sexta-feira, 28 de maio de 2010

Lição 9 – Temperança, por Helena Tomás

Temperança veio a ser associada com algum tipo de moderação ou de abstinência do uso de álcool. Esta associação, por si só, diminui muito a intenção original desta palavra. Temperança é definida no Dicionário Webster, edição de 1828, como "moderação habitual no que diz respeito à satisfação dos apetites e paixões naturais." Particularmente interessante no que diz respeito a este estudo é a segunda definição do Webster desta palavra, temperança. Webster sugere "paciência" como definição para temperança.

Sob a inspiração do Espírito Santo, Pedro coloca o degrau da temperança antes da paciência na escada que leva ao amor (Ágape), que é a definição final do caráter de Deus (cf. 2 Pedro 1). A importância da sequência de Pedro é reafirmada quando lemos que "um homem intemperante não pode ser um homem paciente" (Ellen White, Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pág. 50).

Santos — as pessoas que estão se preparando para encontrar Jesus — são pessoas pacientes (ver Apocalipse 14:12). Eles são, portanto, as pessoas temperantes. Parece, então, que fazemos bem em entender e nos entregarmos plenamente aos princípios da temperança se estivermos prontos para se encontrar com Jesus em paz.

O verso desta semana para memorizar (Filipenses 4:5) fala de moderação. Esta palavra tem perdido muito de seu significado original nas nossas mentes por causa da propensão natural da sociedade para a intemperança. A moderação da qual Paulo fala é definida na Concordância de Strong como, entre outras coisas, paciente. Moderação é semelhante à temperança, sem a qual não há paciência, e, por extensão, sem santidade, sem Ágape.

O conceito bíblico de temperança é extremamente amplo. "Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1ª Cor. 6:19). "Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (10:31). "Isso resulta em "levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo" (2ª Coríntios 10:5).

Mesmo o mais bravo coração poderia desmaiar diante de um padrão tão elevado como este. Tudo o que comemos, bebemos, fazemos, e até mesmo pensamos, está sob a égide da temperança, submetidos à "obediência de Cristo." Bem poderíamos clamar, "Para estas coisas quem é idôneo?" (2ª Coríntios 2:16)

Louvado seja o Senhor, o nosso motivo de esperança, nossa motivação para persistir no caminho ascendente, a nossa expectativa de que a meta pode ser alcançada — tudo é encontrado no início da escada de Pedro: "Acrescentai à vossa fé ..." (*2ª Pedro 1:5).

Fé — sua fé — a fé de Jesus. Esta fé já lhe pertence. Você não precisa ir em safari para caçá-la. Você não tem que tentar produzi-la. Os Santos são elogiados porque "guardam" a fé de Jesus (Apocalipse 14:12). Efésios 2:8 diz que a fé "é dom de Deus." Fé que temos. E, possuindo-a, estamos habilitados a adicionar o restante das coisas à lista, se quisermos.

Se nossa fé é fraca, somos informados com o que alimentá-la para que ela possa tornar-se mais forte. "A fé é pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus" (Romanos 10:17). Nesta Palavra, encontramos as "grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção que pela concupiscência há no mundo" (2ª Pedro 1:4).

Tudo o que Deus requer, Ele provê. Antes que Ele indique as alturas às quais Ele espera que subamos, Ele nos mostra onde está nossa força e orientação para a nossa viagem. Ele nos supre com fé. Esta "fé é a expectativa da própria palavra de Deus para fazer o que a palavra diz, e depender da palavra em si para fazer o que a palavra diz " (Alonzo T. Jones, Advent Review and Sabbath Herald, de 3 de janeiro de 1899).

Nada menos do que esta “fé de Jesus" poderia ter dado poder a Noé para assumir uma tarefa tão absurda como a construção de um barco gigante em terra seca. Nada menos do que a "fé de Jesus" pode capacitar-nos a controlar os nossos apetites, nossas paixões, nossos pensamentos, nossos sentimentos. Mas se mantivermos a fé que Ele nos dá, e alimentá-la com a Palavra de Deus, vamos descobrir que o “Seu jugo é suave," e Seu "fardo é leve" (Mateus 11:30).

Falhar em andar pela fé leva ao desastre em todos os níveis da experiência humana. Ao final da página de quarta-feira, o nosso Guia de Estudo da Escola Sabatina faz a seguinte pergunta: "Você pode estar sofrendo agora alguns dos efeitos negativos de práticas erradas?" Eu não sei quem poderia honestamente dizer que não sofre os maus efeitos dos erros. Se, no entanto, os efeitos nocivos da intemperança não ultrapassarem a minha própria saúde e sensação de bem-estar, então seria fácil racionalizar e dizer que um pouco de férias de estrita temperança não deveria importar tanto assim desde que eu, sozinho, sofra as consequências. Mas este raciocínio é falso. Há uma urgência sobre a temperança, que vem antes da paciência, da piedade, do amor fraternal e da caridade, (*ver 2ª Pedro 1: 6 e 7). Esta urgência está relacionada com a reputação de Deus. A urgência é relativa à falta de tempo, e as pequenas janelas de oportunidade durante as quais as almas (*as pessoas) em torno de nós estão ganhando, ou não as informações que precisam sobre o Deus a quem servimos. Falhar em andar pela fé significa não deixar brilhar a luz de Deus, através de nós, na vida de alguma alma (*pessoa) que precisa conhecê-Lo agora.

“E a própria essência de toda a fé perfeita consiste em agir bem, no devido tempo. Deus é o grande obreiro por excelência, e por Sua providência prepara o caminho para que Sua obra se cumpra. Ele provê oportunidades, estabelece esferas de influência e canais para as atividades. Se Seu povo estiver atento às indicações de Sua providência, e se dispuser a cooperar com Ele, verá cumprido um grande trabalho. Seus esforços, dirigidos convenientemente, produzirão resultados cem vezes maiores do que se poderiam cumprir com os mesmos meios e facilidades por outro instrumento em que Deus não estivesse tão manifestamente atuando. Nossa obra é reformadora, e é o propósito de Deus que a excelência da obra em todos os ramos seja uma lição objetiva para o povo ... Em todos os nossos planos de atividades missionárias esses princípios deverão ser tidos em vista” (Ellen White, Testemunhos para a Igreja, volume 6, pág. 24 e 25).

A verdadeira temperança nos ensina a dispensar inteiramente todas as coisas nocivas, e usar judiciosamente aquilo que é saudável. (Ellen White, Patriarcas e Profetas, pág. 562)

"Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações." Todas as manhãs, ao nos levantarmos renovemos nossa fé de novo em Cristo, como nosso Salvador; depois, mostremos a força, o valor da nossa fé, confessando-Lhe diante dos homens, tanto em nossas palavras como em nossas vidas, então, estudemos a palavra de Deus para conhecimento para nos guiar durante o dia; então pratiquemos a temperança — o autocontrole — que é ordenada em todos os lugares, e em todas as parábolas na palavra de Deus; em seguida, adicionemos a paciência em todos os contatos do dia; adicionemos piedade por exemplificar a vida de Cristo entre os homens ao fazer o bem; adicionemos bondade fraternal, em todas as nossas associações com o nosso vizinho; e todos coroados pela adição da doce caridade, o vínculo da perfeição, o amor de Deus derramado no coração; amando-O com todo o coração, e amando o nosso próximo como a nós mesmos, completando assim o dia com um caráter completamente cristão. Pode isto ser feito num dia? Pode ser feito hoje? É tudo o que o Senhor pede de nós. Faça "estas coisas" hoje, "no tempo chamado hoje", e assim hoje, cada dia, Deus nos dá a oportunidade de fazê-lo. E então nunca devemos cair, mas para todos tal abundante entrada será ministrada no reino de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. (A. T. Jones, Signs of the Times de 11 de junho de 1885)

—Hélène Thomas



A irmã Helena Tomás é esposa de um obreiro bíblico adventista. Eles vivem no estado de Michigan, nos EUA. Além de exercer as funções do lar, como esposa, mãe e avó, ela é escritora, e produz artigos literários de dentro da própria casa. Desde Janeiro de 2010 ela é a nova editora do Comitê de Estudos da Mensagem de 1888. O endereço eletrônico dela é jhthomasal@gmail.com


Traduçao e acréscimos, marcados com asteriscos de João Soares da Silveira

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Lição 9 — Temperança, por Daniel Peters

Se pudéssemos remover somente uma coisa (*errada) de nós, então nós poderíamos, eventualmente, eliminar todas as coisas e por nós mesmos seríamos todos o que nós sempre carecemos. Esta é a idéia por trás do desânimo e fracasso do desafio do legalismo.

Muitos têm se esforçado para ser temperantes e tiveram que admitir que não só é difícil, mas é impossível para eles e, portanto, algo deve estar errado com a sua conversão. Eles estão confusos porque Deus deveria ajudá-los a tornarem-se melhores. Investiram todos os seus melhores esforços e pensamentos mais puros sem nenhum resultado.

Crer na mentira de que "Deus ajuda quem se ajuda," leva, logicamente, à conclusão de que poderia ser algo como isto: No 1º dia como cristão, você foi capaz de cumprir 4%, e então Deus estaria te ajudando em 96%. Bem, você aprende mais, e, assim, aos 5 anos como cristão, você pode agora contribuir com 30%, o que deixa com Deus fornecer-lhe 70% de ajuda. Mais anos se passam e você praticou e aperfeiçoou suas técnicas de seu desempenho e agora é capaz de realizar 90% por si mesmo, e isso significa que Deus vai prover, pela sua fé, apenas 10%. E então, finalmente chega o dia em que você pode agora depender 100% de você mesmo e não precisa mais de Deus — você se tornou deus, e agora é 100% responsável por sua própria salvação. Sensacional!

“Mas aquele que duvida, se come, está condenado, porque não come por fé, pois tudo o que não é de fé é pecado” (Rom. 14:23). Mais uma vez, “Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?” (Gal. 3:3). Então, aqui reside toda a questão: Você se torna um cristão pelo Espírito de Deus, e Deus continua Sua obra em você pelo Seu Espírito, em toda a sua vida em nenhum momento Ele precisa de sua ajuda; a todo momento sua contribuição não faz nada a não ser mostrar a sua incredulidade. O maior fracasso na vida de Abraão, foi quando ele e Sarah tentaram ajudar Deus a cumprir sua promessa.

Deus ajuda aqueles que não podem se ajudar, e o justo viverá pela fé. Ir além disso é pecar. Se fosse possível ajudar-nos a nós mesmos, então Cristo veio por engano. Nossa vida, na pior das hipóteses, é a evidência de nossos melhores esforços e pensamentos. Isso é o melhor que conseguimos ganhar por nós mesmos com nosso próprio poder.

"Nada mais que fé em Deus pode manter uma pessoa perfeitamente paciente [e temperante] em todas as circunstâncias. Será que sempre vai funcionar? Sim, sempre." “Bem,’ diz alguém, ‘Estou certo de que qualquer um seria impaciente [intemperante] se tivesse tanto para incomodá-lo como eu tenho.’ Pergunta: Será que Cristo Se tornaria impaciente [intemperante] se Ele tivesse de suportar as coisas que lhe importunam? Porventura, não suportou Ele o mesmo que você, e muito mais? Você tem que admitir que isto foi o que ocorreu com Ele. Foi Ele impaciente [intemperante]? ‘Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a Sua boca’ (Isaias 53:7). Então, se Ele estivesse em seu lugar, seria paciente [temperante]. Por que, então, você não O deixa tomar o seu lugar?" (Ellet J. Waggoner em Carta aos Romanos, pág. 94).

Hoje falamos (*muito) sobre os horrores do álcool e seus efeitos sobre o indivíduo, a família, e os custos para a sociedade — por si só, estes constituem argumentos convincentes contra bebê-lo, mas a razão pela qual não devemos beber é porque estamos no Dia da Expiação. O Dia da Expiação era o único dia em todo o ano, quando: 1º) Deus exigia a abstinência do álcool; 2º) um jejum para Israel, e 3º) deu instruções específicas sobre adorno e vestuário (*grifamos).

Hoje, muitos de nós nos orgulhamos de nós mesmos por não comer e beber certas coisas, e nós ainda religiosamente esperamos tantos minutos antes ou após as refeições, para beber qualquer coisa. Isto é orgulho em sua mais plena manifestação — o pecado e a consequência do nosso máximo esforço para tornar-nos limpos. Waggoner é bem claro: "Orgulho é Intoxicação." Assim é que nós nos embriagamos com a nossa temperança (*grifamos).

São estas restrições da dieta e álcool boas para nós? Sim! É isso o que Deus deseja para nós? Sim! Deus prometeu a Abraão e Sara um filho? Sim! Tinha Ele a intenção de que eles O ajudassem a fim de que isto se realizasse? Não! (Exceto por crermos em Deus somos capazes de cumprir Sua própria promessa.) Será que Deus mudou? Não.

O justo viverá pela fé — não pela fé mais tudo que você pode fazer para ajudar. Entenda a Bíblia do modo como ela se expressa.

"Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo" (1ª Cor. 3:16 e 17).

Nosso corpo é o templo de Deus, e é Cristo que purifica o santuário, não nós. Devemos (*apenas) ser humildes e estar de acordo com a Sua obra, dizendo "Amém" quando Ele aponta pecados que nunca sabíamos que existiam em nossa vida. "Quando o Senhor aponta um defeito em nosso caráter, é o mesmo que dizer para nós, ‘—Há algo de que você necessita, e Eu o tenho para você". Quando aprendermos a olhar para a repreensão, desta forma, vamos alegrar-nos nela, ao invés de ficarmos desencorajados " (Ellet J. Waggoner, Carta aos Romanos, pág. 127).

É importante neste momento rever brevemente ao que Ellet J. Waggoner se refere como "forças opostas." "A carne e o Espírito estão em oposição. Eles são sempre contrários um ao outro. O Espírito nunca cede à carne, a carne nunca se converte. A carne será da natureza do pecado até que nossos corpos sejam mudados na vinda do Senhor. ... A carne é a mesma em um homem que é convertido e em um pecador, mas a diferença é que agora ela [a carne] não tem qualquer poder, uma vez que o homem se rende ao Espírito, que controla a carne" (ibidem, págs. 130, 131).

"É como se Paulo dissesse: ‘—Vá para uma caminhada deixando que o Espírito Santo te segure pela mão, e eu garanto que você não vai ceder aos desejos pecaminosos da carne, porque o Espírito Santo, a poderosa Terceira Pessoa da Divindade, é mais forte que a sua carne!’" (Robert J. Wieland, Dial Daily Bread, de 17 de junho de 1998.)

O justo viverá pela fé.


— Daniel Peters


Para ler mais sobre o assunto acesse:
"O Consolador", de E. J. Waggoner,
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O irmão Daniel Peters vive na parte leste da cidade de Los Angeles, Estado da California, EUA, e trabalha como Conselheiro Oficial antidrogas e alcool para mães e mulheres grávidas. O seu coração foi sensívelmente tocado pela “mui preciosa mensagem” (Test. p/ Ministros, págs 91 e 92) e sua vida tem sido apaixonadamente dedicada a esta mensagem que Deus outorgou à Sua igreja em 1888. Ele e sua família são membros da igreja adventista do sétimo dia de Whittier, uma cidade a 19 kms ao sul de Los Angeles, localizada no nº 8841 na Calmada Avenue, Whittier, Ca. 90605, EUA. Ele é tataraneto de Ellet J. Waggoner. O irmão Daniel é um ardoroso estudante da Bíblia e do Espírito de Profecia e de toda literatura relativa à mensagem de 1888. Ele foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje”, realizado a semana passada (21 e 22 de maio de 201) na Igreja Adventista do Sétimo Dia da cidade de Reno, estado de Nevada, localizada na 7125 Weest 4th Street.

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos de João Soares da Silveira
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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Lição 8 — A Atmosfera de Louvor, por Patti Guthrie

Vivemos em uma pequena cidade no norte da Califórnia, dominada pelo pensamento da Nova Era. As coisas são diferentes aqui. Como cristãos crentes na Bíblia, somos minoria. As pessoas aqui vivem com ar puro, com simplicidade, e preservando a natureza. Muitas são vegetarianas, alguns bem restritos. A fonte de autoridade em suas vidas varia de guias espirituais a mestres descendentes de Buda.


Nós compartilhamos uma apreciação comum de estar ao ar livre na natureza com os nossos vizinhos da nova era. Em caminhadas temos encontrado estranhos que dizem que gostam da nossa “aura” (*atmosfera ou influência que emana do nosso interior). Em conversas, as pessoas às vezes se referem a alguém como tendo uma "energia ruim" — o que seria alguém a se evitar.


Quando o nosso cão ficou doente com câncer, a nossa vizinha, querendo ser útil, nos disse que ela tinha realizado massagem Reiki sobre o tumor, na esperança de que iria reduzir o tamanho dele. Ela nos disse que desde que nós temos “boa energia" em nossa família, que o nosso cão se beneficiaria com nossa massagem, e, ainda que nós não compreendamos Reiki1, poderíamos, ainda assim, "transferir energia." Como cristãos, rejeitamos a noção de que temos qualquer poder inerente em nós para "transferir energia" ou "curar". Nós não temos vida nem poder à parte de Deus, pois "NEle vivemos, e nos movemos, e existimos" (Atos 17:28).


A lição desta semana centra-se no ar: o ar que respiramos e a atmosfera invisível que circunda as nossas pessoas.


Espiritualmente, o nosso mundo está sufocado com o veneno do pecado que permeia a nossa atmosfera. Considere estes pensamentos:


"E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e por meio de nós manifesta em todo lugar a fragrância do Seu conhecimento. Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes certamente cheiro de morte para a morte; mas para aqueles cheiro de vida para vida. E para estas coisas quem é idôneo?" (2ª Cor. 2:14-16). (* ou, “... quem é suficiente?”, KJV)


. "Todos estão circundados de uma atmosfera própria, que pode estar carregada do poder vivificante da fé, do ânimo, da esperança, e perfumada com a fragrância do amor; ou pode ser pesada e fria, com as nuvens do descontentamento e egoísmo, ou intoxicada com o contato mortal de um pecado acariciado. Pela atmosfera que nos envolve, toda pessoa com quem nos comunicamos é consciente ou inconscientemente afetada" (Ellen White, Parábolas de Jesus, pág. 339).


Há coisas sobre nós mesmos que podemos consertar, se estivermos suficientemente motivados. Se o nosso cabelo está atrapalhado, podemos penteá-lo. Se a nossa roupa está gasta, nós podemos vestir roupa nova. Quando estamos infelizes, ainda podemos sorrir. Nós podemos "consertar" a nossa aparência exterior. Podemos até usar desodorante, mas não há nada que possamos "fazer" para mudar a “fragrância" falada em 2ª Coríntios 2, ou a "atmosfera" da alma, como descrito em Parábolas de Jesus. Esta fragrância espiritual, a que Paulo se refere, é algo que muitas vezes desconsideramos, porque é invisível. Mas isso é uma qualidade que nossos altamente sensíveis amigos da nova era podem sentir, e é algo que, queiramos ou não, nós não podemos esconder.


O que tudo isso tem a ver com o evangelho de Jesus Cristo e a mensagem de 1888?


Quem nós cremos ser Jesus e como entendemos a Sua obra no coração dos outros afeta o que somos por dentro e emite um odor, ou fragrância, do lado de fora, que não pode ser visto a olho nú, mas pode, certamente, ser sentido. Por exemplo, quando meditamos sobre a cruz de Cristo e consideramos o infinito preço que Ele pagou para salvar os perdidos, nosso ponto de vista sobre os perdidos será muito diferente do que vê-los como perseguidores em potencial durante o tempo da angústia. Ambos podem ser verdade, mas uma maneira de ver é centrada em Ágape e a outra é centrada em si mesmo. Podemos ainda ter muito do eu em nós, mesmo afirmando crer no evangelho. A mensagem de 1888 foi enviada especificamente para tirar o foco fora de nós e centrá-lo em Jesus, a luz do mundo! Esta mensagem é a mais poderosa mensagem de mudança de vida já dada ao mundo.


O efeito desta mensagem sobre o coração é prático — como ocorreu no caminho para Emaús. Ela vai arder no coração do crente e aquecer a atmosfera ao seu redor. Outros sentem esse calor e são atraídos para Cristo, através do instrumento humano. Assim é como nossa vida pode ser um poderoso testemunho de Cristo, mesmo quando nenhuma palavra é dita. Aqueles que amam o pecado não podem perceber como o seu pecado secreto envenena o ambiente ao seu redor, mas isto se dá, e "toda pessoa com quem nos comunicamos, é consciente ou inconscientemente afetada."

Nossos esforços evangelísticos vão conseguir indescritíveis resultados quando a atmosfera ao redor de cada portador da luz é coerente com a mensagem de salvação que ele compartilha.

"No dom incomparável de Seu Filho, Deus envolveu o mundo inteiro numa atmosfera de graça, tão real quanto o ar que circula ao redor do globo. Todos os que escolherem respirar esta atmosfera vivificante hão de viver e crescer até à estatura completa de homens e mulheres em Cristo Jesus" (Ellen White, Caminho a Cristo, pág. 68).

--Patti Guthrie



A irmã Patti Guthrie é uma adventista de berço. Ésposa, mãe e professora dos próprios filhos. Ela é estudante da Bíblia, escritora e musicista. Faz parte do comitê de música para leigos adventistas. A família Guthrie aparece no canal de televisão adventista Three Angels Broadcasting Network [Canal de Televisão Três Anjos] com música tanto vocal quanto instrumental. O marido de Patti, Todd Guthrie, que nos escreveu uma das duas introspecções da semana passada, é médico e membro da Mesa administrativa do Comitê de Estudos de Mensagem de 1888. Ele também é ancião na sua igreja adventista local, e constantemente está envolvido em organizar e executar programas musicais para acontecimentos importantes da Igreja Adventista nos EUA e em outros países.


Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.


Nota do tradutor:

1) Segundo o movimento da Nova Era, “Reiki” não é massagem, mas pode ser combinada com massagem para cura com energia spiritual.



Lição 8: A Atmosfera de Louvor, por Arlene Hill

"No dom incomparável de Seu Filho, Deus cercou todo o mundo, com uma atmosfera de graça tão real quanto o ar que circula ao redor do globo. Todos os que escolhem respirar essa atmosfera vivificante vão viver e crescer até a estatura de homens e mulheres em Cristo Jesus "(A Maravilhosa Grace de Deus, pág. 238).


Vários anos atrás, houve uma ação (*judicial) interessante em uma cidade ecologicamente consciente na Califórnia. Alguém estava em sua casa fumando, mas as janelas estavam abertas. Uma mulher caminhou perto, cheirou a fumaça e processou o fumante por violar uma lei municipal proibindo o fumo em lugares públicos. Em essência, a mulher estava exigindo que todos no mundo fôssemos responsáveis por fornecer um ambiente saudável para ela. Psiquiatras a chamariam de "narcisista co-dependente.” Como o centro de seu universo, seu egoísmo presunçoso disse a ela ser ela digna de exigir que todo o mundo deveria atender suas necessidades. Como co-dependente ela acreditava que não tinha a responsabilidade de limpar sua “atmosfera", simplesmente desviando-se da janela para evitar a fumaça. O mundo, e não ela, tinha que mudar.


Como a mulher no processo, é possível para nós ter uma atitude centrada em nós mesmos com relação às instruções relativas à vida saudável que Deus deu a nossa igreja. Conquanto Deus queira que vivamos tão saudáveis quanto possível na terra poluída, é a nossa atmosfera espiritual, que é mais importante. Nós não temos nenhum registro de que Cristo alguma vez tenha se recusado atuar em Seu ministério a fim de evitar a contaminação pela poluição da Terra. Ocasionalmente, o Pai O desviou de situações perigosas ... Ele vivia nas mesmas condições que o povo de seu tempo, viajando dirigido pelo Espírito Santo. As Escrituras não registram que ele "tenha saído das cidades” para viver em um ambiente mais saudável. Ellen White aconselhou que nos últimos dias, se possível, deveremos deixar as grandes cidades, mas ela também abriu exceção para o ministério. O senso comum nos diz que, se a nossa principal comissão é pregar o evangelho ao mundo, temos de interagir com o mundo, a poluição e tudo mais. Na realização de obras com o povo, especialmente em nossas instituições de saúde, ela aconselhou-nos a "agir de tal maneira que os pacientes vejam que os adventistas do sétimo dia são um povo dotado de bom senso" (Evangelismo, pág. 540).


"E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e por meio de nós manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento. Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam, e nos que se perdem” (2ª Cor.. 2:14 e 15).


É perigoso recusar uma clara orientação do Espírito Santo. Se o Espírito Santo conduz as circunstâncias para que alguém vá evangelizar uma cidade poluída, tem essa pessoa direito de resistir porque quer "sair das cidades”? Claro que não. Paulo nos diz no texto acima que somos o bom perfume de Cristo. Quer dizer, neste mundo que está poluído. Parte do sacrifício de muitos missionários é que são chamados para viver em países onde o saneamento e o clima não são ideais.


Os cristãos estão aqui para mostrar uma atmosfera semelhante à de Cristo para o mundo.


Em um sermão, na sessão da Conferência Geral de 1888, Ellen White explicou:

"... Por que estamos neste mundo? Para representar a Cristo e ser uma bênção para os nossos semelhantes. Cristo deve ser formado em nós a esperança da glória. Devemos viver a Sua vida, para que nossas vidas possam manifestar ao mundo o amor de Deus e o poder do evangelho "(Manuscrito 17, de 21 de outubro de 1888).


Deus através do Espírito Santo muda a vida de cristãos dispostos a demonstrar o Seu poder para fazer isto para o mundo. Aqueles que pensam, egoisticamente, que o processo de santificação é para conseguir que eles sejam os “primeiros” a entrar no céu, não se importam em demonstrar o poder de Deus para mudar vidas. Concentram-se no aperfeiçoamento continuo do caráter para ter a certeza de que Deus está satisfeito com eles. Com esta motivação é impossível demonstrarem o poder do evangelho, mostrando ao mundo que é Deus que faz isso. Sem perceber, eles mostram ao mundo que os cristãos são tão egocêntricos como eles, e que chegar ao céu é uma corrida egoística, do mais apto, de cada um por si. Intencionalmente ou não, todos nós temos uma influência com as pessoas ao nosso redor. Quando nós nos chamamos de cristãos, seguidores de Cristo, a nossa atmosfera para o bem está diretamente relacionada à forma como nós nos submetemos inteiramente às mudanças que Deus quer fazer em nós.


"O espírito e a palavra e a influência que você carrega estão fazendo impressões sobre as mentes dos outros. A atmosfera que rodeia a alma, se é má, será como malária espiritual, que vai ser venenosa para aqueles ao seu redor. Mas é frutífero para a alma ter uma atmosfera que será como um cheiro de vida para a vida dos outros. Quando a pessoa está impregnada com a verdade, que trabalha por amor e purifica a alma, uma atmosfera celestial permeia a alma (Carta 70, de 13 de janeiro de 1894, com o título: “Aos Irmãos em Cargos de Responsabilidade nos Escritórios da Review and Herald").


Note a preparação: "A alma impregnada com a verdade, que trabalha por amor ..." É por estar "impregnados," ou infundidos com a verdade, que nós produzimos obras de amor. Isso nunca pode ser realizado por fazer coisas boas o suficiente para esperar uma mudança de coração. O mundo observa os cristãos. Não é possível falsificar o cristianismo o tempo todo. Quem tenta obedecer à lei de Deus em sua própria força conhece fracasso. Em algum momento, se a motivação é falsa, a "atmosfera" que geramos vai falhar e alguém vai estar observando.


Então, é impossível viver uma vida perfeitamente obediente? Se ranger os dentes longa e duramente falhar, podemos simplesmente desistir? Em sua exposição de Gálatas, E.J. Waggoner, explicou que "a desobediência à lei de Deus é a própria maldição" (Boas Novas, pág 56), não porque a lei é uma maldição, mas porque a causa da maldição faz com que seja impossível cumprir toda a lei. Parece impossível, mas o Evangelho traz a bênção: "Desde que a" maldição "consiste em não continuar em todas as coisas que estão escritas na lei, segue-se que a "bênção" significa perfeita conformidade com a lei" (ibidem, pág. 57).


Louvar a Deus não é impossível! Conformidade com a lei é uma bênção, e todos os dons, incluindo as bênçãos, vêm de Deus. Assim, temos a bênção da obediência do mesmo modo que todas as bênçãos, nós cremos e aceitamos que Deus tem feito o que Ele disse. Ele garante que Ele "nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo" (Efésios 1:3).


Que atmosfera de louvor os cristãos irão gerar no mundo, se escolherem crer que Deus nos deu a bênção da obediência! A lei não é anulada ou ignorada, mas é perfeitamente preservada e valorizada como o reflexo do caráter de Deus. Então quando falhamos a nossa preocupação é Deus não ser desvirtuado, não uma preocupação egoísta sobre se vamos alcançar o céu. Essa é a preocupação — sem traço de egoísmo — da noiva pelo seu Noivo, e isto é o que vai torná-la pronta (*Apocalipse 19:7).

Arlene Hill


A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela é um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se inicia hoje à noite, 21 de maio de 2010, e vai até amanhã, sábado, dia 22, na

Igreja Adventista do Sétimo Dia

7125 Weest 4th Street ,

Reno, Nevada, USA.,

Telefone 001 XX (775) 327-4545.


Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Lição 7 — "Descanso e Restauração, por Ann Walper

"Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei" (Mateus 11:28). A grande questão é, "descanso de quê?" E junto com isso: "como podemos descansar?" Na sociedade apressada de hoje a maioria das pessoas também pondera, "por quê?" Por que deveria eu descansar quando há tanta coisa para fazer e tantas coisas para ver e tantas pessoas para interagir com (e tantas maneiras diferentes de interagir). Descansar não entra na equação.

Nos últimos dez anos, das penas de uma ampla variedade de indivíduos, a discussão a respeito de um descanso sabático tem sido cada vez mais cogitados como uma necessidade humana social indispensável. A sociedade está sofrendo a sua falta. Foi reconhecido que a sociedade ocidental, nos últimos cento e cinquenta anos, passou (*do regime) de uma semana de trabalho de seis dias, para uma de cinco dias. No século XX, o conceito de um fim de semana de lazer veio à existência, mas depois, foi esquecido pela nossa paixão por realizações em cada aspecto de nossas vidas. Pais viciados em trabalho,1 impulsionados pelo desejo de status, obtido através da posição financeira ou social, estão criando filhos que não têm nenhum conceito da palavra "descanso". Repouso (a cessação de atividades de rotina) quer a partir de uma boa noite de sono ou umas férias longe de casa, faz-nos sentir fora de controle e ansiosos sobre o que estamos perdendo, enquanto nós estamos desconectados da sociedade. Correndo de atividade para atividade — futebol, aulas de música, acampamentos de verão, a pressão por boas notas na escola, Facebook, Twitter, e-mail, telefones celulares, videogames interativos, e uma miríade de outras relações sociais - nos engole, consumindo qualquer "tempo livre" que possamos ter para buscar o respouso que Jesus nos deseja dar. Nós simplesmente não temos mais tempo para descansar ".

Esta sede por sucesso criou uma sociedade doente. A idéia de um período organizado, institucionalizado, sem produtividade, é o tema das pessoas atenciosas que estão preocupados com a deterioração da unidade familiar e a condição cada vez mais neurótica da sociedade em geral. João Paulo II escreveu na sua carta apostólica de 1998 intitulada Dies Domini, que "mesmo em nosso próprio dia de trabalho é muito opressivo para muitas pessoas, quer devido às condições de trabalho miseráveis e as longas horas, quer por causa da persistência em sociedades mais desenvolvidas economicamente, e também muitos casos de injustiça e de exploração do homem pelo homem". Ele afirma que a opressão do excesso de trabalho é a razão pela qual a Igreja Católica Romana, "através dos séculos, fez leis sobre o descanso dominical" (*como o dia do Senhor). Colocando a Tonica na necessidade humana básica, João Paulo afirmou ainda: "No nosso próprio contexto histórico permanece a obrigação de garantir que todos possam desfrutar da liberdade, descanso e recreação que a dignidade humana exige, juntamente com o religioso associado, familia, necessidades culturais e interpessoais que são difíceis de encontrar, se não houver garantia de, pelo menos, um dia da semana em que as pessoas possam descansar e alegrar-se"(par. 66).

Em um recente artigo no (*jornal) The New York Times, a escritora Judith Shulevitz concordou com esta noção de uma necessidade universal de repouso semanal. "O sábado israelita institucionalizou uma, até então inimaginável e surpreendente noção: a de que toda criatura tem direito ao repouso, e não apenas os ricos e privilegiados. O quarto mandamento abrange mulheres, escravos, estrangeiros e, surpreendentemente, até mesmo os animais. ... Os judeus foram preordenados para observarem o sábado não só como uma forma de honrar a Deus, mas também como veículo central de sua teologia da libertação, um lembrete semanal de sua fuga de sua servidão no Egito." (*A senhora) Judite Shulevitz acertadamente afirma que "a história do sábado é a mesma da criação: repousamos porque Deus descansou no sétimo dia." No entanto, sua conclusão resultante parece falha: "Em outras palavras, descansamos, a fim de homenagear o divino em nós, para nos lembrar que há mais para nós do que apenas aquilo que fazemos durante a semana" ("Bring Back the Sabbath," The New York Times, de 2 de março de 2003). O que começa como um foco no Deus Criador acaba sendo centrada em nós próprios, e Deus, como Criador, Mestre, e dono do universo, está perdido na transição. O anseio magnânimo tanto de João Paulo bem como de Judite Shulevitz para um alívio da pressão para realização de todas as atividades, pode ser alcançado por deixar de trabalhar em qualquer dos sete dias da semana.

É isso que o sábado significa — um (*simples) tempo de folga social? É a observância do sábado somente um período de 24 horas, observado uma vez por semana (não importando se é o sétimo dia ou o primeiro), durante o qual nós nos esforçamos para reduzir a nossa obsessão com o mundo? Ou há uma dimensão maior do que esta que devemos considerar?

Jesus não só nos chama para encontrar descanso "nEle" através da fé em Sua justiça, mas Ele nos diz que só Ele é o Senhor do sábado (o sétimo dia, o verdadeiro "dia do Senhor"). Ele é o Senhor, em razão do fato de que Ele é o Criador de todas as coisas, e santificador do sétimo dia como um tempo especial para a comunhão entre Ele e Suas criaturas. Comunhão, ou seja, uma comunicação significativa e companheirismo entre duas partes, é um elemento-chave da verdadeira observância do sábado. Perversão até mesmo deste conceito tão simples tem sido uma área privilegiada de ataque de Satanás. Embora pareça que estejamos quase continuamente "ligados" ao mundo que nos rodeia, quantas vezes nós conversamos cara-a-cara com a família e amigos — sem interferência eletrônica alguma como e-mail, telefones celulares ou mensagens de texto? Satanás usa todos os meios possíveis para alcançar seus objetivos sobre o nosso tempo e atenção, mesmo usando modernas "conveniências", como um gancho para nos prender. Nossa obsessão com a persistente conveniência dos dispositivos eletrônicos nos impede de encontrar descanso dos clamores do mundo. Constantemente "ligados" ao mundo material, temos dificuldade de ouvir a voz mansa e delicada do Espírito Santo de Deus.

Porque nós não permitimos que Deus tenha Seu lugar legítimo em nossas vidas sofremos fadiga - mental, física e espiritual - a partir de constantes lutas decorrentes da interatividade no dia-a-dia com o mundo. Excluir Deus de Seu legítimo lugar em nossos corações é a raiz do nosso problema. Ambição e auto-absorção rege o mundo dos estratos mais baixos para o mais alto pináculo de conquista. Jesus está nos chamando a partir desta corrida desenfreada para repouso e liberdade nEle.

A verdadeira liberdade religiosa é incorporada no sábado do sétimo dia, não só porque ele aponta a Deus como Criador do mundo, mas porque ele simboliza o nosso direito inalienável à liberdade de escolha dotada a nós por nosso Deus Criador. O sábado do sétimo dia, está, portanto, no cerne das três mensagens angélicas de Apocalipse 14. Após o tempo dos apóstolos, os líderes da igreja primitiva procuraram estabelecer o reino de Deus na Terra, através de legislação coercitiva e cooperação com os poderes do Estado. Constantino, o Grande, argumentou que a legislação dominical traria unidade religiosa, nacional e internacional, a seu império, assegurando seu lugar como senhor supremo (Pontífice Maximus) sobre o seu povo. União entre Igreja e Estado faz a aliança com o estado tão sagrada como a fidelidade a Deus. Mas tais idéias autocráticas deixam de defender a verdade do sábado do sétimo dia, o que é entrega total, e total fidelidade a Deus. Apelar para, e fazer uso do, poder coercitivo do Estado para a persecução dos objetivos da igreja, resulta em uma conivência político-eclesiástica, e intriga, que é a própria essência da antiga Babilônia pagã e sua sucessora, Roma (ver Daniel capítulos 3 e 6 e Apocalipse 13).

Se guardar o sábado, como descrito por João Paulo e Judite Shulevitz — "cessação" do trabalho e das atividades materiais que nos absorvem — é o principal objetivo por trás do movimento para legislar um dia em sete como dia de descanso universal, então qualquer dia da semana seria tão razoável quanto qualquer outro. O primeiro dia não teria preeminência sobre o sétimo dia, ou vice-versa. O cerne da questão de que dia é o dia do repouso depende de quem tem autoridade sobre a mente do homem. Deus criou todos (*os seres) inteligentes totalmente livres. Liberdade de escolha é essencial para um mundo moral, em que o exercício desta liberdade de escolha permite que o indivíduo, utilizando-se das faculdades e poderes conferidos a ele por seu Criador, possa decidir livremente onde residirá sua lealdade. O governo Divino, no que se refere tanto ao governador bem como ao governado, está devidamente demonstrado quando o serviço, adoração e fidelidade da criatura torna-se inteiramente rendida a Deus através da escolha do próprio homem livre.

Nossa escravatura involuntária ao materialismo e auto-realização, deve ceder à rendição completa à vontade de Deus para nossa vida. Mas é uma coisa terrível entregar todo o controle para alguém que você não conhece e confia. As duas instituições dadas à humanidade na criação (casamento e sábado) envolvem estes dois conceitos - a entrega e a confiança incondicional no outro. Deus nos diz que Ele é o nosso Esposo divino, portanto, devemos livremente desejar nos submeter a Sua vontade, confiando plenamente que Ele tem os nossos interesses em bom lugar em Sua mente. E isto, em verdade, é também tudo o de que a observância do sábado consiste. Nenhum outro dia pode substituí-lo. A fé no poder de Deus sobre o mundo, em Seu envolvimento benévolo em nossas vidas; confiança em Seu pedido de controle sobre nossas mentes e corpos, resulta na vontade de permitir que Ele nos enlace em Seus braços de amor.

O Sábado simboliza a escolha inteligente de nossa parte para devolver ao nosso Criador o que é seu por direito. Seu objetivo é honra e glória para Aquele que nos redimiu com Seu sangue, que nos santifica por meio de Seu Espírito Santo, e recria em nós o Seu caráter justo, capacitando-nos para a comunhão com os seres celestiais.

--Ann Walper


A irmã Ana Walper é uma enfermeira padrão, ávida estudante da Bíblia, e é ativa na igreja adventista que freqüenta; na última vez que ouvi diretamente dela, em 2008, exercia as funções de diretora da Escola sabatina; instrutora de uma de suas unidades, e líder do dep. de Liberdade Religiosa. Durante os meses de verão ela trabalha como enfermeira voluntária em acampamentos da juventude adventista nos estados de Kentucky e Tenneesse nos EUA. Ela escreve, já por 16 anos, artigos no jornal de sua cidade sobre as Boas Novas de Cristo e Sua Justiça.


Nota do tradutor:

1) Workaholic = trabalhadores compulsivos