sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Lição 4 - Discipulado das Crianças, por Paulo Penno



Para 18 a 25 de janeiro de 2014

Lemos que "setenta por cento dos nossos jovens não entendem a boa nova do evangelho." Depois de décadas de suposto sucesso na pregação da "justificação pela fé," o relatório indica que as nossas crianças ainda são orientadas legalistamente, pois elas dizem "para ser salvo eu tenho que viver pelas regras de Deus."
Um século atrás, uma "mensageira" que exerceu o dom de profecia indicou que "É uma solene declaração que faço à igreja, que não há um em vinte cujos nomes estão registrados nos livros da igreja, que esteja preparado para finalizar sua história terrestre, e estão verdadeiramente sem Deus e sem esperança no mundo, como o pecador comum. ..."1.
Os relatórios (*da Review) indicam "que o que está sendo ensinado pelos adventistas está sendo facilmente repetido pela cultura secular." "Sucesso e prosperidade mundana realmente colocam os pés em lugares escorregadios. E muitos jovens adventistas estão em lugares escorregadios hoje"2.
São as tentações do diabo demais para nós? O teste final da marca da besta se aproxima inevitavelmente diante de nós. Será o apelo final desse mesmo "sucesso mundano", que já "facilmente destrói" valores adventistas do sétimo dia para os nossos filhos.
Nós sinceramente ensinamos esses "valores adventistas" na Escola Sabatina, na igreja e no colégio. E então nós lamentamos, porque os apelos "escorregadios" da televisão, bebidas, festas dançantes, teatros , diversões, esportes e sensualidade, sobrecarregam as crianças. Será o teste final da marca da besta mais fácil de suportar do que essas pressões "culturais" porque perseguição, então, será incluída? Temos de encontrar alguns meios para ajudá-los a resistir e triunfar sobre a pressão dos colegas.
O que eles precisam é o evangelho. E Ellen White diz honestamente que "nós" o temos afastado deles.3
Chegou o momento de arrependimento sério por todos na igreja, de cima para baixo, em todos os níveis e em todos os departamentos e instituições. Jejum e a oração, honestidade e profunda humildade de coração diante do Senhor são a única resposta adequada. Quais são as opções que temos?
 (1) Nós podemos reverter para o "adventismo histórico" que prevaleceu nas últimas décadas — elevados padrões rigorosamente proclamados com imperativos legalistas. Mas isso tem levado muitos para fora (*da igreja).
 (2) Podemos nos voltar para os pentecostais e evangélicos modernos para aprendermos o seu "evangelho." Desesperado para encontrar uma maneira de instruir nossas crianças, muitos de nossos pastores se voltaram para o culto pentecostal no formato de "Celebração".
 (3) Nós podemos ser apáticos e não fazer nada.
 (4) Podemos volver-nos humildemente à "mui preciosa", muito mais abundante graça que permeia aquela pura "terceira mensagem angélica em verdade" que o Senhor, “em Sua grande misericórdia, nos enviou" há um século.
Na verdade, os fundamentos básicos desta "mui preciosa mensagem" não só foram afastadas de nossos filhos, mas eles o têm negado diante deles. Temos repetidamente ensinado a eles que é verdadeiramente "difícil" seguir a Cristo.
O "evangelho eterno" que o Senhor "enviou" para enfrentar as tentações destes últimos dias é a "terceira mensagem angélica em verdade". O "começo" dessa mensagem nos veio em 1888. Quais são seus elementos essenciais que as crianças devem entender?  
A proximidade do Salvador. As crianças devem saber que Cristo os entende, porque Ele tomou a nossa (deles) natureza caída e pecaminosa, mas não pecou. Ele está ao "alcance da mão", não "longe," diz Ellen White em apoio entusiástico à mensagem de 1888. As crianças precisam tomar conhecimento  de um Salvador que foi "tentado em todos os pontos como [eles] o são, mas sem pecado," e não tentado apenas como foi o Adão sem pecado.
Jugo de Cristo é suave, Seu fardo leve. Nossos filhos foram ensinados o contrário. Eles não têm compreensão clara de como a graça "muito mais abundante" do que os mais sedutores pecados, que, para eles são "abundantes".
O perdão do pecado é o tirar do pecado, não uma desculpa para ele. A identificação com Cristo na cruz cria um ódio pelo pecado; identificar-se com Ele em Seu ofício sumo sacerdotal livra do poder do pecado.
A genuína justiça pela fé está relacionada com a purificação do santuário no Dia da Expiação. Esta verdade constrange os corações dos jovens e torna o evangelho emocionante, e permanentemente muda a vida. No entanto, o conceito tornou-se quase que totalmente desconhecido para a maioria deles.
Cristo elegeu todos os seres humanos para serem salvos. Seu sacrifício já fez algo para cada ser humano. A salvação é devido à iniciativa de Deus; condenação é unicamente devido à iniciativa do homem. Se não resistirmos a bondade do Senhor, Ele vai nos atrair ao longo de todo o caminho em direção ao arrependimento. Esta verdade motiva as crianças ao sacrifício próprio.
O amor de Deus é ativo, não passivo. Ele não nos deixou para procurar e encontrar um Salvador, Ele está procurando a ovelha perdida. A ideia anterior endurece corações juvenis, esta última os constrange. O secularismo, o materialismo, sensualidade, não podem prevalecer contra uma compreensão do “comprimento, largura, profundidade e altura” do amor de Deus revelado na cruz (*Efé. 3:18).
A nossa salvação não depende de tomarmos ou mantermos nossa crença e apreciarmos as Suas promessas para nós. A idéia 1888 dos dois concertos é refrescante em contraste com a visão geralmente ensinada hoje. Ela motiva para o mesmo tipo de fé que ativou o coração de Abraão.
Desde a cruz de Cristo, o pecado é condenado na carne, sempre comprovado ser desnecessário. Isso tem sido ridicularizado e negado repetidamente. Mas é possível para os crentes em Cristo vencer como Ele venceu — se nós O vermos como Ele é, sem distorções por confusão de Babilônia. Alguns entre nós ridicularizam isso como "perfeccionismo," quando, na realidade, viver sem pecado é o fruto natural da verdadeira fé em Cristo, a razão para a mensagem do terceiro anjo. Impopular como esta idéia possa ser, Cristo é o exemplo para as crianças.
A verdadeira motivação para vencer não é a nossa salvação pessoal (que faz degenerar para o perfeccionismo), mas uma preocupação sentida no coração pela honra de Cristo. Uma motivação além da preocupação própria dá às crianças uma razão para viver. Medo de sobreviver ao julgamento, e esperança de recompensa pessoal no céu, encorajam a apatia. Foi-se o tempo de legalismo apático.
O chamado de Cristo para o arrependimento denominacional, "sê pois zeloso e arrepende-te," (Apoc.3:19) inspira nas crianças uma esperança para o futuro da igreja. Sem esta realidade, eles veem a inércia espiritual da igreja como virtualmente sem esperança, e, certamente, (*vão achar que) não vale a pena sacrificar as suas ambições, conforto e prazeres mundanos. Crer verdadeiramente que a Igreja Adventista do Sétimo Dia vai tornar-se a igreja vitoriosa e arrependida irá impulsionar as crianças à ação.

--Paul E. Penno

Notas:
[1] Ellen G. White, Boletim Diário da Conferência Geral de 1893, de 4 de fevereiro de 1893, págs. 132, 133.
 [2] Advent Review, pág.168, 1º parágrafo (1991), pág. 4.
[3] Mensagens Escolhidas, livro 1, págs. 234 , 235.

Nota: Esta introspecção e o vídeo da lição 5, do Pastor Paulo Penno estão na Internet em:
http://1888mpm.org.
____________________________