quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Lição 14, Anunciando a Glória da Cruz, por Jerry Finneman

Título original desta lição (em Inglês): Orgulhando-se na Cruz
Para a semana de 24-31 dezembro de 2011
Em Gálatas 6:11-18 Paulo faz um sumário da sua carta às igrejas da Galácia. Ele exorta o leitor a permanecer fiel ao evangelho. Aqueles que requeriam a circuncisão negaram tanto a Cruz bem como a nova criação. O que quer que Paulo escreveu anteriormente sobre esses oponentes do evangelho (Gálatas 1:7-9 ver especialmente, 2:4, 5, 12, 3:1, 10; 4:17; 5:2-5, 7, 11, 12) é aqui trazido à baila. Por algumas frases concisas ele deixa claro que os judaizantes não estão de modo algum interessados ​​no bem-estar espiritual dos Gálatas. Eles estavam preocupados apenas consigo mesmos: a sua própria honra, sua própria conveniência (livre de perseguições por causa da cruz).
Em sua carta Paulo contrastou a circuncisão com a cruz. Seus principais argumentos contra a circuncisão são encontrados nos capítulos cinco e seis. Se você se tornar circuncidado para ser salvo, Cristo e Sua salvação de nada lhes servirá (Gálatas 5:2-4). Paulo viu as consequências que vêm para aqueles que praticam a circuncisão como um meio de salvação: afastamento de Cristo, uma queda de graça. O livro de Gálatas começa e termina com a graça de Deus. É iniciado (1:3) e finalizado (6:18) com saudações de graça. Na finalização com saudação de graça é revelado que cair da graça resulta em oposição à justificação pela fé, o evangelho e a cruz de Cristo (6:12 14).
Paulo foi veemente em sua negação dos falsos irmãos ensinando a respeito da circuncisão. Este assunto desperta o uso das mais fortes expressões da fala. Ele escreveu, talvez ironicamente, que ele desejava que eles castrassem ou mutilassem a si mesmos (Gálatas 5:12).
Os judaizantes não entenderam o verdadeiro significado da circuncisão. Eles passaram a crer que o ato da circuncisão em si trazia justiça. Mas originalmente, Deus havia dado o rito da circuncisão e o fez um sinal de justiça. Abraão já tinha pela fé (Romanos 4:11). A circuncisão era para ser um símbolo da remoção, ou o corte, de todas as obras da carne para a salvação. Ele simbolizava o novo nascimento, um novo coração, uma nova criação (Deuteronômio 30:6). Paulo sabia que essa experiência só poderia vir pela contemplação e crendo em Cristo, que foi levantado na cruz. Em João 3:14 Jesus usou a imagem da serpente sobre a haste para explicar o Seu reino. Ele disse: "E como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado." Olhar — crer — são respostas de humilde e contrito agradecimento, pelo presente dado. Não há nada nessas respostas de que se gloriar.
A circuncisão era o meio pelo qual o "fariseus que creu" se gabava. Considere alguns dos seus fortes argumentos das Escrituras para a circuncisão. Há uma abundância de textos para a prática deles da circuncisão. Dois em especial eram vitais para a sua causa — um a partir da experiência de Abraão, o outro de uma experiência de Moisés. Os fariseus conheciam a ordem que Deus deu a Abraão que declarava que qualquer homem não circuncidado tem de ser "cortado" — condenado à morte por essa negligência (Gênesis 17:14). Este foi um "texto de prova" muito forte. Moisés conhecia este texto também.
Evidentemente Moisés circuncidou o mais velho de seus dois filhos, mas não o segundo filho. Talvez Zípora objetou. Mais tarde, na viagem para o Egito, eles pararam para dormir. O Senhor permitiu-lhes ver que havia uma sentença de morte sobre Moisés. A ameaça foi tão terrível que sua esposa Zípora venceu sua antipatia à circuncisão e realizou o rito em seu filho mais novo. Ela sabia exatamente o que fazer. Quando a vida de seu marido estava em risco por causa dessa negligência (Êxodo 4:24-26), Zípora realizou o trabalho feito.
Armado com estes fortes "textos de prova", os judaizantes exigiam saber como Paulo poderia ousar negar o rito da circuncisão. Por que sua jactância na cruz se opõem aqueles que se vangloriavam na circuncisão?
Paulo sabia que a circuncisão era uma sombra típica da morte de Cristo. Ele sabia que quando Cristo foi "cortado o Messias" ("cut off" Daniel 9:26) da vida, Ele cumpriu o rito da circuncisão, assim como Ele cumpriu todos os outros serviços típicos. Circuncisão da carne significava o corte ou a morte, da carne. Então, Cristo era para ser circuncidado ou cortado da vida na cruz para nos salvar.
A palavra usada aqui em Daniel para "cortar", “cut off”, é ‘Karath'. Esta é a mesma palavra usada quando Deus deu a Abraão o rito da circuncisão em Gênesis 17:13,14. É a mesma palavra usada quando Zípora circuncidou o filho dela como registrado em Êxodo 4:23-26. O uso do "textos de prova" provou ser inválido à luz da cruz. Nesta luz se vangloriou Paulo.
Os oponentes do evangelho apresentaram a circuncisão como se isso fosse muito mais importante do que meramente a cruz de Cristo. Paulo disse aos Gálatas que os legalistas queriam "se gloriarem" em sua carne (Gálatas 6:13). A glória de Paulo sempre era na cruz (v. 14). Que esses "fariseus que criam" elevavam a circuncisão para a salvação é claro de Atos 15:1, 5. Eles ensinavam que o evangelho sem a circuncisão não era nada. Paulo ensinou que a circuncisão não era nada e que a cruz era tudo. A cerimônia de circuncisão tornou-se nula e sem efeito, porque era um tipo da morte de Cristo e assim conheceu o seu cumprimento e seu fim na cruz. A sombra cessou na gloriosa substância. O Sol da Justiça obliterou todas as sombras. Este foi o motivo para Paulo se vangloriar.
A Cruz tanto crucifica quanto eleva. Ela "corta" do mundo todos aqueles que vão crer. Esta é a obra de Deus em nos humilhar no pó. Fé na cruz nos dá a humildade e contrição. Nos une a Deus. União com Deus, então, eleva o crente. Foi a cruz que elevou Jesus da terra ao céu. Esta foi a Sua glória. É a cruz que nos traz glória e como disse Paulo, é a única coisa em que se glóriar. Sim, a cruz significa escárnio e vergonha do mundo, mas nos eleva para longe do mundo, e nos coloca no alto com Cristo nos lugares celestiais (Colossenses 2:2-3).
O poder da cruz é o poder da criação (Romanos 1:16-20, 1ª Coríntios 1:18,24). "Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura" (Gálatas 6:15). Circuncisão não tem poder de criar. Só a cruz pode fazer isso. "Se alguém está em Cristo, nova criatura é" (2ª Cor. 5:17) e é só através da morte para o eu que nos tornamos unidos a Jesus (Romanos 6:3).
"Por que a glória na cruz? — Porque por ela o mundo está crucificado para nós, e nós para o mundo. A epístola termina onde começa, com a libertação do "presente século mau", e é apenas a cruz que realiza a libertação. A cruz é o símbolo da humilhação, portanto nela nos gloriamos, porque na humilhação está a exaltação "(E. J. Waggoner, As Boas Novas, página 254).

- Jerry Finneman
O irmão Geraldo L. Finneman é um pastor adventista, já tendo atuado nos estados de Michigan, Pensilvânia e Califórnia nos EUA. Ele prepara materiais para encontros evangelísticos, incorporados com os conceitos das Boas-Novas da Mensagem de 1888 de Justificação pela fé. Além de pastor da IASD ele também já foi presidente do Comitê de Estudos da Mensagem de 1888. Já há alguns anos não me encontro com ele mas me parece que, devido à idade, está para, ou, já se aposentou, mas ouvi dizer que continua trabalhando por boa parte do dia, atualmente na área de Battle Creek, a cidade que abrigava a antiga sede da igreja. Há um excelente livro escrito por ele, "Christ in the Psalms” [Cristo nos Salmos], infelizmente não está traduzido para o português.
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