Para 29 de junho a 6 de julho de 2013
Um e-mail de Jesus no
santuário aborda nossa patética mornidão para com a Sua cruz. "Eu repreendo e castigo a todos quantos
amo, sê pois zeloso e arrepende-te" (Apoc. 3:19).
Nós ainda estamos
nesta terra e Jesus não voltou. Portanto, não nos voltamos para Jesus em
arrependimento. Mesmo pessoas religiosas podem ser cegadas por seus próprios
corações pecaminosos quando o amor de Jesus os disciplina. Nós não entendemos o
que Ele quer dizer com arrependimento porque pensamos que somos Seu bom povo.
É mais do que
indivíduos isolados aqui ou ali que são chamados a se arrependerem. O
testemunho de Jesus é ao "anjo da
igreja que está em Laodicéia" (Apocalipse 3:14). Este
"mensageiro" é dito ser uma das "sete
estrelas ... na Minha mão direita" (Apoc. 1:20). "Os ministros de
Deus são simbolizados pelas sete estrelas."1
Geralmente nossas lições a cada trimestre silenciam sobre o chamado de Cristo
para se arrepender. A igreja parece ter tomado uma overdose de pílulas para
dormir.
Embora cada um de nós
devamos aplicar individual e pessoalmente cada conselho nas mensagens às sete
igrejas, esta chamada para "arrepender-se" se dirige especificamente
a mais do que indivíduos. O apelo de Apocalipse 3:20 ("se alguém ouvir a minha voz") contém uma palavra grega
significativa, tis, o que significa
basicamente "um certo alguém," e não apenas "qualquer um".
Na mensagem de Laodicéia, refere-se ao "anjo", como o certo indivíduo
a quem a mensagem é dirigida. Sem dúvida, Jesus cita do livro de Cantares de Salomão em seu apelo: "Eis que estou à porta e bato"
(5:2, na LXX). O "certo alguém" que deve ouvir é Sua amada, a igreja.
O Senhor aponta à liderança modelos e exemplos de funções.
A idéia que prevalece
é a de que é impossível desenvolver um caráter semelhante ao de Cristo.
Perfeição de caráter não é possível. Assim, um arrependimento cada vez mais
profundo é rejeitado e está em desacordo com o que Jesus quer. Poderia ser este
um orbitar imperceptível em volta do inimigo em sua guerra contra Cristo?
Arrependimento é uma
mudança de mente para longe do pecado. O que uma vez amamos, agora odiamos. É
uma volta de180 graus, indo na direção oposta. Temos pensado que Cristo chama
ao arrependimento individual de Laodicéia. Portanto, temos baseado todos os nossos
esforços evangelísticos em chamar para fora do mundo os pecadores individuais,
para salvar suas próprias almas do "inferno" e receber a
"oferta" de Cristo, da salvação. O apelo tem sido baseado no medo do
inferno e na esperança da recompensa celeste. Assim a fé é motivada por
preocupações egocêntricas. Isso deixa o indivíduo "sob a lei" (em desobediência à lei), pois sua fé é
movida pelo interesse próprio, em vez de Ágape
que é “o cumprimento da lei"
(Rom. 13:10).
É óbvio que, depois
de um século ou mais de evangelismo, chamando ao arrependimento individual que
isso não apressou a vinda de Cristo, mas a adiou. Nós não temos compreendido a
natureza do arrependimento que Cristo dá a Laodicéia.
O remédio de Cristo
para a "mornidão" é um arrependimento tanto individual como
corporativo. Aqui reside o segredo do avivamento e reforma duradouros. O pecado
é uma doença social da raça humana. "Em
Adão todos morreram" (1ª Coríntios 15:22). "Todos pecaram" seguindo os passos de nosso pai Adão
(Rom. 5:12). Instintivamente recuamos contra isso, pois sentimos que certamente
temos algo de bom em nós. Mas a Bíblia nos lembra: "Em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum” (Rom.
7:18). Isso significa que o pecado que um outro ser humano tenha cometido, eu
poderia cometê-lo se Cristo não tivesse me salvado dele. Precisamos 100% da
justiça imputada e comunicada de Cristo.
Esta foi a pedra de
tropeço em 1888 e ainda escandaliza muitos hoje. Sem a graça de um Salvador, os
pecados de todo o mundo poderiam ser meus se eu tivesse a
"oportunidade" de estar na pele daqueles que os cometeram, para ser
tentado como eles em suas circunstâncias.
Esta idéia é
impressionantemente afirmada por Ellen White: "Deus conhece cada
pensamento, cada propósito, cada plano, cada motivo. Os livros do Céu registram
os pecados que teriam sido cometidos tivesse havido oportunidade."2 Há de fato o perdão abundante e purificação do
coração com Jesus, mas Ele não pode "nos purificar de toda a
injustiça" (*1ª João 1:9) a menos que os "confessemos" com
compreensão, e não podemos confessá-lo, a menos que o percebamos. Nós ainda
temos algo a aprender.
Um mosquito infectado
pica o dedo. O resultado é a doença da malária, que entra na corrente sanguínea
e se torna uma doença corporal. O único remédio é a pílula que provê uma cura
corporativa.
Como podemos ser
culpados do pecado como uma igreja ou pessoa corporativa? "Terrível é a
quantidade de culpa que pesa sobre a igreja."3 A grande
comissão evangélica poderia ter sido concluída antes dos horrores da Primeira e
segunda Guerras Mundiais, e as subsequentes que foram desencadeadas no mundo.4 A razão é que a mensagem de 1888 foi o
"começo" da chuva serôdia e do alto clamor; Ellen White diz que foi
"em grande medida" rejeitada pela liderança da igreja. Assim, aqueles
que acreditavam fervorosamente na doutrina do segundo advento de fato a adiaram
por diversas gerações. A tristeza do "que deveria ter acontecido"
encheu a alma dela com angústia.5
Se tivéssemos uma
outra Assembléia de 1888 onde o Espírito Santo se manifestasse como a chuva
serôdia, iríamos novamente insultá-Lo? A menos que haja arrependimento por
tê-lo feito pela primeira vez, a resposta tem de ser sim.
O que é
arrependimento denominacional? É um "corpo" de crentes que
experimentam individualmente arrependimento corporativo. Tão certo como a
denominação adventista do sétimo dia é a "igreja remanescente" da
profecia, a Laodicéia do Apocalipse, assim certamente tal arrependimento
permeia aquele "corpo" no tempo da "expiação final." Este é
um dom de Cristo à sua Igreja.
"Até 2300 tardes e manhãs, e o santuário será purificado" (Daniel 8:14). Os
livros do Céu não podem ser purificados do registro de nossos pecados até que
nossos corações sejam purificados. A questão da justiça pela fé, portanto,
entra em foco — a justificação pela fé é mais do que uma mera declaração legal,
faz a alma em inimizade estar em união com Deus.
*Veja a nota nº 6, do tradutor, abaixo.
É tal arrependimento possível? Será que Deus sempre teve um povo que assim entendeu o remorso que sentem que todos os pecados da raça humana poderiam ser seus, exceto pela graça de um Salvador, e que, portanto, se mantém diante do trono "purificado"? Ele vai ter um povo que reconhece sua total necessidade da justiça imputada de Cristo, que plenamente se torna consciente do que seria sem ela?
Alguns, infelizmente,
dizem não; o antigo Israel falhou, e assim o Israel moderno deve falhar. Mas a
base da profecia bíblica diz: "E o
santuário será purificado." Zacarias prediz uma experiência de
arrependimento denominacional corporativo, seguido de uma experiência gloriosa
de purificação (Zac. 12:7-14, 13:1). Tal experiência permeando a igreja é o
arrependimento denominacional. Cristo apela por isto em Sua mensagem a
Laodicéia. Não é tempo para nós respondermos?
- Paul E. Penno
Paulo Penno é pastor
evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da
Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading
Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério
há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de
Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de
Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva
Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele
escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja
Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos
sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também
pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E.
Penno Junior. Você pode
vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na
igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99
Notas
do autor:
[1]
Ellen G. White, Obreiros Evangélicos,
pág. 13.
[2] SDA Bible
Commentary, vol. 5, p. 1085.
[3] Testemunhos para a Igreja, vol. 5, pág.
457. Literalmente o texto original em inglês diz: “... de que a igreja é
responsável.”
[4] Boletim
da Conferência Geral de1893, pág. 419; e Evangelismo, pág. 696.
[5] Testemunhos
Para a Igreja, vol. 8, págs. 104-106; The Advent Review and Sabbath Herald (de
15 de dez. de 1904).
6)
* É importante notar que o julgamento
que está sendo realizado no céu impacta
as vidas do povo de Deus na Terra. Ellen White traz este importante ponto, dizendo: "Enquanto o juízo de
investigatigação prosseguir no
Céu, enquanto os pecados dos crentes arrependidos estão sendo removidos do santuário, deve haver uma obra
especial de purificação, ou de
afastamento de pecado, entre o povo de Deus na Terra" (O Grande
Conflito, pág. 425). Por fim, a purificação
do santuário tipologicalmente realizado
no Dia da Expiação, encontra o seu cumprimento antitípico na purificação e remoção
do pecado na vida do povo de Deus.
Este processo começa agora nos corações
e mentes do povo de Deus.
*"O encerramento desta obra ...
para o santuário será também o encerramento da obra para o povo ... A purificação do santuário estendida às pessoas, e incluiu as pessoas, tão verdadeiramente como incluiu
o próprio santuário .. .. o encerramento
do mistério de Deus é o fim da obra do evangelho ... o tirar de todo o vestígio do
pecado e o trazer a justiça
eterna — Cristo completamente
formado dentro de cada crente,
Deus somente Se
manifesta na carne de cada
crente em Jesus ...
no próprio santuário, a
transgressão não poderia ser terminada,
um fim aos pecados e reconciliação pela iniquidade não poderia ser feita ... até que tudo isso tenha sido realizado em cada pessoa que teve parte no serviço do
santuário .... o santuário
em si não pode ser purificado,
desde que, pelas confissões das pessoas
e as intercessões dos sacerdotes, haja uma torrente no santuário
de um fluxo de iniquidades,
transgressões e pecados. .. Este fluxo deve ser parado na sua fonte, no coração e na vida dos adoradores, antes que o santuário em si
possa ser purificado. Portanto, a primeira obra na purificação do santuário era a purificação do povo ... o sacrifício, o sacerdócio
e ministério de Cristo no
verdadeiro santuário remove os
pecados para sempre, torna
perfeitos os que a ele se chegam, torna perfeitos "para
sempre os que
são santificados." Hebreus
10:14. (Alonzo
T. Jones, em O Caminho Consagrado para a
Perfeição Cristã, págs. 113-119)
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