terça-feira, 12 de julho de 2011

Lição 3, O sábado e a adoração, por Roberto Wieland

Para 9 a 16 julho de 2011


Esta semana, nos Estados Unidos, tivemos uma "sobrecarga" de notícias. O longamente aguardado júri, na Flórida, de uma jovem mãe acusada de assassinar sua filha; o lançamento da última nave espacial; e, 3º, se o congresso deve ou não aumentar o "limite de endividamento do país", e assim por diante. Temos sido bombardeados pelos "especialistas" que desejam influenciar-nos em todas as direções. Estas, além de muitas outras facetas de nossas vidas, "nos estressam."

A palavra "estresse" não aparece em nenhum lugar na Bíblia, mas significa isso que Deus não previu o maior problema que os modernos seres humanos têm de enfrentar? Não, pois a idéia de estresse permeia a Bíblia, e ela é cheia de remédios. Um deles é o convite do Filho de Deus que diz: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei” (Mateus 11:28). Estar "cansados e oprimidos" (*heavy laden, na KJV) é a idéia precisa de estresse como nós o conhecemos. Outro remédio é o tema da nossa lição: o santo dia de sábado. Por 6.000 anos o Senhor vem confirmando que seis dias de estresse é o máximo que qualquer ser humano pode resistir a qualquer momento; o sétimo dia é permeado com Sua presença; Ele “santificou" o sétimo dia. Nós não fazemos o sábado "santo". Nosso "trabalho" é mantê-lo "santo." Então, o repouso do estresse é difundido ao longo da movimentada semana, porque nos "seis dias que são de trabalho" (Eze. 46:1) nós nos lembramos do “dia do sábado para o santificar" (Êxo. 20:8). A própria lembrança traz uma promessa renovada de "descanso" que acalma nossos nervos desgastados ao longo da semana.

Os Dez Mandamentos, inclusive o quarto que nos leva a "lembrar", são a base das promessas em ambos os concertos, o velho e novo. No velho, a vã promessa do povo de guardá-los, e, no novo, o fato deles serem escritos no coração. A verdade do novo concerto foi um elemento essencial da mensagem de 1888, e até hoje anula uma carga de dúvida e desespero de muitos corações pesados.

Entendido corretamente os Dez Mandamentos se tornam dez promessas. Acredite, Deus diz, Eu te remi de "Egito", aprecie Minha promessa do concerto, e você nunca vai entrar na escravidão amarga que a transgressão implica. Infelizmente, uma dessas dez promessas muitas vezes é negligenciada pelo crente, de que ele ou ela deva se "lembrar do dia de sábado, para o santificar,” como o "sinal" ou "selo"1 do novo concerto.

Ele nos pediu para escolher, sim, fazer um compromisso, sim, mas nunca Ele nos pediu para prometer guardar Seus Dez Mandamentos. Tiago chama os Dez Mandamentos de a "lei da liberdade" (2:12), e se acreditarmos nas gloriosas boas novas de Sua libertação, devemos lembrar “do dia do sábado para o santificar." (E devemos honrar nosso pai e . nossa mãe, e nunca tomar o nome do Senhor em vão). Pense nisso: você está vivendo sob a nova ou velha aliança? Se você estiver no "cativeiro", a sua motivação tem sido a antiga aliança (*a presunçosa confiança na sua capacidade de guardar a lei). Vem, apodere-se da liberdade, independência e alegria da nova aliança! (*“Porque Deus é o que opera [em você] ... o querer e o efetuar...” Fil. 2:13).

Quando santificamos o sábado, quando apreciamos esse precioso dom que Ele nos deu desde o Jardim do Éden, ao cada sábado nos vir furtivamente o por de sol de sexta-feira, nós entramos novamente na presença de Jesus. Naquele dia, Ele se encontra conosco de uma maneira especial, Sim, Ele está conosco todos os dias, Ele está conosco em nosso trabalho durante a semana. Ele diz: "Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra" (Êxo. 20:9). Durante esses seis dias o Senhor está conosco nos transmitindo uma capacitação para "trabalhar".

O próprio Jesus era um carpinteiro. Por isso, trabalhamos com Ele lado a lado, esses seis dias de trabalho. Mas no sábado, Jesus depõe de lado Suas ferramentas, fecha Sua carpintaria, e vai para a casa de Deus com outras pessoas que também "vêm" em resposta a Seu convite, e descansam "com Ele."; Ele nos ensina, Ele nos conforta, Ele nos incentiva, cada novo dia de sábado nós "aprendemos dEle", pois Ele diz: "Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim" (Mateus 11:29). Nós aprendemos mais e mais sobre quem Ele é, o que custou a Ele para nos salvar, por que Ele teve que morrer numa cruz. E nossas almas estão unidas com Sua alma, nós nos tornamos um com Ele, a Sua alegria enche nossos corações. E depois vem o verso 30: “O Meu jugo é suave e o meu fardo é leve". Oh, a alegria de santificar o dia de sábado de descanso — não meramente repouso físico (o que, por si só, já é bom!), mas o repouso da alma, um dia celestial na terra. Que maravilhosa palavra esta, "descanso," significa repouso do eu, da ansiedade (*do orgulho e do egoísmo). É ao que a Bíblia se refere ao falar de "justificação pela fé," um dom precioso que não queremos perder.

A idéia é que o sábado está intimamente relacionado com a idéia da justificação pela fé. É a experiência de perceber que você não pode salvar-se por qualquer boa obra que você possa fazer, nem mesmo um por cento, é a realização de coração de que sua salvação é totalmente um dom do “Salvador do mundo” (João 4:42), "Não vem de vós, ... não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efé. 2:8, 9). A observância do sábado é quase infinitamente além da idéia de "guardar-o-sábado-ou-Deus-vai-matá-lo." Assim, o seu apreço de coração pela verdade objetiva de que Deus amou você de tal modo que deu o Seu Filho único para que você se torne a emocionante experiência subjetiva de justificação pela fé.

Não há um traço de legalismo na verdade do sábado. É João 3:16 repetido a cada dia, lembrando que Deus amou tanto você que Ele já deu o seu Filho unigênito, já te resgatou, já morreu sua segunda morte (Hebreus 2:9), já lhe deu o dom de um veredicto de absolvição "em Cristo" (Rom. 5:15-18), revertendo a condenação que veio sobre você em Adão. O "repouso", que o santo sábado traz para você é o descanso de toda a vossa ansiedade e medo. Verdadeiramente, o sábado só vem no verdadeiro dia sétimo, mas o Espírito Santo lhe traz a lembrança dele todos os dias durante a semana, o sábado torna-se a "conexão" que mantém a semana unida (*um bloco, como o conjunto da semana da criação, a ponto de Deus afirmar em Gên. 1, na ú.p. dos versos. 10, 12, 18, 21 e 25, após o que criara em cada um desses dias “e viu Deus que era bom” e, após criar o homem, “viu Deus que era muito bom”, e, ato contínuo, ao pôr-do-sol, “havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou de toda a Sua obra que Deus criara e fizera”, 2: 2).

A mensagem de 1888 é especialmente "preciosa", porque une a verdadeira idéia bíblica da justificação pela fé com a idéia original da purificação do santuário celestial. O sábado será um tempo de reconciliação total com Deus ("expiação" significa exatamente isso), vivendo como Jesus viveu, em amor, em feliz dedicação a Ele, em total harmonia com o que Ele está fazendo agora como nosso "grande sumo sacerdote," Seu trabalho especial de preparação de um povo para defrontar o final questão da "marca da besta" e do "selo de Deus" (Apoc. 13: 11-18; 7: 1-4).

No início do tempo de angústia, lemos que o povo de Deus vai proclamar o sábado "mais plenamente." [Ellen G. White, "Aos Remanescentes Dispersos", Review and Herald, de 21 de julho de 1851] A lição indica que esse tempo está próximo! O tempo está próximo, quando o povo de Deus ao redor do mundo, livre dos últimos vestígios do legalismo (*do velho concerto), irá "deleitar-se no Senhor" por esse tipo de guarda do sábado.

Compilado dos escritos de Robert J. Wieland


O irmão Roberto J. Wieland é um pastor adventista que foi, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida pela África. Hoje, jubilado, e bem idoso, vive na Califórnia, EUA, onde ainda é atuante na sua igreja local.


Nota do tradutor:


1) Na Bíblia selo e sinal são sinônimos, conforme se lê em Romanos 4:11;

2) Asteriscos indicam que o que se segue foi acrescido por nós nesta redação em português.

______________________________