sexta-feira, 24 de junho de 2011

Lição 13, Revestidos de Cristo, por Paul Penno

Para 18 a 25 de junho de 2011

Casais apaixonados compram roupas um para o outro. Eles gostam de ver seu companheiro com roupas que sejam agradáveis e atraentes, e que não anulem a personalidade. Jesus ama Seus escolhidos. Ele comprou roupas bonitas para usarmos, e ainda assim elas não nos dão uma aparência de uniforme militar. Ele nos quer ver vestidos de Sua justiça.

Imagens de roupa são de profunda consequência nos escritos de Paulo. As imagens referem-se a toda a vida cristã, pois falam de uma mudança batismal em sua identidade, uma mudança ética na vida prática, e a transformação da ressurreição em sua forma de existência. O significado de "revestir-se de Cristo" certamente aponta para a adoção de mente, caráter e conduta de Cristo.

É no batismo que somos completamente identificados com Cristo. "Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo" (Gal. 3:27). Comenta-se de alguém que foi convertido, "—Ele está tão mudado que você não iria reconhecê-lo; ele não é mais o mesmo homem."

Pela fé o coração, ou a mente, é convertido, mas "o velho homem", o amor de si mesmo, nunca é convertido (Efé. 4:22). É bom lembrar isso. O amor de si mesmo é a fonte de todos os nossos vícios de hábitos pecaminosos: raiva, jogos de azar, cigarros, alcoolismo, glutonaria; você mesmo pode especificá-los. Os "prisioneiros" são legiões, e a maioria está contente em morrer em sua idolatria compulsiva. Além disso, o amor de si mesmo é a fonte das nossas tentativas legalísticas para nos salvarmos, motivados pelo medo do inferno e a esperança de recompensa (*da vida eterna). Satanás inventou o amor de si mesmo. É o paganismo.

A boa nova é que é fácil se salvar e difícil se perder quando o amor abnegado de Cristo constrange seu coração. Pela fé você escolhe o dom de Deus do profundo arrependimento e da mais íntima comunhão com Cristo, que envolve a crucificação do "velho homem" e o amor ao próprio Cordeiro.

"... E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade" (Efé. 4:24). A metáfora “revestir-do-novo-homem” significa a restauração do crente do amor de si mesmo, com que todos nós nascemos devido à herança de Adão, para o renascimento produzido por uma nova motivação: “o amor de Cristo nos constrange” (*2ª Cor. 5:14) — a essência do que é justiça e santidade.

Mas por que o autor de Efésios descrever este pensamento por meio da metáfora da mudança de vestes? Há um aspecto decisivo em trocar de roupa. Mudar o vestuário aponta para o desprender-se da velha roupa e tornar-se unido à nova, de modo que a natureza do "velho homem" é substituída de forma rápida pela nova natureza-como-a-de-Cristo. Além disso, Paulo retrata uma peça de roupa, como sempre, sendo uma unidade com seu portador.

A justiça de Cristo é comparada às "armas da luz" (Rom. 13:12). A armadura para os soldados romanos consistia de um capacete e peitoral. O ponto crucial do governo romano exigia que antes de colocá-los cada dia eles deviam ser limpos e polidos para que brilhassem como luzes. Você podia ver, em qualquer parte da armadura do soldado romano, alguma marca ou carimbo da autoridade e propriedade romana.

Assim também nós somos exortados a "revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne, em suas concupiscências" (Rom. 13:14). Revista-se do “novo homem”. Vista-se do Senhor Jesus Cristo diariamente. “Cubra-se com O manto de justiça” (Isaías 61:10). Coloque-O em sua vida e conversação prática, como o hábito todo da sua vida. Há uma incitação contínua ao pecado tanto do exterior, assim como a corrupção a partir de dentro de você. Há uma multidão com a gente, dizendo: "Venham conosco, divirtam-se conosco", e há uma multidão de pecados dentro de nós pronta para darmos ouvido, e para nos atrair para ela.

Portanto, o crente deve dizer: "Deixe-me sujeitar minha língua a Deus. Permita-me render meus olhos a Ele. Deixe-me orar".

Vestir-se do novo homem significa uma mudança de mente. Mas poderemos realizá-la por nós mesmos, nos reconciliarmos com Ele? Isso significa uma mudança de mentalidade (do grego, metanoia) que, na verdade, é arrependimento. Agora, espere um momento: temos nós um botão-de-arranque para pressionar, para produzir arrependimento em nós mesmos? Atos 5:31 diz que (*o arrependimento) é uma "dádiva" do nosso "Príncipe e Salvador." Um "dom" não é algo que você trabalha (*para consegui-lo)..

Qual é o significado real da cruz? A comovente verdade é que Deus "declarou" o mundo inteiro adotado em Cristo. Deus "nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo" (Efé 1:5). Cristo removeu a culpa do pecado de cada um de nós para que possamos ficar como se estivéssemos neutros diante do Pai. "Ele ... restaurou toda a raça humana ao favor de Deus" (Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 343). Ele nos justificou. "Em Cristo" "todos os homens" receberam um "veredicto judicial ... de absolvição" (Rom. 5:15-18).

Essa não é uma "fria e legal" teoria insípida. Significa que Deus ama cada alma tanto que nos imputa a nós todos os benefícios de Sua justiça, para que agora estejamos em pé diante do Pai, com "a mente... de Cristo" (Fil. 2:5, KJV). Este é o amor de Deus que gera a experiência do novo nascimento. Se nós não resistirmos ao amor justificador de Deus, ele produzirá uma genuína resposta reconciliadora do (*fundo do) coração. "Poderá o pecador resistir a esse amor, poderá recusar-se a ser atraído para Cristo. Se porém não se opuser, será levado a Ele" (Caminho a Cristo, pág. 27). Esta é a genuina fé.

A maravilhosa Justiça de Cristo é muito mais que mera santidade. Os anjos não caídos nunca são referidos como justos, mas santos. Justiça é a santidade que defrontou o teste de fogo da tentação e venceu. Cristo é o Único justo. Seu amor que Se auto-esvaziou comprou Suas vestes de justiça. "A verdadeira fé — a fé de Jesus — é que, longe de Deus, como estamos em nossos pecados, na nossa natureza humana que Ele assumiu, Ele veio até nós exatamente onde estamos, para que, infinitamente puro e santo, como Ele é, e (*sendo nós) pecadores, degradados, e perdidos, como somos, Ele pelo Espírito Santo, irá, de boa vontade, habitar entre nós e em nós, para nos salvar, para nos purificar e nos tornar santos" (A. T. Jones, O Caminho Consagrado, pág. 45, Publicadora Glad Tidings). Ele conheceu o pecado de frente, no covil em que (*este) tinha a sua residência, ao tomar o "nosso" "velho homem" — o amor de si mesmo. Ele o baniu ali. Ele crucificou o "velho homem" destinando-o à morte eterna.

Ambos os Apóstolos Pedro e Paulo estão preocupados com a nossa "carne", que todos temos por nascimento natural, e "a mente" de Cristo, que temos que adquirir. Esta última deve reinar sobre a primeira. "A mente de Cristo" (*Fil 2:5, KJV) é, de longe, mais forte que a carne1. Os desejos e as paixões e a depravação e o egoísmo que "a carne" nos imporia, são mais do que cancelados por uma "nova mente" que estamos dispostos a receber — o processo é assim simples.

A boa nova da mensagem de 1888 nos alertou para isso. Pedro diz: "armai-vos do mesmo modo com a mesma "mente" (1ª Pedro 4:1). Paulo diz: "deixe [objetivo] esta mente" entrar quando ela bater à sua porta. É como se Deus Se postasse ao seu lado como um valete segurando essa "armadura" para você vesti-la como um policial "arma" a si mesmo com um colete à prova de balas.

Milhões em todo o mundo têm estudado sobre as roupas especiais que o nosso Sumo-Sacerdote Celestial nos dá para usar —"a mente de Cristo. — Seu caráter de abnegação. Esta é a maior alegria que você pode ter de ser totalmente em-um com ele.


— Paul E. Penno

Nota do tradutor:

1) Sim, "A mente de Cristo" (*Fil 2:5, KJV) é, de longe, mais forte que a carne. Ele é o primeiro Consolador. O segundo também luta contra a carne: Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis” (Gál. 5:17). Quem é mais forte, o Espírito ou a carne? Sem dúvida que o Espírito é , infinitamente mais forte, assim como Cristo também o é. Portanto ambos vencem esta batalha contra a carne, ”para que não façais o que quereis”. O que é que a nossa natureza pecaminosa nos pede? Ou, vamos direto ao ponto, o que constantemente queremos fazer? — as coisas erradas, pecaminosas. Portanto se deixarmos Cristo e o Espírito lutarem a batalha contra a carne em nosso lugar, nós seremos vitoriosos nEle, e assinm não faremos o que queremos. Em outras palavras, no Espírito somos mais que vencedores em Cristo Jesus, nosso Senhor.

________________________