Para 11 a 18 de janeiro de 2014
O tema básico que permeia muito
do que ouvimos nos púlpitos e nas reuniões de semanas de oração (*e congressos de reavivamento) é que, a fim de sermos
salvos, há três coisas que devemos fazer: 1ª) Ler a Bíblia; 2ª) orar, e 3ª)
testemunhar. O tema é mencionado quase infinitamente.
"Mantenha o seu relacionamento com o Senhor," o que significa que (*você
deve) se levantar de manhã, ler algo devocional, e orar. E a cura para males
espirituais é "trabalhar para os outros," o que é 100% verdade. Por
mais que queiramos não conseguiremos enfatizar isto suficientemente. Mas
algumas semanas depois da série de reavivamento, estamos ocupados novamente, e
estamos de volta no mesmo velho problema da mornidão.
Mas será que existe algum tipo de
oração que podemos ter certeza de que Deus terá o prazer de responder? Jesus
respondeu a essa pergunta na história que Ele contou em Lucas capítulo 11. É
uma lição sobre a oração, e ilustra o que Ellen G. White descreve como "uma ciência divina na oração." “Nossas orações não devem ser uma solicitação
egoísta, meramente para nosso próprio benefício. Devemos pedir para podermos
dar”1 Ore este tipo de oração, Jesus ilustra, com efeito,
(*nos versos 8 a 13, que) o Céu apressar-Se-á em seu auxílio.
Essa parábola em Lucas 11 não diz
que Ele vai lhe dar pão suficiente para abastecer sua despensa para os próximos
anos, ou o suficiente para alimentar "cinco mil," como Jesus fez nos
Seus dias, mas diz, especificamente: "Levantar-Se-á ... e lhe dará tudo o
que [você] houver mister" ( vs. 5-8). Ele responde a sua oração para a
compreensão da verdade bíblica, mas ele não vai fazer de repente que você se
torne onisciente, nem sábio o suficiente para tornar milhares (*de pessoas)
fascinadas com sua sabedoria.
A ideia subjacente é que você
está pedindo "pão" para a pessoa com fome que o Senhor colocou em
contato com você. Em vez de orar para que algum pastor em algum lugar ou algum
evangelista na televisão "alimente" essa pessoa (nós gastamos muito tempo
orando para que alguém faça o que o Senhor quer que nós façamos!); ore para que
o Senhor lhe dê a VOCÊ algum "pão espiritual" para essa pessoa, algum
pensamento que venha através de seu próprio coração pessoal que vai
"alimentar" a alma dessa pessoa. Isto vai ser mais eficaz do que
qualquer coisa que um evangelista de televisão possa dizer. E uma grande bênção
vai te confortar no processo de transmissão.
Ele está pedindo ao Senhor para
dar-lhe um pouco de pão, não porque você está com fome, mas porque você quer
dar a outra pessoa que está com fome. É "pedir para dar." Você está
orando para que você possa ser o agente de transmissão em comunicar aos outros
uma bênção que vem de Deus. Para mudar a metáfora, você está pedindo que você
possa tornar-se um canal através do qual flui a água da vida a alguma alma
sedenta. Este é o discipulado.
A Bíblia está cheia de oração, e
não podemos começar a cobrir todas neste breve ensaio, mas as orações de Jesus
devem ser o nosso foco. Há uma oração que Jesus orou para que você e eu possamos
orar, e nós vamos estar mais felizes por orá-la. Foi pouco antes dEle operar o maior
milagre do seu ministério — ressuscitando a Lázaro morto (*há 4 dias) para a
vida novamente. Ele queria ter certeza de que o Pai O ouvia, pois tudo dependia
desta oração ser ouvida e atendida. "Pai,
graças Te dou, por Me haveres ouvido. Eu bem sei que sempre Me ouves"
(João 11:41 e 42). Podemos saber isso, também.
Se Jesus, em Sua natureza humana,
necessitava de incentivo pessoal que uma oração respondida poderia trazê-Lo,
não sabemos, mas você e eu precisamos da garantia de que, quando oramos, o Pai
nos ouve. Quando Ele ordenou ao homem morto
"sai para fora" (*Luc. 11:43). Ele falou como nosso Representante.
"Na verdade, na verdade vos digo que
tudo quanto pedirdes a Meu Pai, em Meu nome, Ele vô-lo há de dar. ... Pedi, e
recebereis, para que o vosso gozo se cumpra" (16:23 e 24). Ele não
está fazendo promessas vazias, obviamente Ele tenciona que saibamos o que Ele
quer dizer quando diz "pedir em Meu
nome.” "Toda motivação egocêntrica tornou-se superada de tal modo que
somos apanhados em Sua motivação, não em nossa; estamos "nEle."
"Superamos" nossas orações infantis por uma coroa, e agora estamos
preocupados em que o Cordeiro receba a Sua recompensa. Queremos que a "esposa do Cordeiro" "se apronte” para que "as bodas do Cordeiro" não sejam
mais retardadas século após século (cf. Apoc. 19:7 e 8). Aquilo pelo que
vivemos hoje é para termos uma pequenina parte na coroação dEle, "Rei dos reis e Senhor dos senhores."
Assim, a nossa "alegria" torna-se "completa". Isto
personifica a verdade do novo concerto, que era um elemento essencial da
mensagem de 1888, e levanta uma carga de dúvida e desespero de muitos corações
pesarosos.
Estudiosos concordam que o Salmo
22 é uma transcrição da oração que Jesus orou na cruz, a partir do momento em
que a escuridão envolveu a terra (e Sua alma!) quando Ele deu Seu último
suspiro. Ao lermos o Salmo, descobrimos que Ele foi profundamente tentado a
pensar de Si mesmo como menos que humano, “um
verme" (v. 6). Mas, no meio do versículo 21, o Espírito
Santo revela que uma mudança gloriosa veio: "Ouviste-Me
dos chifres do boi selvagem” (Almeida Fiel), “do traiçoeiro búfalo africano" (margem da KJV), *“Salva-Me ... dos chifres do búfalo Minha
pobre vida” (Bíblia de Jerusalém). Em Sua agonia, sentindo-Se jogado nesses chifres selvagens, a escuridão
de sua alma é dissipada. "Tu Me
ouviste!" Não Me esquecestes! Tu respondestes Meu clamor! Minha fé
adentrou essa escuridão impenetrável do inferno. Eu triunfei! O grande conflito
com Satanás está ganho! O Salmo termina com um grito glorioso de eterna vitória
— uma palavra hebraica que proclama: "Está consumado." Uma luz como
que do sol brilha em seu rosto. De Sua quebrada, crucificada laringe humana,
como de uma trombeta vem Seu grito de vitória que sacode o céu e a terra. E,
inclinando a cabeça, morreu. O Vencedor da eternidade. Se qualquer pecador
"abandonado" em qualquer lugar do mundo lê isso, que ele recobre o
ânimo.
Não podemos encerrar sem
considerar a oração de Daniel, que foi mencionada na lição de domingo. Aqui, o
princípio da culpa e arrependimento corporativos entra em foco.
Nossa posição diante do Senhor se
aproxima bastante da de Israel nos dias de Daniel. Ele poderia ter argumentado
perante o Senhor, "Alguns de nós e alguns de nossos pais foram fieis,
Senhor, olha como os fiéis Sadraque, Mesaque Abede-Nego, e eu temos praticado a
reforma de saúde, temos recebido toda a luz que Tu nos deste! Lembre-se como
alguns dos nossos "pais" em Jerusalém, como Jeremias, por exemplo,
Baruque, e alguns outros, permaneceram nobremente firmes pela verdade em tempos
de apostasia. Nós não somos todos culpados, Senhor!" (*NÃO!!! Não foi assim que Daniel orou). Mas como
Daniel orou? Observe o uso do termo corporativo "nós":
7. “A Ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós a confusão de rosto,
como hoje se vê; aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, e a todo o
Israel, aos de perto e aos de longe, ... 8. “Ó Senhor, a nós pertence a confusão de rosto, aos nossos reis, aos
nossos príncipes, e a nossos pais, porque pecamos contra Ti.... 11. “Sim, todo o Israel transgrediu a Tua lei,
desviando-se para não obedecer à Tua voz; por isso a maldição e o juramento,
que estão escritos na lei de Moisés, servo de Deus, se derramaram sobre nós;
porque pecamos contra Ele. 16. ...
porque por causa dos nossos pecados, e por causa das iniquidades de nossos
pais, tornou-se Jerusalém e o Teu povo um opróbrio para todos os que estão em
redor de nós. 20. Estando eu ainda
falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel, ...”
(Daniel 9:7-20).
O resultado deste humilde, honesto
reconhecimento, de culpa corporativa é bem conhecido. Qual será o resultado de
um reconhecimento semelhante de nossa própria medida da culpa corporativa? Como
poderia ser outra coisa senão a restauração da "chuva serôdia" e do "alto
clamor"?
O princípio da culpa e
arrependimento individual e corporativo se centra na cruz do Calvário. "O espírito de graça e de súplicas"
é derramado sobre "a casa de Davi (*a
liderança da igreja) e os habitantes de
Jerusalém (*os membros da igreja)," quando o povo de Deus olhar para
Ele, “a quem traspassaram" (Zacarias
12:10). O fato de que não estavam fisicamente presentes pessoalmente no
Calvário, como se vê, não faz diferença.
O fato de que não estávamos
pessoalmente presentes em 1888, de igual modo, também não faz diferença. O
pecado de nossos "pais" é pecado "nosso." O próprio Cristo, na Sua própria carne, mostrou-nos o
caminho para experimentar um arrependimento pelos pecados dos quais nem mesmo
temos pensado sermos individual e pessoalmente responsáveis. Se Ele, que é sem
pecado, arrependeu-Se dos pecados de todo o mundo, certamente podemos nos
arrepender pelos pecados de nossos "pais," de quem nós somos hoje
“filhos!”
O chamado de Cristo para
Laodicéia se arrepender é o último na Bíblia, é o foco principal do Apocalipse.
Todas as vitórias que se seguem assumem uma igreja remanescente vencendo,
arrependida, reconciliada em uma única mente com Ele (*at-one-ment) de um
coração e uma vida de compromisso que é completa. É um crescimento em Cristo,
que é simbolizado pela noiva fazendo-se "pronta"
(Apoc.19:7).
Robert J. Wieland
Com base nos escritos dele.
Nota de E.G.W:
1) “As lições de Cristo referentes à
oração devem ser ponderadas cuidadosamente. Há uma ciência divina na oração, e
Sua ilustração apresenta-nos princípios que todos necessitam compreender.
Mostra qual é o verdadeiro espírito da oração, ensina a necessidade de
perseverança ao expormos nossas súplicas a Deus, e nos assegura Sua boa vontade
de ouvir as orações e a elas atender.
“Nossas orações não devem ser uma solicitação
egoísta, meramente para nosso próprio benefício. Devemos pedir para podermos
dar. O princípio da vida de Cristo deve ser o princípio de nossa vida.
"Por eles Me santifico a Mim mesmo", disse, referindo-Se aos
discípulos, "para que também eles sejam santificados" (João 17:19). A
mesma devoção, o mesmo sacrifício, a mesma submissão às reivindicações da
Palavra de Deus, manifestos em Cristo, devem ser vistos em Seus servos. Nossa
missão no mundo não é servir ou agradar a nós mesmos; devemos glorificar a
Deus, com Ele cooperando para salvar pecadores. Devemos suplicar de Deus
bênçãos para partilhar com outros. A capacidade de receber só é preservada
compartilhando. Não podemos continuar recebendo os tesouros celestiais sem os
transmitir aos que estão ao nosso redor.” (Parábolas
de Jesus, págs. 142 e 143).
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