quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Lição 8 — Joabe o Fraco Valente de Davi, por Jerry Finneman

para a lição de 14 a 20 de Novembro de 2010

Forte em poderio militar, Joabe tornou-se moralmente fraco. Uma lição que aprendemos com a sua vida é que o mal persegue os pecadores impenitentes (*que não se arrependem) e vai surpreendê-los afinal.

Joabe, cujo nome significa "Jeová é pai", era o filho da irmã de Davi, Zeruia (1º Crônicas 2:15-16). Em seus dias, os pais geralmente escolhiam o nome de uma criança com esperança de que ela seria o que o nome significava. Os pais de Joabe desejaram que ele fosse um filho de Deus pela fé. Em seus primeiros dias Joabe pode ter tido uma experiência de conversão. Mais tarde em sua vida, ele falava sobre Deus, mas suas ações mostravam que ele não tinha nenhuma conexão salvífica com Deus.

Depois que se tornou rei, Davi partiu para a conquista de Jebus, cidade dos jebuseus, para fazer dela sua capital. David realizou a captura da cidade, desafiando uma maldição e superando um obstáculo aparentemente intransponível natural. Antes da batalha começar, David declarou: "Qualquer que primeiro ferir os jebuseus será chefe e capitão [do Exército]. Então Joabe, filho de Zeruia, subiu primeiro a ela, pelo que foi feito chefe" (1º Crônicas 11:6), se tornando o segundo em comando na administração de Davi.

2º Samuel 10 registra outra situação aparentemente impossível, sem nenhum escape óbvio para o exército de Davi. “Vendo, pois, Joabe que a batalha estava preparada contra ele pela frente e pela retaguarda” (*2º Sam. 10:9), Então, ele e seu irmão, Abisai, formaram duas frentes de ataque e deixaram os resultados nas mãos de Deus. Joabe, então animou Abisai, com estas palavras:

“Se os sírios forem mais fortes do que eu, tu me virás em socorro; e se os filhos de Amon forem mais fortes do que tu, irei a socorrer-te. Esforça-te, pois, e esforce-mo-nos pelo nosso povo, e pelas cidades do nosso Deus; e faça o Senhor o que bem parecer aos Seus olhos” (2º Samuel 10:9, 11-12).

Com o passar do tempo, Joabe endureceu o coração. Ele se tornou um assassino de sangue frio. Ele esteve envolvido no assassinato de Urias, o hitita, premeditado por Davi. Cada vez mais, Joabe se mostrou um homem ciumento, que fazia tudo para agradar a si mesmo. Quando suas opiniões pessoais entraram em conflito com as decisões do rei, Joabe sentiu-se livre para traçar seu próprio caminho, mesmo com o assassinato cometido por vingança pessoal, como no caso de Abner.

Durante um tempo de paz, Joabe utilizou fraude para matar Abner, hóspede do rei, para vingar a morte de seu irmão Asael, que Abner matara durante a guerra (*em Gibeão). Joab, como todos os homens falsos, presumiram que Abner e todos os outros homens eram tão falsos quanto ele. Davi entendeu isso e se distanciou de Joabe. Ele lamentou a morte de Abner, e pronunciou uma ampla maldição sobre Joabe e seus descendentes (2ª Samuel 3:28-31). No entanto, Joabe manteve sua posição.

Mais tarde, quando Absalão se rebelou contra Davi, Joabe foi então contra a ordem direta do rei, para poupar a vida de Absalão. Esta indignidade, finalmente, levou David para depor Joabe, da posição de comandante-em-chefe do exército. Amasa foi colocado no lugar de Joabe (2º Samuel 19:13). Joabe ficou enfurecido, com ciúme, e decidiu matar Amasa.

Novamente a falsidade de Joabe é revelada. Ele escondeu o seu ódio e cumprimentou Amasa, tomando-o pela barba e beijando-o. Amasa confiou no aparente gesto de reconciliação de Joabe, mas essa confiança foi traída e Joab aproveitou a oportunidade para matar o seu rival (2ª Samuel 20:7-10). David novamente poupou Joabe da punição. Ele continuou a ser o comandante-em-chefe. A despeito de seus defeitos, ele era o homem mais capaz para o cargo, e David ainda presumiu, erroneamente, que Joabe seria leal a ele. Somente após Davi transferir o reino para Salomão que Joabe foi devidamente punido.

Na velhice, o declínio da força de Davi levou Adonias a tentar um golpe. Como filho mais velho sobrevivente de Davi, Adonias, sentiu que deveria ser o próximo rei. Vários altos funcionários concordaram com ele. Joabe, sabendo muito bem que ele estava indo contra a vontade de Davi, juntou-se com Abiatar, o sumo sacerdote, nessa tentativa descarada e traidora contra o trono. Por outro lado, o profeta Natã e Bate-Seba, com outro sacerdote de nome Zadoque, pôs em marcha um contra complô, que frustrou a tentativa de Adonias. Davi informou que Salomão seria ungido rei segundo a palavra do Senhor.

O tempo havia finalmente chegado para Joabe colher o que tinha semeado. Para sermos corretos, notamos que este homem tinha realizado muitos grandes feitos de bravura, como a captura de Jebus e de Amã, capital de Amon, e também ele protegeu David durante a revolta de Absalão.

Mas o serviço de Joabe, estava condicionado à sua concordância pessoal com as decisões do rei. Quando lhe conveio ele matou, sem levar em conta princípios ou os desejos do rei. Ele tirou a vida de Abner, Amasa e Absalão, filho do próprio rei, causando muitos danos pessoais e administrativos a David. Por muitos anos Joabe, efetivamente, sequestrou o rei por causa da situação de instabilidade política e militar e influência pessoal do próprio Joabe sobre o exército. No final, David passou por muitos dos atos de traição do seu general. Sua única acusação registrada contra Joabe foi sobre o assassinato de Abner e Amasa. David disse a Salomão para não deixar Joabe morrer de morte natural, pois sabia que Joabe não estava arrependido. Ele sabia que Joabe faria ainda mais danos para o reino sob o reinado de Salomão.

Joabe, compreendendo o perigo, correu para a tenda das congregação e agarrou as pontas do altar do sacrifício, reivindicando a proteção de Deus (1º Reis 2:28). Nesta ação, Joabe mostrou seu desrespeito final, não só para com Davi como seu rei, mas também para com Deus. O ato sagrado de agarrar as pontas do altar, como um pedido de proteção, era somente para aqueles que tinham matado alguém acidentalmente. Em Êxodo 21:12-14, está escrito: "Quem ferir alguém, de modo que este morra, certamente será morto. Porém, se lhe não armou cilada, mas Deus lho entregou nas mãos, ordenar-te-ei um lugar para onde fugirá. Mas se alguém agir premeditadamente contra o seu próximo, matando-o à traição, tirá-lo-ás do Meu altar, para que morra.”

De acordo com o comando do David e em harmonia com a Palavra de Deus, Salomão enviou Benaia, comandante das suas forças armadas para tirar Joabe do altar, e trazê-lo para o tribunal, onde ele poderia fazer sua defesa. No entanto, Joabe disse que não iria deixar o altar, mas ele morreria ali e não em outro lugar,1º Reis 2:28-34.

Se Joabe tivesse se arrependido verdadeiramente, sua vida poderia ter sido poupada. Pelo menos, Deus em Sua misericórdia teria dado a Joabe a vida eterna, desde que o seu arrependimento fosse de um coração sincero. Mas ele persistiu na vontade própria e rebelião proposital, até que foi tão corrompido que não havia uma característica salvadora nele. Sua consciência estava cauterizada além de possibilidade de reparo.

Então, o que devemos aprender disto? A paciência de David e longanimidade para com Joabe parece quase inacreditável. No entanto, apenas fracamente reflete o amor de Deus. Deus não quer que ninguém seja abandonado para morrer, 2ª Pedro 3:9. Não importa quão monstruosamente uma pessoa traiu o Senhor, ele pode fugir para Cristo, a quem seus pecados feriram. Jesus é tanto o altar como o sacrifício. Se nós segurarmos as pontas do altar em verdadeira contrição — dispostos a ser transformados em submissos e obedientes filhos de Deus, Ele dará de volta a nós a alegria da salvação, e graça diante de Deus.

E, no entanto, a justiça infinita de Deus, que inclui em seu escopo toda a profundidade da misericórdia, coloca um limite para a paciência até mesmo de Deus. Aqueles que reivindicam Sua proteção enquanto se recusam a prestar-Lhe serviço, acabarão por colher tudo o que tiverem semeado. Os servos do Rei dos Reis podem fazer muitas coisas "boas" em nome de Cristo, pensando mais do Seu Reino. Mas se eles operam fora da Sua direção, eles só trazem problemas.

Um exemplo recente destes princípios vem a nós na história da mensagem da justificação pela fé que nos foi enviada no final da década de 1800. Podemos ver nos maus-tratos a Jones, Waggoner e Ellen White, após 1888, que homens e mulheres que se exaltam contra Deus ainda estão abandonados a si mesmos até que sejam corrigidos com um flagelo, não de sua própria escolha, mas de sua própria criação. Oro para que o povo de Deus hoje possa por de lado as preferências pessoais e una-se plenamente com o Rei dos Reis, para que a obra de Deus possa ser terminada rapidamente na Terra.

--Jerry Finneman

O irmão Geraldo L. Finneman é um pastor adventista, já tendo atuado nos estados de Michigan, Pensilvânia e Califórnia nos EUA. Ele prepara materiais para encontros evangelísticos, incorporados com os conceitos das Boas-Novas da Mensagem de 1888 de Justificação pela fé. Além de pastor da IASD ele também já foi presidente do Comitê de Estudos da Mensagem de 1888. Já há alguns anos não me encontro com ele mas me parece que, devido à idade, está para, ou, já se aposentou, mas ouvi dizer que continua trabalhando por boa parte do dia, atualmente na área de Battle Creek, a cidade que abrigava a antiga sede da igreja. Há um excelente livro escrito por ele, "Christ in the Psalms” [Cristo nos Salmos], infelizmente não está traduzido para o português.