ídem, pág. 47. (Na tradução de Cesar L. Pagani, IEST Publicações, está às págs. 43 e 44). Citando Review and Herald, 2 de janeiro de 1872 (itálicos supridos).

6) Idem, pág.68 (Na tradução de Cesar L. Pagani, IEST Publicações, está ao final da pág. 62).

[7] Boletim da Conferência Geral de 1893, pág. 207.

[8]
Ellet J. Waggoner, como citado em Zurcher, à pág. 73. (Na tradução de Cesar L. Pagani, IEST Publicações, está no meio da pág. 68). The Everlasting Covenant (O Concerto Eterno), pág. 366.
Arthur G. Daniels, o homem que mais tempo presidiu a Conferência Geral, (1901-1922) recomendou esse livro de Waggoner a Wiliam C. White, (filho da irmã White) numa carta datada de 12 de maio de 1902: “Estou profundamente convencido de que algo deve ser feito para colocar um dilúvio de luz nos lares de nosso povo. Não conheço um livro melhor para fazer isso, além da Bíblia, do que o do irmão Waggoner” (citado em Albert V. Olson, Through Crisis to Victory, Da Crise à Vitória, pág. 231).
Este livro você o tem, gratuitamente, em nosso Blog agape-edicoes.blogspot.com no ano de 2010, meses de julho, agosto e setembro, quando então estudamos o tema “A Redenção em Romanos”.
Naquele mesmo trimestre disponibilizamos também de Waggoner o livro “Carta aos Romanos,” no mês de julho de 2010. 

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642.
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