quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Lição 9 — Ofertas de gratidão, por Paulo Penno


Para 24 de fevereiro a 3 de março de 2018

Vez após vez, Jesus recomendou calorosamente a fé de muitas pessoas que Ele curou. Mas o elogio a Maria estabelece o selo que coroa a perfeição de Sua crescente definição de fé.
Ele tinha dito ao frio Simão: "Os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou" (Lucas 7:47). Claramente, Maria amava muito porque sabia que tinha sido muito perdoada.
Ela provavelmente sentiu, entretanto, como muitos desde então sentem, que ainda carecia de fé. Este amor simples e contrito, ela conhecia— que bem isso poderia ser para ela se não conhecesse a maior virtude da fé que sozinha poderia fazer algo, como mover montanhas?
Imagine a sua surpresa ao ouvir que Jesus atribui a Sua própria definição à sua experiência de amor contrito, ao Ele dizer-lhe: "A tua fé te salvou, vai-te em paz" (vs. 50). Ela tinha uma possessão preciosa: “fé genuína”. Mas o que é isso?
Uma imagem vale mais do que mil palavras. A fé é a essência da verdadeira experiência cristã. A justiça é apenas por fé, "não vem de obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2: 8, 9).
Mas devemos distinguir a fé genuína da falsa se quisermos conhecer a paz de espírito. Jesus soergue a resposta de coração de Maria a Sua libertação dela de seus “sete demônios” como sendo o que o cristão deseja: a “imagem” da fé. A história de Maria nos ajuda a entender. Uma imagem vale mais do que mil palavras.
A fé é simplesmente uma apreciação de coração do amor ágape que levou o Filho de Deus a morrer por nós em Sua cruz. Essa fé foi a que Maria teve.
Do seu primeiro contato com o Salvador, ela começou a abrir o coração para o Espírito Santo “derramar” aquele amor ágape. Ela não podia receber muito no início, mas dia após dia sua capacidade começou a aumentar.
Em Seu primeiro contato com ela em Magdala, Jesus expressou aquele amor ágape, talvez não em palavras, mas no olhar, no toque, no espírito, no fervor de Sua oração por sua libertação. Ela estava quase que totalmente liquidada, mas um resquício de alma ainda habitava dentro dela, que respondeu com aquela pequena centelha de apreciação. Posteriormente, com cada oração sucessiva durante as seis sessões seguintes, cresceu sua apreciação do amor ágape de Deus.
O que a motivou depois disso não foi o medo do inferno, nem a esperança de recompensa, nem amor ao céu, nem desejo de louvor dos outros, mas uma apreciação totalmente não-egocêntrica pela "a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor [Ágape] de Cristo que excede todo o conhecimento" (Efésios 3: 18,19).
Ela experimentou a realidade do deleitoso processo declarado em Romanos 5:5: "A esperança não traz confusão, porquanto o amor [Ágape] de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado." A partir de um coração vazio, o ágape enche-o como se você preenche um jarro de vinho! E uma vez que o coração está cheio, tudo fluirá para outros tão fácil e naturalmente como que fluindo do coração de Jesus.
Não é que você tente e tente se comportar como Jesus; “Contemple,” veja, compreenda a realidade que estava em Seu coração; sentir o que custou a Ele para salvá-lo; então o mesmo comportamento decorre do seu próprio coração. Como assistir a um jogo num estádio, contemplamos este drama se desenrlando inconscientemente em Maria. Ela é uma demonstração de como um pecador é salvo.
Qual é o vínculo entre o amor de Cristo e a fé de Maria? Quando ela quebrou o vaso de alabastro de precioso unguento para ungir Jesus, ela estava dando uma lição ao mundo. Mostrava o mesmo espírito de sacrifício que a vida e a morte de Jesus exemplificaram. O ato de Maria tem um significado especial para nós, como uma ilustração do que O levou a Sua cruz.
Seu ato em Betânia se destaca sozinho na história como a mais bela e sincera ação que toca o coração, realizada por um pecador arrependido. Estava intimamente envolvido com o desenrolar do grande conflito entre Cristo e Satanás, porque era uma evidência bem-vinda a Jesus e ao universo de observação de como a grande contenção de Satanás estava errada: a humanidade é realmente capaz de alcançar uma apreciação de coração do sacrifício que Jesus fez.
Maria não tinha justiça própria; mas a justiça do seu Salvador lhe foi comunicada para se tornar agora um elemento integral de seu caráter.  Ela aceitou isso. Não foi meramente imputado legalmente; encontrou morada em sua alma. Como Jó havia provado há muito tempo antes que Satanás estava errado quando demonstrou que alguém podia servir a Deus sem recompensa, então agora Maria dava uma demonstração magnífica, mas não percebendo o seu papel.
Ela demonstra o poder implícito em um compromisso. Ela queima todas as pontes atrás dela; de agora em diante se entregou ao Salvador, tudo colocado no altar de Cristo. Paulo disse: "Mas, para mim o viver é Cristo" (Filipenses 1:21). Doravante, ela não teve nenhum problema com a “obediência”. Não se trata de atos externos; é coração.
Ela ajudou a Jesus? Imagine como sua nobre ação animou o coração do Salvador em Suas horas mais sombrias, quando esteve pendurado em Sua cruz! Nenhum anjo do céu poderia ter trazido a Ele o conforto que a lembrança de Seu sacrifício em lágrimas Lhe deu. Em sua fé sacrificial dirigida a Ele, discerniu uma promessa de Sua alegria final. O trabalho de Sua alma irá adquirir para Ele uma preciosa recompensa—a criação de muitos justos através da “fé que opera pelo amor” (Gálatas 5: 6, [*ver] Isaías 53:11).
A morte de Cristo na cruz satisfazia as exigências legais da expiação. Tudo bem. Os teólogos podem disputar isso incessantemente. Mas a evocação de amor tão arrependido nos corações humanos é o que muda vidas. Ele dá ao Salvador uma recompensa por Seu sacrifício.
Sim, “Deus ordenou” que a “mui preciosa mensagem [de 1888]” (*Testunhos Para Ministros, pág. 91) vá ao mundo; e Jesus disse claramente que, sempre que o evangelho for pregado “em todo o mundo”, a história de Maria Madalena deve ser contada (*”para sua memória”) (Marcos 14: 9). A alegria de Jesus estava em proclamar esta Boa Nova e ver os olhos das pessoas se iluminarem. Essa alegria também será sua.
--Paul E. Penno

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Notas:                                                               

Veja, em inglês, o vídeo desta 9ª lição do 1º trim. de 2018, exposta pelo Pr. Paulo Penno, na internet, no sitio: https://youtu.be/D9_of4YyKUA;
Esta lição em inglês está na internet no sitio: 1888message.org/sst.htm
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Biografia do autor, Pastor Paulo Penno:

Paulo Penno foi pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Foi ordenado ao ministério há 42 anos e jubilado em junho de 2016, Após o curso de teologia fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente preparou uma Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia.” (Este livro postamos, por inteiro, no nosso blog Ágape Edições (agape-edicoes.blogspot.com) em 1º de agosto de 2017). Ao longo dos anos o Pr. Paulo Penno, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de justificação pela fé segundo a serva do Senhor nos apresenta em livros como Caminho a Cristo, DTN, etc. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
  
   
Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.
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