quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Lição 8 — Joabe o Fraco Valente de Davi, por Craig Barnes

para a lição de 14 a 20 de Novembro de 2010

O início da fé é crer na verdade de que "a palavra de Deus" tem, inerente nela, o poder de criar o que ela diz. É o chamado o "começo" da fé, porque, alguém pode crer, e ainda assim não agir dessa forma. Pode-se crer que "Deus existe lá fora, em algum lugar," que Ele é todo-poderoso, que Ele sabe todas as coisas — até mesmo o número de fios de cabelo na nossa cabeça — e ainda agirmos como se Deus fosse apenas uma força impessoal do universo, que trouxe todos os elementos em conjunto para criar o planeta e colocá-lo em movimento (por todos os meios que alguém escolhe crer). Assim, cabe, agora, ao gênero humano determinar o que vai acontecer com o mundo — portanto restringimos, o conceito de "palavra de Deus." No entanto, crer que Deus existe e que a Sua palavra tem, inerente nela, o poder de criar o que diz, é o primeiro passo na direção certa.

Esse é o começo da fé. Mas não queremos parar aqui neste bom conceito. Vamos dar um passo adiante, ou seja, esperar que a palavra de Deus faça o que ela diz. Nós não vamos estar preocupados com as consequências se não esperarmos que aconteça algo sobre as nossas decisões, mas quando cremos nas promessas de Deus a nós, Ele pode, então, trazer a Sua justiça em nossa experiência cotidiana. Portanto, se cremos que a palavra de Deus, tem, inerente em si, o poder de criar o que ela diz, para obter o benefício integral da palavra, podemos, pelo menos, esperar que o predito ocorra — que Deus vai realmente fazer alguma coisa, mesmo que seja apenas para outra pessoa. Entretanto, isso ainda não é suficiente para nos levar a fazer o que é certo. Precisamos de algo mais, pois não somos capazes de, sozinhos, fazer sempre escolhas corretas, e não somos capazes (por nós mesmos) de fazer a vontade de Deus. "Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um" (Salmo 14:3): "Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças são como trapo de imundícia, e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam" (Isaías 64:6).

Deve haver algo que vai permitir Deus trazer nossas vidas em harmonia com a Sua vontade.

Nós podemos aprender uma lição com o centurião de Mateus 8, que disse a Jesus que Ele não precisava ir à sua casa, que, de fato, ele não era dígno de tal majestosa honra do próprio Filho de Deus. Se Jesus simplesmente falasse uma palavra apenas, seu servo seria curado. Ouça a excitante resposta de Jesus a essa aborodagem: “E maravilhou-se Jesus, ouvindo isto, e disse aos que O seguiam: Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé. Mas Eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e sentar-se-ão à mesa com Abraão, Isaque e Jacó, no reino dos céus. Mas os [imaturos e egoístas] filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores; alí haverá pranto e ranger de dentes. Então disse Jesus ao centurião: ‘Vai, e como creste te seja feito.’ E naquela mesma hora o seu criado sarou” (Mateus 8: 10 a 13).

Então, o que o centurião fez? Ofereceu ele presentes caros a Jesus? Pediu ele “ajuda” a Jesus? (Colocar a questão desta forma implicaria em que o centurião podia curar o servo por si mesmo, que só precisava de um pequeno "empurrão" para "alcançar o almejado.") Será que ele insistiu em algum tipo de emoção excitante, com a imprensa disponível para registrar tudo e espalhar a notícia em todos os lugares? Será que ele tentou manipular Jesus através de intriga ou forçá-Lo contra a sua vontade? Não, nada disso. Ele nem sequer pensou que era necessário que Jesus entrasse em sua casa! Bastava falar a palavra apenas. Isso era tudo. O centurião não fez nada, exceto seu simples pedido.

Ele dependia da palavra de Deus apenas para fazer o que ela dizia.

Agora isto se torna pessoal. Por exemplo, depender de nossos próprios planos para nos mantermos de pé, envolve um risco, pois isso implica que existe um "plano B" (o nosso plano) se o "plano A" (o plano de Deus) vier a falhar (em nossa própria percepção). Eu vi um cartaz, outro dia que dizia que a vida se resume em como você lida com o "plano B", e isso é bom de um modo geral, porque nem tudo corre da maneira que almejamos ou esperamos. Mas quando se trata da promessa da justiça de Deus, não há "plano B", o que significa que haverá ocasiões em que não vemos nenhuma solução humana. É Deus e Sua palavra somente que irá sustê-lo e conduzí-lo — vai parecer que você vai cair, mas você não cairá.

A única resposta adequada é dizer "obrigado", como Abraão fez em relação à mesma promessa de Deus em Gênesis 17, caindo sobre seu rosto, e também em Gênesis 22 quando ele creu na palavra de Deus, mesmo contra a própria palavra de Deus em si, esperando que Deus ressucitaria Isaque dos mortos, Heb. 11:17-19);. Daily Good News, vol 2, n º 158). Estas são expressões de um coração que sente apreciação pelo dom (*da vida) e seu custo para Deus, pois custou a Jesus a esperança da Sua própria vida eterna. A resposta imatura e egoísta de Israel, em Êxodo 19, à promessa de Deus (isto é, Sua palavra somente), foi "Tudo o que o Senhor tem falado, faremos." E Deus teve que trazer todo o santuário terrestre e o serviço sacerdotal para lembrar ao homem, cada vez que ele pecasse, que era inevitável com a promessa do homem, (*guardar a lei), que é só através do sacrifício de Deus que o homem pode fazer a Sua vontade.1

Quando Jesus estava pendurado na cruz, Ele dependia da palavra de Deus somente, João 5:19, 30, para sustê-Lo, quando todas as evidências indicavam que Ele estava eternamente separado de Seu Pai — ao Ele experimentar a segunda morte por nós. Ele não podia ver através dos portais do túmulo, e não havia nenhum "plano B" para a vitória. Ele pensou que estaria perdido, exceto pela Sua fé, que só dependia do Pai para sustê-Lo. Seu grito triunfante: "Está consumado", "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito"2, ganhou a vitória para você e para mim e trouxe toda a raça humana ao Pai. Não precisamos nos preocupar em como tudo isso vai sair no final, como fez Joabe, ou tentar forçar a vontade de Deus, como Joabe parecia estar fazendo, pois já estamos no time vencedor. Não faça um contrato com alguém ou alguma coisa, nem consigo mesmo ou com Deus, mas se apegue pela fé à promessa de Deus e à Sua promessa somente.


-Craig Barnes

O irmão Craig Barnes tem ministrado séries de palestras sobre Justiça pela Fé em nossas igrejas, em Nashville, estado de Tennessee, EUA. Ele é capelão e co-regente, juntamente com sua esposa Joyce Barnes, do LAR REFÚGIO PRIMAVERIL na SUA cidade. Este lar é para pessoas com disfunções mentais, mas o irmão Barnes tem pregado o evangelho a eles, e se regozija na simplicidade das verdades do evangelho que torna possível aos internos, assim como às crianças, captarem as boas novas. No dia 13 de novembro de 2010 ele foi o orador sobre “O Livro de Hebreus, no mesmo lar de deficientes.

Notas do autor:
[1] Note a ratificação da promessa de Israel a Deus, quebrada por eles em Êxodo 24:3, e que precede os serviços terrestres introduzidos no capítulo 25.
[2] João 19:30; Lucas 23:46.