quarta-feira, 11 de maio de 2011

Lição 7, À Sombra de Suas Asas, por Carol Kawamoto

Para 7 a 14 de maio de 2011

O estudo desta semana "À sombra de Suas Asas" tem o objetivo declarado de meditar sobre os salmos de Davi, "sobre a forma como Deus nos abriga e cobre os nossos pecados" (pág. 81, ed. do professor). Este tema de "cobertura para o pecado" é apresentado por todo o estudo diário, e se reflete no gráfico da capa da revisa da lição trimestral, que foi mencionada na Lição 5. Zacarias afirma claramente (3:3, 4) que a "vestes sujas" deveriam ser retiradas de Josué, e então ele seria vestido de "vestes finas”. Não que "vestes finas" seriam colocadas sobre as "vestes sujas" de Josué.

"A única esperança de todo o homem está em Jesus Cristo, que trouxe a veste de Sua justiça para por sobre o pecador que despisse as suas vestes de imundícia. ... Não haverá acobertamento de pecados e faltas para esconder a deformidade de caráter; veste alguma será meio lavada; mas todas serão puras e imaculadas". (Filhos e Filhas de Deus, pág. 66, The Youth’s Instructor de 18 de agosto de 1886).

Em 29 de abril o mundo observou ao o príncipe William, segundo na linha de sucessão ao trono britânico, e Catherine Middleton, foram unidos em matrimônio numa cerimônia real elaborada. A revista Time descreveu o vestido de casamento de Kate como "um dos vestidos mais aguardados da década". Você acha que debaixo desse lindo vestido de noiva havia um vestido velho e sujo, ou roupas de baixo? Acha que Deus faria isso conosco — colocar "vestes finas" sobre a nossa "roupa suja"? Iria Deus simplesmente "encobrir" os nossos pecados, ou ter nossos pecados lavados pelo sangue do Cordeiro (e não por meio de "detergente" e "alvejante")? Deus não encobre ou esconde o nosso pecado; como seres humanos somos bons nisso, como demonstrado pelo rei Davi:

O rei Davi deixou-se envolver em horrível pecado composto de adultério, assassinato, mentiras. Por um ano ou mais, ele foi capaz de reprimir a culpa dolorosa, espezinhando-a e mantendo-a encoberta. E ele blefava e sorria seguindo a sua rotina de governo e compromissos reais, mas quando sozinho, a culpa finalmente o apanhava e sua devastação de alma era horrenda. Nada podia fazê-lo feliz. Mas quando o perdão de Deus veio, David escreveu: "Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto” ["apagado”, NVI]. “Bem-aventurado o homem . . . em cujo espírito não há engano. . . . envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia”. (Salmo 32:1-4). Nada no vasto universo é recebido com tanta alegria quanto o perdão de Deus.

Perdão é ótimo, mas há uma outra dimensão envolvida: a eliminação dos pecados. É simultânea com a dádiva de Deus (e o recebimento pela Igreja) da chuva serôdia, que prepara os fiéis para os conflitos finais da história da Terra: "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor" (Atos 3:19). Quando Ele nos perdoa Ele toma os pecados e os lança nas profundezas do oceano, onde ninguém pode recuperá-los — nem mesmo a si próprio. É o Seu ato objetivo por nós. Mas nós podemos desenterrá-lo de novo, como Judas Iscariotes o fez (ele tinha sido batizado e ordenado ao ministério e até havia operado milagres). Nós podemos "de novo crucificar o Filho de Deus" (Heb. 6:6).

Mas há uma diferença, em princípio, entre o perdão dos pecados no serviço diário do santuário e a eliminação do pecado no Dia da Expiação. Chuva é chuva, quer caia no início da temporada ou mais tarde. Tanto o perdão quanto a eliminação do pecado são pelo sangue de Jesus derramado no Calvário.

A "eliminação dos pecados" é plural, subjetiva; diz respeito ao santuário em si. É o sentido de Daniel 8:14: "O santuário será purificado". O perdão dos nossos pecados nos liberta; a eliminação dos pecados deixa a Deus livre (*das acusações de Satanás quanto ao Seu caráter e à Sua Justiça). O peso acumulado dos pecados do povo de Deus é a culpa que Ele tomou sobre Si no grande conflito com Satanás. Resta-nos uma profunda obra de purificação do coração que é feita no Dia da Expiação. Quando o pecado for totalmente erradicado do coração do Seu povo, o evangelho terá sido finalmente demonstrado como eficaz, "o poder de Deus para a salvação" (Rom. 1:16). O sacrifício de Cristo é plenamente recompensado. Deus é aliviado do fardo que tem carregado ao longo de todo esse tempo.

O verdadeiro perdão que não é rejeitado pelo pecador perdoado prossegue numa experiência posterior de arrependimento. Assim, o Sumo Sacerdote é capaz de apagar os pecados que foram perdoados. Paulo captou a ideia: "Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, E cujos pecados são cobertos" (Rom. 4:7). O perdão expurga o registro, mas Deus também "conta’ como justo" (v. 6, REB) (*“Bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça,” Almeida Fiel). Em outras palavras, o perdão é Deus, “dando" a um alienado coração arrependimento/reconciliação "para que a justiça da lei se cumprisse em nós" (Rom. 8:4). "O perdão tem um sentido mais amplo do que muitos supõem. . . . O perdão de Deus não é meramente um ato judicial pelo qual Ele nos liberta da condenação. É não somente perdão pelo pecado, mas livramento do pecado. É o transbordamento de amor redentor que transforma o coração" (O Maior Discurso de Cristo, pág. 114, *grifamos).

Mas deve haver um termo final — aquele "apagamento" que Pedro menciona em Atos 3:19. O livro de Hebreus explica o que o nosso Salvador está fazendo agora. Nunca foi feito antes — o preparo de um povo (Sua Noiva) para a Sua segunda vinda pessoal, literal.

No seu apoio entusiástico da mensagem de 1888, Ellen White disse: "Estamos no dia da expiação, e devemos trabalhar em harmonia com a obra de Cristo de purificação do santuário dos pecados do povo. Que nenhum homem que deseja ser encontrado com a veste nupcial, resista a nosso Senhor na trabalho de Seu ofício" (Review and Herald, 21 de janeiro de 1890. Ellen G. White).

A mensagem de 1888 fez da purificação do santuário um assunto prático. Ela viu que a verdade adventista da purificação do santuário com uma visão mais completa da justificação pela fé era como a confluência de dois rios que fluíam separadamente, mas agora se uniram para produzir uma maré que poderia suportar com segurança a viagem do navio ao porto. Ela viu na mensagem de 1888 os gloriosos meios da graça divina para tornar um povo preparado para a vinda do Senhor. É como os dois grandes rios, a verdade do santuário e da justificação pela fé, se juntam. A mensagem não apenas apela a uma vida santa, mas também fornece os meios — a perfeição do caráter do povo de Deus em Cristo, por um lado, e por outro, a destruição final do pecado e dos pecadores e a purificação do universo de toda mácula do pecado. É Cristo plenamente formado em cada crente.

Será que Deus esteve retendo a Sua graça de modo que nenhuma geração anterior pudesse estar "pronta" para as bodas do Cordeiro? O ministério do Sumo Sacerdote no santuário celeste é realizar para o povo de Deus o que nunca foi realizado através de todos os milênios da história. O Sumo Sacerdote “purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata; então ao SENHOR trarão oferta em justiça" (Mal. 3:3). Estas serão ofertas livres de preocupações centralizadas no eu, que é a base do pecado. A verdadeira Noiva vai se casar com o Seu marido porque O ama.

"Habitarei no teu tabernáculo para sempre; abrigar-me-ei no esconderijo das Tuas asas" (Salmo 61:4).

"O Sol da Justiça brilhará com cura em suas asas, e toda a terra será cheia da Sua glória" (Manuscript Releases, vol. 17, pág. 10)

—Carol A. Kawamoto

Principais fontes: Robert J. Wieland, "Dial Daily Bread" (Pão Diário Discado) e "A Justiça Pela Fé e a Purificação do Santuário".

A irmã Carol Kawamoto vive no sopé da bela Serra da Califórnia. Ela freqüenta uma pequena igreja adventista onde foi batizada há muitos anos. Pouco depois do batismo ela conheceu Helen Cate, então editora para o Comitê de Estudos da Mensagem de1888 (que também era um membro da mesma igreja) e o pastor Robert J. Wieland, que pregava as verdades da Boa Nova da mensagem de 1888. Ela começou a trabalhar com Helen, que fundou a revista “1888 Message Newsletter” (Noticiário da Mensagem de 1888). Após a morte de Helen, Carol foi eleita editora para o Comitê de Estudos da Mensagem de1888, onde teve o privilégio de trabalhar diretamente com o pastor Wieland, redigindo o boletim de notícias para aquela revista, e publicando os numerosos livros dele. Ela continua com o seu amor em partilhar a "mui preciosa mensagem" (TM, pág. 91), através da edição de diversos artigos, de diferentes autores, que publicamos neste blog. Ela tem também outros projetos. Ela envia suas saudações a todos os leitores deste blog no Brasil e em outros países de língua portuguesa.