Para 24 a 31 de maio de 2014
Ellen White declarou em 1889 que "temos pregado a lei, a lei, até estarmos secos como as colinas de Gilboa" (*Materiais de Ellen G. White sobre 1888, pág. 560). Nesse sentido corporativo "nós" pensávamos que estávamos indo muito bem, cumprindo Apocalipse 12:17 e 14:12, que diz que a igreja "remanescente" é distinguida diante do mundo pois "guardam os mandamentos de Deus." "Nós" eramos sinceros .
A pergunta
surge naturalmente, como é que a mensagem do evangelho de 1888 (que Ellen White
endossou do fundo do coração) (*374 vezes) se relaciona com a lei de Deus? Será
que ela prega a graça barata? Será que incentivava a desobediência à lei de
Deus? Será que a mensagem (do evangelho como proclamada em 1888) rebaixa as
normas da igreja? Demora ela muito sobre
a cruz de Cristo e o que aconteceu no Calvário, e então negligencia nos lembrar
de nossas obras — a obediência que
devemos demonstrar continuamente ?
Sabemos que
Ellen White ficou radiante de alegria ao ouvir Jones e Waggoner apresentarem a
mensagem. Ela declarou ser as apresentações mais claras do evangelho que ela
tinha ouvido publicamente "nos últimos 45 anos."1 Ela
disse também que se eles não tivessem trazido a mensagem, nós não a teríamos, o
que significa que o Senhor colocou um fardo sobre eles que Ele não tinha
colocado sobre ela.2 Se de
alguma forma a mensagem deles enfraquecesse a obediência à lei de Deus, não
poderia ser "preciosa", muito menos "mui preciosa" (*Test.
Para Ministros, pág. 91, sic.) O
que a fez tão feliz foi que a compreensão deles da justificação pela fé era
nova, única e dinâmica. Aquela mensagem firmou a lei diante do povo em sua
verdadeira luz.3
Ela estava
dolorosamente ciente de que os pontos de vista defendidos pelas igrejas
evangélicas guardadoras do domingo denegriam a lei de Deus, declarando: (a) que
tinha sido abolida na cruz ou (b) que era impossível para nós, seres humanos
caídos, obedecê-la. Em qualquer destas duas maneiras, a visão popular da
justificação pela fé foi empregada para refutar a verdade do sábado. Ela se alegrou
de que a mensagem de 1888 apresentava os Dez Mandamentos como dez promessas —
glorificando a obediência.
A visão de
1888 tornou-se clara como se segue: Justificação pela fé é muito mais do que
uma declaração legal. A proclamação legal (ou declaração) de "absolvição
para todos os homens" foi feita na cruz (João 12:32, 33; Rom. 3:23 24;
5:15-18; tudo o que Cristo realizou na Sua cruz não pode ser restringido ou
negado a ninguém). A mensagem de 1888 foi um passo além; ela fez o crente tornar-se
"obediente a todos os mandamentos de Deus."
A justificação
pela fé agora se tornou uma experiência pessoal. O coração de quem crê agora
está reconciliado com Deus. E uma vez que ninguém pode ser reconciliado com
Deus e não ser ao mesmo tempo reconciliado com a santa lei de Deus, segue-se
(diz Ellen White) que genuína justificação pela fé faz o crente manifestar
"obediência a todos os mandamentos
de Deus."4 Isso,
claro, inclui o mandamento do sábado (mas também inclui obediência ao sétimo
mandamento). Na época de 1888, Ellen White estava especialmente preocupada
(*com um fato): um ministro que quebra o sétimo mandamento "é um traidor
da pior espécie. De uma tal contaminada, poluída mente os jovens costumam
receber seus primeiros pensamentos impuros. ... Um segundo julgamento
não serviria para
nada ..."5
Assim, a
mensagem de 1888 provou ser a primeira mensagem "clara" no adventismo
que se juntou à "fé de Jesus," a lei de Deus. A mensagem produz o
tipo de obediência que permitirá "Seu povo ficar de pé no dia de Deus."
Ellen White assim a reconheceu, e é por isso que ela declarou ser os iniciais
"chuveiros do céu da chuva serôdia" e "o começo" da
mensagem de Apocalipse 18:1-4, que irá concluir a grande comissão evangélica.6
Toda
"obediência," que é motivada pelo medo de punição ou pela esperança
egocêntrica de recompensa (*em ir para o céu), está longe de ser a verdadeira
obediência. É a justiça dos fariseus. O cumprimento externo das estipulações da
lei, quando o coração não está reconciliado, é a praga da mornidão da
"igreja de Laodicéia." Este foi o problema que "o Senhor, em Sua
grande misericórdia," procurou curar enviando Sua mensagem de 1888.
Assim, Jones e
Waggoner pegaram uma visão da cruz na mensagem do terceiro anjo. Eles
vislumbraram o que será a luz que finalmente iluminará o mundo (*Apoc. 18:1): o
anúncio de Cristo e este crucificado, que leva o eu a ser crucificado com Ele .
Mas é preciso
cuidado com as falsificações. Filmes sobre a cruz não podem proclamar "a
mensagem do terceiro anjo, em verdade", que é "Cristo e este
crucificado." Os filmes não apresentam a nata da "loucura da
pregação." O público chora "rios de lágrimas," como as pessoas
são levadas a uma paixão com o caráter humano retratado em filmes como
"Jesus," e , em seguida, lamentam ao "ele" ser torturado na
dor da crucificação. Mas essas lágrimas são emoção humana, facilmente
despertada; o público pode sair do cinema amantes do mundo tanto quanto quando
eles entraram. Filmes não retratam "Jesus" ao morrer a segunda morte
pelos pecados do mundo (e não o podem fazer!). Essa verdade ainda precisa ser
proclamada por pessoas de carne e osso.
Mas, será que
existe o perigo de que a apresentação com muita ênfase da verdade do que
aconteceu na cruz pode levar as pessoas a negligenciar a obediência à lei? A
mensagem de 1888 tem a resposta: "O tema que atrai o coração do pecador é
Cristo, e este crucificado. ... Apresente-O, assim, às multidões famintas, e a
luz do Seu amor vai ganhar [as pessoas] das trevas para a luz, da transgressão
à obediência e verdadeira santidade. Contemplar a Jesus na cruz do Calvário
desperta a consciência do caráter hediondo do pecado como nada mais o pode
fazer."7 Essa frase
"nada mais o pode fazer" deve incluir nossa famosa pregação "a
lei, a lei, até que estejamos secos como as colinas de Gilboa."
"Nós" aprendemos uma maneira melhor na mensagem de 1888. E o futuro
ainda aguarda iluminar a Terra com glória (Apoc. 18:1-4).
Nunca na
história da Igreja Adventista do Sétimo Dia foi uma mensagem mais poderosamente
demonstrada para produzir obediência à santa lei de Deus. Os adversários de
mais de um século atrás estavam com medo de que falar muito da graça minaria a
obediência. Paulo diz que nada senão proclamando "a graça de Deus"
pode nos motivar a "dizer não a impiedade e as paixões mundanas e a viver
vidas retas e piedosas de controle próprio no tempo presente" (Tito 2:11,
NVI). O medo não vai fazê-lo; esperança de uma mansão no céu também não vai
alcançar este glorioso resultado; somente a graça de Cristo pode realizar isto.
- Paul E. Penno
Notas :
[1 ] " Cristo pregou unidade entre os discípulos:" Review and Herald (11 de Março de 1890).
[2] Materiais de Ellen G. White sobre 1888, pág. 560; Ellen White nunca alegou que ela mesma estava trazendo a mensagem da chuva serôdia, ou do alto clamor; mas ela disse isto da mensagem dos dois mensageiros (*a quem ela se referia constantemente).
[3] Cf. Com o livro Waggoner em Romanos, págs. 368 e 69.
[4]
Testemunhos Para Ministros, págs. 91,
92. Veja também Waggoner sobre Romanos,
pág. 377.
[5]
Boletim da Conferência Geral de 1893,
pág. 162.
[6] Special Testimonies, Série A. Nº 6, pág. 19; Review and Herald, 22 de novembro de 1892; cf. Primeiros Escritos, p. 277, 278.
[7] "Os Perigos e Privilégios dos Últimos Dias," Review and Herald (de 22 de novembro de 1892).
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Paulo
Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na
Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no
endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi
ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na
Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos
escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva
Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele
escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja
Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos
sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também
pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E.
Penno Junior. Você pode
vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na
igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99
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