quinta-feira, 21 de junho de 2012

Lição 12 - Avaliando o Testemunho e o Evangelismo, por Paulo Penno

Para 23 a 30 de junho de 2012
(Postado no Blog http://agape-edicoes.blogspot.com em 28/6/2012)


Como avalia Deus o nosso testemunho e evangelismo? Depois de todos os reformadores e denominações protestantes, Deus levantou o segundo grande movimento do advento para ser um segundo Pentecostes no tempo. O primeiro Pentecostes foi a primeira chuva do Espírito Santo. Os discípulos e os primeiros cristãos estavam unidos porque eles apreciavam o que Cristo havia conquistado na cruz em favor dos pecadores. Seus corações estavam reconciliados com Deus e sua manifestação foi arrependimento. Este foi o resultado do ministério de Cristo no primeiro compartimento do santuário celestial (*o lugar santo), e Ele abençoou os fiéis com o derramamento do Espírito Santo, que iniciou o crescimento da igreja primitiva.
Por mil e oitocentos anos, o mundo foi abençoado pelo ministério de Cristo no lugar Santo. Mas nunca houve um reformador, igreja ou corpo de crentes, que foi totalmente maduro em sua reconciliação com Deus que eles pudessem ficar lado a lado com Cristo, como uma demonstração final da verdade de que o evangelho não só perdoa o pecado, mas remove completamente o pecado. Todos os crentes em Cristo antes de 1844 estavam preparados para morrer e ressuscitar na primeira ressurreição na Sua segunda vinda.
Em outras palavras, os crentes de antes de 1844 testemunharam e evangelizaram fazendo seu apelo com base no arrependimento individual pelo pecado. Arrependimento individual para o pecado é uma coisa boa se a pessoa está se preparando para morrer.
No entanto, desde 1844 estamos vivendo no (*grande) Dia cósmico da Expiação (Daniel 8:14). E o santuário celestial não pode ser purificado até que os corações do povo de Deus na Terra, sejam purificados e deixem de enviar os seus pecados para o céu em busca de perdão. Isto significa um trabalho especial de purificação da principal raiz do pecado — as motivações do Coração "para que sejam apagados os vossos pecados" (Atos 3:19).
A causa da origem do pecado é o eu do "velho homem". O que anteriormente foi tido como fé, como motivado pelo auto-interesse — um medo do inferno e uma esperança de recompensa — agora é transcendida por uma forte motivação. A justificação pela fé não é mais auto-centrada (arrependimento individual para que eu possa ir para o céu), mas é uma apreciação de coração cada vez mais profunda do que custou a Jesus morrer na cruz. Jesus revela a verdade da cruz em uma tal alta fidelidade que o coração é reconciliado com Deus. E se o coração é reconciliado com Deus, então, "fé opera por Ágape" (Gálatas 5:6), e é, inevitavelmente, reconciliada com a lei de Deus, incluindo o sábado do sétimo dia.
Isto implica necessariamente arrependimento corporativo. Meios corporativos do corpo. O corpo da humanidade tem um denominador comum e que é "a carne." Como descendentes do primeiro Adão nós herdamos de nossos pais através de uma "mente carnal" que "é inimizade contra Deus,” que “...não é sujeita à lei de Deus" e (*”os que estão na) carne não podem agradar a Deus" (Rom. 8:7, 8). O Espírito Santo é enviado por Jesus para revelar nosso inconsciente pecado corporativo, que é comum a toda a humanidade.
Assim, a justificação pela fé antes de 1844 era entendida apenas como um perdão legal para o pecado, pelo que os pecadores ao continuarem pecando não reconhecem a necessidade da purificação da raiz principal do pecado, que é o egoísmo. No entanto a compreensão pós 1844 da justificação pela fé não é apenas um perdão legal para o pecado, mas contempla a erradicação completa do pecado de sua fonte, que é a purificação do coração.
Satanás criou o seu falso ministério sumo sacerdotal para enganar o coração egocêntrico (*com a idéia de) que ele pode receber um perdão legal para o pecado e nunca ter um coração completamente purificado da principal raiz do pecado. Satanás quer que a evangelização e o testemunho sejam baseados neste tipo de compreensão da justificação pela fé, o arrependimento indivídual para o pecado.1
Deus levantou a Igreja Adventista do Sétimo Dia para proclamar a verdade do santuário, "o fundamento da nossa fé".2
O "evangelho eterno" em alta-fidelidade é o sacrifício do Cordeiro para o mundo o qual concilia corações alienados de Deus. Esta é a mensagem evangelística que produz a qualidade do fruto manifesto em obediência à lei de Deus.3
 
"Outro evangelho" move-se furtivamente no derivado do movimento popular evangélico de "crescimento de igrejas" patrocinado por organizações tais como: Seminário Teológico Fuller4 (*em Passadena, Califórnia); Bill Hybels5 (*na comunidadde do condado de  Orange County); Igreja de Willow Creek6 (*localizada na área suburbana de Chicago); Igreja Saddleback de Rick Warrenque7 culminou no livro que ele escreveu, The Purpose Driven Church (A Igreja com Propósitos). Ela é chamada de "Igreja com poder". Seu objetivo é: "Evangelismo é a única razão pela qual a igreja existe" Tudo é avaliado (*como diz a nossa lição) com base em "Como estamos indo neste ministério específico?"8. A lição nos diz que nós, como igreja, "existimos para conduzir pessoas para o reino9." Como o membro pode “se manter fiel à tarefa de maneira mais eficaz possível?" 10
Estas são questões do velho concerto que lembram como o antigo Israel se comprometeu com um "jugo de servidão" no Monte Sinai (Gálatas 5:1; 4:24).11 O quando eles prometeram: "Tudo o que o Senhor tem falado faremos" (Êxodo 19:8, e 24:7). A motivação egoísta da (*3ª pessoa do plural), nós “faremos,” está bem firmada no emprego desta estratégia evangelística.

Se o evangelismo e testemunho são a única razão para a existência da Igreja Adventista do Sétimo dia, então não somos diferentes do que qualquer outra igreja protestante ou evangélica. Além disso, (*colocar) o evangelismo e testemunho como a primeira prioridade (*da igreja adventista) seria invalidar o Movimento do Segundo Advento desde 1844 com base no entendimento dos pioneiros da verdade da purificação do santuário que eles acreditavam que era para ser proclamada ao mundo.

A declaração da nossa lição de que "Nós existimos para ganhar pessoas para o Reino" é biblicamente incorreta e princípio que mina e elimina a necessidade de Jesus ter uma noiva que está totalmente crescida no amor Ágape de Deus (*e que já estará preparada quando Ele regressar nas nuvens do Céu, Apoc. 19:7). Esta filosofia está em oposição direta à doutrina central adventista relacionada com a "purificação do santuário." Este ensinamento, em última análise nega a compreensão adventista que explica o "grande desapontamento" de 1844 e invalida o Movimento do Advento completamente.
A filosofia subjacente a todas as igrejas que estão envolvidas no movimento de Crescimento da Igreja e os (*respectivos membros) evangélicos é que eles existem para ganhar almas para o reino. É "outro evangelho" (Gál. 1:6).
Com base no critério de quantas almas são ganhas para o reino, isso determina quando o Senhor Jesus voltará? Existe um nível quântico de batismos que deve ser alcançado para disparar o comando de Deus para aquele "anjo" liberar Jesus, o Ceifeiro, para voltar? Em outras palavras, é com base em quão bem estamos fazendo no testemunho e evangelismo que determina a proximidade da vinda de Jesus? Se for esse o caso, então é salvação pelas obras ou ganhar almas. Se um bilhão de almas são conquistadas com base no arrependimento individual, a fim de salvar suas próprias almas egoísticas, isso vai antecipar a vinda de Cristo para mais perto?
Todos nós já ouvimos o velho ditado “colocar o carro na frente dos bois.” Em outras palavras, é o carro que puxa os bois ou é o contrário? Claro, são os bois que puxam o carro.
Da mesma forma, o que puxa ou impulsiona o "carro" do evangelismo e testemunho na igreja é "a verdade do evangelho." É a mensagem da cruz de Jesus que converte as almas e as fazem volver para Deus e Seus mandamentos. É a mensagem que produz o fruto. Mais precisamente: o mais claro que compreendermos o evangelho eterno em toda a sua alta fidelidade, o Espírito Santo pode efetivamente atingir o coração humano sem distorção ou interferência.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia existe como sua prioridade número um proclamar fielmente a verdade do santuário que é a mensagem de sacrifício inigualável de Jesus pelos pecados do mundo. Este é o critério sobre o qual Jesus avalia Laodicéia (Apoc. 3:14-21). Na medida em que ela for fiel em proclamar esta verdade, a maturidade das almas vai testificar quanto à qualidade de uma colheita verdadeiramente convertida por ocasião da vinda de Jesus.


—Paul E. Penno

Notas das citações do autor, com textos do Espírito de Profecia transcritos pelo tradutor; também as notas de nºs. 4 a 7 são pesquisas feitas pelo tradutor na intertnet. A nota de nº 11 também é do autor:
1)  “Vi o Pai erguer-Se do trono e num flamejante carro entrar no santo dos santos para dentro do véu, e assentar-Se. Então Jesus Se levantou do trono e a maior parte dos que estavam curvados ergueram-se com Ele. Não vi um raio de luz sequer passar de Jesus para a multidão descuidada depois que Ele Se levantou, e eles foram deixados em completas trevas. ... Ele entrou no carro e foi levado para o santíssimo, onde o Pai Se assentava. Então contemplei a Jesus, o grande Sumo Sacerdote, de pé perante o Pai. Na extremidade inferior de Suas vestes havia uma campainha e uma romã, uma campainha e uma romã. Os que se levantaram com Jesus enviavam sua fé a Ele no santíssimo, e oravam:’Meu Pai, dá-nos o Teu Espírito.’ Então Jesus assoprava sobre eles o Espírito Santo. Neste sopro havia luz, poder e muito amor, alegria e paz. Voltei-me para ver o grupo que estava ainda curvado perante o trono; eles não sabiam que Jesus o havia deixado. Satanás parecia estar junto ao trono, procurando conduzir a obra de Deus. Vi-os erguer os olhos para o trono e orar: ‘Pai, dá-nos o Teu Espírito.’ Satanás inspirava-lhes uma influência má; nela havia luz e muito poder, mas não suave amor, alegria e paz. O objetivo de Satanás era mantê-los enganados e atrair de novo e enganar os filhos de Deus. (Primeiros Escritos, págs. 55, 56). 
2)  “A compreensão correta do ministério do santuário celestial constitui o alicerce de nossa fé”... é o próprio centro da obra de Cristo em favor dos homens. Diz respeito a toda a alma que vive sobre a Terra. Patenteia-nos o plano da redenção, transportando-nos mesmo até o final do tempo, e revelando o desfecho triunfante da controvérsia entre a justiça e o pecado. ... O assunto do santuário foi a chave que desvendou o mistério do desapontamento de 1844. Revelou um conjunto completo de verdades, ligadas harmoniosamente entre si e mostrando que a mão de Deus dirigira o grande movimento do advento e apontara novos deveres ao trazer a lume a posição e obra de Seu povo” (Evangelismo, pág. 221 e 222), ... Enquanto Cristo está purificando o santuário, devem os adoradores na Terra examinar cuidadosamente a própria vida, e comparar o caráter com a norma da justiça” (idem, pág. 224;  Review and Herald, de 8 de abril de 1890). ... “tal como no passado, alguns serão induzidos a forjar novas teorias e a negar as verdades sobre que o Espírito de Deus colocou a Sua aprovação” (ibidem;  Manuscrito 125, de 1907.) ... “O inimigo introduzirá doutrinas falsas, ... Este é um dos pontos em que alguns se apartarão da fé. Onde acharemos segurança, senão nas verdades que o Senhor tem estado a dar-nos nos últimos cinqüenta anos?” (ibidem, Review and Herald, 25 de maio de 1905.) “Satanás está lutando continuamente para sugerir suposições fantasiosas no tocante ao santuário, aviltando as maravilhosas exposições de Deus e do ministério de Cristo para a nossa salvação, a qualquer coisa que se ajuste à mente carnal. Tira do coração dos crentes o poder que ali domina e o substitui por teorias fantasiosas, inventadas para anular as verdades da expiação e para destruir-nos a confiança nas doutrinas que consideramos sagradas desde que pela primeira vez foi dada a tríplice mensagem. Pretende, assim, nos despojar da fé na própria mensagem que nos converteu num povo separado e que conferiu à nossa obra a sua dignidade e poder” (Idem, pág. 225; Special Testimonies, Série B, nº 7, pág. 17.)     
3) Em Sua grande misericórdia, enviou o Senhor preciosa mensagem a Seu povo por intermédio dos Pastores Waggoner e Jones. Esta mensagem devia pôr de maneira mais preeminente diante do mundo o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo. Apresentava a justificação pela fé no Fiador; convidava o povo para receber a justiça de Cristo, que se manifesta na obediência a todos os mandamentos de Deus. Muitos perderam Jesus de vista. Deviam ter tido o olhar fixo em Sua divina pessoa, em Seus méritos e em Seu imutável amor pela família humana. Todo o poder foi entregue em Suas mãos, para que Ele pudesse dar ricos dons aos homens, transmitindo o inestimável dom de Sua justiça ao impotente ser humano. Esta é a mensagem que Deus manda proclamar ao mundo. É a terceira mensagem angélica que deve ser proclamada com alto clamor e regada com o derramamento de Seu Espírito Santo em grande medida.    O Salvador crucificado deve aparecer em Sua eficaz obra como o Cordeiro sacrificado, sentado no trono, para dispensar as inestimáveis bênçãos do concerto, os benefícios que Sua morte concederia a cada alma que nEle cresse. João não podia exprimir em palavras esse amor; era profundo e amplo demais; ele apela à família humana para que o contemple. Cristo intercede pela igreja nas cortes celestiais, lá em cima, rogando por aqueles por quem pagou o preço da redenção - Seu sangue. Os séculos, o tempo, nunca poderão diminuir a eficácia de Seu sacrifício expiatório. A mensagem do evangelho de Sua graça devia ser dada à igreja em linhas claras e distintas, para que não mais o mundo dissesse que os adventistas do sétimo dia falam na lei, na lei, mas não ensinam a Cristo nem nEle crêem. A eficácia do sangue de Cristo devia ser apresentada ao povo com vigor e poder, para que sua fé se pudesse apropriar de Seus méritos. Como o sumo sacerdote espargia o sangue quente sobe o propiciatório, enquanto a fragrante nuvem de incenso ascendia diante de Deus, [93] assim ao confessarmos os nossos pecados, e rogarmos a eficácia do sangue expiador de Cristo, devem as nossas orações ascender ao Céu com a fragrância dos méritos do caráter de nosso Salvador. Não obstante nosso demérito, devemos ter sempre em mente que há Um que pode tirar o pecado e salvar o pecador. Todo o pecado reconhecido diante de Deus com um coração contrito, Ele removerá. Tal fé é a vida da igreja. Como a serpente foi levantada no deserto por Moisés e a todos que foram picados pelas serpentes ardentes, foi ordenado olhar e viver, assim também deve o Filho do homem ser levantado, "para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna". João 3:16. (Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 91 a 93). 

4) Para pesquisar sobre a igreja evangélica do pastor Fuller, veja:
5) Para pesquisar sobre a igreja evangélica do pastor Bill Hybels, veja:
6) Para pesquisar sobre a igreja evangélica de Willow Creek, veja:
7) Para pesquisar sobre a igreja evangélica Saddleback do pr. Rick Warren, veja:  http://solascriptura-tt.org/SeparacaoEclesiastFundament/MovimentoCrescimentoIgrejas-Costella.htm.
Também o site: http://www.saddleback.com/aboutsaddleback/
8) Lição de domingo, 17 de junho de 2012. Na edição dos professores, pág. 147; e na edição do aluno, pág. 81;
9) Idem., Quinta-feira, 21 de junho, 1º § da pág. 151 na edição dos professores; e na edição do aluno, pág. 85;
10) Ibidem, 1ª frase da nota da pergunta de nº10.
11) O velho concerto — o do Monte Sinai — gera filhos para a servidão do pecado, Gálatas 4:24, e se revela na atitude de confiar em méritos próprios. É o concerto da justiça própria, das obras da lei; a tentativa de sermos justificado pela lei, Gálatas 5:4. Os israelitas, confiando em seus próprios méritos prometeram: “Tudo que o Senhor tem falado faremos” (Êxodo 19:8 e 24:7). Deus realizou este concerto com eles para que, ao fracassarem, entendessem que necessitavam do Messias para fazerem a vontade do Pai. Eles necessitavam crer no verdadeiro e único concerto exequível, o concerto eterno, o Novo Concerto, prometido em Gên.  3:15, e repetido aos patriarcas. Veja Patriarcas e Profetas, páginas 367 a 373. Veja também o artigo que postamos no Blog ágape-edicoes.blogspot.com, em 10 de julho de 2010, intitulado“A Lei e os Concertos, por Ellen G. White”. Entre as postagens de introspecções sobre as lições do 3º trimestre de 2010, você encontrará também os 47 capítulos de “O Concerto Eterno” de Ellet J. Waggoner.


Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99