Para
13 a 20 de dezembro de 2014
Nossa lição
desta semana menciona Elias várias vezes, incluindo o seu “importante modelo de
oração” e “obra de chamar Israel de volta para Deus e para a verdadeira
adoração”. Nós gostaríamos de focar em “Elias” na lição da Escola Sabatina desta semana, porque a sua
vida e “legado” são demonstrações do que Deus apresentou através de Ellen G.
White, Ellet J. Waggoner, e Alonzo T. Jones como a mensagem de 1888, uma
mensagem que encarna plenamente “oração, cura e restauração”.
Quem é este
Elias? Foi o homem que, sozinho, confrontou o apóstata rei Acabe e a perversa
rainha Jezabel durante a grosseira apostasia do culto a Baal (simplesmente
definida como o culto do eu, disfarçado como adoração de Cristo). Quando os
governantes da nação tentaram matá-lo, ele teve que se esconder num local
desconhecido, junto ao ribeiro de Querite, e mais tarde como hóspede de uma
viúva na terra pagã de Sidom. Elias não está morto: ele foi trasladado sem ver
a morte, um tipo dos que vivem hoje e que serão recebidos por Jesus em Sua
segunda vinda.
Em primeiro
lugar, temos de ler a grande promessa de Malaquias 4: 5, 6: “Eis que eu vos
enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor e
Ele vai converter os corações dos pais aos filhos. e os corações dos filhos a
seus pais”.
Elias deve ser
alguém especial, pois foi escolhido para acompanhar o ressurreto Moisés numa
conversa com Jesus sobre o Monte da Transfiguração (Mateus 17) e O encorajou ao
dever Ele enfrentar o horror da Sua cruz. Elias é um ser humano vivo que nunca
provou a morte. Onde se acha no universo, ninguém sabe. Se Deus já cumpriu a
Sua promessa e enviou Elias, e não o reconhecemos, haveria, então, alguns
modernos “Acabes” e “Jezebeis” opondo-se a sua vinda e tentando matá-lo
novamente, ou, pelo menos, silenciá-lo? Está Elias II sendo forçado a se
esconder em algum moderno “ribeiro de Querite”, ou como convidado de alguma
“viúva de Sarepta” estrangeira, fora de “Israel”?
Quando Acabe e
Jezabel tentaram matá-lo Elias encontrou refúgio em Sidom, Jesus citou esse
fato para o embaraço e ira da verdadeira igreja daqueles tempos. O que os
tornou irados foram estas palavras de Jesus: “Em verdade vos digo, muitas
viúvas havia em Israel nos dias de Elias, quando o céu se fechou por três anos
e seis meses e houve grande fome em toda a terra; mas a nenhuma delas foi
enviado Elias, exceto para Sarepta, na região de Sidom [a terra pagã]. . . . E
todos, na sinagoga, ouvindo estas coisas, se encheram de ira” (Lucas 4:25, 26,
28).
Será que Deus
teve de confiar o moderno “Elias” a crentes de fora de nossas fileiras? Será
que o nosso pecado é tão grande quanto o do povo de Deus antigamente? Será que
Israel moderno despreza Elias II tanto quanto o antigo Israel desprezou Elias
I?
Na verdade,
Elias significa boas novas. Ele encoraja nossos filhos, enquanto a situação
política assustadora é de más notícias. E o que o Senhor quer dizer ao mundo é
uma boa notícia. Ele quer uma motivação de Nova Aliança (*o Novo Concerto) para
substituir a nossa Antiga há tanto prestigiada.
A percepção
comum de alguns sobre “Elias” é a de um reformador rancoroso que se
especializou em cortar cabeças de profetas de Baal (líderes religiosos) de quem
discordasse, mas essa não é uma visão equilibrada de seu ministério. O Senhor
pode designar Elias II para fazer o equivalente a profetas modernos de Baal,
mas não é esse o seu trabalho principal. Sua missão principal é “converter os corações” dos “pais” e
“filhos.” Isto é cura e restauração—“reconciliação,” o mesmo que “expiação.”
De acordo com
a profecia de Daniel 8:14, estamos vivendo no grande antitípico Dia da Expiação,
que vem logo antes do “grande e terrível
dia do Senhor.” Na verdade, hoje é esse dia, o tempo especial de
reconciliação, de transformar corações. Por isso torna-se claro que o trabalho
e mensagem de Elias se encontrarão na verdade especial da Igreja Remanescente
de purificação do santuário celestial. Isto suscita a pergunta: tem nossa
negligência quanto a essa verdade forçado a mensagem “de Elias” a refugiar-se
com o que chamamos “gente de fora”, como a “viúva de Sarepta”? Ou a temos escondido
de Jezabel, como Obadias escondeu alguns profetas do Senhor? Sabemos que a
maior parte do verdadeiro povo de Deus ainda está em “Babilônia”, mas nos
esquecemos que as mensagens dos três anjos de Apocalipse 14 são direcionadas
principalmente às igrejas observadoras do domingo, onde a maior parte do povo
de Deus se encontra.
Você já
conhece a história do primeiro Elias. Em 1º Reis 17: 1, ele aparece do nada,
sem designação de “profeta” ou provas de que o Senhor o havia enviado. De
repente, simplesmente se apresenta à porta do rei e o assusta com a notícia de
que não haverá mais chuva até que ele concorde que venha, “segundo a minha palavra.” Reconheçamos, isso soa arrogante. Ele
não diz, “até que o Senhor concorde em que deva cair chuva.” O que ele diz é: “segundo a minha palavra.” Chocante quanto possa parecer, Elias
assumiu a administração da obra do Senhor em Israel. Deus confiou enorme
responsabilidade a ele pessoalmente, incluindo o controle dos elementos. Elias
é um precursor do grupo de pessoas vitoriosas mencionadas em Apocalipse 3:21 a
quem Jesus diz que concederá “sentar-se
comigo no Meu trono, assim como Eu venci e Me assentei com Meu Pai no Seu trono.”
Tal como Deus deu autoridade executiva a Elias I, Ele dará autoridade executiva
àqueles que venceram, tal como Cristo venceu. Elias II terá algum papel
importante de agora em diante.
Tiago não diz
que a seca era vontade primordial de Deus; em vez disso, foi resposta à
iniciativa de oração de Elias: “Elias era
um homem com uma natureza como a nossa, e orou fervorosamente para que não
chovesse, e não choveu sobre a terra durante três anos e seis meses. E orou
outra vez, e o céu deu chuva . . .” (Tiago 5:17, 18).
Após a
magnitude da fome ter tornado até Acabe e Jezabel mais humildes, Elias de repente
confronta Obadias. O rei é humilhado a encontrar-se com o profeta, e é
estabelecido o compromisso de chamar as pessoas ao monte Carmelo, onde Elias
insulta os pregadores de Baal e exige que demonstrem diante da multidão a
mentira de seu culto pagão a Baal. Em seguida, ele faz uma oração que nos dá
uma pista sobre o que o moderno “Elias” fará quando vier de novo: “Responde-me, Senhor, responde-me, para que
este povo conheça que Tu és o Senhor Deus, e que Tu fizeste voltar o seu
coração” (1º Reis 18:37).
Você entendeu
isso? “Converter corações” é a principal preocupação de Elias, e será o seu
trabalho para a Igreja e para o mundo, quando vier um pouco antes do retorno de
Jesus. E nós sabemos que transformar corações alienados em expiação é algo que
só a mensagem da cruz de Cristo pode realizar. Portanto conclui-se que a
mensagem de Elias será a de soerguer a “Cristo,
e este crucificado”. Jesus diz algo paralelo ao envio de Elias: “Agora é o juízo deste mundo. Agora o
príncipe deste mundo será lançado fora, e Eu, quando for levantado da terra,
atrairei todos a Mim mesmo. Isto Ele disse, significando com que morte iria
morrer” (João 12: 31-33).
Como
evangelista, Paulo captou a ideia. Este, enfim, é “evangelismo” genuíno: “E eu, irmãos, quando fui ter convosco, . .
. nada propus saber entre vós, a não ser Jesus Cristo, e este crucificado” (1ª
Cor. 2: 1, 2). Paulo virou o mundo de cabeça para baixo (*transtornou o mundo),
Atos 17:6, com essa mensagem. A partir disso, concluímos que a mensagem do
quarto anjo que ilumina a Terra com a sua glória, Apoc. 18: 1-4, não será uma
forma motivada pelo medo do terrorismo espiritual. Onde quer que esteja e quem
quer que seja “Elias,” ele não é um terrorista espiritual assustando as pessoas
para induzi-las à conversão; ele está pleiteando como um "embaixador de Cristo,
... nós vos suplicamos, ... reconciliai-vos com Deus” (2ª Cor. 5:20). Qual é a
mensagem que ele traz? O que Cristo realizou na cruz: “Porque Ele [o Pai] fez com
que Ele [Jesus] que não conheceu
pecado, Se tornasse pecado por nós, para que nos tornássemos a justiça de Deus
nEle” (vs. 21).
“Elias” nada
irá proclamar senão um “testemunho direto” positivo. Serão as melhores Boas
Novas que o mundo ou que a Igreja já ouviu. Sua mensagem será a “terceira
mensagem angélica em verdade,” um conceito mais claro do “evangelho eterno”
compreendido desde a mensagem de Pentecostes. Os reformadores protestantes do
século 16 compreenderam a justificação pela fé claramente para o seu tempo; mas
eles, incluindo os Wesleys, viveram muito cedo para entender a ideia da purificação
do santuário celeste nesse Dia da Expiação. Mesmo Ellen Harmon não conseguiu
apreendê-la até depois do grande desapontamento de 22 de outubro de 1844.
Quando atingiu a casa dos 60 anos, ela entusiasticamente acolheu a mensagem
trazida por dois jovens, E. J. Waggoner e A. T. Jones, à Assembleia da
Associação Geral, em 1888, que trouxe uma compreensão mais clara da
justificação pela fé. Este foi o início do alto clamor de Apocalipse 18: Os
iniciais “chuveiros do céu da chuva serôdia” (Materiais de Ellen G. White sobre 1888,” vol. 4, pág. 1478).
A “ovelha
perdida” vai perceber que a sua salvação é totalmente devida ao amor de seu Bom
Pastor que a busca, não a sua capacidade de “encontrá-Lo.” Isto “transforma” o
coração mundano em contrição. “Fé” encontra a sua verdadeira definição: o “crente”
demonstra-o pelo seu coração se tornar um poço do qual brotam “rios de água viva” (*João 7:38). Este é o “evangelismo”, que vai “iluminar a terra com glória” (*Apoc.
18:1) e apressar o retorno de nosso Salvador.
Fazemos um
apelo especial aos jovens: entreguem a sua vida, não apenas alguns dias de vez
em quando numa viagem missionária, para cooperar com “Elias” nesta grande obra
de contar ao mundo esta mensagem de “mudança de coração”! Você vai encontrá-lo
algum dia, e ficará feliz em ter trabalhado com ele.
Extraído dos
escritos de Roberto Wieland
O irmão
Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na
África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial
adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África.
Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na
Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de
dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também
missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois
pedidos à Conferência Geral: 1º) que fossem publicadas todas as matérias de
Ellen G. White sobre 1888, e 2º) que fosse publicada uma antologia dos
escritos de Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200
recomendações de Ellen G. White. 38 anos depois, em 1988,
a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na
publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4,
com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888.
Quanto
ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido.
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