quarta-feira, 6 de maio de 2009

Lição 6 — Pecado

“Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no Meu trono; assim como Eu venci, e Me assentei com Meu Pai no Seu trono” (Apoc. 3:21).

Todos prontamente identificarão esta citação como a última mensagem de Cristo a Sua igreja remanescente. É uma promessa, assim como um apelo de nosso Sumo Sacerdote. Nós a lemos; a memorizamos; e a repetimos uns aos outros. Mas entendemos o que diz? “O que vencer" será o recipiente da benção de sentar-se com Jesus no Seu trono. Que promessa fantástica!

Nossa pergunta crucial é: O que quer dizer "vencer"? Vencer o que? A lição desta semana é focalizada no pecado, e a esperança é que a lição nos ajude a entender como livrar-se do pecado em nossa vida. Nossa meta deve ser descobrir como vencer o pecado e viver justamente pela fé no poder do nosso Salvador. Seguramente, este é o ponto crucial da verdadeira mensagem do Evangelho que Jesus nos exortou a pregar a todo o mundo (Mat. 24;14; Lucas 24:47). É a culminação das três mensagens angélicas de Apocalipse 14:6-12, que, finalmente, permite que Deus declare: "Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus, e a fé de Jesus".1

Vencer o pecado é a exata fundamentação da principal doutrina da Igreja Adventista do Sétimo Dia—a purificação do santuário. No entanto, o santuário não pode ser limpado enquanto pecados continuam a ser despejados nele. No dia típico de expiação, "O limpar do santuário, tanto quanto o próprio santuário, era o tirar para longe do santuário toda a transgressão do povo que, pelo serviço dos sacerdotes, tinha sido trazida para dentro do santuário durante o serviço anual. E esta torrente de pecado devia ser parada em sua fonte—os corações e vida dos adoradores, antes que o santuário pudesse ser purificado. Portanto o primeiro trabalho de purificação do santuário era a purificação das pessoas” (A. T. Jones, O Caminho Consagrado, pág. 120). Como era no típico, assim deve ser no ministério anti-típico de Cristo. O "exato primeiro trabalho" deve ser parar a torrente de pecado "em sua fonte, nos corações e vidas dos crentes”.

Nossos pioneiros descobriram a gloriosa verdade de que esse ministério final de Cristo no dia antitípico da expiação incluía tornar justo todos quantos criam (Boas Novas, pág. 72; cf. Waggoner em Romanos, pág. 88). Esta bendita verdade, que nós podemos vencer todo pecado, agora mesmo, nesta vida, é a promessa do concerto eterno (Mat. 1:21; Ezequiel 36:25-29; Heb. 8:10). É por isto que Jesus morreu, não só para pronunciar você inocente por alguma misteriosa contabilidade celestial, mas realmente fazê-lo justo. "... Descobrimos que quando Cristo nos cobre com o manto da Sua própria Justiça, Ele não nos fornece uma capa para (*cobrir o nosso) pecado mas remove o pecado. E isto mostra que o perdão dos pecados é algo mais que uma mera forma, algo mais que um mero lançamento ou estorno nos livros de registro do céu, com o efeito de que o pecado foi cancelado. O perdão dos pecados é uma realidade; é algo tangível, algo que vitalmente afeta o indivíduo. Realmente limpa-o da culpa, e se ele é purificado da culpa, é justificado, é feito justo, ele certamente sofreu uma mudança radical. É, de fato, outra pessoa, porque ele obteve a justiça para a remissão dos pecados, em Cristo". (E. J. Waggoner, Cristo e Sua Justiça, pág. 74).

O (*nosso) Guia (*de Estudos) usa a definição padrão para pecado: "Transgressão da lei" (1ª João 3:4). A lei é um transcrito do caráter de Deus. Portanto, continuar em pecado é rejeitar Seu caráter, e continuamente rebelar-se contra Sua vontade para nós. Deus quer que todos "venham a arrepender-se" (2ª Pedro 3:9). O desejo do nosso Pai e o propósito da morte dos Jesus era trazer "liberdade aos cativos” — a raça humana atolada em pecado (Isa. 61:1; Lucas 4:18; Col. 1:13; Isa. 42:5-7).

É uma noção oximorônica (*de aparência sarcasticamente contraditória2) reivindicar que somos "salvos" se continuamos a viver uma vida de (*continuo) pecar e arrepender-se, esperando que na volta de Cristo, magicamente seremos libertados do nosso hábito odioso de rebelião.

O que "um homem" fez em trazer todo o mundo sob condenação por rebelião contra Deus, foi desfeito por "um Homem" Cristo Jesus. Este é o foco da mensagem de Cristo e Sua justiça que o Senhor enviou ao mundo em 1888. Com este "único ato justo" na cruz, nosso Salvador tanto redimiu quanto reconciliou o perdido mundo a Deus. (Rom. 5:18; 2 Cor. 5:14, 19; Atos 13:38, 39).

Nas notas da lição da terça-feira nós somos lembrados do debate teológico complexo que se seguiu por mais de 1700 anos. É o pecado o que nós somos, ou o que nós cometemos? Ou seria o pecado ambos, o que nós somos e o que nós fazemos? Se o pecado, pelo qual nós somos condenados, é o que nós somos por nascimento na raça humana, então toda esperança de vencer o pecado deve ser abandonada. Nós não podemos mudar nossa natureza física caída. Não há absolutamente nenhuma verdade na idéia de "carne santa". Nunca foi meta do Cristo aperfeiçoar a carne com que nós nascemos—essa carne foi crucificada. Nossa casa carnal pode ser crucificada com Ele, agora; será transformada "num piscar de olhos" na segunda vinda de Cristo (Gal. 2:20; 1ª Cor. 15:51-54). A "casa" em que nós vivemos não é nenhuma desculpa para pecar continuadamente. Ao tomar nossa natureza caída sobre Si mesmo, Cristo provou ser isto verdade. Em carne pecaminosa caída, Cristo venceu cada tentação com que Satanás pode imaginar assaltá-Lo, e em cada ponto, Cristo venceu pela fé no poder do Seu Pai. Ele "como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado" (Heb. 4:15).

Eis porque "a humanidade do Filho de Deus é tudo para nós" (Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 244). "Cristo veio a esta terra para mostrar que na humanidade Ele podia guardar a santa lei de Deus. Ele disse: 'Eu tenho guardado os mandamentos de Meu Pai' (*João 15:12). O Salvador propôs restabelecer os princípios de dependência humana de Deus e cooperação entre Deus e o homem" (Manuscript Releases, vol. 5, pág. 114).

Por que Cristo nos adverte a vencer como Ele mesmo também venceu? Porque Ele provou que é possível parar a corrente de pecado em sua exata fonte—os nossos corações e mentes. A transformação Cristo procura negociá-la com nossa mente. "Deixa estar em você esta mente que estava também em Cristo Jesus" (Phil. 2:5, KJV); e "sede transformados pela renovação da vossa mente" (Rom. 12:2, KJV e NVI). É uma transformação radical de nosso caráter que nos recria à "semelhança de Cristo" (veja Eventos Finais, pág. 183, ú. p. do 3º §; A Fé Pela Qual Eu Vivo, pág. 150; e Mensagens aos Jovens, pág. 160).

"O sangue precioso de Jesus é a fonte preparada para purificar a alma da mancha do pecado. Quando você determinar tomá-Lo como seu amigo, uma nova e duradoura luz brilhará da cruz de Cristo. Um verdadeiro sentido do sacrifício e intercessão do querido Salvador quebrantará o coração que tornou-se endurecido em pecado; e amor, gratidão, e humildade virão à alma. A rendição do coração a Jesus subjuga o rebelde num arrependido, e então a linguagem da alma obediente é: "as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (*2ª Cor. 5: 17). Esta é a verdadeira religião da Bíblia. Tudo além disto é um engano. (Ellen G. White, Testimonies, vol. 4, pág. 625).

Em destaque no final da lição de terça-feira há um enigma. "Suponha você que houvesse chegado a um ponto em que tivesse alcançado verdadeiramente vitória sobre o pecado" e "suponha que você refletisse ‘perfeitamente’ o caráter de Jesus"—o que mais Deus está pedindo de nós? (sic.3) O maior desejo de Deus é que permitamos que Ele realize isto em nós. Quando nós alcançarmos este ponto, nós ainda necessitaremos um Salvador? Sem dúvida! Iremos sempre e eternamente depender do poder de nosso Salvador.

Nós nunca poderemos "caminhar sozinhos" quando confrontados pelo ardiloso inimigo. A Santificação é de fato a "obra da vida inteira," mas não tomará a “vida inteira” antes de nós podermos alcançar perfeição de caráter. Quando a semente cai no chão, é perfeita. Quando brota, é um broto perfeito; ao ele crescer é uma planta perfeita e produz frutos perfeitos. Em cada etapa no processo de crescimento da planta, ela está vivendo tudo que o Criador planejou para ela ser (Parábolas de Jesus, págs. 82-84)4. Então pode estar conosco em nosso processo cristão de crescimento. Ao nós, momento a momento, submetermos nossa vontade à vontade do Pai, iremos continuamente contar com o poder de nosso Salvador para nos livrar do pecado. Pela fé nEle e plenamente rendidos a Ele, nós reconheceremos nossa dependência total de Cristo em tudo. Nós não podemos viver sem Ele; Ele é nossa própria existência e fonte de toda força. A promessa de Cristo a nós é, “a minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2ª Cor. 12:9). Vencendo o pecado em "cada ponto" e "perfeitamente refletindo o caráter de Jesus" não é uma negação de nossa necessidade do Salvador. Longe disto. É uma declaração a viva voz de que nós somos totalmente dependentes e dedicados a Ele todos os dias e em cada maneira. Os que dizem que vencer o pecado é perto do impossível são os mesmos que negam sua necessidade do poder do Salvador.

Qual é a resposta ao problema de pecado? Fé firme no poder de Cristo sobre o pecado e Satanás. "Aqui está a fé: 'Onde não há somente uma crença na Palavra de Deus, mas uma submissão da vontade a Ele; onde o coração é cedido a Ele, os afetos fixos sobre Ele'. Agora, estas são expressões pesadas; vale a pena considerá-las. 'A submissão da sua vontade foi rendida a Ele? Está sua vontade submetida a Ele para nunca ser tomada de volta, nem ser exercida ao seu próprio modo, nem para si? Está Sua vontade rendida a Ele? ... “Cristo não pode entrar plenamente, a menos que haja uma total submissão a Ele. Deixe que haja efetiva morte aqui. Deixe que haja real morte do eu. Isso é o que significa; significa morte". (A. T. Jones, Boletim da Conferência Geral de 1893, pág. 299, paginação original). Santificação e perfeição de caráter significa morte do eu e de tudo o que o eu deseja. O propósito de dia antitípico de Cristo do ministério de expiação é a perfeição de nossos caracteres. Deixemos apressar Seu trabalho, submetendo-nos plenamente à Sua vontade para nós.

—Ann Walper

Notas do tradutor:

1) Após o pré-lapsarianismo ter-se alastrado majoritariamente no nosso arraial ASD—a partir dos anos 50—tem-se ouvido, de maneira crescente, muitos dos nossos ensinadores e pregadores propalarem as idéias dos 'irmãos evangélicos': “—para alguém estar na vida eterna depende exclusivamente da obediência de Cristo que lhe é creditada, imputada! A obediência de Cristo é tudo o de que necessitamos, e ela nos basta para nos garantir um lugar na pátria celestial ! ! !”

E se alguém se aventura a considerar que, além da obediência de Cristo, faz-se necessário também a nossa obediência ... eis que se alcunha o tal de legalista! E debocha-se dele, chamando de retrógrado, extremista, etc.

Que diz o Espírito de Profecia a respeito da necessidade da nossa obediência? Eis alguns textos:

"Logo no início da vida cristã, deve ensinar-se aos crentes seus princípios fundamentais. Deve-se-lhes ensinar que não serão salvos somente pelo sacrifício de Cristo, mas que também devem tornar a vida de Cristo a sua vida e o caráter de Cristo o seu caráter. Ensine-se a todos, que precisam levar fardos e renunciar às inclinações naturais" (Patriarcas e Profetas, págs. 57-58).

"Há esperança para cada um de nós, mas de uma só maneira - apegando-nos a Cristo e empregando toda energia para obter a perfeição de Seu caráter. Essa religião piegas que faz pouco do pecado, e só realça o amor de Deus pelo pecador, encoraja os pecadores a crer que Deus os salvará enquanto continuarem no pecado, sabendo que é pecado. É isso que estão fazendo muitos que professam crer na verdade presente. A verdade é mantida à parte de sua vida e essa é a razão pela qual não mais tem o poder de convencer e converter a alma. Deve haver um esforço de cada nervo, fibra e músculo para deixar o mundo, seus costumes, práticas e modas. " (EGW, Cristo Triunfante -- MM 2002, pág. 80).

"A salvação do pecador depende... de deixar de transgredir, e de obedecer a essa lei transgredida. Ninguém deveria abusar da misericórdia de Deus, sentindo-se livre para pecar tanto quanto tenha vontade." (EGW, Cristo Triunfante -- MM 2002, pág. 76).

Deveria ser unânime a conclusão de que, para alguém vir a ter parte na vida eterna, não basta que Jesus tenha sido justo, correto, altruísta, etc. Pensar que estaremos lá ainda que permaneçamos conscientemente cedendo e alimentando as nossas tendências ao egoísmo é um dos enganos que o inimigo de Deus tem usado com êxito crescente em nosso meio ... lamentavelmente.

Mas ... não é isso o que acontece com todos! Felizmente!

2) Como diz a irmã Ana Walper esta é uma noção oximorônica (*de aparência sarcasticamente contraditória, termo derivado em português de oximoro ou oximoron), reivindicar que somos "salvos" se continuamos a viver uma vida de pecar e arrepender-se, pecar e arrepender-se, esperando que na segunda vinda magicamente sejamos libertados do nosso odioso hábito de rebelião.

No ano passado o irmão Creig Barnes, na introspecção da lição 2 do último trimestre (de 2008), Crise Cósmica: Ruptura da Ordem Universa, usou o mesmo termo assim: “Adão, como o primeiro homem e pai da raça humana, nos vendeu à prisão, por assim dizer, e deu a esta raça pecado e morte na caída, pecaminosa natureza humana—tanto carne como mente. Assim a felicidade da inocência foi retirada da humanidade. O homem, que previamente conhecia unicamente o bem, agora aprendeu o mal.

Como aquela lição apresentava, este pensamento foi desenvolvido na mente de Satanás, enquanto estava ainda no paraíso celestial. Uma mente sem pecado concebeu pecado—isto é um oximoro (*uma aparente contradição). Entretanto, obviamente, é possível para uma mente sem pecado cometer pecado.”

3) Esta última frase “—o que mais Deus está pedindo de nós?” é como está no guia de estudos da lição original em inglês. Em nosso guia de estudos em português ela foi substituída pela seguinte pergunta: “Por que, mesmo assim, você ainda precisaria de um Salvador cuja justiça seria a única a lhe permitir apresentar-se sem ‘condenação’ (Rom. 8:1) diante de Deus?).

4) Transcrevemos, a seguir inspiradores §§ de Parábolas de Jesus, págs. 82 – 84:

“Em tudo quanto tende à manutenção do homem vemos a cooperação do esforço Divino e do humano. Não poderá haver colheita, se a mão humana não fizer sua parte no semear a semente. Mas sem as forças naturais, que Deus provê, dando sol e chuva, orvalho e nuvens, não haveria multiplicação. Assim é em todo ramo de trabalho, em todo setor de estudo e Ciência. Assim é no terreno espiritual, na formação do caráter e em toda esfera de serviço cristão. Temos que fazer nossa parte, porém o poder da divindade precisa unir-se ao nosso, pois de outro modo nossos esforços serão inúteis.

Sempre que o homem realiza alguma coisa, seja espiritual, seja material, deverá reconhecer que somente o consegue pela cooperação do seu Criador. É-nos muitíssimo necessário reconhecer nossa dependência de Deus. Deposita-se demasiada fé nos homens, e confia-se muito nas invenções humanas. Há pouquíssima confiança no poder que Deus está pronto a proporcionar-nos. "Somos cooperadores de Deus." I Cor. 3:9. Enormemente inferior é a parte do instrumento humano, mas, se estiver ligada à divindade de Cristo, pode fazer todas as coisas pelo poder que Cristo lhe comunica.

O desenvolvimento gradual da planta contida na semente, é uma lição objetiva na educação das crianças. Tem-se "primeiro, a erva, depois, a espiga, e, por último, o grão cheio na espiga". Mar. 4:28.

Aquele que deu esta parábola, criou a tenra semente, deu-lhe as propriedades vitais e ordenou as leis que lhe governam o crescimento. E as verdades que ensina a parábola tornaram-se uma viva realidade em Sua própria vida. Tanto em Sua natureza física como na espiritual, obedecia à ordem divina do crescimento, ilustrada pela planta, como deseja que todo adolescente faça. Embora fosse a Majestade do Céu, o Rei da glória, tornou-Se uma criancinha em Belém e, durante algum tempo, representou o indefeso menino sob os cuidados da mãe. Na infância, procedia como criança obediente. Falava e agia com a sabedoria de criança e não de homem, honrando os pais, e cumprindo-lhes os desejos em coisas úteis, de acordo com sua aptidão infantil. Mas, em cada fase de Seu desenvolvimento, era perfeito, com a graça simples e natural de uma vida inocente. De Sua infância diz o relatório sagrado: "E o Menino crescia e Se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre Ele" (Luc. 2:40). E de Sua juventude, é narrado: "E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens" (Luc. 2:52).

Aqui nos é sugerido o dever dos pais e mestres. Seu empenho deve ser cultivar as tendências dos adolescentes para que em cada fase de sua vida representem a beleza natural apropriada a esse período, desenvolvendo-se naturalmente como as plantas no jardim. São mais atrativas as crianças naturais e inocentes. Não é prudente dar-lhes atenção especial, e recordar diante delas seus ditos vivazes. Não se deve animar a vaidade, louvando-lhes o olhar, suas palavras ou os feitos; tampouco devem ser vestidas com roupas caras e vistosas. Isto lhes inspira orgulho e provoca inveja no coração de seus companheiros.

Os pequenos devem ser educados com simplicidade infantil.

Cumpre serem exercitados a contentar-se com os pequenos e úteis deveres, e com os prazeres e experiências próprios da sua idade. A infância corresponde à erva da parábola, e a erva tem em si uma beleza peculiar. Não se deve obrigá-los à maturidade precoce, mas conservar-lhes, tanto quanto possível, o frescor e graça dos seus primeiros anos.

Podem as criancinhas ser cristãs, tendo uma experiência de acordo com sua idade. Isto é tudo quanto Deus delas espera. Necessitam de ser educadas nas coisas espirituais; e os pais devem dar-lhes toda oportunidade para que formem caráter semelhante ao de Cristo.

Nas leis de Deus na Natureza, o efeito segue à causa com certeza infalível. A colheita testificará do que foi a sementeira. O obreiro negligente é condenado por sua obra. A sega dá testemunho contra ele. Assim é nas coisas espirituais: a fidelidade de cada obreiro é medida pelos resultados do trabalho. O caráter de sua obra, quer diligente quer lerdo, é revelado pela colheita. Assim é decidido o seu destino para a eternidade.

Toda semente lançada produz uma colheita segundo sua espécie. O mesmo se dá na vida humana. Necessitamos todos, lançar as sementes da compaixão, simpatia e amor; porque o que semearmos isso colheremos. Toda característica de egoísmo, amor-próprio, estima própria, todo ato de condescendência consigo mesmo produzirá fruto semelhante. Aquele que vive para si, está semeando na carne, e da carne brotará corrupção.

Deus não destrói a ninguém. Todo aquele que for destruído ter-se-á destruído a si mesmo. Todo aquele que sufoca as admoestações da consciência está lançando as sementes da incredulidade, e estas produzirão uma colheita certa.