Para 7 a 14 de junho de 2014
Nossa lição
desta semana olha para comentários feitos por cinco apóstolos a respeito da
lei. Tomados em conjunto, é inconfundível que a lei em questão é a lei dos Dez
Mandamentos, e não a lei cerimonial. O relacionamento dos seres humanos caídos
para com as leis de Deus foi o problema que causou a controvérsia antes,
durante e depois da sessão da Conferência Geral em 1888.
Alonzo
T. Jones e Ellet J. Waggoner acreditavam que as leis descritas por Paulo,
especialmente no livro de Gálatas, não eram obrigatórias como meio de salvação,
mas servem apenas como um espelho de padrões adequados de vida cristã. Paulo
diz em Gálatas, capítulo 3, que a nossa justificação e salvação não pode ser
baseada na guarda da lei, mas nas promessas de Deus a Abraão e à sua
descendência (Gálatas 3:16). Aqueles que se opuseram na Conferência de 1888
estavam preocupados que, se este ponto de vista fosse aceito, o mandamento
sobre o sábado seria esquecido. Eles temiam que se os mandamentos não eram
obrigatórios, os argumentos para guardar o sábado do sétimo dia seriam um
fracasso. Este raciocínio é errado desde que a lei dos Dez Mandamentos apenas
reafirmou o dom do sábado que foi originalmente dado no Éden antes da queda.
Ellet Joseph
Waggoner assim se expressou:
"Desde
que o pecado é a transgressão de uma lei [1ª João 3:4], é evidente que, salvar alguém
do pecado, ou da transgressão de uma lei, é a mesma coisa que torná-lo e
mantê-lo obediente à lei. Portanto, o evangelho é a revelação do poder de Deus
para operar a justiça no homem — para manifestar a justiça em suas vidas. O
evangelho, portanto, proclama a lei perfeita de Deus, e contempla nada menos do
que perfeita obediência a ela. Que ninguém se esqueça de que é exigido não
menos poder do que o poder de Deus, para exibir atos de justiça na vida dos
homens. O poder do homem é totalmente inadequado. Isso é facilmente visto
quando reconhecemos o que a justiça é, que deve ser revelada na vida. O texto
[Rom. 1:16, 17] diz que é "a justiça
de Deus." A justiça de Deus é estabelecido em Sua lei (Isaías 51:6,
7). Agora, quem pode fazer a justiça de Deus? ... Evidentemente só o próprio
Deus. A lei de Deus estabelece o caminho de Deus (Salmo 119:1 e 2). Mas o
Senhor diz: "Assim como os céus são
mais altos do que a terra, assim são os Meus caminhos mais altos do que os
vossos caminhos, e os Meus pensamentos mais altos do que os vossos
pensamentos" (Isa. 55:9). Portanto o esforço do homem para guardar os
mandamentos de Deus deve estar tão longe como a terra está abaixo dos
céus" (The Present Truth, 28 de
janeiro de 1892).
Muitas pessoas,
que enfatizam que as nossas obras são importantes para a nossa salvação,
esquecem que uma salvação baseada na obediência à lei deve abranger toda a vida
de uma pessoa. Também exige obediência em espírito e verdade, e não apenas
ações externas. Sem o Espírito de Cristo, é impossível para qualquer ser humano
caído tentar guardar a lei.
Ironicamente,
muitas pessoas bem-intencionadas que tentam encontrar certeza da sua salvação
no seu desempenho, muitas vezes olham para o livro de Tiago procurando apoio.
Eles gostam das ideias de Tiago, "porque ele é muito prático," não se
dando conta de que eles estão à procura de algo que possam fazer para parecerem
melhor aos olhos de Deus. O exame de apenas alguns versos irá confirmar que
Tiago ensina um padrão muito mais profundo do que apenas dicas úteis para uma
vida cristã feliz.
Tiago 5:13
identifica dois grupos de crentes: "Está
alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores." Veremos
que para os cristãos maduros, estes dois grupos são realmente as mesmas
pessoas. Tiago 1:2-4 dá conselhos para aqueles que estão sofrendo: "Tende grande gozo quando cairdes em
várias tentações; sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência. Tenha,
porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem
faltar em coisa alguma."
Alguém pode
dizer: "Eu não estou me sentindo alegre" e isto está correto. Note
que Tiago não diz para "sentirmos" toda a alegria quando nos
deparamos com várias provações, mas "contar" ou
"considerar" isto como alegria. Aqui é onde muitos tropeçam. Eles veem
coisas ruins acontecendo em suas vidas ou na vida dos outros e imediatamente
perguntam "por quê?" Eles geralmente culpam a Deus por ter deixado as
coisas ruins acontecerem, e usam isto como uma desculpa para se afastar dEle.
Um cristão sábio está disposto a crer na promessa de Deus de que, suportando o
teste da nossa fé, que tal resistência terá “a
sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa
alguma" (Tiago 1:4).
E, se temos
falta de sabedoria para entender porque coisas ruins estão acontecendo, Tiago
1:5 nos dá a resposta: "Se algum de
vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e não o
lança em rosto (*não censura =
Almeida Contemporânea), e ser-lhe-á dado."
Então,
logicamente, que se alguém está sofrendo, ele pode orar por sabedoria que Deus
dará generosamente para que ele entenda que, se ele suporta o sofrimento até o
fim, isto irá resultar em ele se tornar perfeito e completo. Isso é motivo de
alegria, de modo que ele pode louvar a Deus!
No entanto, os
versículos seguintes (6-8) dão uma séria advertência: "Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é
semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte.
Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa. O homem de coração
dobre [que duvida, hesita] é inconstante
em todos os seus caminhos." Como podemos pedir, sem duvidar, se nós
não vemos como Deus pode resolver o nosso problema? Pela fé!
Fazer a
pergunta "por quê?" não é errado, a não ser que nós não acreditemos
que Deus fará o que Ele disse que faria. Na cruz, Cristo perguntou a Seu Pai: "Por que Me desamparaste?" Pelo
restante do tempo antes de morrer, Ele deve ter se agarrado às promessas a
respeito da missão do Messias que Ele tinha aprendido das escrituras. Enquanto
lutava na cruz, o Salmo 31:4 e 5, pode ter vindo à Sua mente: "Tu me puxarás para fora da rede que
eles secretamente colocam para mim; pois Tu és a Minha força. Na tua mão
entrego o Meu espírito. Tu Me resgatastes, ó Senhor, Deus da verdade."
Jesus fez a escolha de acreditar que o Pai faria o que Ele disse que faria.
A que
promessas temos que agarrar-nos quando provações veem? Existem tantas
promessas. “O pecado não terá domínio sobre vós" [Rom 6:14] — Esta promessa
tem algum valor para você? Ela vale tudo o que Deus significa para aquele que
se reconhece como morto para o pecado, e vivo para Deus, em Jesus Cristo, e que
se rende a Deus ... Graças ao Senhor por esta bendita promessa de libertação do
pecado e de todo o poder do pecado. E essa promessa Ele vai tornar um fato na
vida e na experiência de cada um que assim a considera e se rende a Ele. Reconheça quantas promessas existem, e
Ele vai torná-las uma realidade. Submeta-se a Deus, e Ele vai usá-lo" (A. T.
Jones em O Caminho Consagrado à Perfeição
Cristã, pág. 8; The Present Truth, 26 de janeiro de 1893).
O verbo "considerar"
neste contexto é o mesmo que "contar," “avaliar“ ou “estimar.” Então,
vimos que ter tudo na "conta" de alegria quando temos provações, não
é o mesmo que, na verdade, ter essa alegria quando a provação acontece. Assim,
podemos considerar que estamos mortos para o pecado, não porque o sentimos, ou
que é um fato real, no momento, mas porque Deus disse que se o estimarmos, Ele
irá torná-lo um fato.
Sim, o livro
de Tiago dá alguma instrução prática, mas a um nível muito mais profundo do que
uma simples lista de obras a realizar.
- Arlene Hill
A
irmã Arlene Hill é uma advogada
aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de
Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela
foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante
Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista
do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno,
Nevada, USA, Telefone
001 XX (775)
327-4545; 001 XX (775) 322-9642.
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