quarta-feira, 1 de junho de 2011

Lição 10, As Roupas Novas do Filho Pródigo, por Arlene Hill


Para 28 de maio a 4 de junho de 2011

"E o mais moço deles disse ao pai: 'Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. 'E ele repartiu por eles a fazenda" (Lucas 15:12).

Nós olhamos para a parábola do filho pródigo e perguntamos, "Por que o pai fez isso?" A história é uma série de contrastes na forma como Deus age em relação à forma como os seres humanos agem. Para nós, não faz sentido, mas para Deus ... Ele É Quem É!!!

"A história do grande conflito entre o bem e o mal, desde o tempo em que começou no céu até a derrocada final da rebelião e extirpação total do pecado, é também uma demonstração do imutável amor de Deus" (Patriarcas e Profetas, pág. 33 ).

Como o pai do filho pródigo, Deus Se esforçou com seu amor em apelar no céu com o pródigo Lúcifer, para considerar a loucura de suas idéias. Houve mesmo guerra no céu, mas, finalmente, Deus deu a Lúcifer o que ele pedia. A parábola nos diz apenas o que o pai fez, não as conversas que ocorreram antes. Sem dúvida, um pai amoroso faria tudo o que pudesse, sem forçar para convencer o filho da loucura de seus planos, mas no final, satisfez o desejo de seu Filho. Por quê?

O que poderia ter acontecido se o pai, com raiva, mandasse o filho embora sem um tostão? O filho rebelde teria culpado o pai por todas as calamidades. E se o pai tivesse instituído um fundo para o dinheiro lhe ser liberado mensalmente? Isto teria comprado a lealdade do filho, pelo menos até que o dinheiro acabasse, adiando as inevitáveis lições que o filho precisava aprender. (*Mas,) o pai, em (*Sua) sabedoria, simplesmente deu ao Seu filho os desejos do seu coração, “Ele repartiu por eles a fazenda” (Lucas 15;12).

Da mesma forma, Deus satisfez finalmente a vontade de Lúcifer, para que este pudesse provar, a si mesmo, ser maior que Deus. Deus continuou a sustentar a vida de Lúcifer e as dos anjos que se juntaram a ele, e ainda permitiu o acesso a outros mundos. Assim como os perversos, em Romanos 1:18 "se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu" (vs. 21).(*A KJV traduz: “tornaram-se vãos em suas imaginações ...". O filho pródigo experimentou o que o mundo oferece de mais divertido, não mais vendo que a casa de seu pai era o lugar mais amoroso e gratificante para ele. Por causa desta cegueira, ele era tão inerte e inconsciente de sua verdadeira condição como a moeda da parábola de Luc. 15: 8 -10. Mesmo a ovelha perdida estava em uma melhor posição, pois acabaria por perceber, eventualmente, que algo estava errado, Luc 15:4-7.

Por que o pai (*do filho) pródigo não foi em busca de seu filho para recuperá-lo? Ele não tinha nenhuma força mais para convencê-lo a retornar. O filho conhecia o amor em casa e o tinha rejeitado em favor do mundo. Enquanto os pais precisam estabelecer limites para seus filhos, fazendo isso com amor, demonstram o amor do Pai (*celestial) que vai em busca do filho e o amor de Cristo que Se exaure. Quanto mais cedo isso começa na vida da criança, maior a probabilidade de que a criança vá evitar uma atitude exterior vazia, baseada no medo, é o coração que precisa ser conquistado pela verdade do Seu amor.

Não devemos pensar que comparando a casa com o chiqueiro trouxe o filho pródigo a seus sentidos. A realização foi muito mais profunda, porque foi inspirada pelo Espírito Santo. Ele reconheceu suas ações como pecado, (*“Pequei contra o céu e perante Ti.”) (Lucas 15:18), contra os dois pais, seu Pai celestial e o terreno. Tal discernimento nunca é o resultado de um cálculo egoísta, mas é o dom do Espírito Santo.

"É-nos impossível, por nós mesmos, escapar ao abismo do pecado em que estamos mergulhados. Nossos corações são maus, e nós não podemos mudá-los. ... A educação, a cultura, o exercício da vontade, o esforço humano, todos têm sua devida esfera de ação, mas aqui eles são impotentes. Eles podem levar a um comportamento externo correto, mas não podem mudar o coração; não podem purificar as fontes da vida. Deve haver um poder que opere interiormente, uma nova vida proveniente do alto, antes que os homens possam mudar o pecado pela santidade. Esse poder é Cristo" (Caminho a Cristo, pág. 18).

No momento em que o filho pródigo aceitou esta alteração, ele expressou o arrependimento colocado em seu coração com as palavras "Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: 'Pai, pequei contra o céu e perante de Ti" (Lucas 15:18). O fato de que ele declara as mesmas palavras ao seu pai quando eles se encontram, indica que o seu arrependimento e confissão de fato ocorreram, lá atrás, no chiqueiro. Ele recebeu o lavar da regeneração imediatamente. Só a confissão precisava acontecer, a mudança do coração já havia ocorrido. O filho nunca teria dito "Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai" a menos que o amor perscrutador do pai, que ele conhecia desde antes, o tivesse atraído (cf. João 12:32, 33).

Deus deu o Seu Filho ao mundo, não porque alguns humanos se arrependeram e confessaram os seus pecados na esperança de induzir Deus a salvá-los. A Divindade, por causa de Seu amor, que Se auto-sacrifíca, deu este dom da graça para a raça humana não por causa de algum contrato (*bilateral) do antigo concerto, onde a raça pródiga arrependeu-se, confessou, e fez promessas para induzir seu Deus Pai para levá-los de volta, mas (*por causa de) uma promessa eterna (*unilateral) feita por Deus ao homem caído (*sem nunca ter pedido que prometessem nada a Ele). O verdadeiro arrependimento e confissão nunca são os meios para manipular Deus em aceitar-nos. É sempre uma resposta ao amor de Deus, demonstrado pelo Seu dom de Seu Filho. "Cristo devia identificar-Se com os interesses e necessidades da humanidade. Ele, que era um com Deus, ligou-Se com os filhos dos homens por laços que nunca se quebrarão. Jesus ‘não Se envergonha de lhes chamar irmãos" (*Hebreus 2:11), (Caminho a Cristo, pág. 14).

A Bíblia diz-nos muitas vezes para buscarmos o Senhor. "Buscai ao Senhor enquanto se pode achar" (Isaías 55:6). Mas a Bíblia também nos diz que o Senhor nos veio buscar: "Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido" (Lucas 19:10). Ele diz que Ele é o Bom Pastor, que procura a ovelha perdida. Jesus contou como o Bom Pastor deixou as noventa e nove e procurou a ovelha perdida (15: 4 -7). Ele é como a mulher que procurou e encontrou sua moeda perdida (vs. 8 -10). Até a parábola do filho pródigo, diz a mesma verdade: o filho não criou amor no coração de seu pai — ele voltou para casa só porque ele sabia que havia amor por ele no coração do pai.

A grande verdade da mensagem de 1888 é que a nossa salvação não depende de nossas habilidades, nossa força, nossa compreensão, na busca de um Deus evasivo que se esconde de nós; depende de nós crermos, percebermos, compreendermos, valorizarmos, o que custou a Jesus procurar-nos e encontrar-nos. Se você se esforça muito, tentando encontrá-Lo (*vai, na verdade, passar despercebido por Ele, pois), você será naturalmente orgulhoso de sua realização, especialmente quando você considera como poucas pessoas o conseguem. Mas se você perceber que, “do princípio ao fim,” foi o amor perscrutador de Cristo, tentando encontrá-lo, então o seu coração orgulhoso será derretido. E isso é o começo de uma genuína experiência cristã.

O irmão mais velho, que continuou trabalhando para seu pai, não se alegrou com a volta de seu irmão. Sua reação revela a sua incompreensão do amor de seu pai. (*Amor Ágape,) incondicional. Ele amava o filho pródigo, tanto quanto o filho que ficou e fez a coisa "certa". O filho mais velho pensou que seu esforço ganhou para ele um lugar especial (*junto ao coração de) seu pai. Mas o Ágape do pai tomou a iniciativa amando os egoístas e vãos meninos.

A verdade do Evangelho ensina que Ágape salva os pobres e os infelizes, ao invés de condená-los. Isso é mostrado em toda a obra de Cristo por nós. Aqueles que são "um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu" (*Apoc. 17), como foi o filho pródigo (*e como somos nós), são a estes que Ele veio salvar. O irmão mais velho era tão cego quanto seu irmão, mas por razões diferentes. O espírito de Satanás e do mundo é o egoísmo pensar apenas em si mesmo. Nos últimos dias, esse espírito vai se tornar mais intenso entre aqueles que recusam as bênçãos do Evangelho. Haverá uma necessidade ainda maior para o alívio de pessoas em angústia. O pai viu uma razão para ajudar seu filho rebelde, mas o irmão mais velho, ofendeu-se e, provavelmente, o teria deixado no chiqueiro.

No final dos tempos, Deus continuará a usar aqueles que creram nas bênçãos do Evangelho para ministrar àqueles que estão no chiqueiro, assim como para aqueles que estão na posição do irmão mais velho. Ambos foram motivados por interesse próprio. Somente seu pai ministrava para ambos porque ele era motivado por amor, não pelo egoísmo.

Arlene Hill


A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou em maio de 2010, na Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA, Telefone 001 XX (775) 327-4545.

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