A Natureza Humana de
Cristo nas Palavras de Ellen G. White.
(sem muitos Comentários).
A P R E S E N T A Ç Ã O
Antes
de você ler textos de E. G. White sobre este assunto é necessário entender
alguns pontos:
1º) Quando Ellen G. White fala de “natureza humana,”
ou, “nossa natureza,” ou, “humanidade de Cristo,” ou “a mesma natureza que
temos,” ou, “o Homem Jesus Cristo,” etc., ela está se referindo à natureza humana caída, e usa
alternadamente estas diferentes expressões neste preciso sentido. Veja uns
claros exemplos:
“Embora não houvesse nenhuma mancha de pecado
em Seu caráter, Ele condescendeu em ligar nossa decaída natureza humana com a
Sua divindade. Tomando assim a natureza humana Ele honrou a
humanidade. Tendo assumido nossa natureza decaída” (Carta 81, 1896 – Mensagens
Escolhidas, vol. 3, pág. 134, grifamos).
E mais: “O divino
Filho de Deus, ... veio do céu e assumiu
a natureza caída deles [dos homens] ...
tomou sobre Si a nossa natureza para
que Ele pudesse alcançar o homem em
sua condição caída... Ele veio ... para unir a raça caída com Ele mesmo” (Sign’s of Times)
de 23/09/1889, págs. 577 e 578, e
nos Volumes Encadernados (BV) está às págs. 322 e 323).
2º) Quando Ellen White fala de estar Cristo na terra “carregando as enfermidades da
humanidade” ela não está se referindo a doenças físicas propriamente mas,
principalmente, à natureza pecaminosa:
“A grande obra da redenção
poderia ser conduzida pelo Redentor somente ao tomar Ele o lugar do homem caído, Quando
Adão foi assaltado pelo tentador, nenhum dos efeitos do pecado estavam sobre
ele, mas ele estava circundado pelas glórias do Éden. Mas assim não ocorreu com
Jesus, pois, carregando as enfermidades da humanidade degenerada, Ele entrou
no deserto para contender com o poderoso adversário” (Ellen G. White, em Bible Echo, jornal adventista
australiano, edição de 15/11/1892, pág. 338).
3º) Na primeira exposição do concerto eterno, Deus Se
comprometeu: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência
e o seu Descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu Lhe ferirás o calcanhar”
(Gênesis 3.15). Jesus devia ser
a ‘semente’ de uma mulher caída, uma mãe que tivesse, em sua natureza
humana, as tendências hereditárias ao mal.
Sabemos que, por natureza, os homens
são amigos do pecado e inimigos da justiça, mas ao crerem na promessa de Deus,
e permitirem que Ele atue neles, a inimizade contra o pecado, o mal, lhes é
implantada no coração por Deus. Assim E.G White diz que ‘a inimizade posta entre a semente da serpente [o diabo] e a semente da mulher [nós] foi sobrenatural. Com
Cristo a inimizade era em certo sentido natural; em outro sentido foi sobrenatural, visto combinarem-se humanidade e
divindade” (Mensagens
Escolhidas, vol. 1, pág. 254).
Se Ele tivesse tido ‘carne
santa’, obviamente a inimizade contra o mal teria sido natural tanto quanto à Sua
divindade como quanto à Sua humanidade! Entretanto, por Deus ter enviado Seu
Filho em ‘semelhança de carne pecaminosa’ (Rom 8.3), na natureza humana
de Cristo havia, como em nossa, as tendências HEREDITÁRIAS ao mal, ou seja, no Seu ego humano, a inimizade
contra o pecado foi sobrenatural;
Sua natureza humana foi decaída e egoísta, exatamente como a nossa; ter uma
natureza humana egoísta significa ter uma natureza humana em que existe a lei do egoísmo,
o que não é sinônimo de ser egoísta. Ser egoísta tem a ver com o caráter,
significa ter cedido àquela lei do egoísmo. E Cristo nunca cedeu a ela.
Certamente a lei do egoísmo permanecerá em nossa natureza humana até o
dia da volta de Jesus, enquanto que, simultaneamente, todo egoísmo pode ser
banido também de nosso caráter, pois “nem
por um pensamento [Jesus] cedia
à tentação. O
mesmo se pode dar conosco” (O Desejado de Todas as Nações, pág.
153).
Tendo assumido uma natureza
humana como a nossa, Cristo
não a corrompeu, pois nunca cedeu às tentações, ou, em outras
palavras, em Sua natureza humana, NUNCA houve tendências ao mal CULTIVADAS. “Aqui a provação de Cristo foi
muito maior do que a de Adão e Eva, pois Ele assumiu nossa natureza, decaída mas não
corrompida,
e que não se perverteria a menos que Ele aceitasse as palavras de Satanás em
lugar das palavras de Deus.” (Manuscrito
57, 1890; Manuscript Releases, vol.
16, pág. 182, § 3, ênfases acrescidas).
"A natureza de Deus, cuja lei havia sido transgredida, e a natureza de Adão, o transgressor, uniram-se em Jesus, o Filho de
Deus e o Filho do homem.” (Manuscrito 141 de E. G. White,
1901. Citado em
Seventh-day Adventist Bible Commentary, Comentários
de E. G. White, vol. 7, pág. 926 -- itálicos acrescidos).
Jesus assumiu a mesma natureza humana
que nós temos, isto é, tomou sobre Si a ‘máquina de pecar’, mas nunca a pôs em
funcionamento, embora fosse tentado tanto por dentro como por fora como nós o
somos. E, para não consentir com as tendências ao mal hereditárias, que Ele
odiava, oriundas de Sua natureza humana, “Sua vida foi de abnegação...” no
original, ”one of self denial,”
literalmente, uma vida de negar o eu (Testemunhos
para a Igreja, vol. 9, pág. 69, Ênfase acrescentada). Se Ele tivesse tido a
natureza humana igual à de Adão antes da queda, Ele não teria tido qualquer
necessidade de negar o Eu, pois o eu de Adão antes do pecado já era
naturalmente governado pela lei do amor.
Assim entendido o pensamento de
EGW sobre a natureza humana que Cristo assumiu na encarnação, há harmonia em todas
as suas declarações, da primeira à última, de 1858 a 1915. Não há
contradição alguma.
Deus não é sócio de Satanás, e
nada faz em parceria com ele: “Ou
Deus está ensinando a Sua igreja, reprovando os seus erros e fortalecendo a sua
fé, ou não está. Esta obra é de Deus ou não o é. Deus nada faz de parceria com
Satanás. Minha obra... ou traz o cunho de Deus ou o cunho do maligno. Não há
meio-termo neste caso. Ou os Testemunhos procedem do Espírito de Deus ou do
diabo” (Testemunhos Seletos -
Volume 2, pág. 286, 4º §, e Vida e Ensinos, pág. 245, 2º§).
Nesta compilação de textos
sobre este assunto já temos centenas de declarações; tentamos torna-la bem
completa. Existem mais de 400 declarações, e nem mesmo um texto que diga que
Cristo assumiu a natureza de Adão antes da queda, temos certeza disso pois o
pastor Ralph Larson, em seu livro The
Word Was Made Flesh (O Verbo Foi Feito Carne), pág. 274, publicada em 1986,
ofereceu US$1.000,00 (mil dólares) a quem encontrar uma citação de Ellen White
declarando que Cristo veio à Terra com a natureza de Adão antes da queda. Até
hoje ninguém apareceu para reivindicar o prêmio.
E. G. White diz: “a humanidade
do Filho de Deus é tudo para nós ... É campo frutífero que recompensará o pesquisador
diligente” (Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 244; SDABC, vol.
7, pág. 904, 905).
À coletânea que se segue só
acrescemos informações de alguns fatos relativos ao texto, e raros comentários, para não induzir
ninguém a conclusão alguma. O leitor, mesmo apressado, com a iluminação
do Espírito Santo, poderá entender a linha harmônica da revelação da natureza
humana caída de Cristo.
A humanidade de Cristo é a
essência do evangelho, sem ela o plano da Salvação não existiria.
Agora uma palavra para quem não
crê no Espírito de Profecia:
Ellen G. White nos diz: "Muitos de nosso povo não reconhecem quão
firmemente foram lançados os alicerces de nossa fé. ... Eu me reunia com eles
[os irmãos pioneiros], e estudávamos e orávamos fervorosamente. Muitas vezes
ficávamos reunidos até alta hora da noite e às vezes a noite toda, pedindo luz
e estudando a Palavra. Repetidas vezes esses irmãos se reuniam para estudar a
Bíblia, ... quando, em seu estudo, chegavam a ponto de dizerem: ‘—Nada mais
podemos fazer,’ o Espírito do Senhor vinha sobre mim, e eu era arrebatada em
visão, e era-me dada uma clara explanação das passagens que estivéramos
estudando ... Assim
nos foi proporcionada luz que nos ajudou a compreender as passagens acerca de
Cristo, Sua missão e sacerdócio. Foi-me tornada clara uma cadeia de verdades que se
estendia daquele tempo até ao tempo em que entraremos na cidade de Deus, e
transmiti aos outros as instruções que o Senhor me dera.” "Durante todo o tempo
eu não podia compreender o arrazoamento dos irmãos. Minha mente estava por
assim dizer fechada, não podia compreender o sentido das passagens que
estudávamos. Esta foi uma das maiores tristezas de minha vida. Fiquei neste
estado de espírito até que nos fossem tornados claros todos os pontos
principais de nossa fé, em harmonia com a Palavra de Deus. Os irmãos sabiam
que, quando não em visão, eu não compreendia esses assuntos, e aceitaram como
luz direta do Céu as revelações dadas" (Mensagens Escolhidas, vol. 1, págs. 206 e 207).
Então,
se você é um adventista e
não crê no Espírito de Profecia, não há razão para você estar na Igreja
Adventista, pois nossas doutrinas foram firmadas com base na revelação. Na
igreja dos mórmons você encontrará mais “profetas;” nas igrejas evangélicas
mais amor; na igreja Católica mais reverência; nas igrejas pentecostais mais excitação, e até no
esdrúxulo espiritismo você encontrará algo mais do que entre nós — Caridade.
Oremos
para que Deus nos ilumine no entendimento do Evangelho Eterno através da Bíblia
e do Espírito de Profecia, lhe deseja o irmão em Cristo.
João Soares da Silveira
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