Para 6 a 13
de dezembro de 2014
A
vinda de Jesus brilhou
no coração de Tiago e assim deve dar-se conosco.
O
Segundo Advento pode ser algo que tememos ou amamos,
dependendo da nossa perspectiva. Se
a antiga aliança (o velho concerto) ofusca as nossas mentes, então estaremos petrificados com o pensamento: “Aí vem o juiz! O que
devo fazer para estar pronto?” Assim,
a segunda vinda seria más notícias.
Mas o Senhor nunca envia uma má
notícia para nos desencorajar. Jesus
envia a mensagem de Boas Novas. Diz
respeito a como Ele nos prepara
para o Seu retorno. Portanto,
não estamos somente interessados no que Tiago queria dizer quando escreveu para o seu
tempo, mas o que significa “a
vinda do Senhor” para nós hoje, à luz da nossa ideia de purificação do santuário.
Temos estado vivendo no Dia da Expiação
cósmica desde 1844. Infelizmente, nesta lição intitulada “Preparando-se
para a colheita” não há absolutamente
nada relacionando esta ideia da
colheita com o nosso Conselheiro Celestial, que é o cabeça da Igreja. Ele é Quem prepara a Igreja para a colheita.
Na medida em que os cristãos se tornam
cada vez mais urbanizados e desconectados com a ligação direta com a
terra, nossa fonte de alimento, tendemos
a nos tornar esquecidos de quão dependentes somos da luz
do Sol e da chuva com que Deus abençoa a terra, a fim de torná-la produtiva. Nosso sistema trepidante
de vida nos torna impacientes. Exigimos resultados imediatos. É justamente aqui que podemos aprender uma lição com o agricultor que cultiva o solo
e lança a semente. Mas, além disso,
ele não pode operar a germinação ou maturação
da plantação. Tem de esperar
pacientemente pelas chuvas, tanto a temporã quanto a serôdia.
Ninguém se prepara a si
mesmo para a colheita. Nenhum
grão pode jamais amadurecer por si sem ser molhado. Nossa parte é acolher essa bênção, e não
combatê-la e a ela resistir.
A chuva serôdia do derramamento
do Espírito Santo faz com que o grão amadureça. A chuva
temporã caiu no dia de Pentecostes, e foi recebida desde
então ao longo de dois milênios passados, enquanto multidões
incontáveis de almas humanas têm se preparado para a morte. A ilustração é formulada a partir da colheita
de cevada palestina onde as
estações de chuva temporã e serôdia eram familiares aos
agricultores. A chuva temporã
permite que o grão brote e cresça, mas não que amadureça
para a colheita. A maturação
é uma alteração que
só se produz pela chuva serôdia.
Deve também ocorrer uma mudança
espiritual antes da segunda vinda de Cristo. Um povo deve estar preparado, não
para a morte, mas para a transladação sem ver a morte,
porque a Bíblia diferencia entre as multidões que morreram crendo em Cristo e aqueles
que estarão vivos quando ele vier.1
O
Senhor diz que está pronto para
trabalhar com cada um que estiver
disposto sobre a Terra. Um grande derramamento do
Espírito Santo vai realizar um trabalho que apronta por todo o mundo uma comunidade de crentes para a vinda do Senhor. Ele também os capacita a completar a grande comissão inacabada
de proclamar o evangelho eterno, para
todo o mundo. Isto leva à consideração da natureza da mensagem
da hora do juízo. A aplicação prática de Tiago é: “Meus amigos, não culpem
os seus problemas uns aos outros, ou
ficarão sob julgamento; e lá à porta se
apresenta o juiz” (Tiago 5: 9, Bíblia Inglesa Revisada).
“Reclamar” uns contra os outros é, na verdade, um tipo de julgamento. Queixume é o oposto de paciência e assinala descrença; o contrário de fé genuína. Embora resmungos possam
vir a ser uma ofensa menor, a advertência de Tiago contra isso é séria. Aqueles que se dão ao trabalho de julgar seus companheiros estão dizendo, com isso, que Cristo não
está vindo para a Sua igreja para prepará-la para a Sua vinda e, portanto, eles devem fazer esse trabalho
por Ele. Ao julgar
os outros, colocam-se no lugar de
Cristo.2
É exatamente este ponto de vista do julgamento
como “reclamação”, culpando
os problemas uns sobre outros,” o julgamentalismo,
que desviou as pessoas do foco da mensagem do Dia da Expiação. A “hora
do Seu juízo” tornou-se uma má notícia. Este
é o egoísmo do antigo pacto ao extremo.
Cristo disse a
Nicodemos: “Deus não enviou o Seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele” (João 3:17). Jesus quis dizer o que disse? Ou como
Juiz teve Sua personalidade
mudada de repente para que agora
Se apresente à igreja e ao mundo como seu Condenador?
Jesus ensinou
que a fonte da condenação é a descrença nEle como Salvador do mundo.
“Aquele que crê nEle não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (João 3:18). Condenação é um trabalho do tipo “faça
você mesmo”. No caso citado por Tiago, reclamações de julgamento quanto aos outros dentro da igreja é uma manifestação de incredulidade no Verdadeiro
Juiz que está diante da porta.
Assim, aquele que conserva “mágoa” condena-se
a si mesmo.
É revelador que na mensagem do Juiz
a Laodiceia, o Sumo Sacerdote se posiciona fora da Igreja querendo entrar “Eis que estou à porta, e bato. Se alguém
ouvir a minha voz, e abrir a
porta, entrarei em sua casa” (Apocalipse
3:17). Da mesma forma, em Tiago “o juiz está à
porta”.
Jesus realmente cita
palavra por palavra de Cantares de Salomão 5: 2, quando diz: “Eis que estou à porta e bato.”
Assim, Ele nos diz que a mensagem de Laodicéia é realmente uma carta de amor de Cristo à Sua noiva!
Jesus revela-Se aqui como
o amante decepcionado que acaba de chegar de
viagem para encontrar a Sua amada. É noite; está frio;
está chovendo; Ele está com fome; está solitário; quer sua companhia. Mas ela
aparentemente não O quer. Ele se sente com sentimentos feridos.
Do lado de fora, no frio, Ele
diz que continuará insistindo, batendo “na
porta”. O objeto do Seu amor acaba de ir para a cama e se acha naquela área
de penumbra entre a vigília e o
sono. Em seguida, ela O ouve.
Fica irritada; por que Ele a incomoda a essa hora? Ela não quer sujar os pés no piso, está acomodada
na cama. Finalmente, para de pensar na própria preguiça egoísta e pensa nEle lá fora. Tardiamente, se
levanta para ir até à porta a fim de deixá-Lo entrar. E eis que ele Se foi. Cansou-Se de esperar e esperar.
Depois de todos esses anos, desde 1844, quando Jesus disse que era Sua
vontade que “esta geração de modo algum
passará até que todas estas coisas
sejam cumpridas” (Mat. 24:34), Ele pretendia o
tempo todo que a geração que
passou pelo Grande Desapontamento vivesse para vê-Lo vir pela
segunda vez. Mas através da nossa
resistência ao Seu chamado para o casamento de 1888, o
tempo tem sido por demais prolongado.
O exemplo específico de Tiago de firmeza
sob sofrimento pode parecer um
pouco estranho (Tiago 5:11). Para
um leitor de Jó, pode ser surpreendente
ouvir que Jó se tornou um modelo
para a paciência, uma vez que a maior
parte do livro é composta por um impaciente Jó
reclamando com Deus sobre a
injustiça de seu sofrimento. No
entanto, o tipo de paciência que
Tiago tem em mente não é a passividade, mas a perseverança, a coragem em face do
sofrimento.
A história do agricultor que espera
pacientemente aponta a um anseio pelo dia da justiça, uma vez que o
agricultor não espera com indiferença,
mas com esse anseio. Jó não cede à falsidade sendo
sugerida por seus amigos, e não
desistiu; manteve-se
decididamente apegado a Deus sem ceder, com a sua vida, a própria razão
pela qual sentiu tal conflito de injustiça que acontecia em sua existência presente.
Mas lembre-se do
fator decisivo desta declaração
de conclusão, “o Senhor é
misericordioso e compassivo.” Isso
aponta para o fim do relato de
Jó, onde a misericórdia do Senhor para como ele é demonstrada. O Senhor abençoa Jó.
-Paul E. Penno
Referências finais:
[1] 1ª Tessalonicenses 4:
13-17.
[2] Ver E. J. Waggoner, “Majority Rule”, The Present Truth, 18 de maio de 1893.
Paulo
Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na
Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no
endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi
ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na
Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos
escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva
Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele
escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja
Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos
sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também
pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E.
Penno Junior. Você pode
vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na
igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99
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