quinta-feira, 5 de abril de 2012

Lição 1 -- Definindo Evangelismo e Testemunho, por Roberto Wieland

Para 31 de março a 7 de abril de 2012


A "mui preciosa" definição histórica de "Evangelismo"
Quando "Em Sua grande misericórdia enviou o Senhor, uma mui preciosa mensagem a Seu povo por intermédio dos irmãos Waggoner e Jones" na era de 1888, a sua motivação básica era ganhar almas, em preparação para a segunda vinda de Cristo naquela geração.
Especificamente, “devia por de maneira mais preeminente diante do mundo o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo." (Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, pág. 91). Assim, foi muito mais do que um mero jogo teológico para os membros da igreja jogarem. A definição de Ellen G. White ao apresentar a mensagem ao mundo era a linguagem de Apocalipse 18. Foi o que chamamos de Alto Clamor da mensagem do terceiro anjo. Ela reconheceu que a mensagem de Jones e Waggoner era o seu "início". (Review and Herald, de 22 de novembro de 1892).
Durante todos os anos enquanto ela escreveu seus mais de 300 endossos à mensagem (*e aos 2 mensageiros) de 1888 (*e anos que se seguiram), o peso no coração de Ellen White era dar a mensagem ao mundo. Ela lamentou que, no final daquele período a oposição humana à mensagem resultou em ser a mesma "em grande medida, conservada afastada do mundo" (Mensagens Escolhidas, livro 1, pág. 235). A mensagem em si era constituída de "evangelismo". Não poderia ser interrompida, uma vez que tenha começado a menos que "os irmãos" conseguissem paralisá-la.
No final daquele período, seu principal desapontamento expresso não foi o de que dinheiro suficiente não tinha entrado para o "evangelismo público," mas que os nossos ministros e o povo não haviam captado a mensagem em si. O que ocupava sua mente naquele momento do Alto Clamor não era tanto o que chamamos de "evangelismo público" em que um ou alguns poucos indivíduos proclamam a mensagem e muitos vêm para ouvi-lo(s) (o que ocorreu mais tarde), mas o evangelismo pessoal por parte de membros da igreja que vieram a entender a mensagem. Ela viu um método de proclamá-la, de pessoa a pessoa, como altamente eficiente, a ponto de poder ter sucesso no encerramento da comissão evangélica ao mundo naquela única geração. Ela viu que aquela era a intenção do céu para nós.
Mas o poder por trás de sua visão precisa ser entendido: era "a verdade do evangelho", como contido na mensagem de 1888 propriamente dita. Não eram enigmas teológicos desvendados, não eram "esforços" administrados pela Organização da Igreja realizados em tendas ou salas de reuniões, era a simples verdade entendida por pessoas comuns que nunca a tinham visto tão claramente antes. Este método absorvia suas almas como Boas Novas que satisfazem as necessidades de seus corações. Ele incluía novas idéias sobre:
O Novo Concerto. Nunca antes tinha sido tão claramente proclamado. Ele inspirava as pessoas a compartilhar as idéias.
A justificação que Cristo realizou por Seu sacrifício "pelos pecados do mundo inteiro." Pontos de vista calvinistas e arminianos que funcionaram como catarata espiritual que cegavam as pessoas, foram removidos. A clareza resultante foi uma motivação poderosa para compartilhar a mensagem.
A compreensão do que é a fé. Ela entrou em foco como uma apreciação do coração do que custou ao Filho de Deus para salvar o mundo. Deixe o coração ser movido com "a verdade do evangelho", deixe que o Salvador seja erguido na cruz, e nada pode deter de partilhar a quem crê!
A obediência à lei. Na sequência da proclamação da mensagem de 1888, a obediência se tornou uma alegria. "Milhares de dólares" em dízimo devolvido fluíram para dentro da igreja sem pressão aplicada, simplesmente porque a mensagem de "fé que opera por amor [Ágape]" (*Gal. 5:6) cativou as almas.
Devolver o dízimo ao Senhor, se tornou uma alegria, porque agora viu-se que o jugo de Cristo é suave, e Seu fardo é leve, Mat. 11; 30. O amor ao dinheiro foi eclipsado pelo amor ao evangelho.
A verdade da proximidade do Salvador. Isso trouxe Jesus tão perto que "nós" O vimos como sendo real, "um Salvador ao alcance da mão e não longe" (Review and Herald, de 5 de março de 1889). A confusão na "nossa" idéia da personalidade de Cristo foi resolvida. Idéias bíblicas substituíram a penumbra de nevoeiro protestante herdada originalmente do catolicismo romano. Ellen White disse que os jovens foram levados face a face com Cristo, como se eles virassem uma esquina e lá estava Ele.
Por fim, a desinteressante doutrina do santuário foi vivificada. "Nós" descobrimos uma razão para viver que "nos" constrangeu com novo ardor. Nós podíamos cooperar com Cristo na Sua obra final como Sumo Sacerdote. Cada indivíduo de repente adquiriu uma importância de auto-respeito, alguém que poderia ajudar a acelerar o retorno de Jesus, porque nós podemos realmente ajudá-Lo na Sua tarefa final.
E assim por diante, as verdades de 1888 fizeram muitos exclamar: "Eu nunca vi a Bíblia de forma tão clara antes!"
Eles simplesmente tinham que transmiti-las aos outros! Ninguém conseguia deter os crentes.
Isso era "evangelismo", puro e simples. O poder não estava em campanha promovida pela Organização da Igreja, mas na própria verdade. Foi visto como Paulo estava certo quando disse: "O amor de Cristo nos constrange" (*2ª Cor. 5:14). Você não podia ficar parado! (campanhas da mídia promovidas pelas Associações são boas se os elementos distintos e únicos das verdades da chuva serôdia e.do alto clamor estão na mensagem. É aí que está o verdadeiro poder que converte as pessoas e as mantem fiéis até que o Senhor venha).
O sonho de Ellen White era que a mensagem devesse ser proclamada em "cada igreja," e então ela iria espalhar-se pelo mundo afora, onde milhões encontrariam a preciosa verdade em um ensino da cruz que eles nunca tinham visto antes.
O frio fato é que multidões de cristãos protestantes e católicos romanos, completamente sinceros, nunca entenderam a cruz de Cristo! A razão é que a sua crença comum na imortalidade natural (*da alma) tinha sido um denso nevoeiro que escondia de suas vistas a verdade do que aconteceu na cruz. Os adventistas do sétimo dia ensinavam a mortalidade da alma, mas a sua confusão sobre os dois concertos os impediu de ver claramente o que aconteceu na cruz. Portanto, a proclamação da cruz de Cristo tornou-se a essência da mensagem do Alto Clamor de 1888 que "nós" tínhamos almejado olhar à frente por décadas, e, entretanto, nunca tínhamos conhecido o que seria.
Jesus proclamou esta mesma verdade que mais tarde veio a ser "evangelismo" na mensagem de 1888. Foi na Festa dos Tabernáculos, em Jerusalém, pouco antes da Sua crucificação: "No último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-Se em pé, e clamou, dizendo: (era este o precursor do "alto clamor" a que olhamos à frente? ], ‘Se alguém tem sede, venha a Mim, e beba. Quem crê em Mim, como diz a Escritura [referência a Cantares de Salomão 4:15] rios de água viva correrão de seu coração" (João 7: 37 e 38, Versão Inglesa Atualizada).
Esta é uma declaração profunda do método de evangelismo que Jesus amava. Ele não está colocando pressão sobre nós para fazer isto ou aquilo; Ele não está fazendo-nos sentir culpados por não fazermos mais "evangelismo". Ele está garantindo que, se realmente acreditamos nEle, o mais puro evangelismo será o que brotará de nossos corações a partir de uma fonte transbordante. Claro, ninguém pode realmente "crer", se não entender a mensagem. Portanto, a proclamação, o ensino, das "mui preciosas" verdades é absolutamente essencial.
Esta é a idéia que Ellen White, Jones e Waggoner viram na mensagem de 1888. O amor pela mensagem que é despertada por alguém ao primeiro a descobrir que nunca morre. Você anseia de alguma forma compartilhá-la com toda a alma que encontra. É uma repetição do que motivou os primeiros cristãos. A juventude capta a visão prontamente, uma vez que compreenda a mensagem com clareza.
Ellen White nos disse que seremos "surpreendidos com os meios simples" que Deus vai empregar na proclamação final da mensagem do terceiro anjo (Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, pág. 300): ​​esta foi a mensagem de 1888. Tomou todo mundo de surpresa em 1888, incluindo a própria Ellen White. Quando a própria mensagem em sua pura força é expurgada dos conceitos de Babilônia que a comprometem, não será ela proclamada como o Céu intentou, a "cada Igreja adventista do sétimo dia" e depois ao mundo? (Será, entretanto, na providência de Deus!) O incêndio final de glória do evangelho vai iluminar o mundo, e pela primeira vez desde o Pentecostes a palavra "evangelismo" vai finalmente realizar seu propósito.
- Robert J. Wieland
O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida pela África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho último, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local.
Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral:
1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e
2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones.
38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido, a despeito de inúmeras recomendações da serva do senhor à mensagem e às pessoas deles.
________________________________