sexta-feira, 4 de março de 2011

Lição 10, Inveja, por Carol A. Kawamoto

Para a semana de 27 de fevereiro a 05 de março de 2011

"Duro como a sepultura [é] o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo" (Cantares de Salomão 8:6).

No caso mais famoso de assassinato premeditado de todos os tempos — em todo o universo — a inveja foi a principal motivação. Em querer ser "como o Altíssimo" (Isaías 14:14), Lúcifer na verdade queria matar a Deus e tomar seu lugar como governante do universo. Ele provou isso ao crucificar o Filho de Deus. O que era a princípio ciúme tornou-se ódio, e ódio é sempre assassinato em essência. Pelo menos, a semente está lá.

A Bíblia nos dá exemplo após exemplo da parte que a inveja exerce em determinar o resultado de grandes acontecimentos, mas em toda essas histórias há um tema comum — o ciúme nunca "vence", mas é dominado para sempre.

Há um homem na Bíblia que poderia ter cometido o pecado imperdoável, mas graças a Deus ele não o fez. Se tivesse feito, teria sido muito espetacular, pois teria repetido na terra o pecado de Lúcifer no céu — invejar a Cristo. O pecado de Lúcifer contra Cristo, tornou-se para Satanás, o pecado contra o Espírito Santo (cf. Isaías 14:12-19;.. Ezeq. 28.12-19). O homem que foi tentado, mas venceu foi, João Batista, o novo "Elias." Ele resistiu ao teste. Os discípulos de João, mesmo zombaram dele:"Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tu deste testemunho, ei-lo batizando e todos vão ter com ele!" (João 3:26). Mas João respondeu: "Aquele que tem a noiva é o noivo; mas o amigo do noivo, que lhe assiste e o ouve, regozija-se muito com a voz do noivo. Assim, pois, este meu gozo está cumprido" (vs. 29). João foi recompensado por seu fiel testemunho na Bíblia, e o grande dia ainda está por vir.

José esteve ao lado dos mais jovens dos velhos irmãos, filhos de Jacó, provavelmente até por volta dos17 anos de idade, quando sua vida foi violentamente transtornada. Seus dez irmãos mais velhos eram a verdadeira igreja daquela época, eles eram os "Israel" do mundo de então, os escolhidos de Deus para constituírem a futura nação de Israel, e eles rejeitaram José e o odiaram. (Há algumas pessoas que atualmente se sentem rejeitados pela verdadeira igreja de hoje!). Enviado em uma missão de auto-sacrificio para ajudar seus dez irmãos mais velhos, José, de repente viu-se o objeto de seus sentimentos amargos de inveja, quando o agarraram e o jogaram, desamparado, em uma cova, solitário, com fome, provavelmente machucado, quando os irmãos se sentaram para desfrutar de uma refeição, possivelmente trazida da casa do pai por José. Então seus irmãos cruelmente o venderam como escravo para alguns comerciantes pagãos, pensando, naturalmente, que nunca mais iriam vê-lo novamente. (Foi o seu ódio de "justificação pela fé" que os motivou a fazer este ato horrível!) Conhecemos o "resto da história", como nos é relatado no Gênesis.

Ellen G. White testemunhou em 1888, na Sessão da Conferência Geral, a força dos resultados de ciúmes quando o "Espírito de Deus foi insultado":

"Vocês não podem dizer o quanto me dói ver alguns de nossos irmãos tomando um curso que eu sei que não é agradável a Deus. Eles estão cheios de ciúmes e más suspeitas, e estão sempre prontos a mostrar de que maneira eles diferem dos pastores [A. T.] Jones ou [E. J] Waggoner. ... Nunca poderei esquecer a experiência que tivemos em Minneapolis, ou as coisas que me foram então reveladas em relação ao espírito que controlava os homens; as palavras ditas, as ações feitas em obediência aos poderes do mal. ... As palavras e as ações de cada um que participou deste trabalho vão ficar registradas contra eles, até que façam uma confissão dos seus erros. Aqueles que não se arrependerem de seus pecados irão, se as circunstâncias permitirem, repetirão as mesmas ações . ... Eu sei que naquele tempo o Espírito de Deus foi insultado" (Carta de 19 de setembro de 1892, da Austrália, a Urias Smith, e se encontra no The Ellen G. White 1888 Materials, Materiais de Ellen G. White sobre 1888, vol. 3, págs. 1042, 1043, ênfases acrescidas).

Antes, naquele mesmo ano (30 de agosto), ela também escreveu a Uriah Smith: "Não conheço nenhum pecado maior, aos olhos de Deus, do que acalentar inveja e ódio de irmãos, e virar as armas de guerra contra eles." (*E linhas antes ela disse:) "Há muitas pessoas que são tão cegas como os judeus nos dias de Cristo" (ibidem, pág. 1011).

O Senhor é um Deus zeloso, Êxodo 20:5, Ele tem um tremendo Auto-respeito, (*e está) determinado a não deixar os judeus crucificarem a Cristo novamente, e também determinado a não deixar Sua gloriosa manifestação do Espírito Santo na chuva serôdia ser "insultada" novamente. Quando Laodicéia oferece sua própria oferta de justiça, orgulhosa de seu altar (*ao dizer) "estou enriquecido (aumentado com mercadorias, KJV), e de nada tenho falta" (*Apoc. 3:17), quando na realidade, ela é, de todas as sete igrejas da história, a mais "desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu", Ele vai tratar a oferta dela como Ele tratou a oferta de Caim — simplesmente Se afasta até que ela se deteriore e torne-se lixo e tenha de ser descartada longe. O Senhor não vai aceitar a oferta dos que optam por permanecerem orgulhosos e auto-suficientes.

"O ciúme de Deus foi completamente alheio à dignidade egoísta humana e possessividade. Deus estava com ciúmes de Seus filhos, porque eles foram atrás de deuses que não eram nada. Deuses falsos onde o encanto sedutor do inimigo seduziu até a destruição. Waggoner disse sobre o ciúme de Deus: "Em vez de bajular e encolher-nos de medo ao pensarmos que Deus é um Deus zeloso, devemos sim nos rejubilar com grande alegria, pois nos assegura que Aquele que é o Todo-Poderoso vai nos proteger efetivamente das artes do inimigo astuto, que seduz, a fim de destruir." O ciúme de Deus, longe de ser algo a se temer, era uma garantia de que Deus faria com que o seu povo ficasse firme no meio de uma geração idólatra" (Paul E. Penno, em O Calvário no Sinai, pág. 364).

Idolatrar qualquer pessoa é quebrar o primeiro mandamento. Adão idolatrou sua, bonita e charmosa mulher, Eva; colocou-a em primeiro lugar e levou-nos a todos a uma pecaminosa idolatria. A idolatria de Laodicéia hoje causa náuseas a Jesus1 (Apoc. 3: 16), mesmo que o rol de membros da igreja suba aos bilhões. Por que é Ele tão zeloso de quem é o nosso "ídolo"?

A honesta verdade é que Ele deu-Se a Si mesmo para o inferno, morreu a nossa segundo morte em nosso lugar, esvaziou-Se de Seu último suspiro — por nós, para nos salvar da ruína total. Isto causa nÊle ânsias de vômito (*embrulha Seu estômago) quando nos filiamos à "grande multidão" que se reúnem perante Ele, enquanto eles banalizam a sua devoção a Ele. Qualquer marido, honesto e amoroso, vai ficar com inveja, se sua esposa o estiver traindo.

Esta hipocrisia vem acontecendo há muito tempo, desde Lucas 14, e permeia a igreja de Cristo dos últimos dias. Será que faz sentido que Ele, finalmente, vai ser firme e exigir que escolhamos um lado ou outro?

Sim, olhe logo para o mais estranho julgamento já visto neste planeta desde que o pecado começou. A multidão de Lucas 14 nunca sonhou que em poucas semanas eles seriam empurrados para exigir a crucificação de Cristo. Silenciosamente, como o ladrão que vem à meia-noite, o teste final nos alcançará. Nós vamos determinar quem é o número um em nossos corações. Nós podemos nos enganar a nós mesmos com a idéia de que estamos recebendo o céu na terra, e acabar encontrando um inferno.

É hora de deixar que o Senhor tenha tudo o que há de nós; partilhe a cruz de Jesus com Ele (que, você sabe, é onde nós pertencemos,). "Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus" (1ª Pedro 5:6). Desça ao fundo do abismo.

Carol A. Kawamoto,

A irmã Carol Kawamoto vive no sopé da bela Serra da Califórnia. Ela freqüenta uma pequena igreja adventista onde foi batizada há muitos anos. Pouco depois do batismo ela conheceu Helen Cate, então editora para o Comitê de Estudos da Mensagem de1888 (que também era um membro da mesma igreja) e o pastor Robert J. Wieland, que pregava as verdades da Boa Nova da mensagem de 1888. Ela começou a trabalhar com Helen, que fundou a revista “1888 Message Newsletter” (Noticiário da Mensagem de 1888). Após a morte de Helen, Carol foi eleita editora para o Comitê de Estudos da Mensagem de1888, onde teve o privilégio de trabalhar diretamente com o pastor Wieland, redigindo o boletim de notícias para aquela revista, e publicando os numerosos livros dele. Ela continua com o seu amor em partilhar a "mui preciosa mensagem" (TM, pág. 91), através da edição de diversos artigos, de diferentes autores, que publicamos neste blog. Ela tem também outros projetos. Ela envia suas saudações a todos os leitores deste blog no Brasil e em outros países de língua portuguesa.

Nota do tradutor:

1) É a Igreja Adventista uma igreja vomitada?

Alguns dizem que a Igreja Adventista do Sétimo Dia é uma igreja vomitada (Apoc. 19:16). Assim erroneamente entendem por não prestarem atenção ao texto original, onde a palavra grega usada é “Méllou”, que significa “estou a ponto de.” Assim o texto está dizendo: “Estou a ponto de vomitar-te.” O simples fato do “Amém, a Testemunha fiel e verdadeira” (vs. 14), estar apelando a Laodicéia é prova que esta igreja não chega a ser “vomitada.”

Entretanto a nossa desunião quanto ao entendimento da Justificação pela Fé, é o que tem causado quase irresistível náusea em nosso Deus e nos tem levado à mornidão, (vs. 15). E Cristo então apela à liderança, ao anjo da nossa igreja (vs. 14): “sê pois zeloso e arrepende-te,” (vs.19). A resistência de nós, líderes desta igreja, em reconhecermos que temos rejeitado a mensagem de 1888 não é algo que aconteceu por acaso (e mornos continuamos hoje) mas resultado de incansável esforço do inimigo, como está escrito em “Testemunhos para Ministros”, às págs. 91 e seguintes.

Deus na Sua onisciência sabia que isto ocorreria, e nos deu uma profecia a este respeito, “para que, quando acontecer vós acrediteis” (João 14:29). Está em Cantares, cap. 5: O Noivo vem para Se encontrar com a noiva: “Já vim ... noiva Minha”, (vs. 1), e a noiva diz: reconheço ser esta “a voz do meu Amado que está batendo”, (vs. 2 , KJV).

E Cristo apela à Sua noiva: “Abre-Me, Minha irmã,” vs. 2.

Do vs. 3, até o final do capítulo é a noiva quem fala.

Inicialmente Lhe nega abrir a porta: “Já despi a minha túnica; como a tornarei a vestir? Já lavei os meus pés, como os tornarei a sujar?” (vs.3).

No vs. 4 a noiva relata outra tentativa do noivo em Se fazer aceito.

No vs. 5 a noiva se levanta para recepcionar o noivo, mas Ele já se tinha ido.

Durante a reunião da Assembléia da Conferência Geral de 1901, Ellen White se regozijou com o que ela achou ser evidência de real arrependimento e reforma, mas, depois da Assembléia ela disse: “os resultados da última Conferência Geral foram a maior e mais terrível dor da minha vida; nenhuma mudança foi feita” (Grifamos).

Cantares 5:6 é uma descrição do estado em que estamos hoje: “abri ao meu Amado, mas Ele já Se tinha ido (*grifamos).

Ellen White, também após a Assembléia da Conferência de 1901, declarou que nós devemos permanecer neste negro mundo “muitos anos mais” por causa da “nossa insubordinação.” (MR nº 10, pág. 277). É bem claro que aquela Assembléia de 1901 não desfez ou reverteu os tristes efeitos da descrença de 1888.

Antes da Assembléia de 1901 ela disse que se a liderança da Conferência Geral não se arrependesse e aceitasse a mensagem de 1888, então Deus haveria de retirá-la.

Tem você visto publicações feitas por nossas editoras dos escritos dos dois mensageiros de 1888? Não! Edições de iniciativa de fieis irmãos nossos (em comunhão com nossa igreja), têm sido feitas, agora iniciando-se no Brasil também. Como poderemos crer nesta mensagem sem a conhecermos? Há, é verdade, em nossa igreja, muitos comentários sobre o que aconteceu em Mineápolis, em 1888, e anos que se seguiram, com análise do que seria (no entendimento dos comentaristas) a mensagem, isto porém não é a mesma coisa; por que não lermos diretamente os livros do dois mensageiros que receberam mais de 370 endossos de Ellen White? Seria como se tivéssemos relatórios, comentários, tratados, etc... sobre a Bíblia e não a tivéssemos nas mãos.

Estes endossos aos mensageiros e à sua mensagem, para ser exato, são 374, em recente minuciosa contagem, nos 4 volumes de “Materiais de Ellen G. White sobre 1888” da pena inspirada, com o total de 1821 páginas (A4), publicados pela Conferência Geral no centenário daquela Assembléia (1988).. Se você quer receber a relação destes endossos mande-nos um envelope endereçado a você mesmo, com selo para o peso de 4 folhas A4. para, Rua Caldeira Brant, 45, cep.: 31710-200, Belo Horizonte, MG.

Notou você como que riqueza de detalhes a profecia de Cantares 5 se cumpriu entre nós adventistas?

Mas alguém irá perguntar: Que evidência existe de que Cantares 5 é uma profecia da rejeição da mensagem de 1888?

Considere isto: É princípio de exegese (exame crítico, ou explicação de texto) firmemente estabelecido na IASD, que textos paralelos, se explicam.

Ao você examinar Cantares 5:2, no grego, na septuaginta (tradução do Velho Testamento feita por 70 eruditos) verá que na frase “meu Amado que está batendo,” ali consta a repetição, “batendo, batendo”.

Similarmente, em Apoc. 3: 20, aonde vemos Cristo batendo à porta da igreja de Laodicéia, no grego a mesma palavra é também ali repetida, “batendo, batendo”.

Isto torna evidente que os dois textos referem-se à mesma ocorrência, além dos claros cumprimentos proféticos acima relatados, e o apelo de Apoc. 3:19, “sê, pois, zeloso e arrepende-te.”

Veja, há algo de que o Noivo espera que Sua noiva se arrependa. Examine o conselho em Apoc. 3:18. São três elementos da Justificação pela fé que ali são recomentados.

Por fim, eles compreendem algo — o que custou ao Filho de Deus salvar este mundo:

Cristo, na encarnação correu o risco de perda eterna (DTN. 117) ao assumir a nossa natureza pecaminosa e caída (DTN. 49). Ao crermos e nos unirmos no entendimento desta altruísta entrega de Si mesmo, total, incondicional, irrestrita, sem reservas, de Deus Pai e Deus Filho, por nós, isto causará uma apreciação de coração, impelirá a nossa igreja para terminarmos em poucos anos (bem poucos) a obra, pois ela trará a chuva serôdia, tão necessária para o amadurecimento do grão.

Enquanto isto não acontece seria bom ponderarmos qual a origem e a motivação dos “frutos” que temos produzido.

Em 1905 desmentindo um falso arrependimento de lideres da Associação Geral, quando a versão evangélica da justificação pela fé estava tentando substituir a mensagem de 1888, Ellen White disse: Os topos (da oposição) foram cortados, mas as raízes foram deixadas no solo para produzirem fruto profano.

As igrejas guardadoras do domingo não podem compreender a Justificação pela Fé da mensagem de 1888, porque a falsa doutrina da imortalidade natural, que elas herdaram do Romanismo, veda de seus olhos a “compreensão” do tipo de morte que Cristo padeceu na Sua cruz. Nós temos que estar unidos em nosso entendimento do que aconteceu no Calvário:

Cristo só poderia morrer se assumisse, como realmente assumiu, a nossa natureza pecaminosa, que é a única natureza mortal. (Mas isto não significa que Ele Se tornou um pecador, pois Ele nunca pecou, simplesmente assumiu a nossa natureza caída).

Mas o Espírito Santo está trabalhando. Temos uma rara (*singular) mensagem do Novo Concerto para proclamar a “todas as nações.” Ela prenderá a atenção de cada alma honesta no mundo.

Então a mensagem de 1888 será proclamada por nossa igreja unida.

Como líderes desta igreja, oremos a Deus para que perdoe a descrença de nós líderes, do presente e do passado, e nos faça instrumentos Seus para concluirmos esta obra, pelo poder que Ele está desejoso de nos comunicar.

João Soares da Silveira

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