terça-feira, 5 de maio de 2009

O Que é o Pecado

O pecado não é uma fatalidade por termos nascidos na raça humana, mas é escolha.

"Aquele, pois, que sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado" (Tiago 4:17), e a NIV diz: "isto para ele é pecado".

O salmista diz, no capitulo 119:30, "Escolhi o caminho da verdade, propus-me seguir as tuas leis".

Para entendermos de justificação pela fé, a primeira questão a ser respondida é: Somos justificados do que? Do pecado, mas, o que é o pecado?

A resposta que você der a essa pergunta orientará toda a teologia que você seguirá.

É ele o modo que somos ou o caminho que nós escolhemos?

Acontece quando nascemos ou quando consentimos em errar?

Para compreendermos a salvação que nos é dada é essencial estarmos cientes do que, e, como estamos sendo livrados:

Somos libertados dos pecados ou nos pecados?

Para pregarmos sobre o juízo final, precisamos saber que nossa doutrina do pecado inclui responsabilidade pelos atos, de outro modo estaremos sendo incoerentes.

Se eu peco simplesmente porque sou filho de Adão, então não posso responder por meus atos, e um julgamento seria impróprio, injusto.

Mas, se pecado é escolha, opção, então sim é compreensível que:

Deus há de trazer a juízo toda obra, quer seja boa, quer seja má, Eclesiastes. 12:14, e de que Deus julga segundo a obra de cada um, 1ª Pedro 1:17.

Pecado é decisão. Não é apenas um pensamento.É uma entrega de si mesmo.

Não é um ente qualquer que se acomoda dentro de nós, obrigando-nos a praticar coisas erradas. Dizemos que o pecado está dentro de nós apenas no sentido de que a decisão que tomamos se passa em nosso interior.

"A depravação moral consiste no egoísmo, ou na escolha do interesse próprio, da autosatisfação ou autogratificação como objetivo de vida"; conseqüentemente, não pode ser uma natureza pecaminosa ou um apetite natural para o pecado.

A depravação moral, é que é a depravação do livre-arbítrio, é o próprio pecado e não a causa dele.

"Crer que um Deus santo está irado contra uma criatura, por possuir ela uma natureza com a qual já nasceu; crer que Deus, desde o advento do pecado cria seres humanos com uma natureza pecaminosa, e os põe no mundo, sem seus conhecimentos e sem seus consentimentos, da qual natureza só pode brotar coisas más, e, depois, os manda para o inferno de fogo eterno, como ensinam essas pessoas, são duas doutrinas monstruosas que destorcem o caráter de Deus".

É verdade que a raça humana caiu em pecado no Éden, mas é também verdade que Deus interferiu imediatamente e coloca em cada um que não O impeça, uma inimizade contra o mal, contra o pecado, Gênesis. 3:15, para que possa optar pela justiça.

O crermos que herdamos o pecado original de Adão, nos leva a um conceito errado do pecado.

O pecado é uma decisão pessoal, e não uma substância. É uma questão moral. É uma decisão pela qual cada um de nós, pessoal e individualmente, é responsável.

A maioria do mundo cristão, (inclusive muitos adventistas do sétimo dia), aceitam, de uma forma ou outra, embora possam negá-lo, a doutrina católica do pecado original, que diz que somos condenados e culpados diante de Deus, unicamente porque nascemos na família humana, devido a nossa natureza pecaminosa.

Romanos 5:12, que diz: "Como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram", não é suporte para a idéia do pecado original porque, em Romanos 5, Paulo não esta tentando explicar o que é o pecado, nem qual é a sua natureza. Mas, o outro modo de ver o que é o pecado, é que ele é o resultado da escolha.

A natureza, plantas, e animais, estão cheios de coisas más, entretanto, não são condenados, e não são objetos de redenção por Deus, porque não têm noção de valores morais. Só o homem foi dotado da inteligência, do raciocínio, que o habilita a tal. A culpa exige entendimento prévio e rebelião proposital. Toda condenação é sempre baseada em conhecimento anterior.

"Todo aquele que sabe o bem que deve fazer, e não o faz, isto para ele é pecado", Tiago 4:17.

Duas são as conseqüências do pecado:

A primeira é a maldição do pecado que produz a primeira morte; é o resultado do pecado;

A segunda é a penalidade do pecado que é a segunda morte, é a conseqüência da culpa do pecado.

Quando falamos de pecado é importante pois, distinguir entre resultado do pecado e culpa do pecado.,

Temos a maldição — os resultados inerentes do pecado — que os seres humanos, animais e toda a natureza em geral experimentam que é a maldição do pecado, que leva à morte— a primeira morte.

Por outro lado, temos a culpa, que leva à penalidade do pecado — a segunda morte, que foi paga por Jesus Cristo na cruz do calvário. Se crermos na salvação dEle, nós nunca padeceremos a segunda morte.

A expiação cobre estas duas conseqüências do pecado:

1º) Abrange a culpa, através do perdão. A justificação, a salvação, o evangelho, e a santificação etc. aplicam-se, particularmente as questões relativas à culpa, à penalidade e ao juízo final, e,

2º) A expiação também ameniza os males resultantes do pecado, por recriar e restaurar o que a maldição do pecado tem causado.

É fundamentalmente por causa da falta de compreensão desse princípio, que muitas pessoas entendem que a declaração divina do Êxodo 20:5, de que Deus visita "a maldade dos pais nos filhos", é contraditória com Sua afirmação em Ezequiel 18:20, de que "o filho não leva iniqüidade do pai".

O senhor nos deu uma claríssima compreensão dessa distinção entre conseqüências e culpa, no livro “Patriarcas e Profetas”, pág. 306:

"É inevitável que os filhos sofram as conseqüências das más ações dos pais, mas não são castigados pela culpa deles, a não ser que participem de seus pecados. Dá-se, entretanto, em geral, o caso de os filhos andarem nas pegadas de seus pais. Por herança e exemplo os filhos se tornam participantes do pecado dos pais. Tendências erradas, apetites pervertidos, e moral vil, bem como enfermidades físicas e degeneração, são transmitidos como um legado de pai a filho, até a terceira e quarta geração".

Portanto, colhemos os resultados, as conseqüências dos pecados de nossos pais no nascimento, mas não partilhamos de sua culpa até escolhermos partilhar de seus pecados. Assim, todos sofremos as conseqüências do pecado de Adão, as tendências erradas, envelhecimento moral, doenças físicas e degeneração e, finalmente, a primeira morte. Mas não sofremos a penalidade do pecado de Adão. Note esta importante declaração:

"Os filhos não são castigados pela culpa dos pais, a não ser que participem de seus pecados".

E, de "O Conflito dos Séculos". Págs. 27 e 28 ouvimos:

"Muitos havia ainda entre os judeus que eram ignorantes quanto ao caráter e obra de Cristo".

A serva do Senhor esta falando aí de algum tempo após a ascensão de Jesus, antes da destruição de Jerusalém no ano 70 de nossa era.

"E os filhos não haviam gozado das oportunidades nem recebido a luz que seus pais tinham desprezado. Mediante a pregação dos apóstolos e de seus cooperadores, Deus faria com que a luz resplandecesse sobre eles; ser-lhes-ia permitido ver como a profecia se cumprira, não somente no nascimento e vida de Cristo, mas, também, em sua morte e ressurreição. Os filhos não foram condenados pelos pecados dos pais; quando porém, conhecedores de toda a luz dada a seus pais, os filhos rejeitaram a luz que lhes fora concedida a mais. Tornando-se, assim participantes dos pecados daqueles, encheram a medida da iniquidade de Deus".

Por causa de envolvimento pessoal, de compreensão individual, a culpa foi-lhes atribuída.

Nossa condenação procede da escolha espontânea de seguir veredas pecaminosas, as pisadas do primeiro homem, em clara oposição ao "assim disse o senhor", preferindo exercer a nossa natureza pecaminosa.

"Nenhum homem pode ser forçado a transgredir. Seu próprio consentimento precisa primeiramente ser obtido; a alma deve primeiro pretender praticar o ato pecaminoso antes que a paixão possa dominar a razão ou a iniquidade triunfar sobre a consciência. A tentação, embora poderosa, não é desculpa para o pecado" (Testemunhos para a Igreja, vol. 5, pág. 177).

"Porque se voluntariamente continuarmos no pecado, depois de termos recebido pleno conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados" (Hebreus 10:26).

"Se a luz vem e é posta de lado ou menosprezada, há condenação e desaprovação divina, mas antes que a luz venha, não há pecado, porquanto não há luz para rejeitar" (Testemunhos, vol. I pág. 116).

Note que pecado não é algo recebido por herança.

A culpa não procede da natureza, mas é resultado de conhecer o que é o certo e praticar o errado.

É rebelião proposital contra Deus.

Tenha presente, irmão, em sua mente, que não seremos responsáveis pela luz que não conhecemos, mas por aquela a qual temos resistido e rejeitado.

"Nós não seremos tidos por culpados por luz que não atingiu nossa percepção, mas por aquela a qual resistimos e recusamos. Um homem não pode captar uma verdade que nunca lhe foi apresentada, e, portanto não pode ser condenado por luz que nunca teve" (Comentário Bíblico, vol. 5, pág. 1145)

O livro de Atos contém uma passagem que intrigou muitos do povo de Deus através dos anos:

"Mas Deus, não levando em conta todos os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens, em todo lugar se arrependam" (Atos 17:30).

Se considerarmos, todavia, essa passagem à luz do que a mensageira de Deus nos falou, e dos ensinamentos de Jesus, descobriremos seu claro significado.

"A luz manifesta e condena os erros que se ocultavam nas trevas; mas, ao chegar a luz..., a vida e o caráter dos homens devem mudar correspondentemente, para com ela se harmonizarem. Pecados que eram outrora cometidos por ignorância, devido à cegueira do espírito, já não podem continuar a merecer condescendência sem que se incorra em culpa". (Obreiros Evangélicos, pág. 162).

Uma vez que sabemos que nossos atos são errados, nós nos tornamos culpados se nos mantivermos entregando à pratica destes pecados. Mas antes de o sabermos, não éramos culpados. Após compreendermos, sim! Nós somos culpados. A culpa está, pois ligada, a escolha e ao conhecimento.

Outro aspecto que deveria ser abordado é: Se há culpa em pensamentos ou desejos maus.

A "nova teologia" (que é em realidade nada mais que teologia protestante, a qual, por sua vez, é meramente catolicismo agostiniano) ensina que há culpa no desejo, mesmo quando resistido através do exercício da vontade.

Um dos primeiros proponentes desse ensino dentro da igreja Adventista do Sétimo Dia declarou, abertamente: "Há culpa nos maus desejos, mesmo quando dominados pela vontade".

Todavia, a palavra de Deus diz:

"Cada um, porém, é tentado e atraído quando engodado pela sua própria concupiscência, então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte". (Tiago 1: 14 e 15). Aqui vemos um desenvolvimento, partindo-se do desejo, e praticando-se o próprio pecado.

"O pecado de se falar mal começa com o afagar-se pensamentos perniciosos... Um pensamento impuro tolerado, um desejo não santificado, acariciado, e a alma é contaminada, sua integridade comprometida" (Testemunhos para a Igreja, vol.5, pág. 177).

Por favor, note a diferença. É a tolerância de pensamentos impuros, é o amimar os desejos não santificados que constitui o pecado e a contaminação. Não é certo dizer-se que há pecado no desejo de pecar, se tal desejo é instantaneamente repelido.

"Cada pensamento impuro deve ser instantaneamente repelido" (Ibidem).

Assim, pecado é o resultado de se ceder ao desejo.

"Há pensamentos e sentimentos sugeridos e despertados por Satanás, que molestam mesmo o melhor dos homens, mas se eles não são abrigados, se são repelidos como odiosos, a alma não é contaminada pela culpa" (Review and Herald, 27 de março de 1888).

Dessa maneira, não é o nascimento, a natureza que nos condena diante do Universo, mas pecamos por causa da nossa contumaz rebelião em ignorar a vontade de Deus, dando vazão à nossa natureza pecaminosa.

É quando escolhemos o eu em lugar de Deus que nos tornamos culpados.

Se crermos que pecado é opção, que pecamos quando deliberadamente escolhemos praticá-lo, exercendo nossa natureza pecaminosa, então entenderemos que Jesus pôde tomar nossa natureza decaída e exerceu a opção de não pecar; então compreenderemos o caráter de Deus, e teremos a vida eterna, João 17: 3, porque contemplaremos um Deus altruísta que Se deu completamente com o risco de perda eterna; então seremos mordomos fiéis, conscientemente faremos a Sua vontade; mas lembre-se é Deus quem realizará em você o querer e o efetuar. (Filipenses 2:13).

No verdadeiro evangelho, onde pecado é opção, feita em cada tentação, vencida com firme fé num assim “está escrito”, exercendo o livre arbítrio com que Cristo nos criou, há óleo nas almotolias; há o poder de Deus a nossa disposição para cumprirmos por fé a Sua vontade. Em Testemunhos Para Ministros, página 234 nos é dito: “O óleo é a justiça de Cristo, representa o caráter, e o caráter é intransferível, cada um deve adquirir para si mesmo um caráter purificado de toda mancha do pecado”.

Na meditação matinal de 2002, “O Cristo Triunfante”, página 299 temos isto: “Alguns têm perguntado o que devem fazer para receber o Espírito Santo? Peçam que Deus lhes esquadrinhe os corações, nada façam para satisfação egoísta”.

Do Desejado de Todas as Nações, página 805, ouvimos: “O Espírito Santo é o sopro da vida espiritual na alma. A comunicação do Espírito Santo é a transmissão da vida de Cristo, reveste o que o recebe com os atributos de Cristo”.

Você vê, Ele optou por não pecar e ofereceu fazer isso em nossas vidas também. Que Deus realize isto em cada um de nós é nosso desejo e oração.

Amém.