quarta-feira, 4 de junho de 2014

Lição 9 - Cristo, a Lei e o Evangelho, por Paul E. Penno



Para 24 a 31 de maio de 2014



Ellen White declarou em 1889 que "temos pregado a lei, a lei, até estarmos secos como as colinas de Gilboa" (*Materiais de Ellen G. White sobre 1888, pág. 560). Nesse sentido corporativo "nós" pensávamos que estávamos indo muito bem, cumprindo Apocalipse 12:17 e 14:12, que diz que a igreja "remanescente" é distinguida diante do mundo pois "guardam os mandamentos de Deus." "Nós"  eramos  sinceros .

A pergunta surge naturalmente, como é que a mensagem do evangelho de 1888 (que Ellen White endossou do fundo do coração) (*374 vezes) se relaciona com a lei de Deus? Será que ela prega a graça barata? Será que incentivava a desobediência à lei de Deus? Será que a mensagem (do evangelho como proclamada em 1888) rebaixa as normas da igreja?  Demora ela muito sobre a cruz de Cristo e o que aconteceu no Calvário, e então negligencia nos lembrar de nossas obras — a  obediência  que  devemos  demonstrar  continuamente ?
Sabemos que Ellen White ficou radiante de alegria ao ouvir Jones e Waggoner apresentarem a mensagem. Ela declarou ser as apresentações mais claras do evangelho que ela tinha ouvido publicamente "nos últimos 45 anos."1 Ela disse também que se eles não tivessem trazido a mensagem, nós não a teríamos, o que significa que o Senhor colocou um fardo sobre eles que Ele não tinha colocado sobre ela.2 Se de alguma forma a mensagem deles enfraquecesse a obediência à lei de Deus, não poderia ser "preciosa", muito menos "mui preciosa" (*Test. Para Ministros, pág. 91, sic.) O que a fez tão feliz foi que a compreensão deles da justificação pela fé era nova, única e dinâmica. Aquela mensagem firmou a lei diante do povo em sua verdadeira luz.3
Ela estava dolorosamente ciente de que os pontos de vista defendidos pelas igrejas evangélicas guardadoras do domingo denegriam a lei de Deus, declarando: (a) que tinha sido abolida na cruz ou (b) que era impossível para nós, seres humanos caídos, obedecê-la. Em qualquer destas duas maneiras, a visão popular da justificação pela fé foi empregada para refutar a verdade do sábado. Ela se alegrou de que a mensagem de 1888 apresentava os Dez Mandamentos como dez promessas — glorificando a obediência.
A visão de 1888 tornou-se clara como se segue: Justificação pela fé é muito mais do que uma declaração legal. A proclamação legal (ou declaração) de "absolvição para todos os homens" foi feita na cruz (João 12:32, 33; Rom. 3:23 24; 5:15-18; tudo o que Cristo realizou na Sua cruz não pode ser restringido ou negado a ninguém). A mensagem de 1888 foi um passo além; ela fez o crente tornar-se "obediente a todos os mandamentos de Deus."
A justificação pela fé agora se tornou uma experiência pessoal. O coração de quem crê agora está reconciliado com Deus. E uma vez que ninguém pode ser reconciliado com Deus e não ser ao mesmo tempo reconciliado com a santa lei de Deus, segue-se (diz Ellen White) que genuína justificação pela fé faz o crente manifestar "obediência a todos os mandamentos de Deus."4 Isso, claro, inclui o mandamento do sábado (mas também inclui obediência ao sétimo mandamento). Na época de 1888, Ellen White estava especialmente preocupada (*com um fato): um ministro que quebra o sétimo mandamento "é um traidor da pior espécie. De uma tal contaminada, poluída mente os jovens costumam receber seus primeiros pensamentos impuros. ... Um  segundo  julgamento  não  serviria  para  nada ..."5
Assim, a mensagem de 1888 provou ser a primeira mensagem "clara" no adventismo que se juntou à "fé de Jesus," a lei de Deus. A mensagem produz o tipo de obediência que permitirá "Seu povo ficar de pé no dia de Deus." Ellen White assim a reconheceu, e é por isso que ela declarou ser os iniciais "chuveiros do céu da chuva serôdia" e "o começo" da mensagem de Apocalipse 18:1-4, que irá concluir a grande comissão evangélica.6
Toda "obediência," que é motivada pelo medo de punição ou pela esperança egocêntrica de recompensa (*em ir para o céu), está longe de ser a verdadeira obediência. É a justiça dos fariseus. O cumprimento externo das estipulações da lei, quando o coração não está reconciliado, é a praga da mornidão da "igreja de Laodicéia." Este foi o problema que "o Senhor, em Sua grande misericórdia," procurou curar enviando Sua mensagem de 1888.
Assim, Jones e Waggoner pegaram uma visão da cruz na mensagem do terceiro anjo. Eles vislumbraram o que será a luz que finalmente iluminará o mundo (*Apoc. 18:1): o anúncio de Cristo e este crucificado, que leva o eu a ser crucificado com Ele .
Mas é preciso cuidado com as falsificações. Filmes sobre a cruz não podem proclamar "a mensagem do terceiro anjo, em verdade", que é "Cristo e este crucificado." Os filmes não apresentam a nata da "loucura da pregação." O público chora "rios de lágrimas," como as pessoas são levadas a uma paixão com o caráter humano retratado em filmes como "Jesus," e , em seguida, lamentam ao "ele" ser torturado na dor da crucificação. Mas essas lágrimas são emoção humana, facilmente despertada; o público pode sair do cinema amantes do mundo tanto quanto quando eles entraram. Filmes não retratam "Jesus" ao morrer a segunda morte pelos pecados do mundo (e não o podem fazer!). Essa verdade ainda precisa ser proclamada por pessoas de carne e osso.
Mas, será que existe o perigo de que a apresentação com muita ênfase da verdade do que aconteceu na cruz pode levar as pessoas a negligenciar a obediência à lei? A mensagem de 1888 tem a resposta: "O tema que atrai o coração do pecador é Cristo, e este crucificado. ... Apresente-O, assim, às multidões famintas, e a luz do Seu amor vai ganhar [as pessoas] das trevas para a luz, da transgressão à obediência e verdadeira santidade. Contemplar a Jesus na cruz do Calvário desperta a consciência do caráter hediondo do pecado como nada mais o pode fazer."7 Essa frase "nada mais o pode fazer" deve incluir nossa famosa pregação "a lei, a lei, até que estejamos secos como as colinas de Gilboa." "Nós" aprendemos uma maneira melhor na mensagem de 1888. E o futuro ainda aguarda iluminar a Terra com glória (Apoc. 18:1-4).
Nunca na história da Igreja Adventista do Sétimo Dia foi uma mensagem mais poderosamente demonstrada para produzir obediência à santa lei de Deus. Os adversários de mais de um século atrás estavam com medo de que falar muito da graça minaria a obediência. Paulo diz que nada senão proclamando "a graça de Deus" pode nos motivar a "dizer não a impiedade e as paixões mundanas e a viver vidas retas e piedosas de controle próprio no tempo presente" (Tito 2:11, NVI). O medo não vai fazê-lo; esperança de uma mansão no céu também não vai alcançar este glorioso resultado; somente a graça de Cristo pode realizar isto.

- Paul E. Penno


Notas :

[1 ] " Cristo pregou unidade entre os discípulos:" Review and Herald (11 de Março de 1890).

[2] Materiais de Ellen G. White sobre 1888, pág. 560; Ellen White nunca alegou que ela mesma estava trazendo a mensagem da chuva serôdia, ou do alto clamor; mas ela disse isto da mensagem dos dois mensageiros  (*a quem ela se referia constantemente).

[3] Cf. Com o livro Waggoner em Romanos, págs. 368 e 69.

[4] Testemunhos Para Ministros, págs. 91, 92. Veja também Waggoner sobre Romanos, pág. 377.

[5] Boletim da Conferência Geral de 1893, pág. 162.

[6] Special Testimonies, Série A. Nº 6, pág. 19; Review and Herald, 22 de novembro de 1892; cf. Primeiros Escritos, p. 277, 278.

[7] "Os Perigos e Privilégios dos Últimos Dias," Review and Herald (de 22 de novembro de 1892).

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Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99

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