sexta-feira, 1 de julho de 2011

Introdução ao 3º Trim. 2011 – Substituição compartilhada

Para julho, agosto e setembro de 2011

A introdução do nosso guia de estudos para este trimestre começa com uma grande verdade deduzida de Apoc. 14: 6 e 7 — Jesus veio a esta Terra para tomar sobre Si a humanidade, e nesta humanidade morreu como substituto pelos pecados do mundo. “Portanto, a morte de Jesus em nosso favor é fundamental à nossa adoração, a qual deve estar centralizada em nossa resposta à obra substitutiva de Cristo” (grifamos).

Mas, analisemos o que se tem entendido pela obra substitutiva de Cristo.

Pergunte a qualquer grupo de cristãos: "Por que Jesus morrer na Sua cruz?" e eles vão te dizer: "Ele morreu como nosso substituto." E isso é 100% verdadeiro. Mas o que isso significa? Como é que esta verdade faz diferença na maneira como vivemos?

Nós dizemos: "Ele morreu em nosso lugar", o que é verdade, Ele o fez. Se você tivesse sido convocado na Guerra Civil Americana, de 1861 a 1865, você poderia contratar um substituto para tomar seu lugar (*lutar, e, possivelmente) morrer em vez de você, e, então você poderia aproveitar a vida enquanto o seu substituto tomaria o meu lugar! É uma substituição vicária1. E você pode pensar no sacrifício de Cristo na mesma maneira. Ele morreu em vez de você.

Mas esta é uma forma infantil de pensar na cruz de Cristo. É basicamente egocentrismo.

A Bíblia é muito mais profunda: o sacrifício de Cristo é também uma substituição compartilhada. "Estou crucificado com Cristo", diz Gálatas 2:20. Nós “fomos batizados em Jesus Cristo, ... batizados na sua morte, ... sepultados com ele pelo batismo na morte, ... plantados juntamente com Ele na semelhança da Sua morte, ... o nosso velho homem [o amor de si mesmo] foi com Ele crucificado, ... morremos com Cristo ... ". Se tudo isso for verdade, então nós “também com Ele viveremos" (Rom. 6:3-8).

A déia infantil de uma menina, daminha em dia de casamento, não reflete, verdadeiramente, o relacionamento que Cristo quer ter com Sua igreja como o faz Apoc. 19:7, ú. p., em que a noiva crescerá “à medida da estatura da plenitude de Cristo" (Efé. 4: 13), preparada para permanecer com Ele lado a lado nas "bodas do Cordeiro". É um momento para uma intimidade divino-humana nunca antes realizada pelo corpo de Sua Igreja. (*É um último retrato que Deus quer dar à humanidade e aos mundos não caídos antes que Cristo volte. “A ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus” (Rom. 8:19). (*Milhões então se converterão ao Senhor.

Tal idéia infantil é algo parecido com a sabedoria convencional (*evangélico-popular) sobre a expiação sacrifical. Jesus morreu em vez de você. Mas é uma forma infantil de pensar, porque o coração continua egocêntrico.

"A igreja de Deus não é mais uma menina impensada, pois está consciente agora, que Ele que “não conheceu pecado, foi feito pecado por nós" (2ª Coríntios. 5:21). Você se junta a família real, identificando-se com Ele nela" (Robert J. Wieland, no devocional "Dial Daily Bread," na internet, em 17 de fevereiro de 2000).

Aparentemente, o noivo crê que chegou o momento para o Seu povo "crescer". O grande atraso deve tê-Lo fatigado, e ao Seu povo também.

“O Princípio do Alto Clamor O tempo de prova está exatamente diante de nós, pois o alto clamor do terceiro anjo já começou na revelação da justiça de Cristo, o Redentor que perdoa os pecados. ... Se quiserdes ficar firmes através do tempo de angústia, tereis de conhecer a Cristo e apropriar-vos do dom de Sua justiça, que Ele atribui ao pecador arrependido. Review and Herald, 22 de novembro de 1892. ...

Apropriar-se da Justiça de Cristo: ... pelos méritos de Cristo, franqueou-se a comunicação entre Deus e o homem. ... Temos de polarizar nossas esperanças quanto ao Céu tão-somente em Cristo, porque Ele é nosso substituto e penhor. ... Cristo, em Sua natureza humana2 satisfez as exigências da lei. ... A fé genuína apropria-se da justiça de Cristo, e o pecador é feito vencedor com Cristo; pois ele se faz participante da natureza divina, e assim se combinam divindade e humanidade. Quem procura alcançar O Céu por suas próprias obras, guardando a lei, tenta uma impossibilidade. Não pode o homem salvar-se sem a obediência, mas suas obras não devem provir de si mesmo; Cristo deve operar nele o querer e o efetuar, segundo Sua boa vontade. ... O esforço que o homem faz em suas próprias forças para obter a salvação, é representado pela oferta de Caim. Tudo que o homem pode fazer sem Cristo é poluído pelo egoísmo e pecado; mas aquilo que é operado pela fé é aceitável a Deus. ... Olhando para Jesus, autor e consumador de nossa fé, podemos prosseguir de força em força, de vitória em vitória; pois por meio de Cristo a graça de Deus operou nossa salvação completa.” Review and Herald, 1º de julho de 1890. Mensagens Escolhidas, vol. 1 págs. 363 e 364).

Em suma, a mensagem de 1888, de justificação pela fé, foi uma identificação reconciliadora de coração com O Crucificado, que ministra como nosso Sumo Sacerdote no santuário celestial. Este é o começo da chuva serôdia

A obra de Cristo pela humanidade foi uma substituição compartilhada onde ela se identifica com Cristo "Já estou crucificado com Cristo" (Gal. 2:20). "Se um morreu por todos, logo todos morreram" (2ª Coríntios 5:14). Substituição compartilhada é identificação com Cristo. “As aflições de Cristo são abundantes em nós, assim é abundante a nossa consolação por meio de Cristo” (2ª Coríntios 1:5). “Pela comunhão dos sofrimentos de Cristo somos levados a uma relação de intimidade com Ele” (Caminho a Cristo, pág. 79).

A igreja deve "aprontar-se" através da identificação com Cristo — "não se faça a Minha vontade, mas a Tua" (*Lucas 22:42). Ela deve compreende "a largura, e o comprimento, e a altura e a profundidade e, do amor de Cristo,...e estar cheia de toda a plenitude de Deus" (Efé. 3:18, 19). É uma solidariedade de coração e compreensão da justificação pela fé.

Roberto Wieland

O irmão Roberto J. Wieland é um pastor adventista que foi, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida pela África. Hoje, jubilado, vive na Califórnia, EUA, onde ainda é atuante na sua igreja local.

Notas do tradutor:

1) Com respeito à palavra “vicário” ou “vigário” veja a nota nº. 1, que colocamos ao final da introspecção escrita pelo Pr. Paulo Penno, a propósito da lição 12 do trimestre passado, que postamos neste blog (http://agape-edicoes.blogspot.com) em 17/06/2011

2) Quando Ellen G. White fala de “natureza humana” está se referido à nossa condição caída, com 4.000 anos de pecado (Desejado de Todas as Nações, pág. 49). Isto é uma constante em seus escritos, mesmo porque a atual controvérsia a respeito de Sua natureza humana surgiu entre nós após o acordo que três pastores adventistas fizeram com pastores evangélicos, na década de 1950 para não ser a igreja adventista chamada de seita.

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