sexta-feira, 29 de julho de 2011

Lição 5 – Você é feliz, ó Israel!, por Arlene Hill

Para 23 a 30 de julho de 2011


O que faz as pessoas felizes? Cada pessoa tem uma resposta diferentes a essa pergunta. Provavelmente a lista deve incluir tanto as coisas frívolas e egoísticas bem como generosas e altruístas, mas uma das últimas coisas, para muitos, seria "adoração". No entanto, corretamente entendida, é a única coisa que pode trazer verdadeira felicidade e contentamento. Quando David estava tentando encontrar algo que trouxesse verdadeira alegria ao seu coração, ele comparou a vida dos irmãos em união do Espírito (*“Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união”) Salmo 133:1, com a felicidade trazida pelo óleo da dedicação que corria abundantemente sobre a barba de Arão, chegando até mesmo à orla das suas vestes, vs. 2. Note que, a unidade foi porque o Espírito Santo estava presente e permitia a participação no culto de adoração de dedicação do templo.

A lição desta semana tirou seu título de Deuteronômio 33:29: "Bem-aventurado tu, ó Israel! Quem é como tu, povo salvo pelo Senhor, o Escudo do teu socorro e a Espada da tua majestade; os teus inimigos te serão sujeitos, e tu pisarás sobre seus lugares altos" (NKJV). Observe o que é faz Israel feliz: eles são um povo salvo pelo Senhor, e coisas boas fluem disso.

Obviamente, o conceito de culto envolvido aqui é diferente de separar um tempo, uma vez por semana, para ir à igreja. Toda a adoração envolve a comunicação com Deus. Observe que Moisés lembra Israel do que Deus já fez por eles (os salvou) e o que Ele vai fazer por eles no futuro (protegê-los), e qual seria o resultado disso (inimigos seriam sujeitados, e Israel iria destruir a falsa adoração). Esse último ponto é interessante. Israel constantemente caía nos estilos de adoração dos povos ao seu redor. Normalmente, isto envolvia íntimos atos físicos nos bosques construídos em lugares altos. Aparentemente, Deus sabia que este tipo de adoração não lhes traria felicidade e que eles precisavam destruir tais lugares onde ela ocorria.

Pode parecer óbvio que Deus proibiu esse tipo de adoração, porque estava focada em deuses pagãos, não em Jeová. Certamente isto fazia parte do culto pagão, mas talvez possamos aprender mais. Geralmente em adoração pagã a afeição e a lealdade à divindade era expressa pelas ações de sacrifício, quanto maior melhor. Considerando que o deus dos pagãos era incapaz de ler a mente, não era esperado que o coração e a mente se humilhassem em submissão. Era suficiente que o ato fosse praticado. Se o deus estava realmente consciente durante o ato de "adoração," ou não, é imaterial.

Durante séculos, Israel realizou os rituais do serviço do santuário, de maneira rigorosa. Tão presos aos detalhes do ritual, que se esqueceram do verdadeiro propósito do serviço. Deus lhes disse que eles deveriam construir um santuário para que Ele pudesse habitar no meio deles, Ex. 25:8, mas eles passaram a considerar que o que realmente importava era cumprir os vários rituais. Esta mesma mentalidade pode ser nosso perigo hoje. Deus não se agrada dos rituais formalísticos. A menos que seja ajudada pelo Espírito Santo, a mente humana é incapaz de reconhecer a Deus. Os seres humanos podem realizar os rituais de adoração sem nunca submeterem o coração a Deus e sem nunca reconhecê-Lo.

Deus deu os serviços do santuário por causa do problema do pecado. Deus e o pecado não poderiam habitar juntos. O Senhor fez o plano de santuário (*uma verdadeira parábola) para explicar, isto e, para que até mesmo os analfabetos pudessem entender. Diferentes tipos de ofertas foram ordenadas, cada uma com aplicação específica para o plano geral que foi projetado para demonstrar o que custaria a Deus restaurar a original edênica comunicação face-a-face. Os serviços eram para impressionar as mentes com o fato de que a real finalidade do pecado é matar o Doador de Vida deles.

A maior parte da adoração pagã é manipuladora, ou seja, destinada a induzir o deus a prover algo além da capacidade do(s) adorador(es). Se as colheitas estavam morrendo por causa de seca, os sacrifícios eram para induzir o deus a trazer chuva. Além de necessidades diárias, o deus também era solicitado a proteger os adoradores na vida após a morte. Israel havia reduzido os rituais do santuário a um nível de manipulação pagã. Quando Cristo, o grande antítipo, nasceu em Israel, eles estavam tão ocupados com a boa qualidade de seus rituais, que eles não conseguiram reconhecê-Lo.

Mas havia um, um menino de 12 anos, que entendeu. Mesmo nesta idade precoce, ficou claro para Ele que todos estes cordeiros e sacrifícios "quanto à consciência não podem aperfeiçoar o que faz o serviço" (Heb. 9:9, ú.p.). Ele argumentou que tudo era um tipo das coisas por vir, e, eventualmente, Alguém sem pecado, inocente, santo e imaculado deveria morrer como o Cordeiro de Deus, se é que perdidos corações humanos devessem ser alcançados! Sua alma juvenil cresceu com uma forte determinação para cumprir Seu destino de ser O Cordeiro. Ele resolveu cumprir a predição de Isaías que "Seu próprio braço Lhe trouxe a salvação, e Sua própria justiça O susteve" (Isa. 59:15 e 16). Este menino de 12 anos de idade, escolheu ir para a cruz.

Toda (*verdadeira) adoração é centrada no sacrifício de Cristo, que Ele ministra a nós a partir do santuário celestial. A adoração que falha em ser centrada na cruz é falsa adoração. O sacrifício de Cristo efetuou uma expiação para o mundo ao Ele provar “a morte por todos" (Heb. 2:9). Agora, a raça humana se posiciona como se fosse neutra perante a lei de Deus desde que Cristo recebeu a pena da morte eterna (*a segunda morte) em seu lugar. Assim, Cristo deu uma "bênção" de vida temporal, imerecida graça, perdão dos pecados, e todas as coisas boas que se seguem. Tudo isso era ensinado pelos serviços sacrificais do tabernáculo do antigo Israel.

Quando o amor (Ágape) de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, nós escolhemos o caminho da cruz tão facilmente como o Filho de Deus o escolheu. Por nos identificarmos com Sua morte, também nós nos identificamos com a Sua ressurreição. "Quem neste mundo odeia a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna" (João 12:25, ú.p.).

Sua igreja, a casa, o tabernáculo de Deus, compreende pessoas humildes e submissas que entendem sua grande necessidade de comunhão com Deus para purificar o tabernáculo do seu coração. E esta casa continua a ser o objeto de interesse de Deus, e a finalidade última do serviço do santuário inteiro, que agora continua no céu, é a purificação final. Neste trabalho final, todo o universo deve ver o poder do evangelho exposto.

A mensagem de 1888 traz uma compreensão especial do trabalho final do Espírito Santo no fim dos tempos. Os rituais só são úteis se permitirmos que eles apontem à nossa mente a Deus e a cruz de Cristo. Devemos entender nossa verdadeira condição até mesmo dos pecados desconhecidos. No final, a igreja na terra vai começar a entender toda a verdade em ver não só o pecado consciente, mas também o inconsciente (*Salmo 19:12 e 13; 90:8;139:23, etc. Nós não o podemos entender por nós mesmos, Prov. 16:2 e 20:9). O velho concerto (*Êxodo 19:8 e 24:3) trata com os rituais de purificação externa e cerimonial, mas o novo concerto tem que lidar com a purificação interna, tendo a lei colocada na mente e escrita no coração (*Heb. 10:16; 8:10).

Aqueles que permitem que o Espírito Santo faça a Sua obra em seus corações são aqueles que estão à espera da segunda vinda de Cristo. O poder da Sua Palavra em seus corações irá demonstrar aquele poder tão completamente que a sua mensagem irá "iluminará a terra com a Sua glória". A mensagem em si, e não suas personalidades, nem qualquer bem em si mesmos, irá conclamar os fiéis: "sai dela,[de Babilônia] povo Meu,” e as pessoas com coração honesto vão responder à "voz" do céu (veja Apocalipse 18:1-4). Nada será capaz de impedi-los de sair corajosamente para honrar a Cristo na obra de encerramento do evangelho.


—Arlene Hill


A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou em maio de 2010, na Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA, Telefone 001 XX (775) 327-4545.



Para um estudo mais profundo leia:


In Search of the Cross (Em Busca da Cruz), de Roberto J. Wieland, capítulo 5.

E And Then Shall the Sanctuary be Cleansed (Então o Santuário Será Purificado), de Donald K. Short, capítulo 5.

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