quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Lição 2 - Deus e a Revelação, por Roberto J. Wieland

Para 6 a 13 de outubro de 2012


Nossos pioneiros criam que a Bíblia foi inspirada por Deus
Não há dúvida quanto a isto, e uma história dos primórdios da nossa amada Igreja Adventista do Sétimo Dia o confirma.
Em primeiro lugar entre os pioneiros do estudo profético havia um pequeno grupo que se uniu em um ódio comum à escravidão nos Estados Unidos da América. Eles arriscaram suas vidas ao publicar a sua aversão àquele tráfego diabólico das almas dos homens, mulheres e crianças; esses estudantes das profecias estavam em-uma-só-mente (“at-one-ment”1) com o próprio Jesus, pois Ele também sempre odiou a crueldade da escravidão do homem ao homem. Eles ativamente se opuseram à terrível injustiça da “Lei do Escravo Fugitivo” e ajudaram escravos fugitivos a se libertarem com o risco de suas próprias vidas.
Vários desses nobres homens foram conduzidos pelo Espírito Santo para pesquisarem por estudo de todas as profecias de dois livros inspirados, Daniel e Apocalipse. Eles podem não ter tido cada pequeno detalhe perfeitamente compreendidos, mas eles estavam unidos nas mesmas convicções básicas. As pessoas em muitos lugares distantes se convenceram de que o Espírito de Deus os estava conduzindo, não eram milagres emocionais com base em entendimento superficial — eram sólidas, dissertações razoáveis ​​sobre Daniel e Apocalipse que apelaram para, e convenceram altamente inteligentes, honrados, homens e mulheres.
No primeiro concílio da igreja, em Atos 15, os anciãos falaram daqueles fiéis servos de Deus, “que expuseram suas vidas no serviço de nosso Senhor Jesus Cristo" (v. 26, NTLH). Assim também foram os pioneiros do início dos anos 1800, que não só defendiam a nova mensagem de Daniel e Apocalipse, mas também a defesa pública perigosa dos escravos no sul. Muitos ouviram a estes homens piedosos, entre os quais estavam J. N. Lougborough, José Bates, J.N. Andrews, e também Uriah Smith com seus pensamentos monumentais sobre Daniel e Apocalipse. Este escreveu um livro (*The Prophecies of Daniel and the Revelation) de 600 páginas, que se tornou um tesouro para muitos em todo o mundo, e tem resistido ao teste do tempo. (*A edição revisada de 1944, publicada pela Southern Publishing Association, em Nashville, Tennessee, tem 830 páginas).Ele foi escrito em inglês da era vitoriana, mas é verdade sólida. Isto não quer dizer que é perfeito — nenhum livro, além da Bíblia o é; precisamos de bom senso e Deus no-lo dá.
O pequeno grupo se desenvolveu até que se tornou um movimento de liderança de reforma cristã do século 19, que também levou o mundo à reforma de saúde, e à construção da melhor instituição de saúde daquela época em Battle Creek, Michigan, à qual vieram reis através do Atlântico.
O ponto deste pequeno monólogo: a compreensão que aqueles pioneiros ganharam da profecia bíblica, foi ensinada por Deus, nenhuma era de "particular interpretação" que o apóstolo condena em 2ª Pedro 1:19-21. Esses pioneiros foram conduzidos por uma comunhão de amor em Cristo para deixar de lado as suas opiniões pessoais e reconhecerem juntos a liderança do Senhor. O Espírito Santo dirigiu a comunidade, e Sua liderança tem resistido ao teste desses séculos de tempo.
Uma verdade pouco compreendida da Divindade
Milhões de muçulmanos são preconceituosos contra o cristianismo, porque eles acham que os cristãos crêem em três deuses por causa da doutrina comumente entendido da "Trindade". A Bíblia é clara: "O Senhor nosso Deus é o único Senhor" (Deut. 6:4). Quando você ora, você ora para um Deus, não três deuses. Mas a Bíblia também é clara que Deus é o Pai, Deus é o Filho, e Deus é o Espírito Santo, e os três são um. Jesus nos ensinou a orar ao “Pai nosso, que estás nos céus” (Mateus 6:9) em nome de Jesus, e Ele prometeu que enviaria o Espírito Santo para permanecer conosco para sempre, João 14:16-18.
A Divindade é uma verdade além da capacidade humana de entender, embora o sincero povo cristão tem estado perplexo por este "mistério" por centenas de anos. Cristo tem sido sempre o "Filho de Deus", ou Ele assim Se tornou somente em Seu nascimento em Belém. Um proeminente pastor evangélico, João McArthur, sustenta que a Filiação começou na encarnação de Cristo. Mas a Bíblia é clara - o Filho de Deus tem sido sempre o Filho de Deus. "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus" (que é a tradução correta de João 1:1), (*não “era um deus”, como ensinam alguns).
Uma verdade pouco entendida pode ajudar-nos a compreender como proclamar a divindade para os muçulmanos e judeus: "Deus é Ágape" (1ª João 4:8). Observe o tempo presente, Deus tem sempre, desde a eternidade, sido "Ágape". E Ágape deve ter um objeto de amor, até mesmo desde a eternidade, portanto, o Filho tinha que estar lá para ser amado, mesmo desde a eternidade. A tradução literal de Colossenses 1:13 diz que o Pai "nos transportou para o reino do Filho do Seu Ágape".
Mas não devemos tentar entender a palavra "Filho" à luz dos nossos relacionamentos humanos de pai / filho, mas vice-versa. Para Deus ter um filho não quer dizer que o Pai é "mais velho" do que o Filho, significa que eles são da mesma essência. E se Deus é Ágape, então o Filho é Ágape, e é por isso que Ele Se fez voluntariamente subordinado ao Pai, embora eles sejam iguais em natureza. Não se pode entender João 3:16, exceto que Cristo tem sido o Filho de Deus desde toda a eternidade, e, assim, o amor do Pai é revelado em sua grandeza: Ele sacrificou Seu único Filho, até mesmo até à segunda morte, por nós — sim , por você. Grande, impressiva, incompreensível verdade que não podemos sondar, mas podemos escolher "crer".
A “dinâmica” da mensagem de 1888
Escondida na lição de quinta-feira está a afirmação de que "Ele não está distante, separado, afastado, como alguns antigos conceitos gregos sobre Deus ensinavam, ou mesmo como alguns teólogos cristãos tentam descrevê-Lo." Uma das verdades do evangelho que fez com que a mensagem de 1888 fosse única é: "Em busca de nós, Cristo veio todo o caminho até onde estamos, tomando sobre Si a semelhança da carne do pecado (*a mesma carne que temos), e pelo pecado, condenou o pecado na carne." Assim, Ele é o Salvador "ao alcance da mão, e não longe'"2 (*Em verdade, pois, Ele veio bem próximo de nós, pois queria nos salvar. Ele não veio para salvar o inocente Adão antes da queda. Este, antes da própria queda, esteve a salvo).
Em reuniões, logo após a Sessão da Conferência Geral de 1888 em Mineápolis, Ellen White estava profundamente impressionada com a "proximidade" (*dEle de nós), quando ela escreveu: "O Senhor chegou muito perto, e persuadiu almas da grande necessidade deles da Sua graça e amor. Nós [Ellen White,  A. T. Jones e E. J. Waggoner, os dois "mensageiros" de 1888] sentimos a necessidade de apresentar Cristo como um Salvador que não estava longe, mas ao alcance da mão .... Havia muitos, mesmo entre os ministros, que viram a verdade como é ela é em Jesus em uma luz em que nunca antes tinham visto."3
Hebreus 13:5 nos assegura: "Eu nunca te deixarei, nem te desampararei." Feliz é seu filho se ele/ela pode entender esta promessa enquanto ele é jovem! Toda sublime perspicácia da teologia hebraica está nesta promessa!
O ministério de Cristo no Santíssimo do santuário celestial O revela como estando perto de nós, como um verdadeiro Sumo Sacerdote no antigo Israel que sempre foi "para o povo", sempre preocupado com eles, sempre revelando-lhes sua proximidade e seu amor Assim Cristo no santíssimo do santuário celestial, está ministrando Sua presença e Sua bênção para nós como aquele que é descrito em Provérbios 18:24 - Ele é "mais chegado do que um irmão."
Ele tomou sobre Si a natureza caída e pecaminosa de nosso pai Adão, para que Ele pudesse chegar a nós onde estamos, por isso Ele foi "como nós, em tudo tentado, mas sem pecado" (Heb. 4:15) .
Esta é uma revelação de Cristo que milhões ainda não identificam: ser tentado não é pecado: antes que a tentação possa ser pecado você deve render-se a ela, dar-se por vencido, deixar a tentação tornar pecaminoso o ato. Cristo venceu o pecado, pisou sobre ele, derrotado-o, condenou o pecado na nossa carne caída, pecaminosa. "Por isso convinha que, em tudo fosse  semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus" (Heb.. 2:17, ou, “...em coisas concernentes a Deus”, KJV).(*Covinha = era conveniente, quer dizer, era necessário,).
Cante Aleluia, alegrai-vos sempre mais!

- A partir dos escritos de Robert J. Wieland
Notas:
1) “Atonement” (“at-one-ment,” expiação, em inglês), “é uma expressão de intenção divina para destruir o pecado que fraturou o universo. Restauração à unidade não foi consumada na cruz. O problema do pecado não foi ainda finalmente resolvido. A cruz é o supremo ato de Deus pela redenção do homem. Mas isto é somente um aspecto da obra de Cristo em direção à final expiação (do homem “em-uma-só-mente” com Ele) (at-one-ment). Reconciliação é efetivada pelo Cristo vivo. Não é algo que aconteceu dois mil anos atrás. Expiação é experimentada somente ao os homens, diariamente, viverem uma vida de confiança e dependência dEle (*grifamos). ...
“Pode ser que o fracasso de captar a inteira obra de nosso Senhor, tanto na cruz bem como a partir do Santuário Celestial, deixe o homem com menos do que um completo conhecimento de toda a verdade que a Bíblia revela como o completo significado da expiação. ... Tanto o triunfo na Cruz e a obra de Cristo como Sacerdote no céu são a esperança e a garantia da recompensa final e expiação.” Edward Heppenstall, in Our High Priest, págs. 29 e 31, apud Why Jesus Waits, por Herbert E. Douglas, pág. 16, nota 1.
2) Robert J. Wieland, Dez Verdades do Evangelho que tornam a Mensagem de 1888 Única, pág. 16.
3) Review and Herald, 5 de Março 1889, um relatório sobre "reuniões especiais" que começaram a 11 janeiro de 1889, em South Lancaster, Massachusetts.
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