quinta-feira, 11 de julho de 2013

Lição 2 – Oração: a força vital do reavivamento, por Robert J. Wieland



Para 6 a 13 de julho de 2013)

Alguma vez você já orou por algo bom, e obteve um NÃO como resposta, ou recebeu algo decepcionante em resposta? Estou intrigado com a promessa que Jesus fez em Mateus 7:9: "E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra?" Onde está o pai de coração tão duro assim? Ele nem mesmo seria humano! No entanto, o nosso arqui-inimigo quer nos fazer crer que, quando pedimos ao Pai celestial algo bom, ou Ele não nos ouve ou nos dá algo decepcionante.
Jesus sabe como somos tentados; Ele mesmo, uma vez clamou: "Meu Deus, por que me desamparaste?" Salmo 22:1 começa dizendo que Ele lamenta porque parece que Deus não ouve ou responde Sua oração. E porque Jesus sabe que somos tentados, Ele nos assegura no verso para memorizar de nossa lição: "Se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que Lhe pedirem?" (Mateus 7:11). E, por favor, note que Ele diz isto para todo mundo (ver Mateus 5:1). Você não tem que ganhar Seu favor, fazendo boas obras, antes de você orar Àquele que Jesus diz que é o vosso Pai celeste, não mais do que uma criança deve ganhar o pedaço de pão que pede de seu pai terreno.
Mas então você pergunta: "Não há uma pegadinha em algum lugar? Algumas letras miúdas?" Sim, e aqui estão elas: "É necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e que é galardoador dos que O buscam" (Hebreus 11:6). Isso é o que você precisa fazer antes de orar!
Foi Jesus que nos ensinou a chamar o Seu Pai de "nosso Pai". E foi Jesus que nos ensinou a fazer esta oração todas as manhãs: "o pão nosso de cada dia nos dá hoje" (Mat. 6:11). É o nosso "café da manhã" diário. É uma oração que somos convidados e devemos fazer. Devemos estar com fome dela todos os dias. Somos como animais de estimação na hora da comida — estarmos na fila para recebermos o que saciará a fome. Sim, nós somos dependentes de esmolas do céu. Se até agora em nossa vida temos aprendido um pouco, sabemos que as palavras de Jesus são verdadeiras: "Sem Mim nada podeis fazer" (João 15:5). Quanto mais fraco você for em si mesmo, mais forte você é "em Cristo".
É reconfortante e nos trás segurança notar que até mesmo o próprio Jesus teve de confessar que, sem constante sustento do Pai, momento a momento, Ele também estaria desamparado: "Eu não posso de Mim mesmo fazer coisa alguma" (João 5:30). A palavra "fazer" não significa apenas realizar obras, ações físicas; ela inclui percepção, julgamento, sabedoria: "Como ouço assim julgo" (2ª parte do mesmo verso). É um espetáculo maravilhoso: o divino Filho de Deus, o Comandante das hostes celestiais, tomou sobre Si nossa natureza e Se tornou um de nós, desamparado de Si mesmo. Ele francamente disse aos Seus inimigos: "O Filho por Si mesmo não pode fazer coisa alguma, se não o vir fazer o Pai" (v. 19).
Dois mil anos se passaram desde que Paulo proclamou aos judeus que o Messias deles tinha vindo na pessoa de Jesus de Nazaré. A maioria teimosamente resistiu e rejeitou a mensagem, de acordo com o que Lucas escreve no livro de Atos. Se Paulo era algo como somos em natureza, ele teria esperado que os judeus, com maior probabilidade de ouvir favoravelmente seriam as "mulheres piedosas", as senhoras da congregação que estava sempre ajudando as pessoas com obras filantrópicas. Mas imagine sua surpresa e decepção quando ele descobriu que entre os membros das congregações que mais amargamente se opunham à Boa Nova de que o Messias deles já tinha vindo eram as mesmas "mulheres religiosas e honestas" (Atos 13:50).
Não havia mais nenhuma necessidade para aquelas agonizantes, reuniões de oração a noite inteira em que as pessoas clamam ao Deus de Abraão, "—Por favor, cumpra a Tua promessa feita a nossos pais, envie-nos o nosso Messias!" Oração para a vinda do Messias havia se tornado obsoleta. Agora chegou a hora de agradecer a Deus por já tê-Lo enviando! Na verdade, tal oração agora tornou-se uma forma de blasfêmia porque expressa o pecado da incredulidade, a recusa em reconhecer que Deus já tinha feito o que Ele havia prometido.
Hoje podemos orar fervorosamente para que Deus nos envie o derramamento do Espírito Santo em nossa chuva serôdia. Às vezes, as igrejas realizam reuniões de oração que viram a noite por esse abençoado dom. Poderia ser que, assim como os antigos judeus, temos negligenciado receber o início desse mesmo dom já dado, e ele passou por cima de nossas cabeças como a verdade passou por cima das cabeças dos antigos judeus?
A idéia de 1888 da verdade do Santuário elucida nossas orações. Se orarmos pela chuva serôdia (o que é bom), o respeito pelo Senhor exige que nós reconheçamos que Ele já nos deu o "início" dessa chuva há 125 anos atrás, e "nós" não a teríamos. Manter implorando a um amigo para lhe dar um presente quando ele já lho deu, seria ofensivo.
Podemos orar para que o Senhor nos dê o dom do arrependimento. Podemos orar para que Ele nos capacite a entender o que foi o dom inicial da chuva serôdia. É-nos dito que a recusa do corpo (*da igreja) em receber o dom constituiu um "insulto" ao Espírito Santo. Não deveriam as nossas orações agora ser especialmente reverentes e respeitosas? A mensagem do santuário que "o Senhor, em Sua grande misericórdia, enviou" (*Test. Para Ministros, pág. 91) para nós deve ainda "iluminar a terra com glória" (*Apoc. 18:1).
Quando alguém ora ao Senhor para usá-lo para ganhar uma alma, ele nunca pode saber o que essa pessoa pode vir a ser. Podemos ter tido a esperança de que Ele iria nos usar para ganhar alguma pessoa "boa", podemos descobrir que Ele quer que nós conquistemos alguém que pensamos ser "ruim". Pensamos em nossa congregação como um confortável, clube religioso exclusivo, quando o Senhor declara que é "uma casa de oração para todos os povos" (*Isa.56:7), incluindo os "pecadores" que não temos pensado muito sobre eles.
É patético tentar limitar o amor a pessoas "boas". Qualquer amor restrito deixa de ser amor. O verdadeiro amor não é dependente da beleza e da bondade de um objeto, como é a nossa natural afeição humana. Esse tipo de amor é o que o Novo Testamento chama de "Ágape". Jesus o incluiu no enceramento de Sua obra, quando disse: "Nisto todos conhecerão que sois Meus discípulos, se vos amardes uns aos outros" (João 13:35).
Durante mais de cem anos, temos percebido a necessidade por esse amor. As igrejas locais em todo o mundo anseiam ser capazes de revelá-lo, mas se sentem prejudicadas por inadequação e contraditórias influências que trabalham para negá-lo. Obviamente, Satanás odeia a idéia de um tal amor bem sucedido. Devido à sua obra de "fazer guerra" contra a "igreja remanescente," tanto de dentro como de fora, depois de todos esses anos nós ainda somos forçados a reconhecer que esta manifestação máxima do amor está ainda no futuro.
Quando o Ágape de Deus permear a igreja, tornar-se-á super-eficiente em ganhar almas. Cada congregação vai se tornar uma duplicata do que Cristo seria para cada comunidade onde Ele esteve na carne. Ele inspirou com esperança, "o mais duro e o mais promissor" (A Fé pela qual eu Vivo, pág. 98 e  Exaltai-O, pág. 183); encorajou aqueles que estavam "desanimados, doentes, tentados, caídos," (*e) salvou aqueles "que estavam lutando uma batalha corpo-a-corpo com o adversário das almas."
Isso não vai ser feito por brilhantes esquemas de publicidade ou métodos de promoção. O Espírito Santo vai fazer alguma coisa para o coração, porque os membros da igreja vão receber a "mente de Cristo". "Os raios de luz penetram por toda parte, a verdade é vista em sua clareza, e os leais filhos de Deus cortam os liames que os têm retido .... Um grande número se coloca ao lado do Senhor"1 (Ellen G. White, em O Grande Conflito, pág. 612). O que poderiam aqueles "raios de luz" ser, salvo um exemplo claro do amor de Deus visto em Seu povo?
Senhor, dá-me a graça de Sua muito mais abundante provisão de graça (*Rom 5:20), para me conscientizar de que eu não posso afirmar que nada neste mundo seja realmente meu! Mas eu tenho um Salvador.

- A partir dos escritos de Robert J. Wieland
(Compilado por Carol A. Kawamoto


Compilação do tradutor:
1) "O anjo que se une na proclamação da mensagem do terceiro anjo, deve iluminar a Terra toda com a sua glória. Prediz-se com isto uma obra de extensão mundial e de extraordinário poder. O movimento adventista de 1840 a 1844 foi uma manifestação gloriosa do poder de Deus; a mensagem do primeiro anjo foi levada a todos os postos missionários do mundo, e nalguns países houve o maior interesse religioso que se tem testemunhado em qualquer nação desde a Reforma do século XVI; mas isto deve ser superado pelo poderoso movimento sob a última advertência do terceiro anjo. 
 “Esta obra será semelhante à do dia de Pentecoste. Assim como a "chuva temporã" foi dada, no derramamento do Espírito Santo no início do evangelho, para efetuar a germinação da preciosa semente, a "chuva serôdia" será dada em seu final para o amadurecimento da seara. "Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor; como a alva será a Sua saída; e Ele a nós virá como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra." Osé. 6:3. "E vós, filhos de Sião, regozijai-vos e alegrai-vos no Senhor vosso Deus, porque Ele vos dará ensinador de justiça, e fará descer a chuva, a temporã e a serôdia." Joel 2:23. "E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do Meu Espírito derramarei sobre toda a carne." "E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. " Atos 2:17 e 21. 
 “A grande obra do evangelho não deverá encerrar-se com menor manifestação do poder de Deus do que a que assinalou o seu início. As profecias que se cumpriram no derramamento da chuva temporã no início do evangelho, devem novamente cumprir-se na chuva serôdia, no final do mesmo. Eis aí "os tempos do refrigério" que o apóstolo Pedro esperava quando disse: "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor, e envie Ele a Jesus Cristo." Atos 3:19 e 20.
“Servos de Deus, com o rosto iluminado e a resplandecer de santa consagração, apressar-se-ão de um lugar para outro para proclamar a mensagem do Céu. Por milhares de vozes em toda a extensão da Terra, será dada a advertência. Operar-se-ão prodígios, os doentes serão curados, e sinais e maravilhas seguirão aos crentes. Satanás também opera com prodígios de mentira, fazendo mesmo descer fogo do céu, à vista dos homens (Apoc. 13:13). Assim os habitantes da Terra serão levados a decidir-se. 
“A mensagem há de ser levada não tanto por argumentos como pela convicção profunda do Espírito de Deus. Os argumentos foram apresentados. A semente foi semeada e agora brotará e frutificará. As publicações distribuídas pelos missionários têm exercido sua influência; todavia, muitos que ficaram impressionados, foram impedidos de compreender completamente a verdade, ou de lhe prestar obediência. Agora os raios de luz penetram por toda parte, a verdade é vista em sua clareza, e os leais filhos de Deus cortam os liames que os têm retido. Laços de família, relações na igreja, são impotentes para os deter agora. A verdade é mais preciosa do que tudo mais. Apesar das forças arregimentadas contra a verdade, grande número se coloca ao lado do Senhor” (O Grande Conflito, págs. 611 a 613.



O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral: 1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e 2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de Ellen G. White. 38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido.


A irmã Carol Kawamoto vive no sopé da bela Serra da Califórnia. Ela frequenta uma pequena igreja adventista onde foi batizada há muitos anos. Pouco depois do batismo ela conheceu Helen Cate, então editora para o Comitê de Estudos da Mensagem de1888 (que também era um membro da mesma igreja) e o pastor Robert J. Wieland, que pregava as verdades da Boa Nova da mensagem de 1888. Ela começou a trabalhar com Helen, que fundou a revista “1888 Message Newsletter”  (Noticiário da Mensagem de 1888). Após a morte de Helen, Carol foi eleita editora para o Comitê de Estudos da Mensagem de1888, onde teve o privilégio de trabalhar diretamente com o pastor Wieland, redigindo o boletim de notícias para aquela revista, e publicando os numerosos livros dele. Ela continua com o seu amor em partilhar a "mui preciosa mensagem" (TM, pág. 91), através da edição de diversos artigos, de diferentes autores, que publicamos neste blog. Ela tem também outros projetos. Ela envia suas saudações a todos os leitores deste blog, tanto no Brasil como em outros países de fala portuguesa.

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