quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Lição 3 – Uma questão de vida ou morte, por Daniel Peters



Para 10 a 17 de janeiro de 2015

“Porque o mandamento é lâmpada, e a lei é luz; e as repreensões da correção são o caminho da vida” (Prov. 6:23). Nosso texto para memorização nos lembra que a posição final dos santos deve-se a que a fé de Jesus observa todos os mandamentos de Deus em nós. Isto se dá como resultado da verdade afirmado em Gálatas 2:20: “Já estou crucificado com Cristo”. Isto significa que eu morri neste crucifixão, mas o apóstolo continua a dizer: “já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus”. Jesus observou todos os mandamentos de Deus. Ele está vivendo Sua vida em mim por meio do Espírito, e como tal é que Apocalipse 14:12 descreve a vida de Cristo em Seu povo. O Seu povo vive pela fé, e é essa fé em Jesus que atua mediante o amor que obedece a lei de Deus.

O princípio subjacente aos mandamentos não diz respeito a roubar, mentir, ou até mesmo matar. Embora a lei de Deus requeira de nós o não envolvimento nessas atividades ou pensamentos, estão na própria constituição e núcleo de nossa humanidade desde a Queda. Portanto, é impossível ao homem, seja um pagão ou um professo ministro de Deus, abster-se, não importa o montante de esforço ou desejo, dessas obras da carne. As obras do homem são apenas isso, obras do homem.

Quando Deus “obra” Ele assina o Seu trabalho com o Seu nome e selo. Deus não assina obra alguma que não haja feito, pois isso não seria apropriado. O homem assina o que faz; Deus assina o que faz, e, no fim, o selo de Deus, não a assinatura do homem, é o fator determinante. A obediência de Jesus à lei é a única obediência aceita pela lei e, portanto, pode ser selada. A própria obediência do homem jamais será aceita, pois todos os esforços do homem procedem dele e não da fé, portanto, todos os seus esforços para cumprir a lei são apenas pecado: “Porque tudo o que não procede de fé é pecado” (Rom. 14:23).

Apocalipse 14:12 afirma que os mandamentos de Deus são observados (ou cridos) por causa da fé em Jesus e por seu meio. Se os esforços e méritos do homem merecessem realmente alguma consideração, João, o Revelador, perdeu uma ótima oportunidade de mencioná-los aqui.

Os mandamentos de Deus são as promessas de Deus. “Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (Êxo. 20: 1-2). Deus já livrou a todos do pecado e de seus vícios “prediletos”. O problema parece ser que a maioria aceita as exigências da Lei enquanto nega o poder do Legislador cumprir Sua própria lei! Isto é o mesmo que aceitar a criação, mas negar o poder de Deus para realizá-la. Onde não há poder, não há poder. Nenhuma quantidade de saltos que dê o homem para cima e para baixo pode produzir o que não possui naturalmente. Assim, Deus nos promete que, por Ele já nos ter livrado, não devemos furtar, cometer adultério, etc. Que notícia maravilhosa!

Paulo confessa: “Estou crucificado com Cristo e já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou e a Si mesmo se entregou por mim” (Gál. 2:20). “Morremos”, contudo a vida que está no interior é a de Cristo e Ele traz a sua obediência a nós, por nós e como nós. Os mortos são libertados do pecado (Rom. 6: 7, 8, 14, 18, 22) e toda a conversa sobre como uma pessoa se sente se comete adultério é apenas um desvio—uma declaração de incredulidade no poder de Deus. É Cristo do começo ao fim. Ponto final!

Quanto ao envolvimento do homem na sua própria salvação: “Se reunirdes tudo o que é bom e santo e nobre e encantador no homem, e, em seguida, apresentardes a questão aos anjos de Deus como tendo um papel na salvação da alma humana ou em mérito, a proposição seria rejeitada como traição” (Materiais de Ellen G. White sobre 1888”, vol. 2, pág. 816). A marca de todos os pagãos ou religião pagã é a de que o homem deve fazer algo para contribuir para a sua própria salvação.

E. J. Waggoner, um dos dois mensageiros da mensagem de 1888, escreveu o seguinte em The Glad Tidings, capítulo 2.1 Estas passagens tratam da questão da vida e morte dos mandamentos:

“Cristo dá liberdade do pecado. Sua vida é ‘a lei perfeita da liberdade’. ‘Pela lei vem o pleno conhecimento do pecado’ (Rom. 3:20), mas não a liberdade do pecado. ‘A lei é santa, e o mandamento é santo, justo e bom’ (Rom. 7:12), pois dá o conhecimento do pecado, condenando-o. É uma placa de sinalização, que indica o caminho, mas não nos leva até ele. Pode nos dizer que estamos fora do caminho, mas só Jesus Cristo pode nos fazer andar nele, pois Ele é o caminho. O pecado é escravidão. Somente aqueles que guardam os mandamentos de Deus estão em liberdade (Salmo 119: 45); e os mandamentos podem ser observados somente pela fé em Cristo. Rom. 8: 3,4.

“Portanto, quem quer que induza as pessoas a confiar na lei para a justiça sem Cristo simplesmente as coloca sob um jugo e as prende em cativeiro. Quando um homem condenado pela lei é lançado na prisão, ele não pode ser livrado de suas correntes pela lei que o mantém lá. Mas isso não é culpa da lei. Só por ser uma boa lei ela não pode dizer que um homem culpado é inocente.

“Além disso, não há um só que tenha força para observar a lei, pois as suas necessidades são grandes. Embora ninguém possa ser justificado pelas obras da lei, a culpa não está na lei, mas no indivíduo. Aceite a Cristo no coração pela fé, e a justiça da lei vai estar lá também. Como o salmista diz: ‘Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, dentro do Meu coração está a Tua lei’ (Salmo 40:8). Aquele que lance fora da lei, porque não vai ao mal chamar bem, também rejeita a Deus porque Ele ‘não tem por inocente o culpado’ (Êxo. 34: 7). Mas Deus vai remover a culpa, e, assim, tornar o pecador justo, ou seja, em harmonia com a lei.
  
“Muito se perde por não se notar exatamente o que as Escrituras dizem. No original em Gálatas 2:16 temos a ‘fé de Cristo’, assim como em Apocalipse 14:12 temos a ‘fé de Jesus’. Ele é ‘o autor e consumador da nossa fé’ (Heb. 12: 2). ‘A fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus’ (Rom. 10:17), e Cristo é a Palavra. Deus ‘repartiu a cada um a medida da fé’ (Rom. 12: 3) em dar Cristo a todos os homens.

“Assim, não há oportunidade para ninguém alegar que a sua fé seja fraca. Um homem pode ser ‘fraco na fé’, isto é, pode ter medo de depender de fé; mas a própria fé é tão forte como a Palavra de Deus. Somente Cristo é justo. Ele venceu o mundo. Só ele tem o poder de fazê-lo. Nele está toda a plenitude de Deus, porque a lei—o próprio Deus—está em seu coração. Ele somente observou e pode observar a lei com perfeição. Portanto, somente por Sua fé—fé viva, isto é, Sua vida em nós—podemos ser tornados justos.

“Isto é suficiente. Ele é uma ‘Pedra provada’. A fé que Ele nos dá é a Sua própria fé provada e aprovada, e ela não falhará em qualquer circunstância. Não somos exortados a tentar fazer tão bem como Ele fez, ou tentar exercer tanta fé quanto Ele tinha, mas simplesmente tomar a Sua fé, e deixá-la operar por amor, e purificar o coração. Ela vai fazê-lo! (Gal. 5: 6).
  
“A todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome” (João 1:12). Isto é, todos os que creram em Seu nome receberam. Crer no Seu nome é acreditar que Ele é o Filho de Deus. Crer que Ele é o Filho de Deus significa crer que Ele veio em carne, carne humana, a nossa carne. O Seu nome é ‘Deus conosco’.

“Então, crendo em Cristo, somos justificados pela fé de Cristo, uma vez que temos a Ele, pessoalmente, habitando em nós, exercendo a Sua própria fé. Todo o poder no céu e na terra está em Suas mãos. Reconhecendo isso, nós simplesmente permitimos que Ele exercite o Seu próprio poder em Sua própria maneira. Isso ele faz ‘muito mais abundantemente’ pelo ‘poder que opera em nós’”.

Começamos com este verso: “Porque o mandamento é lâmpada, e a lei é luz; e as repreensões da correção são o caminho da vida” (Prov. 6:23). E fechamos com a palavra do apóstolo João em relação ao nosso versículo: “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandeceu nas trevas, e as trevas não a compreenderam. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, glória como a do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1: 4-5, 14).

—Os materiais desta lição foi compilado por Daniel H. Peters
dos escritos de Ellen G. White, E. J. Waggoner, e diversos
 escritos dos ensinamentos da mensagem de 1888


Notae:
[1] The Glad Tidings, (As Boas Novas) Publicações Glad Tidings;

O irmão Daniel Peters vive na parte leste da cidade de Los Angeles, Estado da Califórnia, EUA, e trabalha como Conselheiro Oficial antidrogas e álcool para mães e mulheres grávidas. O seu coração foi sensivelmente tocado pela “mui preciosa mensagem” (Test. p/ Ministros, págs. 91 e 92) e sua vida tem sido apaixonadamente dedicada a esta mensagem que Deus outorgou à Sua igreja em 1888. Ele e sua família são membros da igreja adventista do sétimo dia de Whittier, uma cidade a 19 kms ao sul de Los Angeles, localizada no nº 8841 na Calmada Avenue, Whittier, Ca. 90605, EUA. Ele é tataraneto de Ellet J. Waggoner. O irmão Daniel é um ardoroso estudante da Bíblia e do Espírito de Profecia e de toda literatura relativa à mensagem de 1888. Ele foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, realizado em 21 e 22 de maio de 2010) na Igreja Adventista do Sétimo Dia da cidade de Reno, estado de Nevada, localizada na 7125 Weest 4th Street.

_____________________________