quinta-feira, 7 de junho de 2012

Lição 10 - Uma Resposta de Amor, por Paulo Penno

Para 2 a 9 de junho de 2012

Quando "o Senhor em Sua grande misericórdia, enviou uma mui preciosa mensagem a Seu povo através de Pastores Waggoner e Jones" na Era de 1888, a sua finalidade básica era ganhar almas, em preparação para a segunda vinda de Cristo naquela geração.
Especificamente, essa mensagem era para "pôr de maneira mais preeminente diante do mundo o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados do mundo inteiro"1. Assim, foi muito mais do que um mero jogo teológico para os membros da igreja se ocuparem. A definição de Ellen White ao apresentar a mensagem ao mundo era a linguagem de Apocalipse 18. Era o que falamos ser o alto clamor da mensagem do terceiro anjo. Ela reconheceu que a mensagem de Jones e Waggoner era o seu "início" 2.
Tudo durante os anos enquanto ela soltou seus mais de 300 endossos à mensagem, o peso do coração de Ellen White era dar a mensagem ao mundo. Foi pena que, no fim da era da oposição humana à mensagem resultou em ser a mesma, "em grande medida conservada afastada do mundo"3. A mensagem em si foi constituída em "evangelismo." Não poderia parar uma vez que tivesse começado, a menos que "os irmãos" conseguissem paralisá-la.
Ao final daquele período, o principal desapontamento expresso por ela não foi o de que não tinha entrado dinheiro suficiente para o "evangelismo público", mas que os nossos ministros e o povo não haviam captado a mensagem em si. O que ocupava sua mente naquele momento do Alto Clamor não era tanto o que chamamos de "evangelismo público" em que um ou alguns indivíduos proclamam a mensagem e muitos vêm para ouvi-la (o que veio a ocorrer mais tarde), mas o evangelismo pessoal por parte de membros da igreja que vieram para entender a mensagem. Ela viu um método de proclamá-la de pessoa para pessoa como altamente eficiente, ao ponto de sucesso no acabamento da comissão do evangelho ao mundo naquela única geração. Ela viu este método como a intenção do céu para nós.
Mas o poder por trás da sua visão precisa ser entendido: era "a verdade do evangelho", como contida na mensagem de 1888 propriamente dita. Não eram enigmas teológicos desvendados; não eram "os esforços" administrados pelas Associações, realizados em tendas ou salas de reuniões, eram simples verdades entendidas por pessoas comuns, que nunca a tinham visto tão claramente antes. Isto absorveu suas almas como Boa Nova que satisfaz as necessidades de seus corações. Incluía novas idéias sobre o novo concerto. Nunca antes esta mensagem tinha sido tão claramente proclamada. Ela inspirou o povo a compartilhar as idéias.
Incluía novas idéias sobre a justificação que Cristo realizou por Seu sacrifício "pelos pecados do mundo inteiro." Visões calvinistas e arminianas funcionaram como cataratas espirituais que cegaram as pessoas; que foram então removidas. A clareza resultante foi uma motivação poderosa para compartilhar a mensagem.
Ela incluiu novas idéias sobre a compreensão do que é a fé. Entrou em foco como uma apreciação de coração do que custou ao Filho de Deus salvar o mundo. Deixe o coração ser movido com "a verdade do evangelho", deixe o Salvador ser erguido na cruz, e nada poderá deter aquele que crê de partilhar a mensagem!
Ela incluiu novas idéias de obediência à lei. Na sequência da proclamação da mensagem de 1888, a obediência se tornou uma alegria. "Milhares de dólares" em devolução de dízimo fluiram para dentro da igreja sem ser necessário aplicar-se pressão alguma, simplesmente porque a mensagem de "fé que opera pelo amor [Ágape]" prendeu a atenção das almas.
A devolução do dízimo ao Senhor tornou-se uma alegria, porque agora viu-se que o jugo de Cristo "é suave, e que Seu fardo é leve." O amor ao dinheiro foi eclipsado pelo amor ao evangelho.
(*Aquela mensagem) incluía novas idéias sobre a verdade da proximidade (*da pessoa) do Salvador, (isto é, a verdade de que Jesus é “Deus Conosco,” não um deus distante como O veem os pré-lapsarianos). Isso trouxe Jesus tão perto que "nós" O vimos como sendo real, "um Salvador ao alcance da mão e não longe." A confusão na "nossa" idéia da personalidade de Cristo foi resolvida. Idéias bíblicas substituíram a penumbra de nevoeiro protestante herdada originalmente do catolicismo romano. Ellen White disse que os jovens foram levados face a face com Cristo, como se eles virassem uma esquina, e lá estava Ele.
Por fim, a entediante doutrina do santuário foi vivificada. "Nós" descobrimos uma razão para viver que "nos" constrangeu com novo ardor. Nós podemos cooperar com Cristo na Sua obra final como Sumo Sacerdote. Cada indivíduo, de repente, adquiriu uma importância de auto-respeito, alguém que poderia ajudar a acelerar o retorno de Jesus, porque nós realmente podemos ajudá-Lo na Sua tarefa final.
E assim por diante, as verdades de 1888 fizeram com que muitos exclamassem: "Eu nunca vi a Bíblia de forma tão clara antes!" Eles simplesmente tinham que contar aos outros! Ninguém conseguia segurar os crentes.
Isso foi "evangelismo", puro e simples. O poder não estava em promoção de campanhas de associações, mas na verdade em si mesma. Foi visto como Paulo estava certo quando disse: "O amor de Cristo nos constrange." Você não podia ficar parado! Campanhas promovidas pelas Associações, com “Power-point” são muito excelentes se os elementos distintos e únicos da chuva serôdia e do alto clamor estiverem (*presentes) na mensagem. É aí que está o verdadeiro poder que converte as pessoas e as mantém fieis até que o Senhor venha.
O sonho de Ellen White era que a mensagem devesse ser proclamada em "cada igreja", e então ela seria levada aos confins do mundo, onde milhões encontrariam o ensino da preciosa verdade da cruz que eles nunca viram antes.
O gélido fato é que multidões de cristãos protestantes e católicos romanos, totalmente sinceros, nunca entenderam a cruz de Cristo! A razão é que a sua crença comum na imortalidade natural (*da alma) tinha sido um denso nevoeiro que esconde de sua visão o seu ponto de vista da verdade do que aconteceu na cruz. Os adventistas do sétimo dia ensinaram a não imortalidade da alma por quase dois séculos, mas a sua confusão sobre os dois concertos os impediu, também, de ver com clareza o que aconteceu na cruz. Portanto, a proclamação da cruz de Cristo tornou-se a essência do Alto Clamor da mensagem de 1888 que "nós" ansiávamos por décadas, e, entretanto, nunca tínhamos conhecido o que era.
Jesus proclamou esta mesma verdade, que mais tarde tornou-se "evangelismo" na mensagem de 1888. Foi na Festa dos Tabernáculos, em Jerusalém, pouco antes da Sua crucificação:
"No último e mais importante dia do festival Jesus Se levantou e disse em voz alta [(*mas, espera um pouco, será que) foi este um precursor do "Alto Clamor" que ansiamos?], Cristo clamou: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. ... como diz a Escritura [em Cantares de Salomão 4:15], ‘Quem crê em Mim, rios de água vivia correrão do seu coração" (João 7:37,38).
Esta é uma declaração profunda do método de evangelismo que Jesus amava. Ele não está colocando pressão sobre nós para fazer isto ou aquilo; Ele não está fazendo-nos sentir culpados por não fazermos mais “evangelismo.” Ele está garantindo que, se realmente crermos nEle, o mais puro evangelismo será o que sai de nossos corações como a partir de uma fonte transbordante. Claro, ninguém pode realmente "crer", se não entender a mensagem. Portanto, a proclamação, o ensino, das "mui preciosas" verdades é absolutamente essencial.
Esta é a idéia que Ellen White, Jones e Waggoner viram na mensagem de 1888. O amor pela mensagem, que é despertado por alguém quando primeiro a descobre, nunca morre. Você anseia, de alguma forma, compartilhá-la com toda a alma que encontrar. É uma repetição do que motivou os primeiros cristãos. A juventude capta a visão prontamente, desde que compreenda a mensagem com clareza.
Ellen White nos disse que “nós" ficaríamos surpresos por "meios simples" que Deus vai empregar na proclamação final da mensagem do terceiro anjo: Esta mensagem de 1888 era a própria tríplice mensagem angélica. Pegou todo mundo de surpresa em 1888, incluindo a própria Ellen White. Quando a própria mensagem, em sua pura força, for desvencilhada dos conceitos babilônicos que a comprometem, não será ela proclamada, como o Céu intentou, a "cada igreja adventista do sétimo dia" e depois ao mundo? (Será, ainda assim, na providência de Deus!) O incêndio final de glória do evangelho vai iluminar o mundo, e pela primeira vez desde o Pentecostes a palavra "evangelismo" vai finalmente encontrar seu verdadeiro sentido.

Paul E. Penno
Notas do autor:
[1] Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 91.
[2] Review and Herald, de 22 de novembro de 1892.
[3] Mensagens Escolhidas, livro 1, pág. 235.

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99
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