sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Lição 7 - Viver como Cristo, por Arlene Hill



Para 9 a 16 de agosto de 2014
"O amor era o elemento em que Cristo Se movia, andava e trabalhava. ... Devemos seguir o exemplo dado por Cristo, e torna-Lo nosso modelo" (Guia de estudos das lições da Escola Escola Sabatina dos professores, pág. 81, 3º parágrafo da parte de sábado, colhido de Ellen G. White em “O Cuidado de Deus,” pág. 26).
Parece simples, basta seguir o exemplo de amor de Cristo e você está vivendo como Ele. A maioria das pessoas se concentra em como um cristão deve agir. Como o carcereiro de Paulo e Silas que lhes perguntou: "Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar?" (Atos 16:30). As pessoas pensam que devem procurar por coisas para fazer (*a fim de se salvarem).
Todas as religiões pagãs são baseadas no conceito de seres humanos realizando algum ato excepcional de modo que o deus imaginário vá notá-los e conceder seus pedidos. Há também muitas religiões que se propõem a compreender o evangelho cristão, mas não reconhecem o legalismo sutil que encontra seu caminho em seus credos e ensinamentos. A mensagem dada a nossa igreja em 1888 é tão simples como a resposta que Paulo e Silas deram ao carcereiro: "Crê no Senhor Jesus e serás salvo." Então “lhe pregaram a palavra do Senhor” (vs. 31, 32). Não nos é dito exatamente o que Paulo e Silas disseram ao carcereiro, mas deve ter sido sobre Jesus e o que Ele fez pela humanidade. Sabemos que a conversão do carcereiro foi genuína, porque ele imediatamente demonstrou compaixão. É-nos dito que "tomando-os ele consigo naquela mesma hora da noite, lavou-lhes os vergões, e logo foi batizado" (vs. 33). É exatamente o que Cristo teria feito. A reação do carcereiro fluiu espontaneamente de seu conhecimento e apreciação da cruz.
Esta história simples demonstra como ouvir o supremo ato de amor de Deus (Ágape, o amor altruísta de Deus) revelado na cruz, derrete corações em aceitação e produz boas obras. Também produz o desejo de declarar publicamente a morte do ego, simbolizado pelo batismo.
"Quando o amor de Cristo está no coração, como um bom perfume, ele não pode ficar escondido. ... O amor por Jesus será demonstrado através do desejo de trabalhar como Ele trabalhou para abençoar e erguer a humanidade. ... Tão logo uma pessoa vem a Cristo, nasce em seu coração um desejo de falar aos outros que precioso amigo encontrou em Jesus; a verdade salvadora e santificante não pode ser trancada em seu coração"1
Assim, soa mais como o nosso foco devendo ser o de que haja em nós a mesma mente de Cristo, a fim de viver como Ele, ao invés de copiar Suas ações. Como é que alguém se reveste da mente de outra pessoa? Humanamente falando isto é impossível. Mas Paulo simplesmente nos diz: "De sorte que haja em vós a mesma mente que houve também em Cristo Jesus" (Fil. 2, 5, KJV). (*A palavra “mente” aparece na Almeida como “sentimento”) e é traduzida como "atitude" na Bíblia New American Standard.” Mas a dificuldade vem com a nossa natureza pecaminosa. Mesmo se nós sinceramente tentarmos desenvolver uma atitude ou mente como Cristo as nossas mentes são "inclinadas para nós mesmos," e não são nada como a de Cristo.
Ellet J. Waggoner (*um dos mensageiros de 1888) descreveu o problema: "Instrumentos. Temos neste capítulo [Romanos 6: 12-23] dois termos para descrever pessoas, ou seja, servos e instrumentos. São necessários os dois para ilustrar nossa relação com o pecado e a justiça. O pecado e a justiça são governantes. Somos apenas instrumentos em suas mãos. O tipo de trabalho que de um determinado instrumento vai fazer depende inteiramente de quem o usa.
"Por exemplo, aqui está uma boa caneta; que tipo de trabalho que ela vai fazer? Ela vai fazer um bom trabalho se ela estiver nas mãos de um calígrafo hábil, mas nas mãos de um incompetente seu trabalho será péssimo. ... Mas o homem não é um mero instrumento. Não, de  modo algum. Existe essa diferença entre homens e instrumentos comuns: estes não têm escolha quanto a quem deve usá-los, enquanto os homens têm plena escolha quanto a quem irão servir. Eles devem submeter-se, não apenas uma vez, mas o tempo todo. Se cederem ao pecado, eles vão cometer pecado. Se se sujeitarem a Deus, para serem instrumentos em Suas mãos, eles não podem fazer nada mais, senão o bem, desde que se submetam a Ele."2
Alonzo T. Jones (*o outro mensageiro de 1888) foi um pouco mais profundo: "Em sua vinda na carne, tendo sido feito em todas as coisas semelhante a nós, e tendo sido tentado em todos os pontos como nós, Ele Se identificou com cada alma humana exatamente aonde esta alma está. E a partir do lugar onde cada alma humana está, Ele consagrou para aquela alma um caminho novo e vivo caminho, (*pelo novo e vivo caminho que ele nos inaugurou, através do véu, isto é, da sua carne” (Heb. 10:20 através de todas as vicissitudes e experiências de uma vida inteira, e até mesmo através da morte e do túmulo, para o santíssimo, ... à destra do trono da Majestade nos céus!"3
Como isso é feito? "Que Cristo, o Filho de Deus, como sacerdote à destra de Deus em Seu trono, há um "ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo" (*Heb. 8:2),... deve ser um acessório eterno na fé de cada cristão, a fim de que a fé seja verdadeira e plena.
"E esta verdadeira fé em Cristo, o Filho de Deus, como o verdadeiro sacerdote, no verdadeiro ministério, do verdadeiro santuário (*Heb.      )... que Seu sacerdócio e ministério põem fim à transgressão, e dá um fim aos pecados, e faz com que a reconciliação pela iniquidade, e traz justiça eterna, esta verdadeira fé vai tornar todos os participantes dessa cerimônia perfeitos (ênfase no original).
"Na confiança desta verdadeira fé, que todo crente em Jesus tome um longo suspiro de paz para sempre, em gratidão a Deus que isto é feito: que a transgressão é terminada em sua vida ..."4
Observe que a única coisa que temos a fazer é vir para a verdadeira fé que Jesus aperfeiçoou em Sua carne. O cristianismo não é uma religião de privação, mas de troca de nosso caráter pecaminoso pelo Seu caráter perfeito. O coração orgulhoso despreza uma vida de serviço como abaixo de sua dignidade.
Mas, "... o esforço para abençoar os outros vai reagir em bênçãos sobre nós mesmos. Este foi o propósito de Deus em nos dar uma parte a desempenhar no plano da redenção. Ele concedeu aos homens o privilégio de tornarem-se participantes da natureza divina e, por sua vez, de difundir bênçãos aos seus semelhantes. Esta é a maior honra, a maior alegria, que é possível para Deus conceder a homens. Os que assim se tornarem participantes em trabalhos de amor são trazidos mais próximos ao seu Criador ...
"Se você vai para o trabalho como Cristo deseja que Seus discípulos devam ir, e conquista almas para Ele, você vai sentir a necessidade de uma experiência mais profunda e um maior conhecimento das coisas divinas, e terá fome e sede de justiça. Você vai suplicar a Deus, e sua fé será fortalecida, e sua alma vai beber goles mais profundos no poço da salvação."5
 Arlene Hill
 Notas:

[1] Ellen G. White, Caminho a Cristo, págs. 77, 78. (Na 11ª edição — Tatuí, SP, CPB, 2010, págs.
75 e 76).
[2] Ellet J. Waggoner, Waggoner sobre Romanos, cap. 6, pág. 114.                         
[3] AT Jones, O Caminho Consagrado à Perfeição Cristã, págs. 87, 88 (Glad Tidings ed.).                                                    
[4] Idem., págs. 129-130.                                                                            
[5] Caminho a Cristo, págs. 79-80.                                                             

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642.

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